sábado, 17 de outubro de 2015

Paulistanas Nota Dez: Flávia Flores e Paula Gallo - Pedro Henrique Tavares


Nomes: Flávia Flores e Paula Gallo
Profissões: ex-modelo e economista
Atitude transformadora: criaram um projeto para distribuir lenços e mulheres que enfrentam sessões de quimioterapia

Em outubro de 2012, a ex-modelo Flávia Flores recebeu a notícia de que havia desenvolvido um câncer de mama. O que seria motivo de tristeza, no entanto, transformou-se em desafio para não deixar baixar a autoestima. "Após enfrentar as primeiras sessões de quimioterapia, comecei a buscar formas para me manter bonita", relembra. Sua estratégia foi criar uma página no Facebook e oferecer dicas de beleza a outras pacientes em situação semelhante. A iniciativa chamou a atenção da economista Paula Gallo, diretora de marketing do Hospital Santa Paula, na Vila Olímpia, que a procurou para propor uma parceria. Assim, no fim do ano passado, as  duas fundaram o Banco de Lenços, com o objetivo de arrecadar e distribuir as peças a mulheres que perdem o cabelo durante o tratamento contra a doença. "A inspiração veio de uma ação parecida, mas envolvendo perucas", explica Flávia. Em menos de um ano, o projeto recebeu mais de 4 000 doações. Cerca de 1 000 itens, a maioria de segunda mão, foram passados adiante após ser higienizados e esterilizados. "Enviamos lenços até para fora do Brasil, para países como Portugal e Espanha", diz Paula.

Para receber o acessório, é preciso preencher um cadastro no site da organização. Caso a interessada se sinta à vontade, também pode compartilhar sua história pessoal. "Escolhemos até a cor do lenço que vamos entregar, de acordo com a personalidade de cada paciente", afirma Flávia. Feito o pedido, o artigo é enviado pelo correio. O principal ponto de coleta de doações é o Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula, mas há parceiros que colaboram na arrecadação das peças, como a escola de inglês CNA, a lavanderia Lavebras, o instituto CIEE e a agência de viagens LeBlog. A própria Flávia às vezes dá "expediente" no centro de saúde, como conselheira das mulheres em tratamento no local. "Costumo ficar ali ensinando-as a fazer diversos tipos de nós nos lenços", explica. "O momento de enfrentar um câncer é muito complicado e triste. Meu objetivo é devolver a alegria e a vontade de viver às pacientes", completa.




(texto publicado na revista Veja São Paulo de 16 de setembro de 2015)

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