quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Gastrite nervosa - Dr. Drauzio Varella


Celular dá câncer - Dr. Drauzio Varella


Dicas para melhorar o fôlego - Dr. Drauzio Varella


A influência do individual no coletivo e vice-versa - Monja Coen


Bem-estar: Cérebro, vida saudável e intestino - Darlene Ponciano Bomfim


Cerca de 20% da população brasileira apresenta problemas de "prisão de ventre", a maioria mulheres. Esta queixa cresce a cada dia, tanto quanto a oferta de laxantes como "salvadores da situação". 

Na nossa cultura greco-romana, o centro das emoções é o coração, mas, em outras culturas antigas, mesopotâmicas, a caixa de ressonância das emoções é o aparelho digestivo, em especial o intestino. Existe uma verdadeira conexão entre o cérebro e o aparelho digestivo. O intestino "responde" ao estado emocional. Pode soltar, prender, produzir cólicas, gazes e até originar doenças graves e de difícil controle.

Sabemos que tudo no nosso organismo funciona de forma integrada. Tensão, medo, ansiedade, estresse, correria, raiva, tristeza geram reações em todo organismo. Um dos órgãos que "sente" os reflexos disso tudo é o intestino.

O intestino humano tem cerca de cem milhões de neurônios conectados ao cérebro. É como se possuíssemos um "cérebro intestinal". As funções do intestino não se resumem a conduzir o alimento que ingerimos, transformando-os em fezes. Além de selecionar os nutrientes, exercer uma excelente absorção deles e da água, ele contribui essencialmente com o sistema imunológico. É no intestino que acontece de 80% a 90% da síntese da Serotonina, o neurotransmissor responsável pelo prazer e sensação de bem-estar, mas ela também é precursora da Melatonina, elemento essencial para o sono e para a limpeza de radicais livres.

Além da Serotonina, o intestino produz uma série de outros neurotransmissores. Todo o esforço no tratamento das depressões, por exemplo, se concentra nestes neurotransmissores. Imagine a importância disso. Portanto, cérebro e intestino compõem uma via de mão dupla.

Mas o que é um intestino normal? Nem preso, nem solto. Sem exagero de gazes, sem cólicas. Mas como manter afiada essa orquestra exigente? O segredo é tão amplamente conhecido que corre o risco de ser deixado de lado: água, muita água - de 2 a 3 litros por dia -, alimentação rica em fibras, como verduras, legumes e frutas, e exercícios físicos.

Isso é essencial e imprescindível. Além disso, é preciso ficar atento à frequência com que se vai ao banheiro. Quando essa frequência é irregular, causa um desconforto que pode ser leve, grave ou até desesperador. O normal para o funcionamento do intestino é uma frequência entre três vezes ao dia e uma veza cada três dias. O mais comum, contudo, é uma vez ao dia. Essa é a faixa aceitável, porém o importante é que o ato de ir ao banheiro não cause sofrimento e desconforto. O intestino "avisa" quando precisa ir ao banheiro, exercendo estímulo no reto. Se a pessoa inibe a vontade de ir ao banheiro, o reto vai perdendo a sensibilidade, o que vai exigir maior quantidade de fezes para que a vontade de evacuar venha novamente. Além do que as fezes ficarão mais tempo no intestino, distendendo e perdendo mais água, ficando mais duras. Isto vai provocar desconforto e, ao longo do tempo, pode provocar hemorroidas e outras patologias.

Ser fiscal e cuidador da nossa própria saúde pode parecer difícil, pois requer conhecer o próprio corpo, tomar decisões e admitir erros. Resolver a prisão de ventre com laxantes e outras pílulas mágicas é um caminho que a indústria nos impõe de forma assustadora. Esses medicamentos estimulam as células intestinais a se contraírem, levando-as a se exaurirem e a morrerem. Causam dependência. O intestino piora, fica mais relaxado, menos responsivo e assim a pessoa tem que tomar doses cada vez maiores. O importante é a pergunta de sempre: o que está acontecendo comigo?

Alimentos que colaboram com o bom funcionamento do intestino

- Arroz, pães e massas integrais.

- Sementes, especialmente a de linhaça (deixar de molho em água).

- Farelo de trigo, aveia.

- Frutas que podem ser ingeridas com casca. E frutas que se pode ingerir com o bagaço.

- Folhas verdes em geral.

- Leguminosas.

- Iogurtes e outros leites probióticos.



(texto publicado na revista Cidade Nova edição 584 - ano LVI - nº 12 - dezembro de 2014)

Na ponta do lápis: 13º salário: aplicar, gastar ou quitar dívidas? - Magnus de Carvalho


Estamos mais uma vez em dezembro e com ele chega o tão esperado 13º salário. Um dinheiro extra que é bem-vindo num mês tão especial: Natal, Réveillon, férias, final de ano. É o mês das festas, das viagens, das trocas de presentes, dos "amigos secretos", confraternizações de todos os tipos... são muitas as ocasiões de gastos. E aí, o que fazer? Gastar todo o 13º nas festas? Quitar dívidas? Aplicar?

O 13º salário surgiu a partir da ideia de algumas empresas de pagar, em dezembro, uma gratificação de Natal para ajudar os funcionários nos festejos de fim de ano. Passou a ser obrigatório em 13 de julho de 1962, através da Lei 4.090, regulamentada pelo Decreto 57.155, de 3/11/1965. Apesar de, na sua origem, ser destinado para as compras do período natalino, isso não implica em dizer que deva ser usado somente para esse fim. É  claro que dar presentes, viajar, festejar, é muito bom, desde que seja feito com responsabilidade financeira. De que adianta curtir alguns dias e padecer um ano inteiro?

Quando se tem dívidas a pagar não se pode desprezar esse dinheiro extra. É muito mai sensato reservá-lo para quitar as dívidas do que gastar com presentes, festas e viagens. Isso não quer dizer que não se deva comemorar datas tão significativas. Pode-se usar a criatividade e procurar meios econômicos para gastar menos, como promover uma ceia de Natal compartilhada com a família e os amigos, troca de cartões ao invés de presentes no amigo oculto, viagens para lugares próximos, hospedagem em pousadas em vez de hotéis... São muitas as possibilidades de festejar e gastar menos. O que não dá é empurrar a ciranda do endividamento para mais um ano.

Para quem está com a vida financeira equilibrada existe a possibilidade de uma pequena extravagância, pontual, nesse período. Não significa torrar tudo com futilidades, deve-se aproveitar o momento e reservar uma parte para ser aplicada: poupança, aplicações de curto prazo, Títulos da Dívida Pública, ações... não importa, o importante é aplicar de acordo com o seu perfil investidor e manter a saúde financeira.

Mesmo podendo ir às compras não se deve deixar de pesquisar preços, procurar bens que respeitem o meio-ambiente e, antes de comprar, fazer as três famosas perguntas que os especialistas recomendam. Eu preciso? Eu posso? Tem que ser agora? Quando possível, uma boa alternativa é deixar para comprar nas liquidações de janeiro, com preços mais baixos.

Mas, muito além de gastar, quitar dívidas ou aplicar, o que realmente importa neste período tão significativo? Será que não seria oportuno gastar o nosso tempo em atos de amor ao próximo, quitar dívidas de perdão a quem nos magoou e aplicar a caridade em todas as ocasiões do nosso dia a dia? Agindo assim certamente o Natal será mais Natal e as festas de final de ano ganharão um sentido novo.



(texto publicado na revista Cidade Nova edição 584 - ano LVI - nº 12 - dezembro de 2014)

Hallelujah - patinação


Estrangeiros tentam adivinhar o significado de 7 gestos brasileiros (Vozes da Babbel)


O que fazer quando as emoções nos cegam? - Monja Coen


Como lidar com as nossas sombras? - Monja Coen


Palmeiras, campeão brasileiro


Globo Esporte: reportagem sobre o desastre aéreo que vitimou o time do Chapecoense





Visão espírita do acidente aéreo que vitimou os jogadores do Chapecoense


Perdoar e esquecer para ser feliz! - Pe. Fábio de Melo


Superando as dificuldades sem perder a bondade! - Pe. Fábio de Melo


Limpeza, cuidado e simplicidade - Monja Coen


O luto na era digital - Fernanda Allegretti


A devastadora experiência de se ver diante da morte de filhos, cônjuges e outros entes queridos ganha um aliado para superá-la: o compartilhamento da dor nas redes sociais

Ninguém ouviu quando o telefone fixo tocou no meio da sala. Eram quase 5 da madrugada de um dia que, reza a tradição, precede uma noite feliz: 24 de dezembro. Depois de um breve silêncio tomou conta da casa de novo, o celular do médico Wladimir Taborda, hoje com 57 anos, soou à sua cabeceira. Ele atendeu. Do lado de lá da linha, uma mulher avisava que Gabriel, seu enteado e filho do meio da jornalista Cynthia de Almeida, 60, tinha batido o carro. "Iel", como era chamado pelos mais próximos, saíra poucas horas antes, após reunir os amigos para ensaiar músicas que tocaria na festa de Natal. Aos 20 anos, havia acabado de passar no vestibular para publicidade. Wladimir pediu para falar com o rapaz. A desconhecida, uma paramédica do Samu, respondeu que não era possível, mas ele dissimulou sua preocupação.

Imaginando que o marido sairia apenas para ajudar o filho a resolver problemas burocráticos, Cynthia voltou a dormir assim que o médico deixou a residência da família - no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, rumo à Zona Oeste da capital, onde tinha ocorrido o acidente -, seguindo a orientação da paramédica. "Nem de longe pensei que meu filho pudesse estar machucado, que algo de mais grave pudesse ter acontecido", relembra a jornalista, que, naquela véspera de Natal de 2001, despertou instantes depois, estranhando a falta de notícias. Telefonou uma, duas, três,  quatro vezes para o marido. Quando a ligação pareceu se completar, "só ouvi vozes ao longe e um som que interpretei como risadas. Pensei: estão se divertindo e nem lembraram de me tranquilizar!", conta Cynthia, que até hoje não consegue esclarecer a confusão daquele momento. Ela insistiu, e Wladimir, que convivia com Gabriel desde que ele tinha 5 anos de idade, enfim, atendeu. Chorando. Diz a jornalista: "Ficou tudo claro naquele centésimo de segundo. Nada o faria chorar senão a morte do Iel. Mesmo que a situação fosse de extrema gravidade, ele, por ser médico, estaria envolvido no processo para tentar salvá-lo. Chorar, Wladimir só faria diante da irreversabilidade da morte". Atônita, incrédula, Cynthia se viu na dolorosa contingência de ter de avisar o pai do rapaz, seus irmãos, avós. Não, aquele dia não teria uma noite feliz.

Evidentemente, não é possível ranquear, numa escala de dores, o sofrimento provocado pela morte de alguém. Contudo, alguns estudiosos ratificam a ideia disseminada pelo senso comum de que a mais irremediável das perdas seja a de um filho. O psicólogo inglês John Archer, professor da Universidade Central de Lancashire e autor do livro The Nature of Grief: The Evolution and Psychology of Reactions to Loss (A Natureza da Dor: Evolução e Psicologia das Reações à Perda), de 1999, arrisca uma explicação: a força de um vínculo e a intensidade e duração do luto resultantes do laço interrompido são proporcionais ao grau de envolvimento genético que se tem com aquele que partiu. Para Archer, quando se perde um filho, perde-se a "imortalidade genética"; em outras palavras, a possibilidade de a vida, em alguma medida, continuar a existir.

Suportar essa perda inominável, que produz "órfãos" às avessas - "Não há palavra para definir os pais que perdem um filho, e não só em português", atesta o gramático e filólogo Evanildo Bechara -, tem se mostrado, cada vez mais, uma tarefa levada a cabo por meio do compartilhando das feridas. É algo que a era digital vem facilitando de maneira notável, em especial por meio de sites especializados e das redes sociais. "A cultura ocidental oferece poucas alternativas de suporte ao processo do luto, e muitas pessoas estão recorrendo à internet para vivenciar seus sentimentos diante da morte de entes queridos", diz Regina Szylit, professora de enfermagem na Universidade de São Paulo e coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa em Perdas e Luto. Em um recente levantamento feito por ela e sua equipe, e obtido em primeira mão por VEJA, os pesquisadores concluíram que a maior parte dos blogs dedicados ao luto era feita por mães que perderam seus filhos. Em um dos depoimentos colhidos pelo núcleo, uma delas declarou: "Na vida off-line, todos tratam a nossa dor de forma fria. Ficam incomodados quando começamos a falar, criam um distanciamento e constrangem os enlutados. Já no mundo on-line, a dor não pode ser calada. E lerá quem quiser".

Pode parecer contraditório que um ambiente marcado pela difusão de momentos de alegria e descontração seja receptivo à temática da morte, mas pesquisadores da Universidade de Washington, em mais um recente estudo sobre o tema, concluíram que as redes  sociais estão fomentando o debate sobre o luto justamente por tirá-lo da esfera privada e torná-lo público. A demanda por ler e falar sobre o assunto na web também fica evidente diante dos números do site brasileiro Vamos Falar sobre o Luto?. Criado há apenas seis meses por cinco publicitárias e duas jornalistas - uma delas, Cynthia de Almeida, de quem se falou no início desse texto -, com o objetivo comum de disponibilizar uma plataforma de informação, inspiração e conforto para os enlutados e ex-enlutados de toda espécie, o endereço vamosfalarsobreluto.com.br já soma 1 milhão de unique visitors. Logo na estréia, foram 100.000 visualizações. A cada mês o site recebe cerca de 100 histórias sobre a morte de alguém próximo. "Apesar de o acidente com meu filho ter acontecido há quase quinze anos, por causa do projeto estou sempre falando do Gabriel, e as memórias que tenho dele estão mais vivas do que nunca", afirma Cynthia. Não é que durante todo aquele tempo a jornalista tivesse guardado só para si as lembranças de Iel: desde que ele encontrou a morte ao perder a direção naquela madrugada de 2001, familiares e amigos se reúnem perto da data de seu aniversário para celebrar a vida que o jovem teve. Todavia, com o Vamos Falar sobre o Luto?, essa possibilidade se alargou e, mais do que isso, a fez chegar a outras pessoas que passaram por trauma semelhante.

Não existem dados estatísticos sobre sites voltados a esse propósito, mas o Vamos Falar sobre o Luto? não é uma iniciativa isolada. Em junho, o empresário Roberto Dhelomme criou o Etternum, um serviço virtual de homenagens póstumas. Lá, o usuário cria um perfil da pessoa que partiu e convida os mais próximos a colaborar com textos, fotos e vídeos. É como uma rede social acessível apenas a convidados. No Brasil, há ainda o 4estacoes.com, criado por psicólogas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com a intenção de provocar uma mudança na forma como a sociedade encara o luto. Em inglês, o site modernloss.com trata do assunto com delicadeza e até com um toque de humor. Feito por duas jovens americanas que perderam os pais, traz orientações para quem acaba de perder um ente querido. É possível encontrar, também em inglês, endereços dedicados exclusivamente a reunir lembranças daqueles que se foram para sempre. No americano Memoires.com, o usuário abre uma página em que pode contar a história da pessoa que morreu, deixar fotos e vídeos. Há a opção de compartilhar ou não o material.

Desde 2015, seguindo a tendência de abordar a morte de parentes e amigos no circuito digital, o Facebook oferece a seus usuários a possibilidade de eleger um "herdeiro de conta". A página da pessoa falecida se torna um memorial - e o herdeiro passa a administrá-la. Nesse caso, a expressão "Em memória de" surge ao lado do nome do titular original da conta e o conteúdo compartilhado em vida por ele permanece disponível aos seus contatos. SE nenhum herdeiro é indicado, a empresa dá duas opções aos familiares: deletar a conta ou transformá-la em memorial, se a alternativa de eleger um administrador.

O luto, deve-se sublinhar, não é um doença. Sendo assim, não tem um conjunto de sintomas que gradualmente vão se desvanecendo. E não existe, claro, uma receita para atravessá-lo, até porque a morte não tem o mesmo significado em todas as culturas. Religiões asiáticas como o hinduísmo e o budismo, conhecidas por lidar com a morte de maneira menos amargurada, consideram-na um período de renovação, de preparação para a reencarnação. Segundo o budismo, ela não marca o fim da existência, apenas o fim do corpo que tivemos nesta vida. Na mesma linha, o espiritismo entende o "morrer" como "desencarnar". Em Luto e Melancolia (1917), o  austríaco Sigmund Freud (1856-1939), criador da psicanálise, define o "trabalho do luto" como um "teste da realidade", capaz de revelar que o objeto amado não existe mais, e a demandar que toda a "libido" - "energia", no contexto usado pelo pensador - seja retirada das ligações com o referido objeto. Escreveu Freud: "Normalmente, prevalece o respeito pela realidade, ainda que suas ordens não possam ser obedecidas de imediato. São executadas pouco a pouco, com grande dispêndio de tempo e de energia, prolongando-se psiquicamente, nesse período, a existência do objeto perdido".

Alguns especialistas, é verdade, chegam a identificar fases - negação, raiva, angústia, aceitação - que, entretanto, não precisam necessariamente se suceder. Há também quem divida os enlutados em dois grupos: o instrumental e o intuitivo. O primeiro grupo, associado com maior frequência aos homens, reúne indivíduos que não falam abertamente sobre suas emoções e expressam o luto por meio de ações como, por exemplo, fundar uma ONG. Já o segundo, relacionado na maioria das vezes às mulheres, aproxima pessoas que falam a respeito de suas perdas e demonstram em público seus sentimentos. "Não há nada de errado em não querer compartilhar o luto na internet ou mesmo com os mais próximos. No entanto, se precisasse dar um único conselho a pais que perderam seus filhos, eu diria a eles que não negligenciassem a comunicação", ressalta, do alto de seus 88 anos de idade, o psiquiatra inglês Colin Murray Parkes, um dos mais respeitados pesquisadores do luto em atividade no mundo. Em seu livro Amor e Perda (2006), Parkes menciona um estudo que apontou um dado revelador: um terço dos casais que perderam o filho subitamente paassou a ter problemas conjugais. "Falar das diferenças de como vivenciam e expressam sua dor ajuda os membros da família a ser mais pacientes e compreensivos uns com os outros, e evita que sejam mal interpretados", esclarece a psicóloga Heather Servaty-Seib, professora de tanatologia na Universidade de Purdue, nos Estados Unidos. O casal Fernando Pfister e Verônica Dutra constatou isso na prática. Ao perderem os quatro filhos, em 2011, marido e mulher chegaram a pensar em suicídio. Testemunha Pfister: "É importante superar por completo uma tragédia como essa, mas, se ela não tivesse me dado apoio e vice-versa, seria ainda pior. Hoje, podemos dizer que voltamos a viver momentos de alegria".

Em mais de cinco décadas dedicadas à pesquisa do luto, Colin Murray Parkes identificou que a idade e a expectativa de mortalidade infantil influenciam o modo como os pais encaram a perda de um filho. "Uma ligação crucial se estabelece após o nascimento do bebê e cresce no curso dos próximos dois anos", observa. "Não estou afirmando que as mortes antes desse período não possam ser traumáticas, porém as estatísticas mostram que o risco de um luto se tornar problemático aumenta conforme a criança cresce." Por outro lado, em regiões onde as taxas de mortalidade infantil são altas, constata-se uma condescendência maior dos pais. "Lembro-me de uma mãe do Nordeste brasileiro que, ao saber que o filho recém-nascido tinha sucumbido, declarou: "Era só um bebê", narra Parkes. O pensador francês Michel de Montaigne (1533-1592) corrobora a teoria do psiquiatra britânico. Em um de seus Ensaios (1580), escrito pouco tempo depois de encerrada a Idade Média, refletiu: "Perdi dois ou três filhos pequenos, não sem tristeza, mas sem desespero". Foi somente no mundo moderno - e nas sociedades mais desenvolvidas - que a morte de uma criança passou a se tornar menos corriqueira. E com a ampliação do número de famílias menores, um traço marcante da contemporaneidade, o vínculo entre pais e filhos estreitou.

Até há bem pouco tempo, bebês natimortos raramente eram apresentados a seus genitores. Isso trazia uma consequência irreparável: o casal não guardava um registro concreto da imagem do filho. Uma prova da mudança radical nesse cenário é a ONG americana Now I Lay me Down to Sleep (Agora Eu me Deito para Dormir). Fundada em 2005, ela reúne 1 700 fotógrafos em quarenta países - o Brasil ainda não está na lista - treinados para registrar bebês que nascem mortos ou vivem poucos dias. Consta que retratar "anjinhos", como se costuma chamar as crianças mortas, não era algo estranho em Itabira (MG). Ainda assim , o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) desaprovou a foto feita de seu filho Carlos Flavio, que morreu trinta minutos após o nascimento. Quando Carlos Flavio veio ao mundo, em 1927, a cada 1 000 bebês nascidos vivos, 162 morriam - hoje são catorze. A expectativa de vida era de apenas 36 anos, contra os atuais 75. A morte era mais presente, mas não deixava de se associar ao sofrimento. No século XVII, a Inglaterra relacionava óbitos que considerava ter o luto como causa. O médico americano Benjamin Rush (1746-1813), signatário da Declaração da Independência, anotou em uma de suas obras que pessoas mortas quando ainda se encontravam enlutadas mostravam "congestão e inflamação do coração, com ruptura nos aurículos e ventrículos".

Sabe-se hoje que quem perde uma pessoa próxima fica mais exposto a doenças, especialmente as cardíacas, contudo o luto não é considerado causa de morte. No caso de pais que perderam um filho, o "teste de realidade" a que se referia Freud precisa ser "trabalhado" para que eles consigam redefinir suas vidas sem a presença do herdeiro que se foi. Drummond não conseguiu. Submetido, pela segunda vez, a esse incomensurável sofrimento, ao ver a única filha, Julieta, de 59 anos, partir para sempre, o poeta se entregou: morreu doze dias depois dela, em 17 de outubro de 1987. O publicitário Paulo Camossa, que perdeu a filha Amanda em 2008, quando ela estava com apenas 18 anos, encontrou forças para resistir ao teste e admitir a realidade: "No início, parece que a dor nunca vai passar, mas um dia você acorda e o primeiro pensamento não é mais a sua filha, embora as lembranças dela venham à mente em muitos outros momentos. É possível, então, viver em paz, porque a partida não pode ser maior que o tempo que passamos juntos". Há algo de esperançoso em pensar que a retomada da vida pelos pais seja uma forma de vencer a morte de um filho. É como dar a ele uma, por assim dizer, "imortalidade genética". Dar vida a um filho: não é isso mesmo que, por definição, cabe aos pais?




(texto publicado na revista Veja edição 2500 - ano 49 - nº 42 - 19 de outubro de 2016)

domingo, 27 de novembro de 2016

Centenário da Arena de Verona - Homenagem a Pavarotti


Nessun dorma - Ieri e oggi










Numerologia 2017 - Nilton Schutz


Visitando o passado: Angélica relembra o trauma com assalto - 26/11/2016


Palestra para a vida - Prof. Mário Sérgio Cortella


Traição é sinal de mau casamento? - Luiz Alberto Hanns


Não busque uma vida equilibrada - Luiz Alberto Hanns


A dor da perda - Pe. Fábio de Melo


Enxugando as lágrimas - reflexões sobre o luto


Força para superar o luto - Pe. Fábio de Melo


Transforme o luto em saudade - Pe. Fábio de Melo


Não leve tristeza no coração - Pe. Fábio de Melo


Il Volo - Funny Moments


Il Volo: Tour 2016


sábado, 26 de novembro de 2016

Tenha um compromisso com você mesmo para vencer - Pe. Fábio de Melo


O amor precisa ser exigente - Pe. Fábio de Melo


Iluminar - Pe. Fábio de Melo (show)


Boa noite, mesmo! - Dra. Patrícia Cruz e Dr. Pedro Genta


Dormir bem é um passo importante para deixar o dia a dia muito mais agradável e produtivo. Quem descansa de verdade tem melhor desempenho nas tarefas e atividades físicas que se propõe a fazer. Para ajudar na hora de dormir, é preciso ficar ligado em nossas atitudes durante a noite. Confira as dicas da nutricionista Patrícia Cruz, e do pneumologista do Serviço de Medicina do Sono do HCor - Hospital do Coração de São Paulo, Dr. Pedro Genta, e garanta um sono tranquilo.

Alimentos proibidos

Os alimentos que devem ser evitados são aqueles que não trazem nenhum benefício ao organismo, como refrigerantes, bebida alcoólica e cafeína em excesso. Pobres em nutrientes, eles não são bem-vindos antes de deitar, principalmente se contiverem a cafeína, famosa por driblar o sono.

Alimentos ricos em gordura também são proibidos, pois exigem um trabalho maior de digestão. O ideal, durante a noite, é fazer uma refeição com alimentos mais leves, por exemplo, arroz integral, legumes, verduras e carnes brancas.

Relógio do sono

As horas de sono ideais variam de pessoa para pessoa, o mais importante aqui é a qualidade, afinal não adianta nada dormir 10 hora seguidas, mas com interrupções. O ciclo do sono deve ser linear, por isso é mais indicado dormir 6 horas, passando por todas as fases e, assim, acordar renovado. Observe se você tem acordado muito durante a noite e o quanto isto tem influenciado no seu dia.

Desligue o smartphone

Hoje em dia é praticamente impossível não ter um smartphone e é muito comum levá-lo para a cama e terminar as últimas horas acordado, conectado ao mundo. Mais do que distrair as pessoas e fazê-las perder a noção do tempo, o uso de celulares - e também de tablets e aparelhos similares -, antes de dormir, deixa o indivíduo constantemente atento, o que o impede de relaxar completamente e dormir. Outro efeito nocivo provocado por esses dispositivos está relacionado à luminosidade que eles emitem. Estudos recentes revelaram que a luz da tela dos smartphones, entre outros eletrodomésticos, pode inibir a produção de melatonina, cuja função é induzir o cérebro ao sono.

Xô, insônia!

Ela pode estar ligada a diferentes fatores, verifique se no seu caso será necessário um acompanhamento médico. Se ela for fruto de agitação ou dormidas desregradas, evite dormir durante o dia. Caso esteja muito cansado, programe um cochilo em menos de 1 hora, assim não comprometerá sua noite de sono.

Relaxe

O estresse é um dos grandes problemas modernos e responsável por tirar o nosso sono. Se você estiver com muitos problemas, evite focar neles na hora do descanso. Uma boa dica é deixar para resolvê-los na primeira parte do dia. Antes de dormir, tome um banho morno e não pense em coisas desagradáveis. Aproveite para ler um livro e, logo em seguida, desligar tudo.

Durma bem!

- Beba água;

- Não fique longos períodos em jejum;

- Pratique atividade física;

- Tente ir para a cama no mesmo horário de sempre;

- Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes;

- Introduza leite e iogurte na sua rotina alimentar;

- Deixe os problemas para fora da cama;

- Desligue-se de todos os aparelhos móveis possíveis;

- Não fume.




(texto publicado na revista Ponto de encontro nº 62 - jun/jul de 2016)

Convivendo com o Parkinson - Tatiana Ferrador


Com um bom acompanhamento médico e um tratamento adequado, que alivie os sintomas da doença, é possível controlar os efeitos ao longo do tempo

Ela vem de mansinho e é mais comum em pessoas da terceira idade. Com sintomas mais suaves no início, a doença tende a se agravar com o tempo e trazer complicações mais sérias.

A doença de Parkinson ainda é tipicamente caracterizada pela presença de tremor de repouso, rigidez e lentidão dos movimentos, mas há outras tantas alterações, não relacionadas à parte motora, como as alterações no sono e no reconhecimento de odores. Há, ainda, pessoas que apresentam sintomas depressivos e autonômicos (relacionados à regulação da pressão arterial, funcionamento intestinal e potência sexual). Trata-se de uma doença progressiva do sistema neurológico que afeta principalmente o cérebro.

Como explica o geriatra e gerontologista Dr. Paulo Casali, a doença tem caráter gradativo e degenerativo, ou seja, os sintomas pioram com o tempo, tanto em intensidade quanto em quantidade, o que implica diretamente na qualidade de vida do paciente e no seu grau de independência e autonomia. "O diagnóstico é essencialmente clínico, ou seja, não depende de exames laboratoriais e, sim, da avaliação médica dos sinais e sintomas do paciente, por meio da anamnese (interrogatório do médico ao paciente) e exame físico", diz.

Além disso, ele explica que o paciente precisa ter em mente que, independentemente da doença, é preciso procurar o médico sempre que perceber algo de anormal no seu corpo e no funcionamento do seu organismo. "Não existe cura para a doença de Parkinson, portanto, o tratamento visa melhorar os sintomas, diminuir a velocidade de progressão da doença, diminuir o sofrimento e a dependência do paciente, dando mais conforto e qualidade à sua rotina de vida", conclui.

Diagnóstico

Como os sintomas da doença variam em cada paciente, é muito importante que, ao perceber qualquer alteração física ou comportamental, o mesmo procure atendimento especializado. O diagnóstico precoce e aceitação da doença são essenciais para tratá-la da melhor maneira. Isso só depende do paciente e do médico, conforme alerta o médico neurologista clínico da Fluyr Saudável, Dr. Fabio Sawada Shiba. "Do paciente, em procurar uma orientação médica logo que perceber algum sintoma, e do médico, em ter habilidade e o conhecimento de valorizar os sintomas, correlacionando-os com a doença", explica.

A aceitação do problema dependerá, principalmente, de uma boa relação médico-paciente, com um médico parceiro e amigo, que transmita confiança. "O paciente deve saber claramente o que é a doença, com todas as possibilidades de evolução e tratamento", ressalta o Dr. Fabio.

Tratamento

Dependendo da intensidade e da repercussão dos sintomas sobre as atividades cotidianas, o tratamento da doença de Parkinson envolve medicamentos e até fisioterapia - que auxilia nas dificuldades de movimentação e de marcha; terapia ocupacional, acerca das dificuldades de execução de atividades e necessidade eventual de adaptações; fonoaudiologia, sobre dificuldades de fala ou deglutição; e psicologia, para aceitação e enfrentamento da doença, assim como sobre os sintomas depressivos.

Sobre as medicações possíveis, o Dr. Shiba explica que algumas podem até ser eficazes, mas não chegam a alterar a evolução da doença, pelo fato dela ser progressiva e crônica. "Eventualmente, podem ser necessários tratamentos cirúrgicos, como implantes de marcapassos cerebrais ou cirurgias ablativas, com lesão de áreas específicas do cérebro, para melhorar as condições do paciente", afirma.



(texto publicado na revista Ponto de encontro nº 62 - jun/jul de 2016)

Apaixone-se por alguém que demonstre sentimentos... e não por alguém que guarda o que sente! - Alessandra Piccoli


Apaixone-se por alguém que ame a sua mãe.. e não por alguém que diz que toda sogra é igual

Apaixone-se por alguém que carregue as suas malas.. e não por alguém que diz que suas malas estão pesadas

Apaixone-se por alguém que de gargalhadas com você … e não por alguém que faz você chorar

Apaixone-se por alguém que te acompanhe até o banheiro da balada.. e não por alguém que te dá perdido na balada

Apaixone-se por alguém que te olha nos fundos dos olhos.. e não por alguém que te desvias o olhar ..

Apaixone-se por alguém que saiba amar.. e não por alguém que ainda não aprendeu nada sobre amar…

Apaixone-se por alguém que demostre sentimentos.. e não por alguém que guarda o que sente..

Apaixone-se por alguém que admira seus amigos.. e não por alguém que só critica seus amigos..

Apaixone-se por alguém que saiba o que quer da vida.. e não por alguém que quer tudo e não tem nada…

Apaixone-se por alguém que tenha orgulho em te dar as mãos.. e não por alguém que solta as suas mãos em publico..

Apaixone-se por alguém que insiste em ter você.. e não por alguém que desiste na primeira briga;

Apaixone-se por alguém que seja gentil com sua família.. e não por alguém que se enche de sua família

Apaixone-se por alguém que te ajuda com suas dividas.. e não por alguém que só reclama que você gasta

Apaixone-se por alguém que te ligue todos dias.. e não por alguém que some em alguns dias..

Apaixone-se por alguém que te escuta.. e não por alguém que finge que te ouviu…

Apaixone-se por alguém que estará junto com você em qualquer situação.. e não por alguém que só te quer nos momentos bons

Apaixone-se por alguém que lembre todos os dias que você é a pessoa mais importante da vida dele (a) ..

Nutrição e saúde: entrevista com a Dra. Gisela Savioli - Pe. Fábio de Melo


Tirando uma soneca com um guepardo fêmea


Fazendo amizade com guepardos


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

13 razões para ter um animal de estimação


1) A interação com bichos estimula os bebês: eles aprimoram a percepção dos cinco sentidos e a coordenação motora. Assim, podem se desenvolver mais rápido, aproveitando os estímulos para aprender a engatinhar e a caminhar, segundo os passos do animal.

2) O compromisso de levar o pet para passear inclui atividade física na sua rotina. Num estudo feito nos Estados Unidos, cães foram emprestados a sedentários durante 11 meses. No fim do período, as caminhadas resultaram numa perda média de 6 quilos por participante.

3) Segundo outro estudo estadunidense, ter nosso bichinho por perto em momentos de estresse pode evitar picos de pressão arterial. Além disso, a companhia dos animais de estimação está relacionada a níveis mais saudáveis de colesterol e triglicérides no sangue.

4) O convívio com animais de estimação na infância fortalece a imunidade. A conclusão é a de um estudo finlandês, que chancela a sabedoria popular: as crianças precisam ser moderadamente expostas a micro-organismos para amadurecer o sistema imunológico.

5) Para quem espirra só de ver um gato, pode parecer mentira, mas, segundo a Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, conviver com bichinhos durante a infância diminui em cerca de 33% o risco de desenvolver alergias.

6) Uma pesquisa feita nos Estados Unidos durante 20 anos concluiu que donos de gato correm 40% menos risco de sofrer ataque cardíaco. Outro estudo, do mesmo país, indica que qualquer espécie de animal de estimação ajuda a tornar nosso coração mais resistente.

7) Outra pesquisa estadunidense descobriu que acariciar um cachorro pode diminuir em até 28% a necessidade de analgésicos por pacientes internados após cirurgias nas articulações. Trata-se da Terapia Assistida por Animais, internacionalmente reconhecida.

8) Os bichos também contribuem para a nossa saúde psíquica. Pesquisas indicam que, na companhia de um animal, pacientes com transtornos mentais, como Alzheimer, realizam com maior facilidade atividades fundamentais, como se alimentar e conversar.

9) Um estudo da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, mostrou que os níveis dos hormônios do bem-estar, como a serotonina, aumentam quando estamos acompanhados de nossos animaizinhos, afastando distúrbios como a depressão.

10) Para os tímidos, os bichos são aliados na socialização. No caso do cachorro, o empurrãozinho é mais direto. Já que a interação é constante nos passeios. Mas qualquer espécie rende histórias que servem como pretexto para um começo de conversa.

11) Cuidar de animais de estimação é uma tarefa que ajuda as crianças a desenvolver o senso de responsabilidade. E não é só isso: o convívio com os pets estimula outras habilidades sociais fundamentais, como a empatia e a compreensão das diferenças.

12) Segundo um estudo da rede britânica Pets at Home, bichinhos, de fato, deixam as crianças mais felizes. E uma pesquisa publicada na revista estadunidense Psychology Today estende esse benefício: em qualquer idade, bichos trazem autoestima e felicidade.

13) Mesmo quando se vão, os bichinhos dão lições importantes às crianças. A dolorida experiência do luto ajuda a amadurecer, mostrando que algumas situações tristes são inevitáveis, fogem ao nosso controle, mas precisam ser superadas.



(texto publicado na revista Sorria para ser feliz nº 49 - mai/jun de 2016)

Felipe Simas na Dança dos Famosos


















Sair de baixo da mesa - Pe. Fábio de Melo


Sofrimento, desafio para gigantes - Pe. Fábio de Melo


Entrevista com o Pe. Fábio de Melo e o escritor Rodrigo Alvarez (Programa Encontro com Fátima Bernardes)


Como reconhecer pessoas cínicas e dissimuladas - Dr. Flávio Gikovate


Os 5 sinais da mentira - Dr. Sérgio Senna


terça-feira, 22 de novembro de 2016

A reciclagem na Suécia é tão revolucionária que eles estão ficando sem lixo (Hype Science)


A Suécia está na liderança na gestão de resíduos sólidos urbanos, e dá exemplo ao resto do mundo. O país nórdico recicla 1,5 bilhão de garrafas e latas anualmente, uma quantidade impressionante para uma população de 9,3 milhões de pessoas. Os suecos produzem apenas 461 kg de lixo por ano (a média europeia é de 525 kg), e menos de 1% dessa quantidade acaba em aterros sanitários.

Essa ênfase na sustentabilidade, porém, tem trazido um problema para a produção de eletricidade do país. O lixo queimado em 32 instalações de incineração de resíduos produz energia elétrica e aquece casas no país. Se as usinas têm menos combustível, o país tem menos energia.

Este programa se chama resíduo-para-energia, e funciona da seguinte forma: fornalhas são carregadas com lixo, que é queimado a temperaturas entre 850 a 1000 °C, produzindo vapor. Este gás é usado para mover turbinas geradoras de eletricidade, que é transferida para a rede de energia elétrica.

Com este método, o país consegue reduzir toxinas que em aterros sanitários contaminariam o solo. “Quando o lixo fica em aterros, ele produz gás metano e outros gases do efeito estufa, e isso obviamente não é bom para o meio ambiente”, explica a diretora de comunicação da Administração de Resíduos da Suécia, Anna-Carin Gripwell.

Participação da população

Antes de ser incinerado, o lixo é separado pelos donos das casas e dos estabelecimentos comerciais das cidades. Resíduos que podem ser reciclados são separados e levados pelos cidadãos aos centros de coleta, que não ficam a mais de 300m das residências. Tudo o que pode ser consertado ou reaproveitado é levado para centros de reciclagem nos bairros distantes do centro das cidades.

A coleta de lixo no país é uma das mais rigorosas do mundo. Se o lixo orgânico não estiver de acordo com as especificações fornecidas pelo governo, ele não é recolhido. O contribuinte paga taxa de recolhimento do lixo proporcional à quantidade gerada, por isso os cidadãos controlam sua própria geração de lixo.

Assim, a quantidade levada às usinas, cerca de 50% do lixo produzido pelos suecos, é insuficiente para o pleno funcionamento das instalações, obrigando o país a importar 700 mil toneladas de lixo de locais como Reino Unido, Noruega, Irlanda e até Itália para garantir que a energia elétrica continue sendo gerada.

Lixo vira energia e cinzas

As cinzas restantes da incineração têm apenas 15% do peso que tinham antes do lixo ser queimado. Até as cinzas são recicladas. Os metais são retirados e reciclados, e o restante, como porcelana e azulejo, que não queimam, é peneirado para ser utilizado na pavimentação de estradas. Apenas 1% das cinzas não tem destino útil e é descartada em depósitos de lixo.

A fumaça da incineração consiste de 99,9% de água e dióxido de carbono não-tóxico, que é filtrada com água e filtros secos. Os filtros secos são colocados em depósitos de lixo, e a água suja é usada para encher minas abandonadas.

Não jogue fora, conserte

O país incentiva que seus cidadãos tentem consertar objetos ao invés de substitui-los. “Os consumidores estão mostrando que querem fazer a diferença e o que estamos fazendo como governo é ajudá-los a agir, tornando mais fácil viver de forma sustentável”, diz Per Bolund, Ministro do Consumo e Finanças do país.

Objetos que normalmente acabariam no lixo, como roupas, sapatos e bicicletas, são consertados. Isso cria empregos nessas áreas. Há espaço no mercado de trabalho para pessoas que consertam coisas. Essas são atividades que podem ser intelectualmente estimulantes mas que não exigem um nível muito alto de educação, permitindo que as pessoas comecem a trabalhar em alguns meses ao invés de anos.

Eliseu Mari, o motoboy que salvou o gato da janela do prédio em Canoas-RS





O que nos faz felizes? - Pedro Calabrez


Humildade psicológica e pessoas negativas - Pedro Calabrez


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Aventura sem fronteiras - Fabricio Pellegrino


O casal Max Fercondini e Amanda Richter revela os bastidores do tour de 180 dias que fez por seis países da América do Sul a bordo de um motor-home

Jornalismo, reality e aventura. Eis a combinação do América do Sul Sobre Rodas, quadro que tem no comando Max Fercondini, 30 anos, e Amanda Richter, 26, dentro do programa Como Será?, apresentado por Sandra Annenberg, 48, aos sábados, a partir das 7h, na Globo.  Para as gravações, realizadas durante 180 dias entre janeiro e junho deste ano, o casal de atores percorreu sozinho, a bordo de um motor-home, 21 mil quilômetros distribuídos por seis países: Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai. O resultado da expedição, que inclui passagens por geleiras, vulcões, desertos, lagos e ilhas, foi compilado em dez episódios, que começaram a ser exibidos há uma semana. "Assim como o Nas Asas do Brasil (quadro exibido no mesmo programa, em 2015, em que Max e Amanda, em um monomotor pilotado por ele, voaram pelos quatro extremos do Brasil), apresentamos a ideia à Globo, pois tínhamos vontade de seguir com esse tipo de atração", revela o ator. A dupla, dona da Amax Filmes, que produziu o quadro, acumulou funções. Mas foi responsável pela edição e roteiro final. Já Amanda, formada em Cinema, assumiu as pesquisas e as pautas.

Descobertas e surpresas

"A gente viveu seis anos em seis meses. Todos os dias estávamos em lugares novos e com pessoas diferentes", conta a atriz. Entre os momentos marcantes está a escalada de um dos vulcões mais ativos da América do Sul, o Vilarrica (Chile). "A subida foi muito difícil, pois carregávamos equipamentos e drones para filmar tudo. No fim do dia estávamos acabados", entrega Max. Na Patagônia (Argentina), eles escavaram um dinossauro, em Machu Pichu (Peru) foram a Andanes Orientales, um ponto turístico ainda fechado ao público em que era possível visitar fontes naturais de água, e em Medelin (Colômbia) se hospedaram no topo de uma montanha. Algum perrengue? "Sentimos um pouco de medo quando, depois de dirigir por horas, estacionávamos em postos de gasolina para dormir. Alguns deles eram macabros, sem iluminação... Nesses dias, não conseguia dormir direito nem relaxar", conta Amanda.

Amor fortalecido

A convivência tão próxima durante a viagem consolidou os laços do casal, junto há oito anos. "Tínhamos um objetivo comum muito forte: realizar essa viagem. Se nosso relacionamento não fosse bom, não conseguiríamos fazer o trabalho", confessa a atriz. "Eu e a Amanda fortalecemos ainda mais a nossa relação. Ela é superparceira e uma pessoa superpositiva", reafirma o galã.

Próxima "viagem"

No momento, Max, longe das novelas desde a global Flor do Caribe (2013), e Amanda, sem atuar desde a série Meu Amigo Encosto (2014), do canal Viva, estão focados na produção do livro que contará os detalhes do tour pela América do Sul. "A obra terá detalhes que ficaram fora da edição para a TV, além de fotos inéditas, histórias de bastidores e dicas de viagens", explica o ator. Para tanto, iniciaram uma campanha de financiamento coletivo, antecipando a venda da obra pela internet (www.americadosulsobrerodas.com.br).




(texto publicado na revista Contigo edição 2137 - 5 de setembro de 2016)

Tiramisù goloso - Iginio Massari (Giallozafferano)


Seduzione, amore, sessualità e dintorni - Daniele Penna


Como desenvolver o amor próprio? - Monja Coen


Qual o sentido do casamento nos dias de hoje? - Monja Coen


Mudança interna e a nova geração - Monja Coen


Amai os vossos inimigos - Pe. Fábio de Melo


Coração inflamado - Pe. Fábio de Melo


domingo, 20 de novembro de 2016

Como conciliar ambições profissionais e desapego material? - Monja Coen


Pessoas não são brinquedos! - Pe. Fábio de Melo


Idiota à brasileira - Adriano Silva


Ele fura fila. Ele estaciona atravessado. Acha que pertence a uma casta privilegiada. Anda de metrô - mas só no exterior. Conheça o PIB (Perfeito Idiota Brasileiro). E entenda como ele mantém puxado o freio de mão do nosso país

Ele não faz trabalhos domésticos. Não tem gosto nem respeito por trabalhos manuais. Se puder, atrapalha quem pega no pesado. Trata-se de uma tradição lusitana, ibérica, reproduzida aqui na colônia desde os tempos em que os negros carregavam em barris, nos ombros, a toilete dos seus proprietários, e eram chamados de “tigres” – porque os excrementos lhes caíam sobre as costas, formando listras. O Perfeito Idiota Brasileiro, ou PIB, também não ajuda em casa. Influência da mamãe, que nunca deixou que ele participasse das tarefas – nem mesmo pôr ou tirar uma mesa, nem mesmo arrumar a própria cama. Ele atira suas coisas pela casa, no chão, em qualquer lugar, e as deixa lá, pelo caminho. Não é com ele. Ele foi criado irresponsável e inconsequente. É o tipo de cara que pede um copo d’água deitado no sofá. E não faz nenhuma questão de mudar. O PIB é especialista em não fazer, em fazer de conta, em empurrar com a barriga, em se fazer de morto. Ele sabe que alguém fará por ele. Então ele se desenvolveu um sujeito preguiçoso. Folgado. Que se escora nos outros, não reconhece obrigações e adora levar vantagem. Esse é o seu esporte predileto – transformar quem o cerca em seus otários particulares.

O tempo do Perfeito Idiota Brasileiro vale mais que o das demais pessoas. É a mãe que fura a fila de carros no colégio dos filhos. É a moça que estaciona em vaga para deficientes no shopping. É o casal que atrasa uma hora para um jantar com amigos. As regras só valem para os outros. O PIB não aceita restrições. Para ele, só privilégios e prerrogativas. Um direito divino – porque ele é melhor que os outros. É um adepto do vale-tudo social, do cada um por si e do seja o que Deus quiser. Só tem olhos para o próprio umbigo e os únicos interesses válidos são os seus.

O PIB é o parâmetro de tudo. Quanto mais alguém for diferente dele, mais errado esse alguém estará. Ele tem preconceito contra pretos, pardos, pobres, nordestinos, baixos, gordos, gente do interior, gente que mora longe. E ele é sexista para caramba. Mesma lógica: quem não é da sua tribo, do seu quintal, é torto. E às vezes até quem é da tribo entra na moenda dos seus pré-julgamentos e da sua maledicência. A discriminação também é um jeito de você se tornar externo, e oposto, a um padrão que reconhece em si, mas de que não gosta. É quando o narigudo se insurge contra narizes grandes. O PIB adora isso.

O PIB anda de metrô. Em Paris. Ou em Manhattan. Até em Buenos Aires ele encara. Aqui, nem a pau. Melhor uma hora de trânsito e R$ 25 de estacionamento do que 15 minutos com a galera do vagão. É que o Perfeito Idiota tem um medo bizarro de parecer pobre. E o modo mais direto de não parecer pobre é evitar ambientes em que ele possa ser confundido com um despossuído qualquer. Daí a fobia do PIB por qualquer forma de transporte coletivo.

Outro modo de nunca parecer pobre é pagar caro. O PIB adora pagar caro. Faz questão. Não apenas porque, para ele, caro é sinônimo de bom. Mas, principalmente, porque caro é sinônimo de “cheguei lá” e “eu posso”. O sujeito acha que reclamar dos preços, ou discuti-los, ou pechinchar, ou buscar ofertas, é coisa de pobre. E exibe marcas como penduricalhos numa árvore de natal. É assim que se mostra para os outros. Se pudesse, deixaria as etiquetas presas ao que veste e carrega. O PIB compra para se afirmar. Essa é a sua religião. E ele não se importa em ficar no vermelho – preocupação com ter as contas em dia, afinal, é coisa de pobre.

O PIB também é cleptomaníaco. Sua obsessão por ter, e sua mania de locupletação material, lhe fazem roubar roupão de hotel e garrafinha de bebida do avião e amostra grátis de perfume em loja de departamento. Ele pega qualquer produto que esteja sendo ofertado numa degustação no supermercado. Mesmo que não goste daquilo. O PIB gosta de pagar caro, mas ama uma boca-livre.

E o PIB detesta ler. Então este texto é inútil, já que dificilmente chegará às mãos de um Perfeito Idiota Brasileiro legítimo, certo? Errado. Qualquer um de nós corre o risco de se comportar assim. O Perfeito Idiota é muito mais um software do que um hardware, muito mais um sistema ético do que um determinado grupo de pessoas.

Um sistema ético que, infelizmente, virou a cara do Brasil. Ele está na atitude da magistrada que bloqueou, no bairro do Humaitá, no Rio, um trecho de calçada em frente à sua casa, para poder manobrar o carro. Ele está no uso descarado dos acostamentos nas estradas. E está, principalmente, na luz amarela do semáforo. No Brasil, ela é um sinal para avançar, que ainda dá tempo – enquanto no Japão, por exemplo, é um sinal para parar, que não dá mais tempo. Nada traduz melhor nossa sanha por avançar sobre o outro, sobre o espaço do outro, sobre o tempo do outro. Parar no amarelo significaria oferecer a sua contribuição individual em nome da coletividade. E isso o PIB prefere morrer antes de fazer.

Na verdade, basta um teste simples para identificar outras atitudes que definem o PIB: liste as coisas que você teria que fazer se saísse do Brasil hoje para morar em Berlim ou em Toronto ou em Sidney. Lavar a própria roupa, arrumar a própria casa. Usar o transporte público. Respeitar a faixa de pedestres, tanto a pé quanto atrás de um volante. Esperar a sua vez. Compreender que as leis são feitas para todos, inclusive para você. Aceitar que todos os cidadãos têm os mesmos direitos e os mesmo deveres – não há cidadãos de primeira classe e excluídos. Não oferecer mimos que possam ser confundidos com propina. Não manter um caixa dois que lhe permita burlar o fisco. Entender que a coisa pública é de todos – e não uma terra de ninguém à sua disposição para fincar o garfo. Ser honesto, ser justo, não atrasar mais do que gostaria que atrasassem com você. Se algum desses códigos sociais lhe parecer alienígena em algum momento, cuidado: você pode estar contaminado pelo vírus do PIB. Reaja, porque enquanto não erradicarmos esse mal nunca vamos ser uma sociedade para valer.


(texto publicado na revista Super Interessante - novembro de 2014)

Fique sabendo: Cinco regras para evitar a demissão - Eduardo Shinyashiki


Em momentos de crise econômica, muitas pessoas se sentem ameaçadas no trabalho, com medo de possíveis demissões. Essa não é uma preocupação infundada, já que o índice de desemprego não para de crescer. No trimestre encerrado em agosto, o número de desempregados no Brasil chegou a 12 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Normalmente, os profissionais mais comprometidos, com maior desempenho e vontade de crescer não são cogitados quando surge a necessidade de fazer cortes. No entanto, algumas atitudes e comportamentos que às vezes são realizados inconscientemente podem colocar o emprego em risco.

Para não cair nessa armadilha, separei cinco atitudes simples que podem evitar uma demissão e melhorar a sua avaliação profissional. São elas:

1 - Organização:

O mundo dos negócios é feito de prazos e, por isso, não ter um bom planejamento irá contribuir de forma negativa para a formação da sua imagem. Procure um método que combine com o seu estilo de ser, como agendas e smartphones, e crie uma rotina de atualização dos status de seus compromissos. Cumprir a palavra quando se fala em datas importantes é um ótimo atributo para a sua carreira.

2 - Evite reclamar o tempo todo:

Cuidado para não se transformar em uma pessoa amarga e que reclama o tempo todo. Geralmente, os colegas de trabalho estão abertos para nossos problemas quando eles aparecem esporadicamente. Quem sempre está com um humor ruim acaba criando um sentimento natural de afastamento. Lembre-se que problemas são, na verdade, oportunidades de superação e destaque se, ao invés de nos lamentarmos, irmos atrás das soluções. Isso, além de deixar a pessoa com o sentimento de autoconfiança afiado, chama a atenção dos supervisores, ganhando destaque em sua atuação profissional.

3 - Responder e-mails:

Por mais desnecessário que pareça, sempre responda às mensagens enviadas ao seu e-mail profissional. Não se manifestar irá fazer com que as pessoas o vejam como alguém sem comprometimento ou até irresponsável. Essa recomendação é válida especialmente para os e-mails de seus superiores e clientes.

4 - Parar de pedir desculpas por tudo:

Muitas vezes, pedir desculpas é visto como um argumento para justificar algo que não deu certo. Ao invés disso, tenha uma atitude proativa e, ao apresentar um resultado negativo, já demonstre também a solução para reverter o cenário. Dessa forma, as pessoas vão entender que você está comprometido com o sucesso das suas atividades, mesmo que, às vezes, as coisas saiam do programado.

5 - Evitar sair da sala toda hora para usar celular:

A não ser por conta de ocasiões especiais, como um problema familiar que deve ser resolvido naquele dia, deixar sua sala várias vezes para falar ao telefone celular irá gerar uma impressão negativa. Geralmente, as pessoas relacionam essa atitude ao fato de se estar procurando uma nova oportunidade de emprego, por exemplo. A mesma dica vale para quem gosta de trocar mensagens pelo celular. Evite os excessos.

Com essas ações, a sua vida profissional estará preparada para desfrutar do crescimento que você merece e deseja.



(texto publicado no Jornal Jaguaré nº 211 - ano 18 - novembro de 2016)