O pesquisador Vilayanur Ramachandran Subramanian, neurocientista indiano, diretor do Centro do Cérebro e da Cognição da Universidade da Califórnia, em San Diego, descobriu uma espécie de gatilho cerebral capaz de disparar o sentimento de religiosidade. Testes feitos inicialmente em pacientes epiléticos mostraram que certas palavras relacionadas à religião, como Deus, fé ou Jesus, induziam um frenesi de atividades eletromagnéticas na parte direita do lobo temporal. É a mesma região ativada na experiência com os médiuns. Curiosamente, não houve respostas na mesma área quando foram mencionadas palavras que conduzem a outros estímulos, como sexo e violência.
Sob esse prisma, enfocaremos a glândula pineal, que está localizada no meio do cérebro, na altura dos olhos. A sua estrutura e funções passaram a ser estudadas com maior ênfase após a descoberta da melatonina, por Lerner, em 1958; a pineal regula o ritmo da produção hormonal no cérebro e funciona como um relógio para o desenvolvimento do corpo.
Ficou demonstrado, experimentalmente, que a luz interfere na função da pineal através da retina, atingindo o quiasma óptico, o hipotálamo, o tronco cerebral, a medula espinhal, o gânglio cervical superior, chegando, finalmente, ao nervo coronário, na tenda do cerebelo.
Entre a pineal e o restante do cérebro não há uma via nervosa direta. A ação da pineal no cérebro se faz pelas repercussões químicas das substâncias que produz.
A glândula pineal, ou epífise, é tida como a sede da alma. Para os praticantes de yoga, a pineal está "conectada" ao chacra coronário, chamado de Sahashara em sânscrito.
René Descartes, em Carta a Mersenne (1640), afirma que "existiria no cérebro uma glândula que seria o local onde a alma se fixaria mais intensamente".
Hoje já se identificou um efeito dramático da pineal (por ação da melatonina) na reprodução dos mamíferos, na caracterização dos órgãos sexuais externos e na pigmentação da pele. Investigações recentes demonstram uma relação direta da melatonina com uma série de doenças neurológicas que provocam epilepsia, insônia, depressão e distúrbios de movimento.
A INFLUÊNCIA DOS ZEITBERGERS
De acordo com as explicações do Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, "A pineal obedece aos chamados Zeitbergers, os elementos externos que regem as noções do tempo. Por exemplo, o Sol é um Zeitberger que influencia a pineal, regendo o ciclo de sono e de vigília, quando esta glândula secreta o hormônio melatonina. Isso dá ao organismo a referência de horário. Existe também o Zeitberger interno, que são os genes, trazendo o perfil de ritmo regular de cada pessoa."
No livro Missionários da Luz (1940), no capítulo II, André Luiz chamava atenção dos leitores que, além daquilo que a ciência divulgava sobre a glândula pineal, ou seja, o exclusivo papel de controle sexual no período infantil, com respectivo apagamento pela explosão hormonal na adolescência, esta glândula era a controladora emocional, em difusão pela zona nervosa, influenciando a cadeia glandular endócrina. Ainda mais: esta influência atingiria até os cromossomos das células sexuais no seu jogo fisiológico da concepção. Podemos ler no livro, em relação à pineal: "Ela acorda, no organismo do homem na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. A pineal preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no perispírito."
André Luiz afirma que a glândula pineal é a glândula da vida mental, pela sua íntima correlação com o perispírito, o que propiciaria reflexos nos mecanismos da reencarnação; segundo ele a glândula pineal deve ser o melhor laboratório de estudos da física da relação espírito-matéria, e suas propriedades de captação de ondas do espectro eletromagnético devem estar implicadas nas funções de senso percepção mediúnica e telepática.
Recentemente, ao verificar imagens de cérebros de médiuns em transe, por meio de um tipo específico de tomografia, o pesquisador americano Stephen Kosslyn detectou uma atividade eletromagnética mais intensa exatamente na glândula pineal.
Para encerrar este pequeno artigo, reproduzimos, de Carlos Pastorino, do livro Técnicas da Mediunidade: "Temos, pois, no corpo pineal, não propriamente, como interpretou Descartes, o local em que o espírito se liga à matéria, mas a válvula transmissora-receptora de vibrações do corpo astral, regulando todo o fluxo de emissões do espírito para o corpo físico e vice-versa. Daí sua grande importância, também, para a mediunidade."
(texto publicado na revista Caminho Espiritual nº 27)
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