A busca de uma convenção para medir riquezas e trocar mercadorias é quase tão antiga quanto a vida em sociedade. Ao longo da história, os mais diversos artigos form usados com essa finalidade, como o chocolate entre os astecas, o bacalhau seco entre os noruegueses da Idade Média e mulheres escravizadas entre os antigos irlandeses. Já a criação de uma moeda metálica com um valor padronizado pelo Estado coube aos gregos do século VII a. C.
"Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo de dinheiro e a coleta de impostos - coisas muito difíceis de fazer quando os valores eram contados em bois ou imóveis", afirma a arqueóloga Maria Beatriz Fiorenzano, da Universidade de São Paulo (USP). A segunda grande revolução na história do dinheiro, o papel-moeda, teve uma origem mais confusa. Já existiam cédulas na China do ano 960, mas não se espalharam para outros lugares e caíram em desuso no fim do século XIV. As notas só apareceram na Europa - e daí para o mundo - em 1661, na Suécia.
Há quem acredite que cartões de crédito e caixas eletrônicos em rede já representam uma terceira revolução monetária. "Com a informática, o dinheiro se transformou em impulsos eletrônicos invisíveis, livres do espaço, do tempo e do controle de governos e corporações", afirma o antropólogo Jack Weatherford, da Faculdade Macalester, Estados Unidos, autor do livro A História do Dinheiro.
(texto publicado na revista Super Interessante nº 174 - março 2002)
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