Entenda melhor a esclerose múltipla, doença que atinge 35 mil brasileiros
Pernas formigando, braços dormentes, fraqueza... Esses sinais muitas vezes passam despercebidos, mas podem estar por trás da esclerose múltipla. Ao contrário do que muitos possam imaginar, esse mal é bem diferente da ELA, a esclerose lateral amiotrófica, que tomou conta do noticiário nas últimas semanas por causa do desafio do balde de gelo. "A esclerose múltipla é inicialmente uma doença inflamatória e pode seguir assim por toda vida: inflama, produz sintomas e melhora. Após alguns anos, ela pode se tornar degenerativa em uma parte dos pacientes. Já a ELA é degenerativa desde o início e piora sempre", diz Elizabeth Comini, neurologista da Academia Brasileira de Neurologia. Saiba mais sobre a esclerose múltipla, que atinge 35 mil brasileiros. Quanto antes for descoberta, melhor!
Na luta
Claudia Rodrigues recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla em 2000. O primeiro sintoma foi a mão dormente. Graças ao tratamento com remédios, fonoaudiologia e fisioterapia, a doença está sob controle. A atriz se recupera de uma fratura no pé e deve voltar ao batente no começo de 2015.
Fique atenta aos sinais
O mal costuma se manifestar entre os 20 e os 50 anos de idade:
Transtornos visuais
Visão embaçada ou dupla.
Alterações fonoaudiológicas
Ligadas à fala e à deglutição, como voz trêmula, palavras arrastadas e dificuldade para engolir sólidos, pastosos e até líquidos.
Fadiga
Cansaço intenso e momentaneamente incapacitante, comum quando o paciente se expõe ao calor ou faz esforço físico.
Problemas de bexiga e intestinais
Necessidade de urinar ou evacuar com frequência, por causa da dificuldade de segurar, ou constipação intestinal (intestino preso).
Rigidez de membros
Endurecimento ao se movimentar, principalmente nos membros inferiores.
Transtornos cognitivos
Demora para memorizar as tarefas do dia a dia e dificuldade para executá-las.
Transtornos emocionais
Caracterizados por depressão, ansiedade, mudanças de humor ou irritabilidade.
Sensação tátil anormal
Queimação ou formigamento na pele.
Dores
Em várias partes do corpo.
Problemas de equilíbrio e coordenação
Tremores, instabilidade ao caminhar, vertigens e náuseas, falta de coordenação, fraqueza geral.
Interferência no desempenho sexual
Disfunção erétil nos homens e diminuição da lubrificação vaginal nas mulheres, com comprometimento da sensibilidade do períneo.
Entenda melhor
Maria Cristina Giacomo, médica da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, esclarece as principais dúvidas sobre a doença:
1) O que é esclerose múltipla?
Uma doença inflamatória que atinge o sistema nervoso central, composto pelo cérebro, pelo cerebelo e pela medula espinhal. Os sintomas surgem quando a membrana que envolve os neurônios inflama.
2) Quais são esses sintomas?
Depende da área afetada. Como a doença muitas vezes começa de forma suave, os pacientes demoram para procurar um especialista. O ideal é ir ao neurologista assim que qualquer dos sinais surjam, mesmo que sejam bem leves.
3) E as causas?
Não existe uma causa definida. O que se sabe é que a predisposição genética e o ambiente podem influenciar. A doença faz mais vítimas, por exemplo, em países de clima temperado, com menos sol. Não se trata de um problema hereditário, ou seja, o gene não passa de pai para filho. Os cientistas também já concluíram que a doença atinge mais mulheres e pessoas de pele branca.
4) Como se diagnostica?
Por meio de exames físicos e neurológicos. Às vezes, são necessários exames complementares, como o de sangue e a ressonância de crânio.
5) Existe tratamento?
A esclerose múltipla não tem cura, mas, quanto mais cedo ela for descoberta e a inflamação interrompida, menor será o comprometimento das funções do paciente. O tratamento, portanto, foca na diminuição da inflamação e na melhora dos sintomas. O medicamento pode ser oral ou injetável. Existe, ainda, a preocupação com a reabilitação, por meio de suporte psicológico e sessões de fisioterapia. A rede pública oferece tudo isso gratuitamente. A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla tem um site com informações valiosas (www.abem.org.br). Vale a consulta.
6) Dá para prevenir?
Não. Mas o diagnóstico precoce é um fator que faz diferença na qualidade de vida do paciente.
Boa notícia!
A partir de janeiro de 2015, o governo vai distribuir de graça o fingolimode, remédio oral para tratamento da esclerose múltipla que pode substituir as injeções, também disponíveis no SUS.
Entenda melhor
Maria Cristina Giacomo, médica da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, esclarece as principais dúvidas sobre a doença:
1) O que é esclerose múltipla?
Uma doença inflamatória que atinge o sistema nervoso central, composto pelo cérebro, pelo cerebelo e pela medula espinhal. Os sintomas surgem quando a membrana que envolve os neurônios inflama.
2) Quais são esses sintomas?
Depende da área afetada. Como a doença muitas vezes começa de forma suave, os pacientes demoram para procurar um especialista. O ideal é ir ao neurologista assim que qualquer dos sinais surjam, mesmo que sejam bem leves.
3) E as causas?
Não existe uma causa definida. O que se sabe é que a predisposição genética e o ambiente podem influenciar. A doença faz mais vítimas, por exemplo, em países de clima temperado, com menos sol. Não se trata de um problema hereditário, ou seja, o gene não passa de pai para filho. Os cientistas também já concluíram que a doença atinge mais mulheres e pessoas de pele branca.
4) Como se diagnostica?
Por meio de exames físicos e neurológicos. Às vezes, são necessários exames complementares, como o de sangue e a ressonância de crânio.
5) Existe tratamento?
A esclerose múltipla não tem cura, mas, quanto mais cedo ela for descoberta e a inflamação interrompida, menor será o comprometimento das funções do paciente. O tratamento, portanto, foca na diminuição da inflamação e na melhora dos sintomas. O medicamento pode ser oral ou injetável. Existe, ainda, a preocupação com a reabilitação, por meio de suporte psicológico e sessões de fisioterapia. A rede pública oferece tudo isso gratuitamente. A Associação Brasileira de Esclerose Múltipla tem um site com informações valiosas (www.abem.org.br). Vale a consulta.
6) Dá para prevenir?
Não. Mas o diagnóstico precoce é um fator que faz diferença na qualidade de vida do paciente.
Boa notícia!
A partir de janeiro de 2015, o governo vai distribuir de graça o fingolimode, remédio oral para tratamento da esclerose múltipla que pode substituir as injeções, também disponíveis no SUS.
(texto publicado na revista AnaMaria nº 935 - 12 de setembro de 2014)
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