quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Tratamentos simples acabam com vasinhos - Dr. Kasuo Miyake


A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (Sbacv) estima que uma em cada duas mulheres tenha varizes e praticamente todas as maiores de 60 anos apresentem vasinhos, por exemplo, a técnica mais moderna atende pelo menos de clacs, uma abreviação de criolaser e crioescleroterapia. O primeiro é um laser transdérmico de alta seletividade para veias de até 2 milímetros de diâmetro que funciona muito bem no rosto, onde essas veinhas interferem na beleza. Porém, como nas pernas a pressão sanguínea é maior, melhor resultado se tem com a crioescleroterapia, que combina laser e injeção de glicose superconcentrada a 75% para queimar o interior do vaso e destruí-lo. Para otimizar o efeito, essa técnica é realizada com o auxílio do equipamento Realidade Aumentada, outra novidade comercializada no Brasil desde o ano passado. O aparelho filma a pele em infravermelho e projeta sobre ela as veias, dando a sensação de visão de Super-Homem, orientando, assim, a ação do especialista. Ambas as técnicas podem ser usadas para fins estéticos e de saúde.

Outra boa notícia é que as safenas doentes nem sempre precisam ser retiradas com cirurgia, a não ser em alguns casos em que essas veias estão acumulando sangue e quando há sintomas como dor e inchaço, ou quando há um grande número de vasinhos sobre elas - sinais de uma possível trombose, que na sua forma mais grave pode até levar à morte. Nos outros casos, seja para fins de prevenção e/ou apenas para manter a boa aparência da pele, elas podem ser tratadas com um laser de fibra ótica, que dispara a energia para os lados, a 360 graus, atacando as paredes internas das veias; ou com radiofrequência, que usa um cateter elétrico para queimar as varizes. Se antigamente para fazer esses procedimentos eram necessárias internação e um mês em repouso, hoje a alta e dada no mesmo dia. No seguinte, a pessoa já está liberada para retomar as atividades de forma leve, o que inclui dirigir e até ir para a academia.

Evite as varizes

Quem tem histórico de varizes na família apresenta maior chance de nascer com as paredes das veias fracas, o que aumenta a probabilidade de ter o problema, especialmente depois dos 40 anos. Entre os fatores que aceleram o aparecimento das varizes estão a gravidez, o uso de anticoncepcional, a obesidade e o fato de ficar muito tempo sentada ou em pé. Mas isso não significa que a mulher não pode engravidar, basta controlar o peso durante os nove meses. Quanto ao anticoncepcional, só vale continuar tomando se houver outra indicação associada, como cólica, ovário policístico ou alterações na pele. Caso contrário, verifique com seu ginecologista a possibilidade de adotar outro método contraceptivo. Para quem passa muito tempo na mesma posição, o conselho é movimentar os pés de hora em hora e apoiar o peso do corpo nos dedos e nos calcanhares de maneira alternada, por pelo menos um minuto.

Mitos e verdades

Há inúmeros boatos sobre varizes, como o de que elas são provocadas pelo salto alto. Mentira! Quem gosta desse tipo de sapato pode usá-lo todos os dias, basta não esquecer de alongar as panturrilhas depois. Outro mito é o de subir escadas. Na verdade, isso é desculpa de quem prefere o elevador, pois é sabido que o exercício ajuda no bombeamento do sangue e melhora a força da panturrilha, que é o coração das pernas. Os mesmos benefícios são observados na corrida. Aqui, o único cuidado é de usar meias de compressão específicas para a prática esportiva. Por fim, há quem associe o cigarro com o aparecimento das varizes. Ainda não há estudos que comprovem qualquer relação, mas pelo mal que a nicotina faz para a saúde de forma geral é melhor parar de fumar.

Quando usar meias compressivas

Ainda não há dados científicos que comprovem que ela consiga prevenir varizes, porém, com as experiências em consultório e os aparelhos que medem a pressão que as meias elásticas exercem na perna de cada paciente, nota-se que quando o modelo está com o ajuste perfeito, pode, sim, retardar o aparecimento das varizes e diminuir a inflamação de uma veia. Hoje já existem meias compressivas sob medida. Se a meia estiver bem adaptada, ela pode, inclusive, ser usada a qualquer hora do dia, mesmo quando as pernas e os tornozelos estão inchados. E isso vale para quem tem tendência e também para quem não tem o problema mas fica com as pernas cansadas no fim do dia. Outra vantagem das meias modernas é que elas são confortáveis, feitas de tecidos que "respiram", como os das roupas de corrida, e favorecem o retorno do sangue e da linfa. Para isso, é interessante pedir orientação a seu médico antes de realizar a compra, já que a maioria das lojas não tem vendedores preparados para verificar a adaptação das meias e, muitas vezes, a embalagem indica que a pressão é de 20-30 milímetros de mercúrio, mas dependendo do formato da perna da pessoa ela pode pressionar o equivalente a 10 no tornozelo e 20 na panturrilha. Nessas condições, a pressão está invertida e a meia causa prejuízo em vez de ajudar.



(texto publicado na revista Contigo nº 2017 - 15 de maio de 2014)








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