Os animais envelhecem e isso é fato, mas será que apresentam as mesmas doenças comuns em humanos idosos? - Muitos proprietários ficam cheios de dúvidas com relação ao envelhecimento dos animais e não é nada raro questionarem aos médicos veterinários sobre a existência de algumas doenças, como por exemplo, o Alzheimer.
O Alzheimer é uma doença degenerativa das funções cerebrais, acarretando em perda progressiva das capacidades intelectuais, como por exemplo, perda da memória e alterações comportamentais. Nos animais, essa alteração recebe o nome de Disfunção Cognitiva Canina (DCC).
Da mesma forma que o Alzheimer, a DCC também é uma doença neurodegenerativa progressiva que acomete cães em idade senil, ou seja, idosos. Alguns estudos apontam que a idade com maior probabilidade de aparecimento da DCC é em torno de 9 a 11 anos; outros apontam idade entre 12 e 17 anos.
De acordo com diversos estudos, animais com DCC apresentam vários sinais clínicos, como alterações nas percepções, na memória, perda gradual das funções cognitivas, ou seja, animais com essa doença podem, progressivamente, sofrer desorientação passando a não reconhecer mais os ambientes ou seus donos, podendo muitas vezes se perder na própria casa. Sofrem alterações no padrão habitual de sono, dormem mais tempo durante o dia e pouco durante a noite levando-os, muitas vezes, a chorar, ladrar, uivar durante a noite. Além disso, podem manifestar desinteresse nas interações sociais, optando por passar menos tempo em companhia da família; escolhem locais mais tranquilos para passar a maior parte do tempo, diminuindo seu interesse afetivo e/ou lúdico. Outro sinal é a perda gradual das habilidades de treinamento, como esquecimento do local adequado para suas necessidades, passando a urinar ou defecar em locais não usuais.
Podem existir outros sinais como, aumento da ansiedade, alterações no apetite, intolerância ao exercício, surgimento de fobias (medos).
Alguns proprietários confundem essas alterações características da DCC com teimosia ou preguiça e acabam por vezes brigando ou punindo os animais, enquanto que o que eles precisam é de mais atenção, paciência e carinho. O diagnóstico da DCC se dá baseado no histórico do animal e exclusão de outras patologias que possam causar alterações semelhantes às citadas anteriormente. Embora a doença não tenha cura, é possível controlar sua progressão, melhorando a qualidade de vida e longevidade do animal.
É muito importante observar seu animalzinho diariamente, assim ficará mais fácil notar precocemente o aparecimento de alterações compatíveis com a Disfunção Cognitiva Canina. Leve seu amigo regularmente ao médico veterinário, afinal, zelar pela saúde e bem estar do seu animal é uma prova de amor.
(texto publicado no Leve & Leia nº 103 - ano 6 - julho de 2013)
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