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domingo, 26 de outubro de 2014

Encontre na meditação a sua paz interior - Denise Dourado


A rotina estressante, as horas perdidas em congestionamentos nas grandes metrópoles e o acúmulo de tarefas são os grandes vilões da vida moderna. São eles, em grande maioria, os responsáveis por fazer com que as pessoas vivam estressadas. E as consequências dessa agitação já são conhecidas por muitos. Entre elas estão a falta de energia para realizar atividades que proporcionam o bem-estar, problemas de saúde e até mesmo dificuldade para se relacionar de forma afetiva com as pessoas.

Os sintomas do estresse estão cada vez mais presentes na vida das pessoas e, diante disso, é importante buscar ações que auxiliem a lidar com o problema. Nesse sentido, uma das técnicas muito recomendadas é a prática da meditação. O exercício é capaz de libertar as pessoas das tensões diárias, pois ajuda a compreender quem somos, quem não somos e perceber claramente as nossas limitações. Com isso conseguimos ser mais atenciosos e cuidadosos com os demais seres vivos.

A partir do momento que nos tornamos praticantes da meditação, aprendemos a silenciar as vozes internas que nos perturbam. Geralmente, esses barulhos são consequências de conflitos e medos que enfrentamos diariamente. Isso resulta no aumento do autoconhecimento: a mente se  torna mais lúcida e clara, nos libertamos da negatividade, a autoconfiança e autoestima se tornam sólidas, aprendemos a ter compaixão e empatia pelos outros e o nosso humor melhora, o que nos torna mais otimistas.

Existem diferentes métodos de meditação e do desenvolvimento da faculdade de concentração, mas o método mais simples e mais difundido é o da atenção na respiração, conhecido por Meditação da Respiração. Embora seja apenas uma etapa preliminar do exercício, ela pode ser muito poderosa. Inclusive, esse método foi usado do começo ao fim por monges do Zen-Budismo. Eles o chamam de Zazen, que é também o mais difundido por Buda. A maior parte dos budistas concorda que Buda atingiu o Nirvana, considerado o momento em que chegamos ao ponto mais alto do estado de libertação, com a Meditação da Respiração.

O método é simples e qualquer pessoa consegue fazer. Para isso, com a coluna ereta, sente-se em uma almofada ou cadeira, feche os olhos, inspire e expire e sinta o ar entrando e saindo. Observe o momento do abdômen subindo quando o ar entra e descendo quando o ar sai. Escolha um ponto a ser desenvolvido (liberdade, paz, interior, sabedoria, compaixão, claridade sobre a natureza do ser, amor ou concentração) e foque só nele - mentalize e observe sem interferir. Se você perder a concentração e se apegar a um pensamento, volte ao seu foco novamente.

Quando nos aperfeiçoamos nessa experiência, notamos que, com o simples controle mental, podemos sentir paz interior e satisfação, independentemente das condições exteriores.

No entanto, é muito importante lembrar que sem a sabedoria, a meditação perde totalmente o seu sentido. Como Buda disse em um de seus discursos: "não existe concentração sem sabedoria, não existe sabedoria sem concentração. Aquele que tem ambos, concentração e sabedoria, está mais próximo de Nibbana". Isso nos ensina que ao meditar devemos desenvolver a concentração e o contentamento, que estimularão a sabedoria e, consequentemente, melhorará a concentração. Somente dessa forma poderemos dizer que a prática foi realizada por completo.



(texto publicado na revista Leve & Leia nº 119 - ano 8 - outubro de 2014)








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