sábado, 25 de outubro de 2014

Necessários ou não? - Marcelo Ricciardi


Suplementos vitamínicos não superam uma boa alimentação

Quem vai a uma farmácia não precisa procurar muito

Suplementos em forma de comprimidos, cujas embalagens destacam algum nutriente em especial (ou uma avalanche deles), ocupam posição de destaque nas prateleiras. Geralmente, prometem mais energia e disposição para enfrentar o cansaço crônico, um problema que atinge muita gente. Mas será que esses produtos realmente são necessários ou é pura propaganda? Outro ponto importante: existe algum tipo de contraindicação?

Dose concentrada

Comprimidos que oferecem vitaminas do complexo B ou os minerais ferro e zinco são os mais comuns. Há também os polivitamínicos, em que vários nutrientes são anunciados, cada um em proporções menores. São vendidos sem receita médica porque as substâncias em questão estão presentes dentro de uma margem de segurança a ser consumida por dia - pelo menos, é o que acontece no caso das marcas confiáveis.

O uso além da conta pode resultar em uma sobrecarga para as funções dos rins e do fígado (para crianças, há também o perigo de levar à obesidade). "Os mecanismos de ação são diversos no que se refere às vitaminas. Elas atuam como moduladores enzimáticos, ajudam no metabolismo hormonal e exercem inúmeras outras funções no controle de processos chaves do metabolismo. Todas estas funções precisam ser devidamente reguladas", esclarece a nutricionista Priscila Machado.

Ouça quem entende do assunto

Realmente, há casos em que apenas a alimentação não fornece tudo aquilo que o organismo necessita, seja porque a dieta é desequilibrada, seja porque algum tipo de doença prejudica a absorção de um determinado nutriente. Independentemente do caso, a opinião de um profissional é que deve contar para avaliar a real necessidade. Outro problema é fazer uso desses produtos e, com a consciência enganada, achar que só isso já será o bastante. Qualquer fórmula será insuficiente diante da má alimentação - mais um motivo para uma consulta com um nutricionista.

Olho neles

Facilmente encontrados em lanchonetes e supermercados, os energéticos também podem ser perigosos. A cafeína costuma ser o ingrediente mais comum da bebida, que pode trazer ainda outras substâncias estimulantes como taurina e creatina. Os efeitos colaterais do consumo exagerado incluem insônia, ansiedade e irritação - outro problema é a grande quantidade de açúcar. Piora tudo o fato de que muita gente mistura os energéticos com bebidas alcoólicas, visando evitar o sono causado pelo álcool. Estudo publicado na revista científica Alcoholism: Clinical & Experimental Research aponta que a combinação entre vodca e energéticos faz com que as pessoas queiram beber mais.

Nas academias

Suplementos também são um tanto quanto procurados por quem pratica musculação, sobretudo produtos com altas concentrações de proteínas ou carboidratos complexos. No primeiro caso, um bom exemplo, é a proteína extraída do soro do leite, que facilita a cicatrização muscular após o treino. Vale lembrar que não se tratam de anabolizantes, cujo uso indiscriminado é bem mais perigoso para a saúde. Mesmo assim, duas diretrizes básicas permanecem: alimentar-se adequadamente é a melhor forma de buscar energia para malhar e o uso de qualquer um desses artigos requer acompanhamento de um profissional da área. "Todo indivíduo que pretende usar suplementação deve passar por um profissional capacitado, pois o mercado de suplementos é amplo e há muita oferta, com alguns usos desnecessários e contraindicações. A alimentação deve ser avaliada antes do uso", afirma a nutricionista Anna Carolina Teixeira.



(texto publicado na revista Vença o Cansaço! nº 1 - ano 1)














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