O mercado imobiliário carioca segue desafiando a lei da gravidade. Depois da valorização de quase 30% em 2011 e 15% em 2012, o preço dos imóveis usados na cidade do Rio de Janeiro subiu mais 15% no ano passado. No caso de casas e apartamentos novos, a alta foi de 13%. Os aumentos têm ocorrido em regiões de diferentes perfis. Bairros de classe média e baixa, como Centro e Praça da Bandeira, valorizaram por passar por planos de revitalização destinados a preparar a cidade para a Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016. Mas, mesmo em Ipanema e no Leblon, que já são os bairros mais caros do país, os preços continuaram subindo. Hoje, o valor médio do metro quadrado varia de 20 000 a 32 000 reais, mas, segundo corretores locais, há gente disposta a pagar mais que o dobro para morar em alguns prédios. A maioria dos executivos do setor espera novas altas para os próximos meses, porém mais modestas. "O Rio será uma cidade nova em 2016. Mas ainda não sabemos como ela será", diz Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel, a maior imobiliária da cidade. Entre as outras cidades do estado do Rio pesquisadas pela Fipe, Cabo Frio foi a que teve a maior valorização imobiliária de 2013 - o valor do metro quadrado dos imóveis usados aumentou quase 25%. Além dos turistas interessados em comprar casa de veraneio, a cidade passou a receber profissionais que trabalham para empresas da indústria de petróleo - Cabo Frio tem um aeroporto internacional de cargas que também serve de terminal para os helicópteros que levam funcionários para as plataformas em alto-mar. "É uma cidade que atrai o público de alto padrão", diz Bianca Carvalho, diretora da consultoria imobiliária Facility. Já em Campos dos Goytacazes, outra cidade que depende da indústria do petróleo, crescem os loteamentos para a construção de casas para a classe C. No Espírito Santo, o preço subiu de forma expressiva na capital, Vitória, e na vizinha Vila Velha, uma das principais cidades do estado. Depois de um recorde de construções entre 2010 e 2011, as incorporadoras reduziram o número de lançamentos. Como as vendas continuaram crescendo, os preços subiram.
(texto publicado na revista Exame edição 1065 - ano 48 - nº 9 - 14 de maio de 2014)
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