As contrações da musculatura facial realizadas de forma inadequada durante as funções de mastigação e deglutição determinam as rugas na pele, "que são pregas e sulcos perpendiculares ao sentido das fibras musculares, revelando traços de envelhecimento no rosto, que muitas vezes ainda são jovens.
"A força do apertamento realizada com os lábios para compensar a movimentação inadequada da língua no momento de engolir saliva ou alimentos pode estar relacionada a possíveis problemas odontológicos, a respiração errada e ao ranger dos dentes (bruxismo). O processo de envelhecimento traz também uma diminuição das fibras musculares e da gordura facial que acentuam essa contração inadequada no momento da deglutição", afirma a fonoaudióloga e coach Patricia Antoniazi.
Para que o impacto da ação muscular sobre a pele seja o menor possível, reduzindo a possibilidade de formação de rugas, o correto é engolir pressionando a região anterior da língua contra a porção anterior do céu da boca, atrás dos dentes, mantendo os lábios fechados, entretanto relaxados.
É importante aprender a utilizar de forma harmônica os dois lados da face, com um padrão de mastigação bilateral alternada e, ao engolir, usar primordialmente a força de contração da língua em substituição ao apertamento labial, movimentação inadequada de cabeça e outras compensações. Para que esse padrão se torne automático, é necessária a repetição consciente, várias vezes ao dia, durante as refeições e lanchinhos.
Faça da sua refeição um momento consciente, não reaja ao alimento. Descanse os talheres enquanto mastiga e aprecie a sua refeição. E, então, quando você realizar espontaneamente os movimentos suaves durante a refeição, sem reagir, nasce a ação. A ação mastigadora é bela, a reação mantém comportamentos ruins ao corpo. A "reação mastigatória" poderia ser exemplificada como aquele momento que comemos pensando em problemas ou assistindo televisão. A reação mastigatória continua fazendo os movimentos mastigatórios inadequados mais numerosos, mais sólidos e mais fortes causando problemas de saúde e de envelhecimento precoce.
Ao comer com uma atitude diferente, ao beber com uma atitude nova, logo verá que seu corpo responderá de forma harmoniosa.
Diminua o tamanho da mordida ou porção colocada na boca e aumente a amplitude dos movimentos mandibulares, com calma e suavidade. Com isso, terá força e tempo suficiente para transformar os alimentos em partículas pequenas para a sua digestão.
Curta a hora da mastigação e deglutição! Além de tudo o que foi dito acima, fará fortalecimento muscular de forma correta, com isso, você também estará investindo em seu rejuvenescimento!
Quantas vezes devemos mastigar o alimento antes de engolir?
Não existe um número de mastigações ideal, infelizmente, não funciona assim.
O número de mastigações até o momento de engolir o alimento depende das características e tamanho do alimento e, das características do sistema mastigatório de cada um, que conduzirá à quebra do alimento, pelo emprego da força muscular, performance mastigatória e fluxo salivar. Estas características do sistema mastigatório, da face e cavidade oral, de cada um influenciam na formação do bolo alimentar por meio do número específico de mastigações até o momento de engolir. A mastigação dependerá da idade, sexo e características da face de cada um.
O número de mastigações tem sido mostrado como constante no sujeito, com um tipo específico de alimento, enquanto há uma grande variação entre sujeitos. O indivíduo pode ser acostumado a mastigar o alimento por certo período de tempo até a deglutição. A sucessão regular dos ciclos mastigatórios oferece um ritmo à mastigação e essa é uma característica individual de cada um.
Destacamos que:
- Crianças precisam mastigar mais o alimento antes de engolir e mesmo assim engolem pedaços maiores quando comparados com adultos.
- Mulheres precisam mastigar mais que os homens porque precisam de mais mastigações para a trituração do alimento.
- No envelhecimento os músculos ficam mais fracos e por isso é necessário mastigar mais.
- Na face longa há necessidade de mais mastigações e na face mais curta menos mastigações porque nesta última há maior força de mordida.
(texto publicado no jornal Oeste News nº 67 - ano 5 - dezembro de 2014)
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