Distúrbio crônico que atinge partes muito sofisticadas de nosso cérebro, a esquizofrenia é uma doença que tem causas que envolvem fatores genéticos e ambientais/sociais, como a perda de um ente querido, catástrofes ou uso de drogas. Nesse sentido, aqueles que tiverem uma predisposição genética aliada a fatores ambientais são mais vulneráveis ao transtorno. Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a patologia atinja pouco mais de 1% da população mundial.
Mais comum na adolescência e no início da idade adulta, a doença atinge ambos os sexos de maneira igual. No entanto, nas mulheres ela é mais branda por causa, principalmente, da questão hormonal. O estrogênio (hormônio feminino) promove nas células nervosas um efeito semelhante ao dos medicamentos antipsicóticos, o que faz dele um remédio natural contra a manifestação da esquizofrenia.
Hoje, os sintomas são classificados em dois grupos, os produtivos e os negativos. No início a doença, o paciente apresenta os sintomas negativos. Ele tem delírios que distorcem a percepção da realidade e, em alguns casos, acha que está sendo seguido ou que tem alguém armando contra sua integridade. Alucinações também são muito recorrentes nessa fase e o indivíduo ouve vozes, muitas vezes imperativas, que o estimulam a tomar certas atitudes. No período mais crônico surgem os sintomas que chamamos de negativos. Neste momento, a pessoa sofre uma diminuição da vontade de fazer certas coisas, isolando-se dos amigos, da família e de todos os entes queridos.
Não existe uma forma específica de prevenir a doença, pois muitos dos fatores 'gatilho' estão relacionados à imprevisibilidade da vida. Mas evitar cigarro, álcool e outras drogas são atitudes importantes, além de manter uma rotina saudável, livre do sedentarismo e com uma alimentação equilibrada. Caso a pessoa já tenha o diagnóstico da esquizofrenia, é fundamental iniciar de imediato o tratamento, pois ele abranda a incidência e impede que ela provoque danos mais profundos na personalidade. Essa é uma segurança de que o indivíduo não vai abandonar a rotina da vida, os estudos, o trabalho, o contato com os entes queridos, garantindo sua qualidade de vida. Vale lembrar que os remédios também evoluíram muito. Hoje, os antipsicóticos, utilizados para tratar problemas psicológicos, causam pouquíssimos efeitos colaterais, algo que não acontecia anteriormente e era um dos principais motivos pelos quais o paciente abandonava o tratamento no meio, o que facilitava a recaída da doença.
Um tratamento só é eficiente quando existe apoio incondicional da família, aliado fundamental. A aceitação da doença tem impacto na melhora ou na piora clínica do paciente. É importante que a família esteja orientada para que possa compreender os sintomas e as atitudes do paciente, o que evita interpretações erradas. A informação é a principal ajuda aos familiares, pois os livra de preconceitos, medos, dúvidas e inseguranças.
(texto publicado na revista Contigo! nº 2042 - 6 de novembro de 2014)
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