Sim, todos podem desenvolver aquele tipo de poder pessoal capaz de abrir portas e conquistar aliados para resolver tudo - de pequenos problemas a grandes metas. É observando suas atitudes que você vai gerar gentileza e desatar nós
Todo mundo tem uma amiga que, com um sorriso singelo ou um jeito especial de falar, consegue tudo: de admiradores por onde passa a um robusto desconto na mensalidade da escola dos filhos. Mas o que é isso? Dom divino? Código genético privilegiado? Anos de estudo sobre gestão de pessoas? Não, pura e simplesmente autoconhecimento. Ou seja, nada mágico, mas algo que pode ser aprendido e, diga-se de passagem, a melhor coisa que você faz por si mesma e pelos outros, na conquista de ótimos resultados na vida. "Primeiro, você precisa se olhar e se entender para depois conseguir fazer assim com o outro", ensina Deborah Epelman, psicóloga especializada em neurolinguística e coordenadora da Programação em Autoconhecimento e Comunicação (PAHC), de São Paulo. Especialistas de diferentes áreas são unânimes sobre isso. "Atualmente, tudo depende da habilidade para interagir com as pessoas. É isso que garante o alcance de qualquer resultado, do ambiente doméstico ao profissional", reforça Fatima Motta, socióloga e professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo, de disciplinas como Fator Humano como Diferencial Competitivo. "Mas, para se dar bem com o outro, antes é preciso lidar bem consigo mesma, entender seus anseios mais profundos, desejos, necessidades, forças e fraquezas. Esse movimento interno permite perceber empaticamente quem está ao seu redor e compreender o contexto, o código, a ética das relações, construindo assim um vínculo positivo para todos." Fica claro por onde começar: olhando para o próprio umbigo com paciência, calma e persistência. Sabemos que esse é um processo longo que exige tempo e coragem. Então, enquanto você trilha esse caminho, listamos algumas atitudes para ajudá-la a ser mais carismática, causar boas impressões investindo na gentileza e aproximar-se dos seus objetivos.
Saber ouvir
Parar o que está fazendo, desligar-se dos próprios problemas e escutar o outro com real interesse e olhar focado em quem fala é uma atitude poderosa. A pessoa se sente importante, acolhida, e abre um espaço emocional enorme para quem consegue fazer isso. O resultado é o início de uma relação bem estruturada. "Ao ouvir com real atenção o que os outros falam, sentem ou querem, desenvolve-se a capacidade de relacionar-se de forma verdadeira, não necessariamente fazendo o que o amigo quer, mas entendendo aquela pessoa. Esse é o essencial, ressalta Fatima.
Acertar o tom do discurso
No dia a dia, temos que conversar com as mais diversas pessoas, do amigo adolescente do seu filho ao executivo no trabalho. Ao falar com cada um, é natural que você busque adequar o discurso. "Não se trata de usar gírias com o adolescente ou economês com o executivo. Mudanças bruscas ficam artificiais e pouco ajudam. O fundamental é ajustar o tom e utilizar diferentes exemplos para completar sua fala que combinem com o universo de quem a ouve", esclarece Rogério Martins, psicólogo especializado em motivação pessoal, de São Paulo.
Criar empatia
É preciso colocar-se no lugar do outro e entender profundamente a dor, ansiedade, aflição e alegria dele, com base nas crenças e nos valores de quem fala", explica Fatima. Fácil? Não, claro que não. O primeiro passo para conseguir é deixar de lado, por alguns minutos, o seu modelo de pensar e mergulhar na forma como o outro vê e compreende o mundo. Com inteligência, sensibilidade, boa vontade e esforço, é possível cumprir essa etapa.
Acionar a sensibilidade
Quer que o outro realmente a escute ou torne-se mais sensível aos seus apelos? Então, primeiro você precisa perceber o que é relevante para ele, o que toca a pessoa com a qual você fala. Entendida essa etapa, você poderá ajustar seu comportamento e seu discurso aos valores do outro sem perder sua identidade. "Isso supõe observar e entender o interlocutor, com seus defeitos e qualidades. É algo complexo, e portanto quem consegue se destaca", comenta Rogério Martins.
Acolher-se para equilibrar-se
Todos nós temos nossos dias de irritação, de hipersensibilidade ou de angústia e preocupação. Nada errado. O problema é se você não conseguiu filtrar, dosar e se acalmar e acabar jogando sobre o outro toda essa confusão emocional. "Quando uma pessoa cuida das suas emoções e as equilibra, tende a cultivar o bom humor e desenvolve um olhar compreensivo, o que facilita o relacionamento e o poder de influência sobre amigos, familiares e colegas profissionais", diz Fatima Motta.
Ser coerente
Eis uma qualidade admirada e reconhecida por todos no campo pessoal ou profissional. Seus valores e suas crenças devem ser os guias para suas atitudes, discurso e comportamento. Sim, flexibilizar, ajustar as ações e falas para ser compreendida pelo outro é importante, mas sem perder o foco em quem você é e no que você acredita. Isso ajuda, inclusive, os outros a se relacionarem com você de maneira saudável e respeitosa. "Pessoas coerentes conquistam credibilidade e admiração no meio em que vivem", destaca Rogério.
Envolver-se com causas
Pessoas carismáticas normalmente se engajam em algo maior. Pode ser o problema de uma pessoa, de uma cidade, de um país ou até mesmo do planeta. Isso, quando feito com sinceridade, traz um retorno muito bom. "Faz com que os outros vejam essa pessoa como alguém comprometido, solidário, que se importa com algo ou alguém com afinco, o que é muito positivo", acrescenta Rogério.
Manter o brilho no olho
Procurar motivos para amar a vida, gostar de si mesma e manter uma postura positiva perante os desafios é uma forma de inspirar-se para o dia a dia, o que traz um magnetismo singular. "Encantar-se com o que vive traz força pessoal. E todos gostam de ficar ao lado de pessoas assim, que geralmente são assim porque acreditam na própria força e na beleza que há em tudo e em todos. Consequentemente, "o encantado" tem um brilho no olhar que atrai, fascina e contagia quem está por perto", finaliza Fatima Motta.
(texto publicado na revista Claudia nº 2 - ano 51 - fevereiro de 2012)
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