sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Dores durante a relação sexual - Dra. Rosa Neme


Infelizmente, a relação sexual não é algo prazeroso para todas as mulheres. Dores durante ou após o ato sexual acabam por torná-lo pouco atraente. O termo médico para esses incômodos, que algumas pessoas sentem, é "dispareunia" e eles podem ter diversas origens e motivos, tanto causados pela tensão e nervosismo como os que podem precisar de atenção médica. Algumas causas clínicas como endometriose, cistos ovarianos, DSTs (doenças sexualmente transmitidas) e infecções também podem ser responsáveis por tornar a relação desagradável. É importante a procura de ajuda especializada, pois é comum que, com o tempo, a pessoa perca o interesse na atividade sexual.

As dores também podem ser causadas por fatores psicológicos, como o vaginismo, uma síndrome psicofisiológica que se caracteriza pela contração involuntária dos músculos do períneo adjacentes à vagina. Nesse caso, mais raro, a contração ocorre sempre que acontece a tentativa de penetração e o casal deve procurar ajuda com profissional especializado. No entanto, na maioria das vezes, a origem é fisiológica e é preciso realizar um exame minucioso para descobrir o motivo e então adotar o tratamento adequado para o problema

A ausência de lubrificação também pode ser uma das causas para dor ou ardência durante a relação. Isso pode ocorrer caso não haja estímulo ou excitação suficiente durante as preliminares, por isso é fundamental que o casal tenha intimidade e liberdade para abordar esse assunto. Nesses casos existem lubrificantes que podem ajudar na hora da penetração.

A falta de lubrificação também pode ser um sintoma da menopausa, época em que ocorre uma queda do hormônio estrogênio, responsável pela lubrificação da vagina. Nesse caso, a mulher pode recorrer a alguns tratamentos para amenizar a insuficiência do estrogênio nesse período.

As patologias que podem causar dor durante a relação sexual variam muito e vão desde casos mais leves, como infecções e doenças do canal urinário e vaginal, até casos mais graves, como tumores malignos. Uma das patologias mais preocupantes desse cenário é a endometriose, que se caracteriza pela presença de endométrio (tecido que reveste internamente o útero) fora da cavidade uterina. A doença acomete de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva e que, quando não tratada, pode levar à infertilidade. Por isso é tão importante que a mulher não ignore os sinais que seu corpo está mandando.




(texto publicado na revista Contigo nº 2014 - 24 de abril de 2014)


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