domingo, 10 de novembro de 2019

10 razões para aprender um idioma - Amanda Péchy

Em um mercado de trabalho concorrido, saber outra língua é quase obrigatório mas abrir-se para um idioma diferente traz ganhos maiores do que simplesmente completar o currículo. Inspire-se!

1) Tornar a mente mais dinâmica

Para manter um equilíbrio entre duas línguas, o cérebro precisa regular habilidades cognitivas como atenção e inibição, pois ambos sistemas de linguagem estão ativos e competindo. "É uma ginástica mental: como se liberasse uma língua e brecasse outra", diz Rebeca de Oliveira, do Colégio Humboldt. Isso fortalece a capacidade de conciliar tarefas simultâneas.

2) Melhorar a memória

A memória é basicamente a marca deixada por um processo de aprendizagem que permite armazenar e recuperar informações. "Aprender línguas envolve reconhecer, memorizar e usar fórmulas e estruturas para incorporá-las e torná-las suas", diz Amarilis Valentim, especialista em francês. Ou seja, dedicar-se a um novo idioma é treinar a memória. E isso vale para qualquer idade.

3) Reduzir o risco de Alzheimer

Para a saúde cognitiva, é fundamental manter a mente trabalhando, com atividades novas e desafiadoras - como aprender um novo idioma. Um artigo publicado em 2013 pela Academia Americana de Neurologia, por exemplo, mostrou que, em adultos que só falam uma língua, os primeiros sinais de demência se manifestam aos 71 anos. Já naqueles bilíngues, aos 75.

4) Tomar melhores decisões

Quando conversamos em uma segunda ou terceira língua, nos distanciamos das respostas emocionais e vieses associados à nossa língua-mãe. Isso faz com que decisões tomadas no novo idioma sejam, em geral, mais racionais. Além disso, a aprendizagem é uma espécie de treino: quanto mais se dedica a ela, mais a pessoa ganha prática em selecionar informações que importam.

5) Ter mais foco e atenção

O revezamento entre diferentes sistemas de linguagem, decidindo qual é o mais apropriado para o momento, faz com que o cérebro pratique foco e filtragem de informações. O aprendizado de um idioma exige também que você seja um ouvinte atento, o que contribui para a concentração. Então, uma pessoa bilíngue é mais capaz de se focar, bloqueando distrações.

6) Falar melhor o próprio idioma

Para estudar outra língua, é preciso prestar atenção em sua estrutura e em suas regras. Esse mesmo foco é transferido ao próprio idioma. "Quanto mais entendemos os mecanismos da língua materna, mais aptos a desenvolver os das outras nos tornamos, e vice-versa", diz Henrique Higa, gestor de planejamento da ExSeed Idiomas.

7) Beber direito da fonte

"A tecnologia está em toda parte, nos ajudando a ter contato com o mundo inteiro em tempo real", diz Alessandra Fukumoto, professora de italiano. Em um planeta com mais de 6 mil línguas, dominar um idioma diferente é um poder a mais. Ele te dá a possibilidade de navegar na internet e ter acesso a notícias, música e literatura estrangeiras - tudo isso sem intermediários.

8) Ressignificar as viagens

Enquanto viajantes que falam apenas uma língua acabam visitando um circuito convencional, quem sabe o idioma local está mais apto a navegar fora da bolha turística. "A receptividade dos nativos também é diferente, porque entendem que você respeita a cultura a ponto de ter estudado para conseguir se comunicar na língua deles", avalia Alessandra.

9) Conhecer uma nova cultura...

Um idioma diferente permite o contato com novos hábitos, tradições e modos de pensar, sem precisar viajar para outro país. Para a professora de inglês Giovana Xidieh, estudar uma língua estrangeira é um mergulho em um mundo de novidades. "A língua é viva, e conhecer os elementos culturais é essencial para que o aprendizado seja bem-sucedido", diz.

10) ... e se deixar transformar por ela

Uma nova língua amplia a visão. "A carga linguística e cultural que recebemos fará parte de como vemos a diversidade que existe no mundo", diz Giovana. O idioma estrangeiro perturba valores cristalizados pela língua materna. Além disso, o próprio vocabulário arquiteta uma nova mirada: novos termos possibilitam dar nome ao que antes nem existia para a gente.



(texto publicado na revista Sorria para ser feliz agora  nº 69 - set/out de 2019)



















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