quinta-feira, 31 de março de 2016

Ser bom por quê? - Jairo Bouer


Generosidade talvez seja um dos principais norteadores que nos fizeram chegar até aqui, vivendo em sociedades e grupos cada vez maiores e mais complexos. Mas, além de ela não ser uma prerrogativa exclusivamente nossa, humana, parece que anda rareando cada vez mais entre nossos pares nos dias que encerram o ano de 2015.

Como explicar um ataque bárbaro de fundamentalistas a uma das principais cidades do mundo. Paris? Como entender o mar de lama que arrasou rios, vilarejos e provocou uma das piores catástrofes ambientais da história do Brasil? Como tolerar a persistente violência contra mulheres, que atravessa os séculos em nossa terra? Como justificar o desejo de se manter a todo custo no poder, que faz com que muitos dos nossos partidos e políticos envergonhem diariamente a população?

Ser generoso é ter um olhar mais amplo, que enxerga mais longe e supera eventuais diferenças e dificuldades. É conseguir ter empatia, se colocar no lugar do outro, entendendo seu sofrimento e suas necessidades. É poder, sem abrir mão de crenças e princípios, ajudar quem precisa. É conseguir romper as amarras egoístas e narcisistas que nos fazem focar apenas em nossas próprias questões. É estar aberto para mudar o tempo todo, se reinventar, à medida que o mundo assim exigir. É poder ajudar e permitir que sejamos ajudados.

Durante muito tempo, se imaginou que altruísmo, bondade e generosidade eram atributos quase exclusivamente humanos. O tempo, as pesquisas e as imagens nos mostram que muitos animais também agem para ajudar outros da mesma espécie e, muitas vezes, até de espécies distintas. Mas, sem dúvida alguma, somos os que mais se valeram dessa possibilidade para construir arranjos comunitários cada vez mais intricados e sofisticados.

Infelizmente, apesar de amplo uso que fizemos da generosidade em nossa evolução, estamos devendo muito nesse quesito, tanto para o mundo como para nós mesmos! Sendo a espécie que controla e impacta com mais força à Terra, precisamos ter mais cuidado com o habitat que nos cerca, nem que isso signifique abrir mão, em alguma extensão, de prerrogativas e de confortos. Sem isso, podemos estar inviabilizando a vida das próximas gerações, humanas ou não. 

Sem reavaliar a relação que temos com o poder e o mau hábito de tentar limitar o que os outros são e podem fazer, impondo um sistema de crenças que imobilize os demais, vamos tornando a coexistência cada vez mais difícil por aqui. Criamos hostilidades, disputas, ódio e guerras! Abrimos mão da capacidade de cuidar do outro, de abrir espaços, de criar redes de colaboração e de solidariedade. Vamos perdendo nossa humanidade e nos tornando mais monstruosos!

Ser bom por quê? Ser generoso para quê? Porque, se cada um de nós não mudar e não conseguir fazer sua parte, o tecido social que vai se constituindo fica cada vez mais frágil, mais fácil de ser rompido. E, quando isso acontece, talvez tudo o que foi feito pelos nossos antepassados para que a gente chegasse até aqui vai perdendo a razão e o sentido. A humanidade, o mundo e as pessoas vão deixando de ser. É uma perda para todos!



(texto publicado na Revista da Cultura edição 101 - dezembro de 2015)

Não esqueça quem é você - Pe. Fábio de Melo


Qual o sentido daquilo que fazemos? - Prof. Mário Sérgio Cortella


“O Corrupto Deixa De Ser Uma Pessoa, Vira Uma Mercadoria, Um Negócio De Compra E Venda” – Papa Francisco (Portal Raízes)


“O corrupto irrita Deus e faz o povo pecar”, disse o Papa, que na missa celebrada na Casa Santa Marta. Francisco reiterou que “para os corruptos, existe só uma saída: pedir perdão para não serem amaldiçoados por Deus”.

Quando alguém entra no caminho da corrupção, “rouba a vida, usurpa e se vende”. Papa Francisco voltou a denunciar com firmeza a corrupção inspirando-se na leitura do dia, centrada no assassínio de Nabot a mando do rei Acab,no primeiro Livro dos Reis, que invadiu a sua vinha. O Profeta Elias, observou o Pontífice, dizia que o corrupto Acab “se vendeu”. “Como se tivesse deixado de ser uma pessoa e se transformado numa mercadoria, num negócio de compra e venda”.

“Esta é a definição: uma mercadoria! O que fará o Senhor com os corruptos… Ontem, dissemos que existem três tipos de corrupção: a política, a dos negócios e a eclesiástica. Todos os três fazem mal aos inocentes e aos pobres, porque são eles que pagam a festa dos corruptos! A eles vai a conta. O Senhor diz claramente o que fará: “Farei cair sobre ti a desgraça; varrerei a tua raça, exterminarei os varões da casa de Acab, ligados ou livres em Israel”.

“O corrupto – prossegue o Papa – irrita Deus e faz o povo pecar!” Jesus disse isso claramente: aquele que “faz escândalo é melhor que se jogue no mar”, o corrupto “escandaliza a sociedade, escandaliza o povo de Deus”. O Senhor anuncia então a punição para os corruptos “porque escandalizam, porque exploram aqueles que não podem se defender, escravizam”: “As aves do céu vão devorar você”. O corrupto, continua Francisco, se vende para fazer o mal, mas ele não sabe: ele acredita que se vende para ter mais dinheiro, mais poder”. Mas, insiste o Papa, na verdade, “se vende para fazer o mal, para matar”. Por isso, adverte: “Quando dizemos: ‘Este homem é um corrupto; essa mulher é uma corrupta… Mas vamos parar um pouco’: ‘Você tem prova disso?” Porque, evidencia o Papa, “dizer a uma pessoa que é um corrupto ou uma corrupta, é dizer isso: “é dizer que está condenada, é dizer que o Senhor a mandou embora”:

“São traidores e corruptos, mas são muito mais. A primeira coisa na definição de corrupto é alguém que rouba, que mata. A segunda coisa: o que cabe aos corruptos? Esta é a maldição de Deus, porque exploraram os inocentes, aqueles que não podem se defender e fizeram isso com luvas, à distância, sem sujar as mãos. A terceira coisa: há uma saída, uma porta de saída para os corruptos? Sim! ‘Quando ouviu estas palavras, Acab rasgou suas vestes, pôs um saco sobre seu corpo, e jejuou. Ele se deitava com o saco, e caminhava com a cabeça baixa. Começou a fazer penitência”.

Isso, destaca o Papa, “é a porta de saída para os corruptos, para os políticos corruptos, para os empresários corruptos e para os eclesiásticos corruptos: pedir perdão!”. E acrescenta, “o Senhor gosta disso”. O Senhor “perdoa, mas perdoa quando os corruptos” fazem “o que fez Zaqueu: ‘Eu roubei, Senhor! Vou dar quatro vezes o que eu roubei!”

“Quando lemos nos jornais que este é corrupto, que aquele outro é um corrupto, que praticou aquele ato de corrupção, e que a propina vai daqui, vai de lá, e lemos também muitas coisas sobre alguns prelados. Como cristãos, nosso dever é pedir perdão por eles e que o Senhor lhes conceda a graça de arrependerem-se, que eles não morram com o coração corrupto … ”

“Condenar os corruptos, sim”, concluiu o Papa, “pedir a graça para não se tornar corruptos, sim!” e “também rezar pela conversão deles”!

Silenciar sentimentos pode colocar sua saúde em risco! (O Segredo)


Quantas coisas reprimimos diariamente? Guardamos sentimentos como quem esconde um tesouro roubado, no entanto, não roubamos sentimentos, portanto, não faz sentido escondê-los de uma forma tão dura assim. Não é mesmo?

“Você pode se enganar e enganar muitas pessoas fazendo o papel de bonzinho, de coitadinho ou contar mentiras para não ferir essa ou aquela pessoa. Você pode esconder tudo de todo mundo, mas o seu corpo sente e reage as agressões que você tem cometido contra ele.

Se você continua naquele relacionamento que não suporta mais, naquela rotina que tira a sua alegria, naquela sociedade que já se desgastou, naquele emprego que rouba o seu prazer, ou naquela amizade mais falsa que nota de R$ 60,00, o seu corpo vai sentir essas emoções e como uma bateria, vai carregar e armazenar esses sentimentos, até que um dia vai explodir com uma bomba atômica.

Desde crianças, somos obrigados a segurar ás emoções. Muitos pais ensinam que chorar é “sinal de fraqueza”, “masturbação é pecado”, “sexo é vergonhoso e ter prazer é coisa de pessoas sem vergonha”. Desde muito pequeno, vamos sendo castrados em nossos sentimentos e emoções e quando podemos tomar nossas próprias decisões, em nome de “convenções da sociedade”, seguramos nossa raiva, nossa indignação, não abraçamos nossos amigos, não beijamos mais por uma vergonha besta e ridícula. A menina não abraça a menina por ter medo de ser chamada de “sapatão”, o menino não abraça o menino com medo de ser chamado de “bicha” e os homossexuais, escondem seus sentimentos com medo de serem rechaçados pela família e pela “comunidade”.

Assim, vamos armazenando sentimentos que precisam sair de alguma forma, e normalmente, todas as emoções se traduzem em raiva e/ou tristeza, uma sombra que se esconde por trás de sua aparente figura. Quanto mais tempo você sofrer calado, mais doente vai ficar…” – Paulo Roberto Gaefke

É, de fato, no final das contas, o maior prejudicado é você!

1. O meio-termo entre a necessidade da fala e o silêncio

Sabemos que o silêncio é sábio, e é sempre bom pensar antes de falar, afinal, ante algumas palavras ignorantes, ante um comentário fora do lugar ou ante uma expressão inadequada, optemos sempre por fechar a boca e agir com mais inteligência do que aquele que fala sem pensar.

Mas devemos encontrar um equilíbrio entre o silêncio e defesa de nossas necessidades:

Silenciar nossos sentimentos ou nossos pensamentos deixa que, a pessoa que está na nossa frente, não saiba que está nos machucando, ou que está ultrapassando alguns limites. Ninguém consegue adivinhar o pensamento dos outros, por isso se não dizermos aquilo que nos faz mal ou que nos ofende, as outras pessoas não o saberão.
Existem silêncios sábios e palavras sábias. Saber quando se calar e quando falar é, possivelmente, a melhor habilidade que podemos aprender a desenvolver. Não se trata, de modo algum, de estar sempre caldo ou de dizer aquilo que temos em mente. Os extremos nunca são bons. Mantenha o equilíbrio, mas lembre-se sempre que esconder os sentimentos pode nos machucar. Você permite que outros invadam seu espaço pessoal, que atravessem os limites e que falem por você ou que escolham por você. No final, você será quase uma marionete guiada por fios alheios.

2. As palavras silenciadas convertem-se em doenças psicossomáticas

Você não ficará surpreso em saber que a mente e o corpo estão intimamente relacionados e conectados. A conexão é tão grande que os especialistas advertem que quase 40% da população sofre ou sofreu em sua vida com alguma doença psicossomática.

O nervosismo, por exemplo, altera nossas digestões, causa diarreias ou a clássica dor de cabeça. Muitos herpes labiais são desencadeados por processos de estresse elevados, de nervosismo e febre. Logo, ficar calado todos os dias e internalizar o que sentimos e o que pensamos gera em nosso organismo uma alta carga de ansiedade.

Pense em todas aquelas palavras que não deseja dizer aos seus pais ou aos seus amigos para não ferir seus sentimentos. Eles fazem as coisas por você pensando que estão ajudando, quando na verdade não estão contribuindo. Por que você não conta a verdade?

Tudo isso, no final, irá originar doenças psicossomáticas, enxaquecas, pressão alta, cansaço crônico.

3. Dizer em voz alta suas palavras: a chave do desabafo emocional

Não tenha medo de escutar sua própria voz, e muito menos que os outros também o façam. É algo tão necessário como respirar, como comer, dormir. A comunicação emocional é ideal para o nosso dia a dia, para estabelecer relações mais saudáveis com os demais e, logicamente, com nós mesmos.

Aqui vão algumas dicas básicas para obter sucesso:

– Pense que tudo tem um limite. Se não dizermos em voz alta tudo aquilo que pensamos e sentimos, não estaremos atuando com dignidade, perderemos nossa autoestima e o controle de nossa vida. Primeiramente, tome consciência de que dizer o que está pensando e precisando é um direito.

– Dizer o que você pensa não é causar danos a ninguém. Significa se defender e, por sua vez, informar aos demais de uma realidade que deveriam conhecer.

–Não fique preocupado com a reação das outras pessoas, não tenha medo. Porém, se você se preocupa muito com o que pode acontecer, pode se preparar ante as possíveis reações. Um exemplo: está cansado do fato de que seus pais apareçam em sua casa todos os finais de semana e que não está tendo relações com seu companheiro. De que maneira você acredita que irão reagir? Se você acredita que eles irão ficar chateados, prepare-se para justificar que não existe razão para magoas. Caso você pense que eles ficarão machucados, prepare também o modo como irá argumentar, para não feri-los.

Pense que as palavras, dizer em voz alta aquilo que sentimos e pensamos é, na verdade, o melhor modo de liberação emocional que existe. Pratique-o com sabedoria, cuide de si mesmo.

Deixei de dar explicações a pessoas que entendem o que querem (Melhor com Saúde)


Ninguém é obrigado a dar explicações sobre as suas crenças, valores, gostos ou relacionamentos. As explicações são necessárias apenas em situações que geram incerteza ou sofrimento, e sempre devem ser pautadas pelo respeito.

A psicologia cognitiva nos lembra com muita frequência de que não somos obrigados a dar explicações a ninguém sobre o que fazemos, pensamos, ou o que decidimos em nosso dia a dia.

Juntamente com esta ideia está sempre o interesse próprio, a necessidade de conhecermos a nós mesmos e de agirmos de acordo com os nossos princípios e valores, respeitando por sua vez aqueles que nos rodeiam.

O ato de dar explicações é necessário caso as nossas decisões tenham a ver com outras pessoas, mas o ato de assumir responsabilidades próprias vai de mãos dadas com esta capacidade de saber atuar e decidir, sem ter que justificar o que fazemos perante aos demais.

Sabemos também que passamos a vida dando explicações por tudo, e assim convidamos a todos hoje para refletir sobre isso.

Quando dar explicações se transforma em um costume

Como em tudo na vida, há um limite e um equilíbrio. Podemos pedir explicações ao nosso parceiro se, por exemplo, ele não aparecer em casa durante três dias. Faremos o mesmo com nossos filhos quando fizerem algo errado, e com nossos amigos se causarem algo que não esperávamos.

As pessoas precisam dar e receber explicações diante de situações que geram incerteza, estranheza ou sofrimento.

Entretanto, desde a psicologia cognitiva e a psicologia positiva, enfatiza-se anecessidade de não fazer do ato de “dar explicações” um costume na vida diária diante de situações que não as exigem.

O problema de dar explicações reside também no tipo de comunicação que estabelecemos. 

Se o diálogo for construtivo e com empatia, a comunicação flui e há entendimento.

No entanto, em muitos casos há pessoas que “entendem o que querem”, ou mais ainda, longe de escutar, só pensam na resposta que irão nos dar porque chegaram a sua própria conclusão, mesmo que ela não tenha nada a ver com a realidade.
Dar explicações não deveria ser um costume tão arraigado em nossos contextos sociais. Não, pelo menos, quando o que se busca é julgar os demais considerando as suas condutas ou escolhas.
As explicações somente são necessárias quando uma situação concreta a requer, e sempre com o fim de que se instaure o equilíbrio na relação.

Na hora de dar explicações deve existir um diálogo respeitoso, aberto e democrático. O emissor e o receptor devem se tratar com empatia e dedicação para analisar a situação e chegar a um acordo, a uma sintonia da qual precisamos durante as conversas.

Situações nas quais nunca deveríamos dar explicações

Estamos certos de que, em seus contextos sociais mais próximos (amigos, família, trabalho, parceiro…) você se vê obrigado a dar algumas explicações sobre aspectos da sua vida que você não gostaria de compartilhar, e menos ainda justificar para os outros.

Como exemplo, e para levar em conta, iremos listar quais dimensões são as que permanecem sendo “somente suas”, e pelas quais não é conveniente nem necessário dar explicações:

Não se deve dar explicações sobre o que é prioridade na sua vida

O que é importante para você só diz respeito a sua pessoa. Se a sua maior paixão for viajar, nem todo mundo vai entender que você passe o ano todo economizando em vez de ter um carro mais novo ou trocar o celular. Não há motivo para justificar nada e, se você fizer isso, saiba que basta fazê-lo uma vez.
Não se deve dar explicações sobre seu estado civil ou sobre o tipo de relacionamento que você tem

“Como você ainda está solteira?”, “Vocês não têm filhos?”, “Seu namorado é um pouco quieto não?”, “E por que você não está mais morando perto da sua família?”.

Estamos certos de que estas perguntas são velhas conhecidas suas. As pessoas costumam perguntar por um interesse inocente, mas são aspectos que ficamos incomodados em justificar e que, na realidade, não importam a mais ninguém, somente a você.

Não se deve dar explicações sobre suas crenças ou valores

Os valores, as crenças e as opiniões devem ser defendidas, e não explicadas ou justificadas. Se você praticar um tipo de religião ou sentir afinidade por um tipo de espiritualidade, não há motivo para detalhar a ninguém porque você faz isso e quais razões o levaram a esta escolha.

Você é formado pelas suas escolhas, os demais devem aceitá-lo assim como você é, sem ter que pedir explicações.

Conviver é respeitar e, por isso, trata-se somente de aceitar-nos entre nós mesmos, assim como somos. As explicações só serão necessárias, assim como mencionamos antes, em casos de desavenças ou problemas pessoais.

Viva em liberdade seguindo seus próprios valores, aja com respeito e seja feliz por cada aspecto que se tornou seu ao longo do seu caminho pela vida.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Faça para os outros, faça para você - Denise Mirás


Mais do que uma qualidade, a generosidade estimula no ser humano a produção de oxitocina, hormônio que protege o coração e o sistema vascular, atuando também na manutenção do equilíbrio da saúde física e mental do indivíduo

Você está no metrô e observa aquele moço que se levanta para alguém mais cansado se sentar. O sorriso denuncia: ele ficou feliz com a própria atitude e também com o agradecimento reconhecido do outro. Poderia ter cedido o assento por educação, mas o mais provável é que tenha agido por empatia, por perceber a situação mais precária do outro e querer ajudar. A generosidade rendeu felicidade para o rapaz - e esse prazer, pontos preciosos para a manutenção do equilíbrio de sua saúde.

Ser bondoso gera um efeito cascata surpreendente no organismo. Reações químicas são desencadeadas e, no caso, para o "lado bom" da história. A generosidade segue com neurotransmissores e hormônios, que entram em ação e são "bem recebidos" pelos órgãos do corpo, para avançar com suas tarefas de proteção a sistemas como o cardiovascular, por exemplo.

Professora de Psiconeuroimunologia na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas, Maria Cristina dos Santos explica que estudos sobre a influência das emoções no organismo datam ainda do fim da década de 1930, comandados pelo endocrinologista austro-húngaro Hans Selye. "Hoje, temos muitos trabalhos sobre esse tema, de emoções agindo no sistema nervoso central e sobre a integração e a comunicação desse sistema com o endocrinológico e o imunológico", diz. Mas a maioria desses estudos é sobre o "lado mau" da influência das emoções negativas, porque aí se buscam os medicamentos para combater as patologias.

A ideia de prevenção, ou ao menos de usar as emoções positivas proporcionadas por atitudes generosas e felizes para manter a saúde, ainda é bem recente. Estudos sobre os resultados que essas emoções desencadeiam no organismo começaram lá pelos anos 2000, como diz Maria Cristina. "Mas sabemos que essas sensações de prazer favorecem respostas hormonais benéficas."

A professora diz que o estresse crônico, por exemplo, faz com que a liberação do hormônio cortisol não tenha "freios", o que é muito prejudicial ao organismo. Daí a importância de procurar evitar situações ruins, ou de fazer o contrário: ir atrás de coisas que nos são prazerosas para a liberação de neurotransmissores e hormônios que atuem favoravelmente no sistema imunológico, ajudando na manutenção da saúde.

A questão é química

Químico com especialização em Bioquímica e Ph. D. em Química Orgânica, David R. Hamilton é autor de Why Kindness is Good for You (ou Por que ser bondoso é bom para você), um dos livros que tratam do tema generosidade e sua relação com a saúde. O especialista conta que trabalhou por quatro anos na indústria farmacêutica, mas seu interesse em pesquisar mais sobre o efeito placebo (quando pessoas se recuperam de doenças ao receber um remédio que, na verdade, é apenas placebo - não tem efeito nenhum) fez com que saísse do trabalho convencional para se dedicar ao estudo de como mente e corpo interagem, escrever livros e dar palestras.

"Em primeiro lugar, ser generoso nos faz mais felizes. E essa ligação funciona como um gatilho para o cérebro produzir endorfinas, o que leva a um estado de euforia parecido ao efeito produzido pela morfina, mas de forma mais atenuada", explica. "Acredita-se que esse estado, conhecido como 'Helper's High', seja causado pelo aumento no nível de serotonina e de dopamina no cérebro."

Conexões espelhadas

Há outro processo a ser citado, segundo David Hamilton. Quando fazemos uma conexão com alguém e nessas ocasiões nos mostramos generosos, produzimos oxitocina, que protege o coração e o sistema vascular. Se a oxitocina é "cardioprotetora", como se diz, a bondade também é, porque ativa a produção desse hormônio, reduzindo a pressão arterial e limpando os radicais livres das artérias, para que não causem problemas ao coração. O estudioso alerta que, se existem processos químicos em nosso corpo associados a nos sentir energizados e felizes, também existem aqueles associados a nos sentir deprimidos. "Quando uma pessoa se sente energizada, positiva, pode-se dizer que seus sistemas imunológico e cardiovascular estão funcionando melhor. Da mesma forma, podemos  dizer que estão piores quando a pessoa está 'para baixo'. Nosso biológico é, em geral, um espelho de como estamos nos sentindo."

Também por isso é preciso tomar cuidado com efeitos contrários da empatia. "Ver uma pessoa sofrendo emocionalmente pode produzir a mesma dor na gente. Isso acontece pelo que chamamos de contaminação emocional. Pelo MNS [sigla em inglês para, literalmente, Sistema do Neurônio-Espelho], o neurônio-espelho 'reage' da mesma forma se a ação for nossa ou se estivermos vendo outra pessoa nessa ação. Isso faz com que nos sintamos felizes ao lado de uma pessoa que está feliz, ou triste e estressada na presença de alguém que esteja se mostrando assim."

Sabendo da relação generosidade-felicidade-saúde, os interessados podem aceitar um "desafio de bondade" proposto pelo professor: tem de se comprometer a fazer algo de bom a cada dia, por uma semana, ou três. "Esse desafio ajuda as pessoas a criar um hábito e, assim, esse tipo de comportamento mais generoso se torna mais natural para elas."

Cara a cara é melhor

Professor de Medicina Preventiva e Bioética na Stony Brook University, membro da Academia de Medicina de Nova York e da Real Sociedade de Medicina de Londres, Stephen G. Post é o autor do livro Why Good Things Happen to Good People: How to Live a Longer, Healthier, Happier Life by the Simple Act of Giving (Por que coisas boas acontecem para pessoas boas: como ter uma vida mais longa, mais feliz, mais saudável se doando, simplesmente). "Sabemos que pensar no outro e em suas necessidades diminui o nosso nível de estresse e de ansiedade, além de ativar uma parte do cérebro que libera dopamina, um dos quatro 'produtos químicos' da felicidade - os outros são endorfina, serotonina e a oxitocina."

Mas o médico norte-americano destaca uma peculiaridade: há aumento da oxitocina, o hormônio da confiança e da tranquilidade, ligado à compaixão, à empatia, quando a ajuda a outras pessoas é feita "cara a cara", presencialmente. "No geral, a participação em atividades de apoio a outros indivíduos ou a dedicação a um trabalho voluntário por algumas horas na semana estão associadas a um incrível aumento de felicidade (o que é relatado por 96% de voluntários de um estudo), melhora na saúde física (relatado por 68%), baixa de ansiedade e estresse (em torno de 76%), assim como melhora de sono."

Para Stephen Post, o assunto se resume basicamente a uma "desprogramação" da mente do indivíduo que está voltado para si mesmo, para os próprios problemas, desligando emoções destrutivas, como hostilidade e amargura, então associadas ao estresse crônico. "Ser bondoso e se comportar adequadamente são grandes fontes de felicidade, que quase literalmente ligam um circuito emocional de alegria."

Bom para a cabeça

Alessandra Dutra é psicóloga do esporte e participou da conquista do título mundial pela Seleção Brasileira Feminina de Handebol, em 2013. O trabalho é diário para as garotas não se deixarem levar pela pressão, pela ansiedade - o que também pode favorecer lesões. E trabalho em equipe tem muito desse aprendizado da convivência com o outro, de ações generosas em favor do grupo - e não individualistas.

A representação social da generosidade,  como Alessandra diz, "está altamente relacionada hoje com saúde e é de extrema relevância". Também para ela, "a generosidade não é apenas uma virtude, mas um hábito, um exercício para enfrentar exigências do cotidiano como regulação de energia e administração do estresse, um caminho para o contágio positivo do amor, uma forma de combater a indiferença a qualquer coisa, de não nos afastarmos do coletivo, que tanto nos ensina."


(texto publicado na Revista da Cultura edição 101 - dezembro de 2015)

Observatório da Imprensa entrevista o sociólogo Zygmunt Bauman


Entrevista com Leandro Karnal: A ambiguidade do "eu" e das virtudes - Gustavo Ranieri


Hamlet de Shakespeare e o mundo como palco é o título de uma das palestras mais assistidas do historiador Leandro Karnal. Quando a proferiu em abril deste ano, poucas dezenas de pessoas tiveram a oportunidade de a acompanhar presencialmente. Bastou, no entanto, ser postada no YouTube - além da exibição na TV -, para que diferentes edições da palestra somassem mais de 500.000 visualizações. Número que aumenta exponencialmente se incluirmos os views de outros tantos vídeos disponíveis na plataforma do Google com este doutor em História Social pela USP, professor da Unicamp na área de História da América, especialista em história das religiões e autor do livro Pecar & Perdoar - Deus e homens na história.

Irônico certamente é pensar que, na palestra mencionada na abertura deste texto, Karnal salienta que vivemos em uma época na qual, como não temos amigos de fato, congregamos com 3.000 deles no Facebook; e como não temos nada muito interessante a mostrar, preferimos fotografar tudo. Para ele, é sinal do nosso tempo a triste ideia de que "o registro visual seja mais importante do que a ideia".

Também por isso, respirava com alívio o anonimato durante as semanas que passou em novembro último entre Myanmar e Tailândia, no sul asiático, fazendo estudo do meio sobre Budismo Theravada e Animismo e ministrando palestra sobre religiões comparadas. Foi ao fim de um dia dessa viagem a trabalho que, por Skype, Karnal concedeu esta entrevista. "O bom daqui, de estar na Tailândia do Norte, na província de Chiang Mai, é que ninguém me conhece. Absolutamente ninguém. Sou julgado apenas pelas ideias, não sou julgado pelo pré-conceito positivo ou negativo. Para mim, é quase uma experiência de virgindade, e é uma experiência que recupera esse viço, esse frescor que talvez a exposição tenha feito perder."

Uma exposição midiática tamanha, aliás, que ascendeu o historiador a um fenômeno que ele chama de "guru midiático". "É um momento em que as pessoas querem me dar vozes que eu não tenho. Querem que eu incorpore a agenda delas, no sentido de agenda política, ideológica, sexual ou religiosa. Querem me dar pautas, no sentido de que tenho que me pronunciar sobre o acontecimento X ou Y", salienta o pensador, que dá conta de uma agenda lotada com total foco nos compromissos, ajudado pelas poucas horas de sono diárias - apenas quatro. "Na maior parte das vezes, aprendo muito com as pessoas que encontro em palestras, mas é um pouco estranho que elas me assistam por uma hora e passem quase duas batendo foto."

Na entrevista a seguir, parte dela focada no tema que rege esta edição, a generosidade, Leandro Karnal fala sobre essa virtude, mas também sobre utopia, a dificuldade de elaborar identidade sem exclusão, extremismo religioso e necessidade de compreensão de que a diferença jamais enfraquece, mas fortalece.

O que é, de fato, generosidade, essa virtude tão desejada é tão confundida em seu conceito?

Para os valores atuais, uma questão de solidariedade social, pensamento sustentável e combate ao preconceito. São valores deste momento que nem sempre existiram. São nossos desejos de um mundo melhor dentro da visão deste mundo melhor. Miro em um mundo sem preconceito, mas todas as sociedades humanas, sem exceção, das indígenas às urbanas do século 21, foram preconceituosas. Todas foram, de alguma forma, etnocêntricas e centradas. Desejo uma sociedade sem preconceitos e luto por isto, mas estamos muito distantes deste ideal.

Mas quais são as maiores dificuldades de fazer dessa virtude algo concreto?

Preconceito confere identidade. Como diz Sartre, quem inventou o judeu foi o antissemita. Quem inventou o Terceiro Mundo foram os intelectuais do Primeiro. A primeira dificuldade é elaborar identidade sem exclusão. A segunda é uma educação virtuosa, contrária ao preconceito. A terceira é a punição do preconceito nas formas da lei. Coerção e consenso de mãos dadas para superar racismo, misoginia, homofobia, demofobia etc. Mas é uma estrada e estamos só no começo.

Sua resposta me remeteu ao fim da Primeira Guerra Mundial, quando o Império Otomano derrotado foi partilhado, sem critérios muito estabelecidos, entre França e Inglaterra. Não houve por parte de ambos os países uma atenção com quem habitava esse imenso território, assim como em compreender e resguardar suas identidades e diferenças. Mas, se olhamos o hoje, vemos um mundo ainda muito fragmentado, com Estados querendo independência, como a Catalunha, por exemplo. Assim, de que maneira você enxerga a elaboração dessa identidade, como elaborá-la sem excluir alguém?

Os exemplos que você citou dizem respeito a um forte elemento da identidade, que é o nacionalismo. O nacionalismo é uma invenção, mas tem seu momento mais chave no século 19. E, no século 20, através da Primeira Guerra e da Segunda, o nacionalismo volta à tona também. Como você lembrou, a divisão do legado do Império Otomano, um dos quatro impérios eliminados pela Grande Guerra de 1914 a 1918, a guerra que mais eliminou impérios na história, são elementos que foram artificialmente tratados, porque os interesses ingleses e franceses não levavam em conta identidades locais, interesses que, no Oriente Médio - não só tanto quanto ao nacionalismo, mas quanto à identidade religiosa ou tradição histórica, por meio de um xeique ou de um califa e assim por diante. Aquelas fronteiras que [o então primeiro-ministro do Reino Unido Winston] Churchill dizia como a Transjordânia, parte da Jordânia, que foram traçadas numa tarde de sol em Londres, essas fronteiras como os belgas fizeram entre Ruanda e Burundi, montando etnias problemáticas como tútsis e hutus; essas fronteiras, elas são artificiais, mas na verdade as fronteiras e as identidades de países europeus - como você citou, a Catalunha - também são artificiais.

De que forma isso?

A França é uma junção de povos que não se amavam muito, nem tinham a mesma língua, até há pouco tempo. A Suíça tem quatro línguas. A Espanha tem, pelo menos, cinco focos de identidade muito forte, como bascos, como catalãs, como andaluzes etc., e que não têm uma proximidade nem cultural nem uma identidade linguística. Na verdade, pode ser um países muito pequeno e artificial como a Bélgica, que pensa em se separar. E pode ser um país gigantesco e também recente como o Canadá, que pensa em se separar. Em todos esses casos, nacionalismos e regionalismo desagregam uniões, porque essas identidades locais europeias, ou de outros lugares, artificiais ou não, são elementos com que as comunidades se identificam e a estes elementos de nacionalismo se somam elementos mais graves ainda de religião ou de acusações de que uma parte está explorando a outra. Ou seja, estamos sempre transferindo para os outros os nossos problemas. Estamos sempre constituindo identidades excludentes. E aí tem um desafio a que nós nunca conseguimos responder: como é que eu posso ser islâmico se eu não tiver ao meu redor católicos e judeus, como é que posso ser heterossexual sem homossexuais, como posso ser brasileiro sem argentinos? Ou seja, como posso estabelecer um elemento unificador em um universo em que toda ação de dizer quem sou significa dizer quem eu não sou, aquilo que eu gosto implica aquilo que não gosto. Não somos uma espécie acostumada a viver em grandes grupos. Estabelecemos identidades muito locais, muito provinciais, muito de aldeia. E, às vezes, elas são projetadas para a nação.

E se nunca conseguimos responder corretamente a este desafio, você acredita em alguma proposta, em algo que nos tire desse lugar?

Acredito na educação, uma educação cosmopolita. Acredito na proposta de Gandhi de abrir as janelas para o mundo, mas que a sua casa continue indiana, que é a ideia do Gandhi: "Minha casa é indiana, mas eu abro as janelas para o mundo inteiro". Acredito na valorização da minha identidade local, mas sem sufocar e sem xenofobia com a identidade dos outros. Mas isso é um exercício muito complexo. A maior parte das pessoas se sente atacada se ela for religiosa e encontrar um ateu, e a maior parte dos ateus se sente catequista, porque decide que, sendo ateu, tem que passar adiante essa ideia e abrir os olhos dos religiosos. Este é um ouroboros, é uma serpente que come a própria cauda. Nós temos uma dificuldade enorme de lidar com a diferença. E uma facilidade enorme de excluir, estabelecer preconceito, estabelecer muros e guetos. Essa é uma tradição histórica muito forte entre nós.

Por conseguinte, imagino que seja demais utópico pensar e almejar generosidade frente ao atual momento que o mundo atravessa.

Generosidade é um conceito histórico. Quer dizer que, em cada momento e em cada lugar, foi interpretada de um jeito. Era generoso para a elite inglesa aprisionar trabalhadores em workhouses no século 19, uma espécie de fábricas-prisão.  Os ingleses vitorianos achavam que assim ensinariam um ofício aos trabalhadores. Os nazistas consideravam útil e racional eliminar os portadores de deficiências mentais, as primeiras vítimas do extermínio nazista. A Inquisição tinha por lema "Misericórdia e Justiça'. Hoje, temos valores que falam de ação social, valorização da natureza, combate ao preconceito etc. Esses valores até podem ser utópicos, mas a utopia, desde que foi inventada por Thomas Morus (1478-1535), serve para melhorar o presente. Utopia permite avançar rumo ao horizonte; não, exatamente, construir um mundo utópico. A utopia estabelece uma espécie de meta a partir da qual eu reformo a realidade. Quando Thomas Morus inventou essa palavra, no século 16, o neologismo grego do "não lugar" [utopus], ele queria criticar a Inglaterra em que vivia. Quando [Michel de] Montaigne, nos seus escritos, fala sobre os canibais brasileiros - no capítulo 31, do Livro I de Os ensaios -, ele sua os canibais utópicos para criticar a sociedade francesa do seu momento. Então, "utopia" é sempre uma maneira de eu estabelecer um futuro perfeito contra o presente imperfeito. Como a realidade dá menos do que desejo e como o horizonte se alarga à medida que a gente deseja mais, utopia tem essa função didático-pedagógico-política, por isso a importância dela.

Historicamente, é errado pensar que quando o ser humano era nômade, caçador-coletor, ele era mais generoso do que se comparado ao período posterior como sedentário, praticando a agricultura e formando então as primeiras aldeias, vilas e cidades?

Como disse, generosidade é um valor histórico. De algumas formas, vivemos um mundo menos violento do que há 60 anos ou há 5 mil. Há mortes, mas elas causam mais impacto e protestos. Todos os crimes de rua no Brasil não chegam a ser um dia normal na Batalha de Stalingrado, entre 1942 e 1943. As cidades domesticaram parte dos instintos, e isto pode produzir cultura formal e formas mais elaboradas de violência.

Mas, em sua opinião histórica, já fomos predominantemente generosos ou sempre estivemos longe disso?

Se usarmos o exemplo da generosidade como a entendemos hoje, estamos num período melhor do que no século 15, por exemplo. Sofisticamos nossos meios materiais para sermos genocidas. Mas veja, os nazistas tornaram a morte uma indústria sistemática. Porém, quando os soviéticos avançaram, os alemães destruíram parte dos campos de morte. Eles sabiam que aquilo era um crime de guerra e queriam destruir provas. Os assírios mataram muitos e sem nenhuma tentativa de esconder. A violência era exemplar, pública e tinha função no império assírio. Matamos mais hoje por recursos materiais mais elaborados, mas temos uma consciência maior de alguns valores. Turcos, hoje, negam a morte de armênios na Primeira Guerra. No século 15, turcos e cristãos empalavam-se mutuamente nos Bálcãs, publicamente, e nenhum dos dois lados, islâmico ou cristão, tinha escrúpulo de exibir sua violência. Pelo contrário, orgulhavam-se dela. Hoje, somos obrigados a uma virtude pública, estados, instituições e pessoas. A bomba atômica mata muito rapidamente muita gente. Imagine a bomba atômica nas mãos de Nero ou Calígula, de Átila ou de Carlos Magno.

Como você observa o marketing pessoal e empresarial tentando se camuflar com exemplos dessa virtude?

Hoje, a virtude traz lucro. Ser ecologicamente responsável e socialmente engajado aumenta o valor das ações. Assim, virtude e interesse estão presentes. Hoje, virtude agrega valor à marca.

Mas é possível a formação de um ser generoso em meio a uma sociedade tão massificada pelo consumo?

Para muita gente, o consumo é um valor virtuoso, pois gera emprego e faz circular riquezas. A virtude relacionada ou não ao consumo é um conceito interessante. O principal benefício que pessoas mais pobres querem não é igualdade social ou combate ao racismo, mas o poder de também consumir. O desejo de consumir é uma meta forte para quase todas as pessoas. Sociedades que consumiam pouco, como as socialistas, não foram mais virtuosas. Sociedades que consomem muito, como a norte-americana, não são mais virtuosas. Porém, passamos a separar consumo e virtude por uma influência provável de certo platonismo e de certo moralismo ou cristão ou socialista.

Podemos dizer que maior igualdade sociocultural facilitaria a existência de atitudes generosas?

Sem dúvida, o cidadão inserido em uma sociedade com pouca diferenciação econômica, inserido em uma sociedade onde haja muito pouco a invejar do outro e a diferença seja pouco relevante, ele tem menos capacidade de destruição de um grande centro onde desconhecidos têm diferenças enormes. Pessoas que estão inseridas em um meio onde você possa conhecer as pessoas, deveriam, a rigor, estabelecer um ponto mais próximo ou um ponto de maior diálogo e assim por diante. Isto é verdade e, ao mesmo tempo, nós temos exceções notáveis de sociedades equilibradas, com pouca desigualdade, dentro das quais, de repente, aparece um louco, um ser violento. É importante lembrar que a violência era maior no passado do que é hoje.

Mas o que mudou?

Foi muito mais o meio de exercer essa violência. A chance do assassinato era maior há 50 anos ou 70 anos do que ela é hoje. A morte de crianças, a convivência com os horrores; tudo isso, de alguma forma - em alguns setores, não todos - melhorou. Nós estamos em uma sociedade que tende a cobrar mais tolerância, menos preconceito e ser mais dura com as expressões da violência. É que eu acho que como toda a espécie humana, e ao longo da sua história, nós somos violentos. Violências de comunidades indígenas contra comunidades indígenas, violência de homens brancos contra comunidades indígenas, violência de religiões entre si, violências dentro da própria religião, violências entre grupos antagônicos sociais, violências ligadas à desigualdade aprofundada pelo capitalismo, violências dentro de sociedades socialistas e assim por diante. Quer dizer, a igualdade do socialismo, por exemplo, ou a desigualdade do capitalismo não gerou sociedades mais harmônicas ou mais felizes. Agora, a concepção da bondade tem a ver com a construção de uma ideia tanto religiosa quanto moral, como o pacto social, que é muito complicado. É muito complicado eu transformar as pessoas em mutuamente capazes de conviver. E tem dado errado na maior parte das vezes.

Você disse que a bondade tem a ver com a construção de uma ideia religiosa e moral. Assim sendo, estendo essa pergunta à generosidade e demais virtudes. São elas também um "produto" da religião?

A virtude foi estabelecida junto com as religiões,  mas não apenas por elas. Aristóteles definiu ética sem apelo aos deuses. Considerando as práticas religiosas na história, a pergunta correta seria se é possível ser religioso e virtuoso ao mesmo tempo. Mas, sem dúvida, a ideia de um código moral e um Deus que pune ou premia é uma ideia forte e tem funcionado como base de um mundo no qual sempre foi difícil regular as especificidades do indivíduo em relação a si e ao todo social.

Então, faço aqui a pergunta que você acha a mais correta: é possível ser religioso e virtuoso ao mesmo tempo?

É possível, porque a religião é um signo aberto. Sempre dou o exemplo em sala de aula, na Unicamp, que o movimento pela reforma agrária, o MST, nasceu em sacristias de igreja e na obra de Dom Tomás Balduíno, da Pastoral da Terra. O movimento da TFP [Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade], inimigo mortal da reforma agrária, nasceu também na sacristia de igrejas. É possível que a religião faça pessoas lutarem pela justiça social e é possível que a religião seja um poderoso elemento de justificação das injustiças sociais. Religião é um signo aberto. Algumas pessoas são equilibradas porque são religiosas e outras são desequilibradas porque são religiosas. A religião não é nada em si. E não tem nada a ver com caráter. A associação entre caráter e religião é um esforço dos religiosos. Há pessoas religiosas de excelente caráter e há pessoas religiosas que são completos filhos da puta em qualquer aspecto da expressão. Isto não produz algo. Agora, acho que a moral mais fácil de ensinar é a moral religiosa. Do ponto de vista behaviorista da psicologia comportamental, a religião é o elemento mais fácil de ser ensinado como moral, especialmente em um primeiro estágio. Agora, o mundo religioso é um mundo violento, e o mundo ateu é um mundo violento. 

É impossível destacarmos esse princípio violento do ser humano sem falarmos aqui dos recentes ataques em Paris perpetrados por extremistas ligados ao Estado Islâmico. Você enxerga qualquer possibilidade de alterarmos para melhor a configuração mundial de direitos e respeitos universais humanos sem um diálogo com tais extremistas?

Acho que há um grau de preconceito de radicalismo, que talvez seja comum a alguns fundamentalistas do Estado Islâmico, comum a alguns nazistas, comum a algumas personagens deste naipe, que não são possíveis para estabelecer um diálogo, porque todo o ser deles obtém toda a energia vital e toda a sua identidade do ódio. Não creio que sejam pessoas capacitadas para um diálogo. Não creio que um fundamentalista, líder do Estado Islâmico, ou um clássico nazista, ou qualquer outra personagem assim seja capacitada para um diálogo. Há um grupo, que talvez até pertença ao Estado Islâmico, que é mais aberto, talvez, ao diálogo. Mas o líder fundamentalista, este não existe sem o ódio, sem a morte, sem a violência. Ele não tem outra maneira de existir. Então, acredito na combinação de duas coisas: coerção contra os agressores, contra bárbaros que não aceitam a existência de outros, sejam esses quais forem, e consenso, que é dado pela educação, pelo estímulo ao debate, ao senso crítico, pela igualdade social maior, pelo fim da miséria e da fome e assim por diante. Mas acho, de novo, que deve ser a minoria que faz um barulho enorme; mas é a minoria. O indivíduo violento nas suas convicções é uma minoria. Existe uma grande massa que não é violenta nas suas convicções e esta, sim, pode ser trabalhada pela educação, pode ser trabalhada pelo debate, pode ser trabalhada por estímulos ao contraditório para poder conviver com a diferença de uma tolerância ativa, o que significa que eu rejeito a intolerância, mas rejeito também a tolerância passiva, aquela que diz: "não tenho nada contra X e Y, desde que não sentem ao meu lado". Isso é tolerância passiva. A tolerância ativa, que é o meu desejo e que é a minha utopia, é o dia que eu entender que a diferença não me enfraquece, mas me fortalece. E eu não ser o padrão do mundo, além de ser uma alegria para o mundo e uma felicidade, faz com que eu possa ver as questões sob pontos de vista distintos.

Para encerrar, Leandro, seja pela visão do historiador, seja de um indivíduo comum apenas, você acredita que teremos um mundo mais generoso?

Um dos axiomas, um dos princípios mais fundamentais da história, é que ela é feita por homens, ela não é feita por forças extra-humanas. Isso significa que tudo o que nós temos hoje pode ser transformado para melhor ou para pior. Mas, se nós lembrarmos que há 20 anos ninguém usava cinto de segurança, é que a junção de dois elementos, coerção e consenso, transformou por completo a relação do brasileiro com o cinto de segurança - multas mais educação no trânsito -; se nós lembrarmos que há 50 anos nenhum de nós pensava na questão da água e que hoje quase todas as crianças, nas escolas, têm uma consciência hídrica muito maior do que havia na minha infância, significa que as pessoas podem ser transformadas para melhor ou para pior. Então, estabeleço como princípio possível, afirmativa categórica, que sim: é possível transformar o mundo para um mundo melhor, menos injusto, menos preconceituoso, que se livre de todas as suas mazelas, como o racismo, a misoginia, a homofobia, a demofobia ou quaisquer outros problemas. Nós podemos lutar por um mundo melhor. Isso é possível e é exequível. Porém, se isso vai acontecer, vai depender de uma resposta muito relevante dada por mim, por você, por quem está lendo esta entrevista ou por quaisquer outras pessoas que possam agir a esse respeito. Mas não há forças externas aos homens. A sociedade do futuro será o que nós fizermos, e isto é possível melhorar.



(texto publicado na Revista da Cultura edição 101 - dezembro de 2015)

9 sinais que você pode ser um trabalhador da Luz - Roberto Legey (Penso positivo)


Você sente que você tem uma forte vocação para trazer cura para o mundo? Você poderia ser um trabalhador da luz.

A população do planeta inclui muitos destes trabalhadores – e, se você não for um trabalhador da luz, você provavelmente encontrou um.

Trabalhadores da Luz têm um forte desejo de produzir energia positiva neste mundo. Eles usam seus dons para espalhar a sabedoria divina por amor a si e aos outros, a liberdade, conhecimento e autodomínio para alinhar e estreitar cada vez mais com energia pura e amorosa.

Se as pessoas já lhe disseram que você tem um “coração puro”, que você os inspira, ou que você aquece seus espíritos, especialmente quando eles estão se sentindo para baixo,você pode ser destinado a trabalhar para a luz. Um trabalhador da luz se sente muito diferente daqueles ao seu redor, e muitas vezes torna-se interligados na comunidade espiritual para ajudar a identificar e curar os males do mundo ao seu redo

1- Você é sensitivo

O espírito do trabalhador da luz é muito puro e terão muita dificuldade de compreensão e adaptação no que diz respeito a diversos acontecimentos da vida cotidiana e prática. Eles também podem encontrar dificuldade em lidar com as pessoas que exibem emoções intensas, tais como agressão e raiva.

No decorrer de suas vidas, estes trabalhadores são expostos a diversas situações negativas e essas situações são sentidas por eles com maior intensidade, mais profundamente, fazendo com que se sintam cansados e esgotados, sendo necessária a introspecção para restaurar seus níveis de clareza e de energia.

2- Estar sozinho é algo normal

Desde muito cedo em sua vida, um trabalhador da luz pode sentir-se isolado dos outros, solitário ou mal compreendido. Enquanto eles vivenciam todos os desafios da vida eles ainda mais se isolam e vão encontrar um isolamento ainda maior na medida que procuram o seu caminho único.

Por eles captarem facilmente os sentimentos e estados de espírito negativo das pessoas ao seu redor, é importante que passarem um tempo sozinhos em uma lugar fixo. Esta natureza introvertida realmente não vêm de uma preferência social ou temperamento; é simplesmente o cerne do espírito do trabalhador da luz.

3- Você é empático

O trabalhador da luz é atraído por expandir seus sentidos de compreensão do mundo, e, muitas vezes, visitam cantos escuros da vida para ganhar essa perspectiva. Mais do que apenas simpatia, o trabalhador da luz se preocupa com os outros a partir de um lugar profundamente enraizado dentro deles.

Esses trabalhadores se tornam a cada dia mais compassivos, enquanto ganha experiência. Seus esforços visam, em última análise, a despertar a empatia nos corações daqueles que o cercam.

4- Você tem um forte desejo de ajudar as pessoas

Em virtude da natureza empática de um trabalhador da luz, eles muitas vezes optam por carreiras em que prestam servisços diretos a outras pessoas, em auxílio. Seja como um conselheiro, enfermeiro ou mesmo professor de qualquer área do conhecimento. Ele se deica a sua contribuição sólida para o bem maior da humanidade.

5- Você honra e respeita o sentido espiritual da vida

O trabalhador da luz tem uma visão grandiosa do mundo. Como uma pequena engrenagem em uma máquina grande, trabalhadores da luz percebem que eles são uma parte pequena, mas integrante da vida que podem ter um efeito sobre o mundo. Quase como garimpar com uma câmera, o trabalhador da luz está em sintonia com um sentido espiritual que todas as coisas estão relacionadas, e que, com cada ação vem uma reação muito real.

Quando testemunham a destruição da Terra através das muitas atividades do homem, o trabalhador da luz pode sentir uma sensação de perda, e talvez até mesmo dor. Esta ligação profunda muitas vezes leva a uma estreita ligação com os animais e o ambiente, possivelmente, até mesmo levando seu trabalho de vida em um desses campos.

6- Você é um pouco rebelde

Como o trabalhador da luz é um pouco diferente, não parece muito “se encaixar” no molde da sociedade. Estruturas hierárquicas não possuem muito significado para a mente de um trabalhador da luz e eles não enxergam razão para para obedecê-las. Surge, assim, a necessidade de se rebelar.

Esta natureza antiautoritária está no cerne dos trabalhadores da luz, pois a sua missão está ligada a nortear a vida de modo que ela transcenda aos limites impostos pelos bloqueios de evolução espiritual aqui na Terra.

7- Você expressa os sentimentos da humanidade

Trabalhadores da Luz muitas vezes agem de modo a dar cor, forma, letra aos sentimentos do seu tempo por meio de expressões criativas. Eles retratam as atividades mentais da sociedade através das artes.

Ao longo da história, muitos sábios nos têm conectado através de uma representação artística. Na arte, o trabalhador da luz encontra a realização nesta auto-expressão. Sua criatividade, conhecimento e natureza intuitiva impactam os seus circundantes e atuam como agentes de transformação.

8- Você admira o cosmos

Você já sentiu como se tivesse “outra casa” no grande espaço além? O trabalhador da luz tem um fascínio com as estrelas e expansão além da nossa mera existência terrena, sentindo-se como se estivesse conectado diretamente com algo além deste planeta.

A conexão do trabalhador da luz de fonte, o divino, e tudo o que há no Universo é forte em seu espírito, que são guiados para trazer a luz para onde estão agora.

9- Você encontra-se atraído por temas de inspiração e desenvolvimento pessoal

Trabalhadores da Luz estão sempre sendo orientados a viver o seu melhor e ajudar os outros a alcançarem o mesmo. Sabem quem realmento somos e o poderemos vir a ser e, atraídos para a luz, procuram nortear suas vidas e as vidas das demais pessoas de inspiração, positividade e de atividades de desenvolvimento pessoal. Esta poderia ser na forma de física, mental ou espiritual.

Por exemplo, você pode ser atraído para ler livros de poesia, praticar yoga, meditação, oração, seminários de desenvolvimento pessoal…

“Viva para aprender a amar.
Aprenda a amar para viver.
Ame viver para aprender
de modo que você possa viver a vida que você anseia.”

Rico Dasheem

Acima de tudo, os trabalhadores da luz podem ser livres de procurar validação fora de si mesmos quando eles percebem o verdadeiro poder que está dentro deles. Cabe a cada trabalhador da luz continuar ajudando a espalhar essa mensagem brilhando sua própria luminescência por toda a Terra.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Papa Francesco, sacchi a pelo e soldi ai clochard dopo la via Crucis



Dopo la processione al Colosseo, l'elemosiniere pontificio, insieme ad alcuni volontari, si è recato per le vie di Roma per portare "una carezza da parte del Papa" ai senzatetto

Papa Francesco, sacchi a pelo e soldi ai clochard dopo la via Crucis

ROMA - Nella serata venerdì santo, l’elemosiniere pontificio, l'arcivescovo Konrad Krajevski, accompagnato da alcuni suoi collaboratori volontari e da alcuni senzatetto ospiti del Dormitorio “Dono di Misericordia”, si è recato per le vie di Roma per portare un piccolo regalo di Papa Francesco alle persone che dormono per strada.

DOPO LA VIA CRUCIS - Si tratta "di un gesto compiuto in unione spirituale con la Via Crucis celebrata in quel momento al Colosseo", ha sottolineato il portavoce della Santa Sede, padre Federico Lombardi. A tutti sono stati consegnati sacchi a pelo e un piccolo dono - una busta con una piccola somma di denaro - definito da padre Lombardi "una carezza da parte del Papa".



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Triste é encontrar o amor da sua vida e ter que deixá-lo (Melhor com Saúde)


Ainda que muitos não acreditem, não existe um único amor de nossas vidas. Podemos encontrar o amor várias vezes, e podemos ser igualmente felizes mesmo sem ter um amor ao nosso lado.

Não é fácil encontrar o amor da sua vida, aquela pessoa capaz de preencher nossos vazios e dar luz à nossa existência. Agora, em algumas ocasiões, o tempo traz uma dura realidade: temos de deixar esse amor ir, porque só respiramos infelicidade ao lado dele.

As relações afetivas não são fáceis. Às vezes, o amor não é suficiente e, por isso, acabamos sentindo desde frustração até uma certa falta de esperança na hora de iniciar um novo compromisso.

É preciso ter uma coisa bem clara: o amor da sua vida não está centrado em apenas uma única pessoa. Não há um amor perfeito, nem ideal. As relações são construídas, por isso vale a pena encontrar uma pessoa que realmente saiba disso e mereça estar em sua vida.

O amor da sua vida também pode decepcioná-lo

Quando amamos alguém entregamos tudo a essa pessoa, sem limites. Sabemos que tanto a psicologia emocional quanto os gurus dos relacionamentos como Walter Riso nos lembram de que “não devemos nos apegar a ninguém”, e que “primeiro somos nós e depois nosso parceiro (a)”…

Agora, na vida real, nada disso é tão simples.

Quando você encontra o amor de sua vida, é capaz de abandonar tudo, de não ver nenhum obstáculo e de priorizar seu ser querido acima de qualquer coisa.
Amar também é se arriscar e, por isso, é normal que nos vejamos capazes de fazer renúncias e grandes proezas para alcançar essa suposta felicidade ao lado da pessoa que acreditamos ser a ideal.

Toda relação precisa de compromisso, paixão e vontade, mas quando sentimos que encontramos a pessoa adequada, estas dimensões adquirem uma intensidade muito maior.

O principal problema de encontrar o amor da sua vida é que você acaba por construir muitos sonhos, desejos e projetos. São aspectos que podem cair por terra pouco a pouco, caso você se dê conta de que a relação é insustentável e dolorosa.

Algo que você pode concluir é que o amor é cego e que nos fixamos muitas vezes nas pessoas erradas. Não é o amor que é cego, mas sim os sonhos que construímos com essa pessoa.

O que você deve saber sobre o amor da sua vida

O amor da sua vida é uma pessoa imperfeita, assim como você

A primeira coisa que vale a pena lembrar é que é preciso ir com cuidado em relação às altas expectativas. Não idealize, não projete aspectos que não são reais na outra pessoa. Este é um erro no qual muitas pessoas caem e que vale a pena considerar.
Conheça e observe a pessoa pela qual se apaixonou “sem anestesia” e com total realidade. Ninguém é perfeito, assim como nós não somos. Trata-se de aceitar defeitos, manias e costumes sabendo encaixá-los com os nossos para conseguir conviver.

A pessoa ideal pode aparecer várias vezes

É comum que caiamos na ideia de que “existiu alguém perfeito”, alguém que deixamos para trás e que colocamos em um pedestal, alguém a quem ninguém se iguala. Não faça isso.

O amor perfeito pode chegar não uma, mas sim várias vezes. Não se empenhe nos contos carregados de romantismo que nos impedem de ver a realidade das coisas, ou você sofrerá inutilmente.

Permita-se ser feliz quantas vezes forem necessárias. Porém, considere que também é possível ser feliz sozinho. O importante é não ter a necessidade de procurar alguém perfeito.

Basta ser uma boa pessoa e saber conhecer todas as suas grandezas, aceitando também os seus defeitos.

Como saber se alguém é a pessoa “certa”

Refletiremos agora sobre as questões que podem dar uma pista a respeito de termos encontrado ou não a felicidade junto a uma pessoa:

Você pode ser você mesmo em cada momento do dia.

Você se sente livre ao mesmo tempo em que se sente feliz por ter este compromisso.

Já não pensa no passado. Não lamenta nada do que viveu e aceita tudo o que experimentou porque lhe permitiu chegar aonde está: com a pessoa amada.

É a sua prioridade mas, ao mesmo tempo, essa pessoa lhe permite crescer e ter seu próprio espaço.

A pessoa está presente quando você precisa dela.

Sabe formar uma equipe, constrói com você e não destrói.

Sabe cuidar da relação através dos pequenos detalhes.

Você sorri com ela, aproveita, e enxerga que há cumplicidade.

Os dias ruins melhoram com o seu apoio.

Você pensa em como será seu futuro com essa pessoa e se sente feliz.

Sente que é um amor maduro, onde não existe ciúmes porque existe compreensão e confiança.

Você se sente bem com você mesmo quando está com essa pessoa e, apesar dos momentos complicados, percebe que tudo pode ser superado.

São Paulo é a cidade com o maior índice de perturbações mentais do mundo (Psicologias do Brasil)


O relatório São Paulo Megacity Mental Health Survey mostrou que a região metropolitana de São Paulo possui a maior incidência de perturbações mentais no mundo. O estudo feito pela OMS (Organização Mundial de Saúde) revela que 29,6% dos paulistanos e moradores da região metropolitana, sofrem de algum tipo de perturbação mental. O levantamento pesquisou 24 grandes cidades em diferentes países.

Entre os problemas mais comuns apontados no estudo estão a ansiedade, mudanças comportamentais e abuso de substâncias químicas. Dentre eles, a ansiedade é o mais comum, afetando 19,9% das 5.037 pessoas pesquisadas.

Depois de São Paulo, cidade que representa o Brasil no estudo, os EUA aparece em segundo lugar, com aproximadamente 25% de incidência de perturbações mentais. A cidade norte-americana utilizada no levantamento da OMS não foi revelada.

Além de ser a cidade com maior incidência de perturbações mentais, São Paulo também aparece na liderança do ranking de casos graves, com 10% da população afetada. Neste ponto, a capital paulista também é seguida pelos EUA, que possui uma incidência de casos graves de 5,7%

De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, a alta incidência de perturbações mentais é causada pela alta urbanização associada com privações sociais. Segundo eles, os grupos mais vulneráveis são homens migrantes e mulheres que residem em regiões de alta vulnerabilidade social.

Em São Paulo, a pesquisa da OMS foi financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), sob a coordenação da Profª Laura Helena Andrade, professora do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, e da Profª Maria Carmen Viana, professora do Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Espírito Santo.

Le tue cellule ti ascoltano: parlare con il tuo corpo può aiutare a guarire (Veki: the club of awakening)


“Ogni singola parte del tuo corpo ha la sua propria coscienza o la sua propria anima”. Queste parole rivoluzionarie, dette dalle donne della medicina locale, fecero iniziare il mio viaggio alla scoperta della straordinaria capacità di auto-guarigione del corpo umano.

Quando mi venne presentata questa prospettiva, soffrivo di un intenso dolore cronico. Ho immediatamente immaginato di fare mio questo concetto nella mia meditazione quotidiana. Pensavo: “Può sentirmi il mio corpo? Posso parlarci per cooperare nel guarire questa condizione?”
Quella notte, dopo aver cercato uno stato di profonda calma attraverso la meditazione, ho iniziato ad avere una conversazione sincera e introspettiva con il mio corpo; ero speranzosa ma non sapevo cosa aspettarmi. Dopo circa un’ora di questa attenta comunicazione, accadde qualcosa di straordinario. I miei muscoli iniziarono a rispondere. Legamenti e tendi iniziarono ad allungare e divaricare i tessuti della pelle quelli cicatrizzati. I nervi iniziarono a scaldarsi e i muscoli del polpaccio iniziarono a tendersi e distendersi indipendentemente dal mio controllo conscio. Mentre questa risposta continuava, uno dei miei polpacci che era paralizzato da una condizione neuropatica, diagnosticata come una distrofia del riflesso simpatico, si risvegliò grazie a quelle che sembravano delle scosse elettriche lungo tutta l’area.

Il mio cuore ebbe un sussulto nel momento in cui realizzai che il cammino verso la libertà dalla mia condizione era finalmente iniziato. Con un background di studi sull’agopuntura e la medicina orientale, sapevo molto bene che la maggior parte dei disturbi erano di origine cronica e pensai come le implicazioni di questo fenomeno potessero essere utili alle altre persone che ne soffrivano. Mentre continuavo a progredire nella mia nuova condizione, organizzai un approccio verso un sistema da insegnare ai miei clienti e iniziai a concentrare la mia attenzione sulla terapia ipnotica.

Quando parlavo ai miei clienti, cercavo di spiegare come una meditazione regolare fosse necessaria ad allenare il cervello a raggiungere uno stato di onde alpha e theta, perché era proprio in questo stato che avveniva la comunicazione tra mente conscia e corpo fisico. Ho scoperto che durante la comunicazione, ci sono tre punti fondamentali da raggiungere nella cooperazione con il corpo:

-Avvicinarsi al corpo con compassione, comprendendo che è fatto ci cellule consce che provano emozioni.
-Creare fiducia introducendo il tuo corpo ad una conversazione mentale positiva riguardo i tuoi desideri che riguardano entrambi aiutandovi nella cooperazione e superando la malattia.
-Permetti i cambiamenti in questa conversazione usando diversi pensieri e parole che creino una sequenza di emozioni elevate e spontanee.

Secondo la mia esperienza, questa piccola guida è necessaria per raggiungere una risposta del corpo dinamica verso la guarigione. Recentemente mi sono imbattuto in una serie di fattori scoperti dal ricercatore Cleve Backster, che passò 36 anni della sua vita studiando la biocomunicazione nelle piante, negli animali e nelle cellule umane. Si riferisce a questi fattori come a delle vere intenzioni e atti spontanei.

Backster, un ex specialista d’interrogatorio nella CIA, racconta del preciso momento che lo condusse al suo vero lavoro in questo mondo, nel suo libro “Primary Percetion”. Questo momento arrivò una mattina del febbraio 1966 quando decise di monitorare la fragranza della pianta di Dracena nel suo laboratorio utilizzando una strumentazione simile alla macchina della verità. Attaccò gli elettrodi alle piante e iniziò a pensare ai vari modi con cui avrebbe potuto stimolare l’attività elettrica della pianta. Negli umani questa attività è associata a delle emozioni molto intense. Immaginò improvvisamente di bruciare le foglie attaccate agli elettrodi. Nel preciso istante in cui questa idee sfiorò la sua mente l’indicatore della macchina schizzò al massimo mostrando una reazione estrema da parte della pianta. Stupefatto, prese una scatola di fiammiferi dalla sua scrivania pensando alla possibilità della pianta di rilevare la potenza dell’intenzione umana.
Quando tornò con la scatola di fiammiferi, la pianta stava ancora mostrando lo stesso livello di reazione. Backster decise di “ritirare le minacce” e riportare i fiammiferi sulla scrivania. In quel momento il grafico mostrò una lenta discesa dell’indicatore collegato con il “tranquillizzarsi” della pianta. Quando Backster provò a ripetere gli stessi risultati facendo finta di bruciare la pianta, non ci fu nessuna reazione. La pianta sembrava aver capito la differenza tra intenzione reale e artificiale. Scoprì inoltre che le piante potevano sintonizzarsi con le cure primarie del proprietario, rispondendo sia alle emozioni positive che a quelle negative e addirittura mostrando risposte emozionali al ritorno del proprietario dopo una lunga assenza. Le scoperte del grafico mostrarono inoltre che le piante riuscivano a riconoscere le emozioni del proprietario rispetto a quelle di un vicino.

Più tardi, Backster allargò la sua ricerca includendo le cellule umane e i loro segni di coscienza. Raccolse dei campioni di globuli bianchi del sangue di un donatore umano, conducendo dell’elettricità all’interno di una provetta, e registrò la reazione delle cellule nel momento in cui il donatore faceva esperienza di diversi stati emozionali. Scoprì che le emozioni spontanee riuscivano ad indurre una reazione elettrica nelle cellule. Per esempio, se il donatore era forzato a provare un’emozione, le cellule non rispondevano. Ad ogni modo, quando lo stesso riceveva una chiamata dolorosa dalla sorella, le cellule reagivano significativamente.

Notò che la distanza sembrava irrilevante in questi esperimenti. Per esempio, un donatore lasciò le sue cellule nel laboratorio ma tenne un diario molto dettagliato di tutte le emozioni significative che provò durante il viaggio per raggiungere casa verso un altro stato come perdere il turno sull’autostrada, aspettare in una lunga fila all’aeroporto, e il decollo dell’aereo. Più tardi le sue informazioni vennero comparati a quelli registrati dal grafico e mostrarono una forte correlazione tra l’incidenza dell’evento stressante e la reazione elettrica delle sue cellule. Il grafico tornò a dei livelli di quiete quando il donatore arrivò a casa e andò a dormire.

Questi esperimenti furono condotti utilizzando una strumentazione in grado di tracciare e registrare le radiazioni elettromagnetiche, l’energia utilizzata per la trasmissione di informazioni. Le cellule si comportarono come se le macchine non fossero lì, suggerendo che la comunicazione è trasmessa da un campo non identificato dalla scienza convenzionale. Alcuni scienziati credono che lo sviluppo della fisica quantistica possa aiutare a guidarci verso la comprensione di questo campo che trasmette le intenzioni emozionali tra le cose viventi. L’intreccio quantico è un processo in cui due particelle che interagiscono, comunicano come se fossero connesse anche dopo essere state separate per chilometri. Quando un cambio energetico viene effettuato su una delle particelle (posizione, moto e rotazione), le altre particelle distanti cambiano allo stesso istante.

Il fenomeno scientifico e le ricerche di Cleve Backster, indicano il concetto di unicità, la visione che tutta la natura è direttamente collegata e interdipendente. Le culture antiche compresero questa connessione come un campo di energia universale vivente che sostiene la vita durante l’evoluzione delle coscienze attraverso l’universo.

Le tecniche di meditazione coinvolte nella pratica portano alla mente un attenuamento di questo campo. L’energia di questo campo è concentrata nella guarigione fisica anche attraverso le vere intenzioni, portate attraverso la conversazione che provoca emozioni spontanee.

Questo metodo che io chiamo ANTARA (parola sanscrita che significa “dentro”), rende possibile fare esperienza delle possibilità curativi create dall’alleanza tra mente e corpo attraverso questo campo di energia universale vivente.