sábado, 24 de novembro de 2018

Conheça a origem da expressão Black Friday - Vinícius Bacelar


A ação de reduzir os preços, amanhã, mundialmente conhecida como Black Friday, surgiu nos Estados Unidos, em 1869. Á época, comerciantes norte-americanos resolveram fazer promoções para que as suas contas saíssem "do vermelho" e voltassem "ao preto".

No Brasil, as pessoas usam a expressão "ficar no azul" para mostrar que a situação financeira é boa. Porém, nos EUA, quando alguém diz estar "azul" (I'm blue) a conotação é negativa. Pode-se interpretar que ela esteja em uma fase depressiva. Por isto, a escolha da palavra black ou preta.

Apesar da expressão Black Friday ter origem econômica, na década de 1960, o movimento negro norte-americano Black Power tentou mudá-la para Big Friday, já que alguns registros ligavam o antigo nome à venda de escravos. No entanto, a expressão Big Friday não pegou.

Isto porque policiais da Filadélfia insistiam em dizer Black Friday pro causa do trânsito caótico provocado pelos consumidores. A cidade "travava" com o acúmulo de pessoas que saíam de suas casas em busca das melhores promoções. Então, os agentes passaram a tratar tal dia como uma "sexta-feira negra". Com o tempo, os comerciantes conseguiram dar uma conotação positiva ao termo.

No Brasil, as lojas adotam a prática de dar descontos em uma data específica desde 2010. O publicitário e empreendedor Pedro Eugênio foi o responsável por trazer a ideia ao País.

Por um tempo, consumidores brasileiros chegaram a ter uma certa resistência em relação à Black Friday e lhe deram o apelido pejorativo de Black Fraude - no qual os produtos seriam vendidos "pela metade do dobr do preço original".

Mas isto tem mudado com o passar dos anos. Tanto que em 2017, o comércio na data movimentou R$ 2,1 bilhões, segundo o site oficial www.blackfriday.com.br.


(texto publicado no jornal Metrô News de 22 de novembro de 2018)

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Chocolate pode ter servido como moeda para os maias - Ana Carolina Leonardi


O amor pelo cacau na América Latina impactou tanto a boa quanto o bolso.

Mais que um alimento luxuoso, o chocolate pode ter adquirido uma importância financeira considerável no Império Maia a partir do século 3. A arte da época já revela uma preferência particular dos nativos pelo cacau, que era transformado em um caldo servido em copos de barro. Esse chocolate quente primitivo já era sinal de status - e, segundo murais do século 7, podia ser trocado por outros produtos básicos, como massa à base de milho. Mas a importância do chocolate - ou pelo menos do fruto que lhe dá origem, o cacau - teria ido além do escambo. Ele pode ter dado origem a um sistema monetário mais complexo. A arqueóloga Joanne Baron analisou 180 obras de arte produzidas na América Central, entre os anos 691 e 900. Elas mostram que grãos de cacau passaram a ser aceitos como impostos pelos reis da época. Secos ou fermentados, eles duravam um bom tempo e eram raros na região. Segundo Baron, os lideres coletavam muito mais cacau do que o palácio seria capaz de consumir - sinal de que o valor do chocolate não era uma questão meramente gastronômica e o cacau-moeda servia, provavelmente, para pagamento de serviços e comércio entre povos vizinhos.


(texto publicado na revista Super Interessante edição 392 - agosto de 2018)