segunda-feira, 8 de julho de 2013

Menopausa - O que acontece com o corpo da mulher nesta fase ?


É perto dos 50 anos que as mulheres passam por um período de queda hormonal chamado menopausa. A médica endocrinologista Silvia Bretz explica que estrogênio é o hormônio básico da mulher e a falta dele no organismo feminino é a principal causa das ondas de calor ou fogachos em aproximadamente 75 a 80% das mulheres. Fisiologicamente, a redução progressiva do estrogênio que acontece na menopausa promove efeitos profundos no organismo todo.

Em alguns casos a consequência dessa deficiência de estrogênio a longo prazo, propicia sintomas desagradáveis e, algumas vezes, sérias doenças. Isto porque o estrogênio diminui e isso provoca um aumento do colesterol, e, consequentemente, do peso.

É justamente nesta fase, quando acabam os óvulos e o estrogênio, que a mulher fica deprimida e quando também podem ocorrer outros fatores emocionais como insônia, estresse etc. Ela come mais e a gordura que até então era localizada no quadril vai para o abdome. Esta gordura abdominal visceral é tóxica e responsável por doenças graves como diabetes, hipertensão e colesterol alto. É o que chamamos de Síndrome Metabólica.

Dra. Silvia alerta que "só a redução do estrogênio muda significativamente o formato do corpo da mulher. Isso é visível se compararmos o corpo de uma mulher aos 20 anos e de outra aos 40 anos. Vamos notar que aos 40 já há um aumento do percentual de gordura e uma diminuição da massa muscular. Essa mudança do corpo já representa ganho de peso e além disso ela também vai ficar flácida."

O estrogênio é responsável pela textura da pele feminina e pela distribuição de gordura, e sua falta causará a diminuição do brilho e da elasticidade da pele, além de produzir uma distribuição de gordura pelo corpo "mais masculina que feminina", ou seja, na barriga.

Nos genitais, a falta de estrogênio provoca a secura vaginal, que acaba por comprometer o desempenho e até o desejo sexual, pois torna as relações sexuais dolorosas.

Outra alteração importante causada pela falta de estrogênio é na esfera emocional. A mulher com falta de estrogênio pode ter irritabilidade e depressão. O estrogênio está associado a sentimentos de baixa auto-estima.

O estrogênio também é relacionado ao equilíbrio entre as gorduras no sangue, tais como do colesterol e triglicérides. Estudos mostram que as mulheres na menopausa têm uma chance muito maior de sofrerem arteriosclerose e suas consequências, tais como ataques cardíacos, doenças cardiovasculares e demência.

Por último, o estrogênio é responsável pela fixação do cálcio nos ossos. Após a menopausa, grande parte das mulheres passará a perder o cálcio dos ossos, doença chamada osteoporose, que é responsável por fraturas e por grande perda na qualidade de vida.


Quando procurar um médico ? Em qual idade ocorre a menopausa ?

Assim que  a paciente apresentar irregularidades menstruais ou a partir de 40 anos, nos exames de rotina com a endocrinologista que a acompanha é o momento de procurar ajuda. "Há pacientes que nos procuram apenas quando surgem sintomas como ressecamento vaginal, calores, insônia e irritabilidade", explica.

A mudança nos níveis hormonais após a menopausa leva a alterações no formato do corpo. A tendência a partir dessa fase da vida é ganhar volume no abdome e perder nos quadris e coxas. A proporção entre gordura corporal e massa muscular ou magra também se modifica, mesmo em mulheres que mantiveram o mesmo peso ao longo da vida. Enquanto uma jovem de 25 anos com 58 quilos, por exemplo, tem 27% de gordura na composição de seu peso, mulher de 50 anos e mesmo peso terá 40% de gordura corporal.


Como vencer os problemas da menopausa ?

Sem dúvida o estilo de vida e a dieta estão associados a essas alterações. Mulheres que levam vida sedentária e comem mais do que gastam de energia podem sentir mudanças no formato e proporção de gordura no corpo no início  década dos 40 anos, ou seja, bem antes da época da menopausa.

A prática de exercícios aeróbicos e de musculação é capaz de reverter essa tendência, além de melhorar muito a condição física das mulheres durante e após a menopausa. Atividades vigorosas como corrida, ginástica e levantamento de peso levam o músculo a exercer sobrecarga sobre o osso, o que estimula o processo de reconstituição óssea permanente de nosso esqueleto.

É preciso ter cuidado com as refeições para não engordar na maturidade. O metabolismo fica mais lento já a partir dos 40 anos e as necessidades calóricas diminuem em média 2% ao ano. Mulheres entre 23 e 50 anos precisam de 1.600 a 2.400 calorias diárias (média de 2.000 calorias). Entre 51 e 76 anos suas necessidades cem para 1.400 a 2.000 calorias (média de 1.600 calorias). Um excesso diário de 200 calorias pode significar o aumento de 10 kg no peso ao final de um ano.

A redução de 500 calorias no consumo diário pode levar à perda de cerca de 500 gramas de peso por semana. Mulheres que desejam perder peso, além de comer menos precisam queimar calorias por meio da atividade física e não limitar exageradamente a quantidade de calorias consumidas no dia-a-dia.

Dietas com meno de 1.200 calorias diárias dificilmente fornecem as quantidades adequadas dos nutrientes essenciais. Os regimes drasticamente hipocalóricos, com menos de 600 calorias por dia, são contra-indicados para mulheres em idade de pós-menopausa. Podem provocar disfunção cardíaca e morte.

O correto é alimentar-se de maneira equilibrada, reduzindo a ingestão de calorias com refeições leves, pobres em gordura e açúcar e incorporando à rotina a prática de exercícios. Andar rápido (cerca de 5 km por hora) triplica o gasto energético em relação ao que é consumido em repouso. Nadar vigorosamente aumenta o gasto calórico quatro a cinco vezes e subir degraus ou andar de bicicleta (cerca de 18 km por hora) eleva-o em seis vezes. 

Na alimentação, podem ser usados suplementos como isoflavona, licopeno, linhaça e outras coisas que podem ajudar, mas não tratar essas condições.

É recomendado o acompanhamento de médico endocrinologista especializado.


(texto publicado na revista Leve & Leia - julho 2013)



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