sábado, 2 de junho de 2018

Você pode identificar a ansiedade exagerada observando alguns dos sintomas - Dra;. Teresa Cristina Jordão


Sintomas emocionais da ansiedade

Constante tensão ou nervosismo
Preocupação exagerada e medo
Sensação de que algo ruim vai acontecer
Problemas de concentração e atenção
Descontrole sobre os pensamentos, principalmente dificuldade em esquecer o motivo que lhe causa tensão
Insônia
Irritabilidade
Agitação dos braços e pernas

Sintomas físicos da ansiedade

Dor ou aperto no peito e aumento da frequência cardíaca
Respiração ofegante ou falta de ar
Sudorese exacerbada
Tremores nas mãos ou em outras partes do corpo
Sensação de fraqueza ou cansaço
Boca seca
Mãos e pés frios ou suados
Náusea
Tensão muscular
Dores de cabeça
Dores abdominais ou diarreia

Se 3 ou mais dos sintomas emocionais ou físicos acima citados estiverem presentes frequentemente nos últimos 6 meses, é importante consultar um psiquiatra ou psicólogo para avaliar e indicar o melhor tratamento, pois você pode estar sofrendo de um Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) que é um distúrbio caracterizado pela "preocupação excessiva ou expectativa apreensiva", de acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V).

Os distúrbios de ansiedade podem se manifestar de diferentes maneiras. As mais comuns são:

- Síndrome do Pânico: são crises inesperadas de desespero e medo de que algo ruim aconteça. Geralmente traz uma sensação muito forte de morte. A pessoa que sofre dessas crises, vive numa tensão constante à espera da próxima crise e isto a afasta das atividades rotineiras, prejudicando-a em seu relacionamento interpessoal, no trabalho e diminuindo muito sua qualidade de vida.

- Fobia social: não podemos confundir fobia social com timidez. A timidez é uma característica normal em alguns indivíduos, deixando-os ansiosos diante de algumas situações novas, como apresentar-se em público, conhecer novas pessoas, ingressar em um novo emprego. Porém, para estas pessoas, existe uma tendência de que, aos poucos vá se acostumando com as novas situações e pessoas e que a sua ansiedade diminua. Já na Fobia Social, o indivíduo fica realmente apavorado com a ideia de ir a uma festa ou enfrentar uma nova situação, e evita ao máximo qualquer contato social, causando prejuízos para sua vida.

- Fobias específicas: fobia é um medo exagerado de alguma situação real ou fantasiosa. Este medo geralmente está voltado para um determinado foco e assim, determina o tipo de fobia. Por isso temos diferentes tipos de fobias: claustrofobia que é o medo de lugares fechados ou apertados como elevadores ou aviões; acrofobia que é o medo de altura; glossofobia que é o medo de falar em público; aracnofobia que é o medo exagerado de aranhas; catsaridafobia que é o medo de baratas, dentre outras.

- Transtorno do Estresse Pós-traumático: ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. A pessoa recorda-se do fato constantemente e isto lhe traz sintomas emocionais e físicos que interferem em sua rotina. Os sintomas podem se manifestar por meio de pesadelos, de fuga de situações ou lugares, sentimentos negativos como perda de esperança sobre o futuro e sensação de vazio.

Todos os distúrbios acima são extremamente prejudiciais à vida da pessoa e, por isso, devem ser tratados por profissionais experientes no assunto.

Às vezes é necessário lançar mão do tratamento medicamentoso para auxiliar o paciente a equilibrar-se, porém, somente o medicamento não é suficiente, pois, quando o paciente deixar de tomá-lo sem ter tratado as causas primárias do distúrbio, todos os sintomas devem voltar.

Por este motivo, a psicoterapia é essencial para o tratamento dos distúrbios relacionados à ansiedade. Na psicoterapia é possível trabalhar mudanças de comportamentos, crenças, visão do mundo e de como enfrentar as situações adversas, com mais leveza, diminuindo a produção de estresse interno. A Terapia Comportamental Cognitiva vem se apresentando, em pesquisas recentes, como uma terapia muito eficaz para o tratamento dos distúrbios de ansiedade, alterando crenças e mudando comportamentos e pensamentos inadequados que fazem com que os sintomas surjam.

Por meio de técnicas como a psicoeducação, a conceituação cognitiva, a reestruturação cognitiva, o teste de evidências, a análise das vantagens e desvantagens das tomadas de decisões e resolução de problemas, o paciente vai se conscientizando de suas distorções de pensamento e percebendo a realidade de forma diferente, passando a controlar os pensamentos e comportamentos inadequados, deixando de apresentar sintomas relacionados ao distúrbio de ansiedade.

Existem diversas alternativas que podem ser utilizadas para auxiliar no tratamento dos distúrbios de ansiedade, tais como o Mindfulness (academiademindfulness.com.br) que é uma forma de meditação que busca focar no aqui e agora propondo um novo jeito de interagir com qualquer coisa que aconteça na nossa vida de maneira mais consciente, aberta e gentil. Além disso, podem ser utilizadas técnicas de relaxamento e visualização que trazem equilíbrio e tranquilidade para enfrentar as situações adversas. Essas técnicas precisam de um treino específico ou ajuda de um profissional para que se possa aprendê-las. Mas há uma técnica de respiração que pode ser praticada facilmente por todos. Veja a seguir como utilizá-la:

Técnica de respiração

Quando estamos ansiosos, tendemos a manter um padrão de respiração rápida, curta e superficial, estilo "cachorrinho". Este tipo de respiração pode intensificar os  sintomas da ansiedade. Por este motivo, é importante manter uma respiração profunda e lenta. Para facilitar, podemos pensar numa "respiração de 4 tempos", onde você inspira 5 segundos, segura o ar por 5 segundos, expira por 5 segundos e mantém o pulmão vazio de ar por 5 segundos. Você pode praticar esta respiração durante 3 a 5 minutos, várias vezes ao dia, sempre que sentir que está mais ansioso.

"Não menospreze seus sintomas de ansiedade. Você pode estar vivendo como um "elástico esticado" que a qualquer momento pode se romper!"

Dicas para ase manter "zen" mesmo diante de grandes desafios

Evite correrias. Se organize no dia anterior com tudo que irá precisar no dia seguinte, evitando levantar correndo, ficar irritado e de mau humor.

Tome um bom café da manhã, com calma, conseguindo, assim, energia para enfrentar o dia.

Mantenha sua agenda de compromissos em ordem. Faça uma lista de coisas que precisam ser feitas para não ficar preocupado em esquecer algo importante.

Evite pronunciar palavras negativas ou ter pensamentos negativos durante o dia. Além disso, não reclame, pois isso diminuirá seu estresse interno.

Se algo ruim acontecer, não deixe que isto estrague o resto do seu dia, aprenda a apagar o que incomodou e siga em frente com alegria e entusiasmo.

Pratique a respiração em 4 tempos (descrita anteriormente).

Faça atividades ao ar livre, caminhadas para relaxar podem fazer muito bem.

Reserve um tempo na semana para o lazer. Conversar, dar risadas, ir ao cinema, ler um bom livro, enfim, faça coisas que lhe tragam alegria.

Procure dar risadas de você mesmo, inclusive dos seus erros.

Viva o momento presente. O passado já se foi e o futuro ainda não existe. O aqui e agora é a única realidade.

Procure algo que a faça relaxar.

Faça psicoterapia. Nada melhor do que se conhecer e saber lidar com as  situações com mais leveza e coragem.


(texto publicado na revista Leve & Leia - fevereiro - março de 2018)

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