sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Sobre as danças circulares - Luciana Esmeralda Ostetto



As danças circulares sagradas trazem em suas raízes a tradição de diferentes povos. Relembram um tempo em que dançar era participação, encontro e reafirmação dos ciclos da vida. Na dança, a comunidade se reunia e celebrava todos os momentos importantes: do plantio à colheita, do nascimento aos funerais (Garaudy, 1980).

Como um ritual, os homens dançavam e marcavam seu pertencimento ao grupo, vivendo e partilhando valores e crenças no encontro além da palavra. As danças circulares que hoje praticamos acolhem e honram diferentes povos e tradições. Na roda, compartilhando música, gestos e significados de culturas diversas, tal como no passado, vivificamos ritos e símbolos.

E como se dança? De mãos dadas, o grupo, voltado para um centro comum, descreve formas variadas no espaço. A principal e mais comum é a formação em círculo, que pode abrir-se ou fechar-se, desenhando linhas, espirais, meandros na sua movimentação. 

As danças de pares são também bastante comuns e lembram diretamente as tradicionais danças de roda festivas. O repertório, amplo e variado, inclui, por exemplo, danças da Grécia, Albânia, Romênia, Iugoslávia, Bulgária, Hungria, Macedônia, Israel, Escócia, Irlanda, Rússia, Índia, Brasil, Países Bálticos, Povos Celtas e da América do Sul (sobre o movimento das danças circulares, ver: Wosien, B., 2000; Wosien, M.-G., 2002; 2004; Ramos, 2002).

Para entrar na roda, não é necessário ter conhecimentos nem habilidades específicas sobre dança, basta o desejo. O grupo dança para si mesmo, todos entram na roda, pois a coreografia experimentada não tem o objetivo de ser apresentada para uma plateia, que é interna e a dança se revela a cada dançarino em particular.



(do blog Palestra em Roda de Sergio Naguel)




(d

Nenhum comentário:

Postar um comentário