Conheci o João Vilhena em 2008 quando se inscreveu na minha turma no curso de italiano. Ele é professor de história e é apaixonado pela Itália, principalmente por Florença e o período histórico da Renascença, algo que nos aproximou desde o começo. Depois de um intervalo de 4 anos, ele retomou o estudo da língua italiana em 2012 e em seguida começou a ter aulas particulares comigo. Entre idas e vindas por causa do trabalho, já se passaram 9 anos. É o meu único aluno a "longo prazo".
Em agosto deste ano a situação se inverteu: passei a ser uma sua aluna no curso "decifrando imagens". Como sempre repetia que não era muito visual, o João um dia me convidou para ir assistir a uma aula em um espaço em Pinheiros justamente no dia em que iria falar sobre Florença e a família Medici.
O que dizer a respeito desse curso que acabou hoje ? Simplesmente maravilhoso!!!
O que pode parecer a princípio um curso de descrição de imagens, à medida que ele se desenvolve se transforma em um mergulho dentro de nossa alma: o que pensamos, o que sentimos, como interagimos com o próximo, as nossas crenças e tantas outras coisas.
O curso é altamente recomendado!!!!!
Ele agora será oferecido de novo no espaço Casa Tombada
Ele agora será oferecido de novo no espaço Casa Tombada
Decifrando imagens: artes visuais e estratégias para o olhar
Afinal, o que é uma imagem? Como articulamos nosso repertório pessoal aos dados do mundo externo para dar sentido ao que vemos? O que artistas de todas as épocas têm a nos dizer sobre nosso próprio olhar e sobre ser humano? Essas e outras questões estão no centro deste curso, no qual os participantes são convidados a refletir sobre a dimensão cultural dos fenômenos visuais, a partir do contato com pinturas, esculturas, desenhos, peças de propaganda, excertos de filmes e de textos, todos episódios marcantes da história das artes humanas. Por meio de um método de descrição e interpretação de imagens, praticado coletivamente, investigaremos a visão como linguagem, e as narrativas visuais como suporte para a construção do atributo que nos faz humanos, de fato – a imaginação.
Neste curso, os participantes irão perceber, conhecer e construir estratégias para ampliar seu próprio repertório visual, enriquecendo a capacidade de observação e o estabelecimento de relações entre por meio de imagens. A visualidade encontra-se aqui tratada como um fenômeno individual e social, para além do sentido da visão, englobando outras esferas, como memória, afetividade, lógica, percepção, espiritualidade e os demais sentidos, fruto da busca humana por atribuir significado ao que nos cerca.
Passaremos por pinturas, esculturas, filmes, peças de propaganda, quadrinhos, desenhos, construções, entre outros, exploraremos neste curso algumas das principais narrativas humanas, símbolos, mitos antigos e contemporâneos, gêneros artísticos, biografias de criadores, aspectos psicológicos e condições históricas. Tal exploração ocorrerá – tendo como ponto de partida os temas destacados no programa – por meio do desenvolvimento de um método coletivo de observação e descrição de imagens que, progressivamente, trará instrumentos para que cada um dos participantes reconheça e desenvolva seu próprio olhar, condição importante para o enriquecimento da percepção dos fenômenos culturais que fazem parte do vasto e ricoacervo produzido pela humanidade.
Quando: De 17/10 a 21/11 terças-feiras das 19h30 às 22h30
Investimento: R$420,00 ( pagamento em até 3x)
Desconto de 10% para alunos e ex-alunos das pós-graduações da Casa Tombada
Programação:
1. Apresentação – Os que olhos não vêem, o cérebro vê!
As interações fascinantes de natureza, cultura, linguagem e memória na construção da experiência visual.
2. Palavras, símbolos, códigos visuais – Mitologias e sua dimensão visual na Arte.
O que é uma narrativa visual? Como ela nos aproxima de histórias consagradas?
3. Retratos e espelhos – O desejo de ver e ser visto.
O rico e estranho parentesco entre decalques de mãos em cavernas e os selfies contemporâneos.
4. Um dilema visual – Uma imagem não vale mais do que mil palavras…
O exame de séries de imagens como antídoto para interpretações apressadas.
5. Inspiração e transpiração – Afinal, existem obras-primas?
Esboços, rabiscos, rascunhos e a difícil tarefa de transpor a barreira da imaginação.
6. Originais e cópias – O espectador-artista.
Afinal, o que somos diante de uma obra?
João Eduardo de Vilhena é historiador e professor de História, com mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo, defendendo, em 2007, a dissertação "Metrópole na ponta do lápis: charges e urbanização em São Paulo - 1900-1914". Tem trabalhado com grupos de alunos de todas as idades nos últimos quinze anos, com ênfase na História da Cultura, destacando-se as áreas de História da Arte e História da Tecnologia. Atualmente, desenvolve projeto de doutorado sobre as relações entre a economia e produção artística no Renascimento italiano.
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