segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

As quatro pontes para se libertar do medo - Roberto Shinyashiki


Para que você se veja livre da espada que paira sobre sua cabeça e viva de maneira mais leve e criativa, observe, confie, tenha alto astral e deixe a vida fluir.

Dando prosseguimento à matéria sobre o medo que tomou conta de Dâmocles (e toma conta de muitos de nós) diante das responsabilidades que nos levam à preocupação e à infelicidade por falta de fé, vamos construir as quatro pontes que aumentam a confiança e nos fazem perder o medo de sofrer.

Primeira ponte: observação

Antes de reagir ao medo que está sentindo, você deve observar: o que está acontecendo? Existe uma ameaça?

Não aja precipitadamente, pois pessoas com medo machucam quem está por perto, fogem ou atacam, e seus surtos de irritação quase sempre decorrem da insegurança.

A consciência é a melhor forma de sair do círculo vicioso medo-ataque-medo.

Portanto, não procure relaxar a respiração, pois isso aumentará a tensão. A palavra "angústia" vem do termo "contração". Simplesmente observe e fique em contato consigo mesmo por alguns minutos.

A seguir, comece a verificar seus pensamentos: o que está acontecendo em sua mente? Nossas reações nascem de nossos pensamentos; se eles forem negativos, produzirão ações que, depois, provocarão arrependimento.

Seus pensamentos irão se realizar. Portanto, esteja atento a eles: se neles existirem desgraças, elas acontecerão; se neles existir felicidade, é a felicidade que brotará.

Observe suas ações. A maioria das pessoas age sem consciência e somente tem noção dos seus atos depois que não restou outra saída senão o arrependimento. Arrepender-se e desculpar-se são atitudes generosas, mas o melhor é evitar que sua impulsividade provoque estragos.

Segunda ponte: confiança e fé. Acredite!

Quando você deixar que a vida tome conta, começará a perceber o quanto tem sido abençoado. Libertar-se do medo é como pular de um trampolim. Quando você se entrega, salta em direção à vida. Esse é o salto da fé.

Viver a ilusão de ter uma espada sobre a cabeça é como estar à beira do trampolim, mas não ter coragem de mergulhar. Adquirir essa coragem significa encarar a vida com todos os seus riscos, desfazer a assustadora visão de perigo por todos os lados.

A fé é a mais intensa ligação entre o plano espiritual e o material. Ela fornece uma força maior, capaz de nos levar à realização, à criação e à superação de nós mesmos.

Fé é diferente de esperança. A segunda convida a uma passividade que nos mantém presos a uma sensação de sermos vítimas do destino. A fé nos confere energia para agir, e é a certeza de que a vitória virá que nos dá força para batalharmos todos os dias.

Perceba que Deus o protege em todos os setores da sua vida. Quando ocorre a integração com o divino, você relaxa as tensões, se descontrai e aproveita melhor os momentos da vida.

Concentre-se inteiramente no que você faz, pois viver sem dúvida é a melhor de todas as metas, é abandonar o medo.

Não procure o sofrimento, mas, se ele fizer parte da conquista, enfrente-o e supere-o.

Terceira ponte: alto astral

Alto astral é energia positiva. É a capacidade de transcender aos acontecimentos dolorosos da vida.

Quem tem uma postura muito séria e carrancuda não deixa fluir a criatividade. A atitude positiva consegue transformar o pântano em jardim.

O pessimista acredita que eventos negativos têm origem em condições definitivas. Se perde a hora do voo é porque sempre dá azar com avião. Se o chefe elogiou, é porque queria que fizesse hora extra. Esse pessimista permite que uma decepção em determinada área de sua vida invada o restante dela.

O otimista, ao contrário, atribui uma falha a um motivo circunstancial. Para ele, as situações favoráveis são causadas por fatos permanentes: "Meu marido trouxe flores para mim porque me ama". Eles não permitem que um problema específico contamine as demais áreas de sua vida.

Comece a cultivar dentro de você o alto astral, o comportamento positivo; brinque com os reveses da vida, enfrente com bom humor até as situações mais complicadas.

O alto astral é uma forma de ver a vida. Portanto, é diferente do prazer. Quando falamos de prazer, inevitavelmente pensamos em sexo, comida, lazer. O alto astral é bem mais que isso. É um gesto de generosidade para com a vida, com os erros, com as dificuldades.

A seriedade leva ao julgamento; o alto astral à compreensão. Quando alguém está feliz, não perde tempo nem energia julgando os outros.

Quarta ponte: fluidez

Fluidez é uma característica relacionada à sua capacidade de ser espontâneo e levar a vida com facilidade, deixando tudo transcorrer naturalmente, como a água cristalina de um riacho.

Fluir é atravessar espaços vazios para realizar encontros. Muita gente quer ser dona da vida alheia e acaba provocando tensão ao seu redor.

Não existe uma verdade única, mas muitos caminhos, diversos pontos de vista para a mesma questão.

Quando os Dâmocles fluem, percebem, por exemplo, que a pessoa amada não os está rejeitando, que o distanciamento é apenas aparente. Notam então que é timidez, dificuldade de expor sentimentos. Cabe a eles brincar com o mal-entendido, fluir ao encontro do outro.

No sexo, o outro é a porta da vida. Flua através dele.

Você precisa aprender a terça a força da água, que, como não é dura como a pedra, sempre chega aonde quer pelos caminhos alternativos que encontra, amoldando-se às situações sem perder sua natureza e suas características.

O medo é uma cortina que impede a pessoa de enxergar o arco-íris da vida! Rasgue essa cortina e veja quantas maravilhas existem ao seu redor. Observe quantas pessoas o admiram e quantas são mais felizes porque você as ajudou.

Lembre-se: você é sensacional e eu sou seu fã!



(texto publicado na revista Sempre Jovem nº 16 - Ano V - 2015)

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