A astrologia deveu sua prosperidade no período renascentista pelo menos em parte à Igreja e ao estímulo positivo que recebeu de diversos papas. Disse-se que uma das razões de Lutero para se opor tanto à astrologia foi o fato de ela se encontrar tão em moda no Vaticano.
Os primeiros papas a se dedicarem ativamente à astrologia foram Sisto IX e Júlio II. O sucesso de Júlio, Leão X, levou um grupo de astrólogos para a corte papal, a fim de aconselhá-lo durante o seu reinado. Paulo III (1438-1549), o primeiro papa da Contra-Reforma, usava astrólogos para determinar as horas para o seu consistório. Mesmo Urbano VIII (1568-1644), que emitiu uma bula contra alguns aspectos da astrologia, continuou como patrono de astrólogos isolados, que o auxiliavam nas suas intrigas políticas particulares.
O exemplo dado pelo papado foi seguido nas principais cortes da Europa. Na Inglaterra a Rainha Elizabeth I aconselhava-se diariamente com o extraordinário Dr. Dee, e Cristiano IV da Dinamarca, Sigismundo III da Suécia e Frederico da Boêmia também utilizavam astrólogos de corte.
Um médico francês, Nostradamus, tornou-se o profeta de sua era após predizer a morte, num torneio, do rei francês Henrique II, quatro anos antes de acontecer. A viúva do rei, Catarina de Médicis, levou-o para o seu círculo cortesão. Nostradamus, porém, era mais necromante do que astrólogo, e consta que conduziu uma sessão espírita com a rainha que durou o tempo de 45 noites consecutivas. Conseguiu finalmente conjurar um espírito que mostrou a ela o seu futuro. A rainha viu cada um de seus três filhos passar rapidamente por um espelho, uma vez para cada ano que reinariam. Depois seu enteado, o protestante Henrique de Navarra (futuro Henrique IV), passou ante seus olhos 23 vezes, muito chocada. Catarina imediatamente suspendeu a perturbadora experiência, não desejando mais repeti-la.
(texto publicado no livro O grande livro da astrologia - Derek e Julia Parker)
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