quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
5 coisas que apenas as almas antigas vão entender - Deborah Furtado (O Segredo)
O intuito deste artigo não é tentar excluir certos grupos de pessoas ou apelar para um certo tipo de público. O intuito desse artigo é proporcionar conforto e uma sensação de alívio para as pessoas que ficam intimidadas, que são rotuladas e julgadas por não se encaixarem ao resto da sociedade.
Algumas pessoas são apenas almas antigas e precisam ser aceitas como tal. Se você é uma das pessoas que muitas vezes é chamada de louco(a) por acharem estranho o fato de que você poder sentir a energia das pessoas, ou o vêem como um eremita por você sempre sentir a necessidade de ter um tempo sozinho, ou um ‘esquisito’ por acreditar em coisas alternativas; a melhor coisa que você pode fazer é continuar sendo fiel a si mesmo.
Ser uma alma antiga tentando se adequar a uma sociedade que é espiritualmente vazia, só vai lhe causar dor e sofrimento. Não deixe que pressões externas te induzam a trair suas paixões, desejos e estado natural de ser.
Aqui estão 5 coisas que só almas velhas vão entender:
1) A necessidade de reclusão e isolamento
Toda alma velha sabe a extrema importância de tomar o tempo longe da vida, as pessoas, e obrigação e passar o tempo sozinho em isolamento. A vida pode ser esmagadora, por vezes, e as energias de outras pessoas podem ser desgastantes. Gastar tempo sozinho na natureza, ou sentado sozinho em um banco do parque, ou passar o dia todo no seu quarto são coisas que, muitas vezes, se tornarão necessárias para a sua saúde espiritual.
Algumas pessoas podem achá-lo uum eremita ou dizer que você é um antissocial, mas só você só sabe o valor de passar um tempo sozinho para sua desintoxicação, reflexão e cuidado consigo mesmo.
2) O desejo de crescimento
Mais que estar feliz e confortável, você quer viver uma vida que estimule o seu crescimento e expansão.Você valoriza o crescimento e experiência tanto que você está disposto a ir em frente, mesmo através da dor, do sofrimento e depressão, a fim de aprender mais sobre si mesmo.
Você assume riscos e quer ir em aventuras que outras pessoas podem achar insensatas, mas optar sempre pelo seguro é muito chato para você. No final de sua jornada aqui na terra, você gostaria de ter experimentado uma vida cheia de altos e baixos, sofrimento e alegria, e aventuras surpreendentes ao contrário de ter experimentado uma vida pacata e sem desafios.
3) Ser altamente observacional e intuitiva
Desde tenra idade, você tem sido capaz de obter uma boa leitura sobre as pessoas. Só por ver alguém interagir por apenas alguns minutos, você já é capaz de identificar as características que a pessoa teria, o estilo de vida que vivem, etc.É quase como se você tivesse um software que te permite olhar ao redor e fazer download das informações sobre outras almas. Isto é porque você já viu o arquétipo dessa pessoa antes em uma vida passada e está familiarizado com o comportamento geral e psicologia desse arquétipo. Você tem interagido com milhares de pessoas em todo o curso de sua história, então não há realmente nenhum arquétipo com o qual você não tenha interagido ainda.
Isso não significa que você é crítico, significa apenas que você está em estado observacional. Você pode encontrar-se em festas ou reuniões sociais, olhar ao redor de vez em quando e verificar as coisas. Observando como as pessoas interagem, observando as trocas de energia que estão ocorrendo durante a conversa. Você pode até se sentir mais confortável como um observador distante do que como participante. Isso é natural para você.
Ter a capacidade de obter uma boa leitura sobre as pessoas também lhe confere uma boa detecção de mentiras. Quando alguém está mentindo para você, você sabe disso. Você percebe a dissociação em seus olhos, a mudança em seu campo de energia, a mudança na maneira de pronunciar as palavras. Você já passou por este lugar muitas vezes antes, então você não é socialmente ingênuo, mesmo que você não tenha muita interação social nestavida.Você sempre foi difícil de manipular porque você pode ver as verdadeiras intenções e desejos de outras pessoas.Você é apenas bom em sentir as pessoas intuitivamente.
Algumas pessoas podem achar que você tem um parafuso a menos, mas isso vêm naturalmente para você pelos próprios pensamentos e energias de outras pessoas.
4) A rejeição por qualquer coisa “mainstream”
A música atual, para você, é sem coração, sem paixão. A grande mídia está poluída, tendenciosa, e enganosa.O estilo de vida corrente principal é seco, chato e decepcionante. Por sentir assim, você costuma adotar formas “alternativas” de pensar e de viver que pode ser visto com curiosidade e estranheza por outras pessoas.
Pessoalmente, eu ouço muito metal atmosférico e post-rock porque ele me oferece o que eu desejo receber da música espiritual e existencialmente. Eu não suporto o rádio. Lembro-me de algumas pessoas perguntando a música que eu gostava e quando eu respondia eles rebatiam: “isso não é música”. Eu tenho certeza que eu não estou sozinho em me sentir excluído por admitir e assumir minhas crenças alternativas, gostos e preferências.
5) A apreciação da viagem
Você aprendeu a confiar e apreciar a viagem. Você não está tentando ser “profundo“, você simplesmente não pode deixar de ser arrebatado(a), por vezes, com sentimentos intensos de gratidão e humildade.
Você compreende que a vida é impermanente e não toma nada como garantido. Outros ao seu redor não entendem por que você gosta de passar tanto tempo em contato com a natureza, por que você medita com tanta frequência, ou porque você olha para as estrelas o tempo todo, mas isso é porque eles estão demasiado distraídos com assuntos mundanos para enxergarem a imensidão.
Se você se identifica com qualquer uma ou todas estas 5 coisas acima, então você pode ter certeza que você está bem além dos seus anos, ou você tem vivido uma vida ou duas neste planeta no passado. A grande maioria da população humana não compreende estas 5 coisas, e realmente tem prazer em ridicularizar aqueles que não parecem se encaixar.
Você não está sendo louco, esquisito, ou ”de um parafuso a menos”. Sua alma está apenas conectada a uma maneira diferente. Não deixe ninguém lhe dizer que você precisa mudar para se adequar às expectativas do mundo ao seu redor. O mundo não precisa de mais cópias de carbono. Ele precisa de mais indivíduos seguindo todas as coisas que fazem suas almas voltarem à vida!
Fonte: Spirit Science and Metaphysics
6 problemas universais que somente almas antigas compreendem (O Segredo)
1.Você se sente excluído
Almas antigas têm dificuldade em se encaixar à sociedade, talvez com algumas exceções de outras almas antigas. Mas encontrar uma alma antiga como você pode ser raro. Isso pode faze-lo sentir-se um pouco excluído.
2.As pessoas não o compreendem e podem defini-lo erroneamente
Ninguém consegue descobrir o que você é. Eles têm dificuldade de te definir. Mas esse é o seu erro. Você não pode rotular-se como qualquer coisa. Almas antigas são brilhantemente únicas.
3.Você parece falar uma linguagem diferente
Quando você fala, parece que ninguém realmente entende o que você está dizendo. É quase como se você estivesse falando outro idioma. Conversas típicas realmente não funcionam para você. Você não consegue fofocar sobre celebridades ou coisas sem sentido como essa.
4.A vida pode ser uma crise existencial após a outra
Você não pode simplesmente sentar-se, ver televisão e ignorar a sua existência como algumas pessoas fazem. Almas anitgas tendem a ter crises existenciais, e muitas vezes. É por isso que é importante para você cultivar o amor próprio. Sem ele, a existência pode tornar-se algo grande demais para suportar.
5.É difícil encontrar uma alma gêmea
Aceite: almas antigas são um grupo raro. É difícil encontrar outro igual a você. Isto torna encontrar uma alma gêmea, algo quase impossível. Mas se você encontrar, segure-a!
6.Você se esforça para tornar o mundo um lugar melhor
Para almas antigas, o ativismo é a renda a pagar para viver neste planeta. É tudo sobre deixar as coisas melhores do que as encontrou.
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
A cada dia, sou mais humana, menos perfeita e mais feliz (Melhor com Saúde)
Aceitar a si mesmo por completo é algo que muitas pessoas levam uma vida inteira para aprender. No momento em que nos entimos bem com quem somos de verdade, com o que temos e com o que conseguimos da vida, chegamos a um equilíbrio interior muito importante.
Há quem passa boa parte da sua vida aparentando ser algo que não é. E não só isso. Além de não se aceitar, faz mil esforços para mudar isso e aquilo, por buscar até a exaustão esse ideal que tem em mente, e que quase nunca se ajusta à realidade, ao que a pessoa é.
O ideal do corpo e da vida perfeita não é saudável
São poucas as mulheres que conseguem manter um corpo perfeito toda a sua vida, nem mesmo as modelos mais famosas. Ainda mais: há quem, ao invés de focar sua obsessão em ter um corpo perfeito, anseia por ter uma vida perfeita: uma casa ideal, um marido perfeito e filhos de “publicidade”.
A vida não é perfeita. A perfeição absoluta não existe. A vida são instantes, momentos que podemos desfrutar com a máxima felicidade, sendo que, para isso, a aceitação plena de si mesmo é o primeiro passo, fundamental.
Neste artigo, convidamos você a refletir sobre o assunto.
Ser mais humana, menos perfeita e mais feliz
Especialistas em beleza dizem que o maior atrativo, às vezes, está na imperfeição. Se você se perguntar por quê, a resposta é fácil: qualquer pequena imperfeição nos torna únicos e é aí onde está a magia.
Aceitar cada um de nossos matizes, com nossos defeitos e qualidades, fará, em primeiro lugar, que encontremos o equilíbrio interior e autoestima saudável. Com isso, alcançamos o equilíbrio com o mundo e com as pessoas que nos cercam.
Quem não se aceita desenvolve um sentimento de insegurança em relação a si mesmo. A insegurança gera o medo e a insatisfação. Medo de perseguir seus sonhos, o que leva à frustração e à depressão. Será que é por isso que tantas pessoas estão deprimidas hoje? Por não alcançar a imagem ideal do que acham que “deveriam ser”?
As revistas, filmes e programas de TV reforçam esse “ideal” de beleza impossível de alcançar. Será que ele traz felicidade? São muitas as pessoas, homens e mulheres que, depois de conseguir um corpo escultural graças a exercícios, dietas e até cirurgias plásticas, descobrem que continuam insatisfeitos consigo.
Ideal de perfeição e a infância
Cabe ressaltar também que, às vezes, essa necessidade de “perfeição” existe desde a nossa infância. Ter uma mãe muito rígida ou um pai exigente pode fazer com que acabemos desenvolvendo essa insegurança a respeito de quem somos, daí pensarmos que a perfeição é a única solução para sermos amados.
É necessário que cheguemos a este momento em nossas vidas quando, finalmente, nos aceitamos tal como somos. Geralmente, esse momento chega no final da adolescência e no início da idade adulta, quando nosso corpo amadureceu por completo.
A partir daí, acontece a grande aventura de nossa vida. As pessoas que apresentam um maior equilíbrio e maturidade emocional, mais autoestima e autoconfiança, avançam em seu caminho com grande integridade, abertos ao que a vida lhes oferece e fieis a seus valores mais profundos. Recebem da vida de peito aberto e retribuem da mesma forma, com generosidade.
A cada dia, sou mais humana e receptiva ao que me cerca
O que significa ser mais humana? É claro que somos todos seres humanos, desejosos de alcançar nossos objetivos de vida. Auto-aceitação não quer dizer comodismo e mente derrotista. Pelo contrário, quer dizer que não deixaremos que os fracassos e erros nos façam perder a alegria de viver e de nos amar.
— Ser mais humana é ser mais sensível às realidades do dia a dia.
— É saber escutar a si mesmo e compreender nossas necessidades, mostrar empatia, colocar-se no lugar do outro.
Somos todos humanos, mas a verdade é que apenas uma parte de nós atua com autêntica inteligência emocional: respeitando, entendendo, comunicando-nos de maneira íntegra e favorecendo uma autêntica cumplicidade nas relações, onde todos ganham e são respeitados como são.
Para chegar a este nível tão importante em que podemos nos conectar a todos que nos cercam, é necessário, em primeiro lugar, nos conectar conosco mesmos: nos aceitarmos.
— A aceitação não se limita apenas a estar mais feliz com o nosso corpo, com nosso aspecto físico.
— A aceitação é também assumir nosso passado, nossas vitórias, mas também nossos erros.
— É necessário aceitar os fracassos e integrá-los à nossa vida, aprendendo com cada um.
Cometer erros não quer dizer que não podemos ser felizes. É importante aceitar isso, pois todo ser humano comete equívocos ao longo da vida.
Apenas as pessoas que sentem orgulho de si mesmos e que, por sua vez, sabem agir com humildade, respeitando os outros e favorecendo também a felicidade alheia, conseguem que este mundo seja, dia a dia, melhor.
Assim, lembre-se sempre de ser cada vez mais humana, menos perfeita e mais feliz. O mundo inteiro vai agradecer.
Exercícios para evitar dores nos joelhos (Melhor com Saúde)
As rotinas de exercícios e alongamento podem ajudar a fortalecer os joelhos, sempre adaptando a intesidade de acordo as características pessoais para não forçar as articulações
Você sabia que os incômodos e as dores nos joelhos podem aparecer a qualquer idade? Cada vez mais pessoas do mundo inteiro são afetadas por este problema e, embora a principal razão tenha haver com o estilo de vida sedentário, praticar esportes complexos ou o sobrepeso, também exercem uma influência significativa sobre ele.
Neste artigo, vamos ensinar alguns exercícios para evitar dores nos joelhos, já que com músculos mais fortes estará menos propenso a essas afecções.
Por que os joelhos doem?
As maiores articulações do corpo permitem andar, correr, saltar (entre muitos outros movimentos), e conforme o tempo passa, vão sendo desgastadas, entretanto, isso também pode ocorrer por conta de alguns hábitos cotidianos.
A dor nos joelhos é a causa de 35% da procura por consultas com o ortopedista. Quer saber o que causa esses problemas (cada vez mais graves) nesta área?
Esporte intenso
Embora já tenhamos dito muitas vezes que é preciso fazer exercícios para se manter saudável, o esforço que eles podem causar aos seus joelhos pode ser um dos motivos de estarem doloridos.
Os médicos esportistas destacam que o futebol e o esqui são as disciplinas que causam maiores efeitos secundários nessa região do corpo. O uso excessivo das articulações produzem resultados adversos.
No caso destes dois esportes, os ligamentos e os meniscos devem suportar uma pressão bastante forte, e por isso, acabam se tornando mais suscetíveis a sofrer uma lesão.
Sobrepeso
Um dos objetivos dos joelhos é sustentar o nosso corpo. O excesso de peso pode dificultar sua ação e provocar dores, que por sua vez, se tornam cada vez mais agudas. Por essa razão, as pessoas com sobrepeso costumam sofrer muitos problemas nos meniscos, dificultando ficar de pé.
Calçado inadequado
A maneira em que os pés impactam no chão reflete nos joelhos. Não somente no momento de praticar algum exercício, mas também ao caminhar. Quando praticamos esportes, devemos utilizar um calçado apropriado.
Além disso, o uso de salto alto obriga a realizar passos mais curtos e com os joelhos semi-flexionados. Isso prejudica as articulações. Se uma mulher permanece muitas horas seguidas com eles, pode vir a sofrer de artrose com o passar dos anos.
Maus hábitos
Na verdade, não devem ser chamados de “maus”, e sim de “pouco pensados”. Subir e descer as escadas, levantar e sentar em uma cadeira, caminhar em superfícies irregulares, andar de bicicleta… Tudo isso, ao mesmo tempo, pode ser bom e ruim para os joelhos. Dependerá de como sejam realizados os movimentos.
Velhice
Com a idade, as articulações vão se tornando mais frágeis e acabam desgastando.Se os joelhos não receberem os devidos cuidados, provavelmente, quando chegar aos 60 ou 65 anos, a dor nessa região se tornará insuportável ou acabará limitando a execução de muitas tarefas.
A artrose nessa região do corpo é muito frequente conforme o tecido que recobre a articulação torna-se cada vez mais fino.
Exercícios para prevenir e tratar as dores nos joelhos
Uma das maneiras mais efetivas de reduzir a dor nas articulações é com a prática de exercícios leves e moderados. O objetivo dessa rotina é promover mais flexibilidade e força. Com os seguintes métodos você poderá aliviar ou evitar o problema:
Extensor de pernas
Deite-se de costas na cama e levante as pernas. Elas devem estar o mais retas possíveis e com os joelhos sem flexionar. Mantenha assim o máximo de tempo que conseguir.
Além de ajudar a reduzir a dor, é uma técnica efetiva para problemas de circulação sanguínea ou pernas cansadas.
Logo quando você dominar o exercício, deverá tentar realizá-lo em um nível mais complicado. Como? Adicionando peso. Se você não possuir discos ou halteres em casa, não importa, poderá utilizar qualquer coisa que tiver a mão.
Extensão curta
Alguns personal trainers chamam este exercício de “bicicleta fixa”. Embora o objetivo principal seja obter abdominais invejáveis, neste caso em particular, será utilizado para fortalecer os joelhos.
Simplesmente apoie as costas no chão, coloque as mãos na nuca e flexione uma perna até o peito (ou até o máximo que conseguir). A outra perna deverá ficar esticada, entretanto, sem que toque no solo.
Mantenha a posição por alguns segundos e altere a posição das pernas. Repita este movimento 10 vezes.
Joelhos flexionados
Este exercício é muito similar ao anterior, entretanto, mais leve. Coloque-se com as costas na cama e estique bem as pernas. Levante um pouco o tronco, apoiando os cotovelos e os antebraços. Flexione o joelho direito e pise firmemente.
Eleve a perna o máximo que conseguir e volte à posição inicial. Repita esse movimento 10 vezes antes de mudar de joelho.
Uma variação desta técnica é realizada com as pernas para o ar. Para isso, apoie as coxas o mais próximo possível da borda da cama. Em vez de levantar o joelho para cima, faça-o para baixo. A outra perna deve ficar mais reta possível.
Alongamento posterior
É preciso reforçar os músculos posteriores dos joelhos e das pernas. Para isso, esse exercício será realizado em posição de barriga para baixo, com os braços ao lado do corpo.
Levante a perna direita o mais alto que conseguir e deixe-a nessa posição por alguns segundos. O ideal é que a outra perna não toque o chão. Volte à posição inicial. Repita esse exercício 10 vezes e mude o lado.
Alongamento de pé
Coloque-se em frente de uma parede ou cadeira para se equilibrar. Levante uma das pernas para trás e flexione-a até que o calcanhar toque a coxa. Com a mão exerça certa pressão (com cuidado para não doer).
Permaneça nessa posição por alguns segundos e depois mude de perna.
Há algo de podre no reino de Francisco - Adriana Dias Lopes
Resultado de vazamento de informações do Vaticano, dois novos livros denunciam uma série de malversações na Cúria Romana e revelam o árduo caminho do papa saneador
Feito papa em 2013, Jorge Mario Bergoglio prometeu aos cardeais combater o que chamou de "narcisismo teológico" da Cúria Romana, atalho para alimentar, entre outros males, a malversação. Logo percebeu a incapacidade de rapidamente mexer no atávico comportamento venal da sagrada instituição. Na semana passada, dois livros escritos por jornalistas italianos (Avarizia, de Emiliano Fittipaldi, e Via Crucis, de Gianluigi Nuzzi) revelaram graves problemas nas contas eclesiásticas. Há avareza, esbanjamento, dívidas e desvios de dinheiro. As informações teriam sido reveladas aos autores por uma italiana de origem marroquina, de nome irônico, a executiva Francesca Immacolata Chaouqui, e pelo sacerdote espanhol Lucio Vallejo Balda. Ambos integravam a Comissão de Estudo sobre a Organização das Estruturas Econômico-Administrativas da Santa Sé, criada pelo próprio pontífice para avaliar a situação financeira da casa. Francesca e Balda foram presos sob a acusação de roubo de textos e gravações confidenciais. A italiana já foi solta por concordar em colaborar com a promotoria, mas está sob a guarda das autoridades. Os dois podem pegar de quatro a oito anos de prisão. As denúncias compõem uma coleção de pecados nada veniais:
- Cerca de 400 milhões de euros teriam sido desviados do "Óbolo de São Pedro", nome que se dá ao dinheiro oferecido pelos fiéis do mundo todo para ser usado em obras de caridade.
- O supermercado, a farmácia e a tabacaria da Santa Sé, criados para atender os funcionários do Vaticano, estão com as contas no vermelho, para além de 1,1 milhão de euros.
- Alguns cardeais moram em apartamentos de até 700 metros quadrados. O do papa Francisco não tem 50 metros quadrados. A atual residência do cardeal Tarcisio Bertone (prefeito da Secretaria de Estado de Bento XVI) teria sido reformada já no pontificado de Francisco com o dinheiro (200 000 euros) de uma fundação destinada a recolher fundos para o Hospital Menino Jesus, instituição mantida pelo Vaticano.
Para qualquer papa, o escândalo seria desanimador. No caso de Francisco, ecoa como derrota. Sabe-se a partir de relatos de alguns dos cardeais que estavam na Capela Sistina em março de 2013 que houve um raro consenso - alçar ao Trono de Pedro alguém que levasse a bom termo uma vasta limpeza ética e moral na burocracia do Vaticano. Bergoglio era o homem certo, na hora certa. Um pouco antes de sua eleição, em 2012, outro vazamento de informações da Cúria havia exposto os jogos de intriga e a má gestão dos recursos econômicos, instaurando a pior crise vivida pelo pontificado de Bento XVI -e culminando na renúncia do papa alemão em fevereiro de 2013. As denúncias foram deflagradas em um contexto semelhante ao de agora. O mordomo romano Paolo Gabriele, um dos poucos homens de confiança de Bento XVI, roubara documentos referentes a investigações de casos de corrupção na Santa Sé e os entregou a Gianluigi Nuzzi, o mesmo autor de Via Crucis. Nuzzi transformou as denúncias no livro Sua Santidade - As Cartas Secretas de Bento XVI. O escândalo envolvendo informações secretas ficou conhecido como VaticanLeaks.
Uma pergunta se impõe: os atuais abusos econômicos começaram antes ou depois de Francisco? É difícil precisar. Mas um fato é incontornável: a esperteza ainda grassa entre os muros do Vaticano. Em entrevista ao jornal italiano Il Fatto Quotidiano, Nuzzi explicou que o estrago pode ser ainda maior: "A Santa Sé é o terreno ideal para os jogos duplos. Os campos e as alianças são moventes. Digamos que de um lado está o papa, os especialistas leigos e os religiosos dos quais ele se cercou para reformar a Igreja. De outro, o sistema curial que se opõe ao pontífice por meios legais, como a inércia, e ilegais, como os furtos", Francisco sabe disso. No Natal do ano passado, ele fez um duro sermão contra os clérigos. "A Cúria sofre de doenças que precisa aprender a curar", disse. E imaginou duas doenças, ambas incuráveis, de modo a ressaltar as dificuldades de vencê-las: o "Alzheimer espiritual" e a "esquizofrenia existencial".
(texto publicado na revista Veja edição 2451 - ano 48 - nº 45 - 11 de novembro de 2015)
A era da solidão acompanhada - Fernanda Allegretti
As inúmeras possibilidades de conexão digital representam uma estupenda conquista para a sociedade atual. Mas a ânsia de estar on-line com tudo e, pricnipalmente, com todos, o tempo inteiro, fez nascer um personagem: o cibersolitário
Você já viu esta cena. Agora mesmo ela pode estar ocorrendo ao seu lado. Um casal, dois adolescentes, talvez uma criança dividem uma mesa num restaurante. É razoável supor que a ideia de comer fora tenha surgido como um programa - com o perdão da redundância - familiar. E, no entanto, o que se vê é cada um entretido com seu smartphone, alheio aos vizinhos de cadeira, os dedos dos mais novos movimentando-se com destreza de pianista, os dos mais velhos sem tanta agilidade, é fato, e nem por isso menos ansiosos. Na tela do celular, um desfile infindável de fotos, videos, WhatsApp, Facebook, Twitter e Instagram. Ainda que os personagens e o ambiente sejam outros - namorados na fila de bilheteria do cinema, um grupo de amigos em um show, pais à espera dos filhos na saída da escola -, tal tipo de comportamento é cada vez mais frequente. Eles estão juntos, mas separados. Estão próximos, porém distantes. Estão acompanhados - mas sozinhos. São os cibersolitários.
Bem-vindos à Era Virtual. Essa seria a primeira e mais óbvia conclusão. Em tempos digitalmente corretos, qualquer pensamento contrário a esse soaria como um elogio à "magia", ao "romantismo", ao encantamento de - para usar um termo adequado - "outrora". Entretanto, não há nenhuma magia, romantismo nem encantamento no atraso. Seria absolutamente descabido demonizar os avanços tecnológicos, sobretudo com o advento da internet, e a revolução trazida por eles, em especial no quesito comunicação. Ao mesmo tempo, parece inegável haver um ponto a partir do qual as relações virtuais passam a andar na mão oposta à de suas principais conquistas - minando os relacionamentos pessoais "reais".
Diz a psicóloga e socióloga Sherry Turkle, professora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em seu livro Alone Together (Sozinhos Juntos): "A tecnologia é sedutora quando o que oferece preenche nossas vulnerabilidades humanas. E somos, realmente, bastante vulneráveis. Somos solitários, mas temos medo da intimidade. As conexões digitais oferecem a ilusão de estarmos acompanhados, contudo sem as demandas da amizade. Nossa vida virtual permite nos escondermos uns dos outros, mesmo quando estamos interessados. Preferimos teclar a falar". Certa vez, durante sua pesquisa de campo, ela ouviu de um rapaz de 18 anos: "Um dia gostaria de aprender a ter uma conversa de verdade".
Até pouco tempo atrás, Sherry Turkle era uma inconteste entusiasta do mundo digital. Durante seus estudos sobre o tema, porém, passou a identificar alguns incômodos exageros no mergulho no universo virtual. isso a levou a rever sua posição, sem deixar de reconhecer os benefícios de viver na Idade da Web. De acordo com a especialista, o argumento mais usado por aqueles que preferem se comunicar quase que exclusivamente por meio de ferramentas digitais é a possibilidade de controlar cada palavra da conversa e, dessa forma, eliminar qualquer perspectiva de ser surpreendido - para o bem e para o mal. No Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Hospital das Clínicas, em São Paulo, a psicóloga Dora Sampaio Góes, vice-coordenadora do Programa de Dependência Tecnológica, já atendeu até mesmo gente que havia perdido o elo com todos os amigos feitos pessoalmente e só conseguia cultivar os virtuais. "É claro que, nesses casos extremos, o indivíduo já tem pouca habilidade social. A internet não muda a índole de ninguém. O que vicia é a possibilidade de melhorar o conceito sobre si mesmo, e isso é justamente o que aumenta a solidão: o abismo entre a persona virtual e a real", acredita ela.
Uma pesquisa feita pelo Pew Research Center nos Estados Unidos com 2 000 usuários de smartphone, divulgada em abril, mostrou que nada menos do que 47% dos jovens adultos, na faixa entre 18 e 29 anos, usam o dispositivo para deliberadamente evitar as pessoas ao redor - ainda que, vez por outra, possa haver algum tipo de interação entre cibersolitários. A porcentagem diminui conforme a idade aumenta. No mesmo levantamento, enquanto 54% do total de entrevistados assume que o telefone nem sempre é necessário, 46% dizem que não podem mais viver sem ele. Embora o aparelho suscite mais emoções positivas do que negativas - 79% disseram sentir-se mais produtivos com ele, por exemplo -, 57% mencionaram "distração excessiva" e 36%, "frustração" ao utilizar o celular.
A mera presença de um smartphone - mudo, apagado - já é suficiente para interferir na qualidade da conversa entre duas pessoas. Foi o que revelou o estudo "The iPhone effect" (O efeito iPhone), realizado em 2014. Nele, pesquisadores da universidade Virginia Tech observaram 100 duplas que interagiam em um café por dez minutos. Aquelas que trocaram palavras sem a presença de um iPhone à mesa reportaram maior empatia e proximidade em relação ao interlocutor. O trabalho, feito com voluntários, comparou o contato estabelecido entre pessoas que se conheciam e desconhecidas entre si. Até os desconhecidos que conversaram sem o smartphone por perto relataram um grau maior de empatia do que os conhecidos que fizeram o mesmo na presença de um celular.
Recentemente, um restaurante de Nova York, que preferiu permanecer anônimo e definir-se apenas como "famoso e renomado", divulgou o resultado de um levantamento que comparou imagens de vídeo de seus clientes em 2004 e em 2014. A análise começou a ser feita quando o estabelecimento passou a receber reclamações de que seu serviço estava muito lento. As queixas continuaram mesmo após a contratação de mais funcionários e a redução de itens no menu. Pois bem: descobriu-se que a demora era culpa dos clientes que insistiam em se manter conectados. Enquanto as refeições duravam, em média, uma hora e cinco minutos no período pré-smartphone, elas se estenderam por uma hora e 55 minutos em 2014. Em 2004, nenhum cliente fotografou o próprio prato. Já em 2014, mais da metade registrou o que estava comendo, levando cerca de três minutos para concluir o processo. Não houve pedidos de clientes ao garçom para tirar uma foto da mesa em 2004. Dez anos depois, 27 a cada 45 clientes o fizeram, sendo que catorze pediram para refazer a foto.
"É inegável que as pessoas estão deixando as relações reais de lado", diz Christian Gebara, vice-presidente executivo de marketing e vendas da Telefônica Vivo. Em discussões dentro da própria empresa, Gebara e sua equipe comentavam sobre o desconforto ao ver alguém dirigindo e teclando ao mesmo tempo ou andando pela rua sem desgrudar o olhar da tela. Foi assim que surgiu a campanha #UsarBemPegaBem, que sugere, por exemplo, que os casais desconectem os aparelhos nos momentos a dois e que o celular não seja usado no trânsito, pois aumenta em 400% o risco de acidentes. "Não se trata de um debate contra a conexão, mas sobre seu uso consciente", argumenta Gebara.
Para o sociólogo e advogado Stefan Larsson, diretor do Instituto da Internet na Universidade de Lund, na Suécia, é normal que a sociedade leve tempo para se adaptar e definir bem as regras que vão orientar o novo comportamento tecnológico-conectivo. "A maneira como nos socializamos e nos comunicamos muda; no entanto, o que ocorre agora é mais uma alteração de formato, da voz para o texto", diz Larsson. "Tendemos a acreditar que a voz seja algo mais natural porque estamos acostumados a esse tipo de comunicação. Nosso desafio é encontrar um balanço entre a conexão das telas e o ambiente externo", complementa.
Há estudiosos menos otimistas, que creem que as sociedades conectadas estão gradualmente migrando do que chamam de relações verticais para relações horizontais. No modelo horizontal, os vínculos expandem-se vultosamente, porém são mais superficiais e não demandam o tempo, a dedicação, a atenção e o comprometimento das relações verticais, que progridem e exigem "sacrifícios" para ser cultivadas. As conversas virtuais são, em geral, breves e facilmente transmitidas. Raramente sustentam discussões complexas ou sentimentos mais profundos.
Segundo o psicanalista Renato Mezan, o comportamento cibersolitário é provocado pela ânsia de estabelecer contatos. "É uma espécie de voracidade pela comunicação, que é difícil de suportar por causa de nossas limitações. Não podemos fazer tudo ao mesmo tempo", raciocina ele. Essa "voracidade pela comunicação" espelha, sem dúvida, a própria natureza humana. "As leis da comunicação são as leis da cultura", atestou Umberto Eco. Se a cultura é nosso traço distintivo - e ela é -, a condição humana se estabelece na relação com o outro. Não por acaso, na obra do psicanalista francês jacques Lacan (1901-1981), a alteridade ocupa uma posição-chave, pois, para ele, não há sujeito sem o outro.
Se não há sujeito sem o outro, solidarizar-se com o próximo deveria ser algo incontornável para o homem. Preocupado com o fato de os moradores das metrópoles se mostrarem menos dispostos a ajudar o semelhante do que os de pequenas cidades do interior, o psicólogo americano Stanley Milgram desenvolveu, em 1970, a tese de que a sobrecarga urbana estaria na raiz desse problema. Sua conclusão pode ajudar a compreender a cibersolidão. Para Milgram, a população urbana está constantemente sendo exposta a uma quantidade enorme de estímulos. E eles são tantos que é impossível ao ser humano processá-los de uma vez - como destacou Mezan. Com isso, experimentamos a sobrecarga, e nos adaptamos a ela escolhendo a qual estímulo atender. Passamos a ignorar as pessoas ao redor simplesmente pela impossibilidade de dar atenção a todas elas. Exatamente como agimos no mundo conectado.
A desconexão total e completa - algo considerado um verdadeiro pesadelo para muita gente, apesar do que se disse até aqui - é a realidade cotidiana de 150 pessoas do povoado de Green Bank, no Estado de Virginia Ocidental, nos Estados Unidos. Lá, não pegam celular, wi-fi, rádio, microondas nem babás eletrônicas. Não, não se trata de uma revolta camponesa contra a Era Digital. Isso ocorre na cidadezinha americana porque ela faz parte da chamada Zona do Silêncio, uma área de 34 000 quilômetros quadrados em que qualquer dispositivo elétrico pode interferir no funcionamento do Green Bank Telescope (GBT), o maior radiotelescópio orientável do mundo. Com 148 metros de altura, o GBT foi desenvolvido para detectar ondas de rádio naturalmente emitidas por organismos e corpos que circulam pelo universo. Sua sensibilidade, portanto, é gigantesca: por essa razão, ele precisa de um ambiente sem grandes perturbações para operar. Diz Michael Holstine, gerente do National Radio Astronomy Observatory, onde fica o telescópio: "Nunca tivemos wi-fi. Não podemos sentir falta de uma situação que nunca provamos. Viver aqui é uma experiência tremendamente social. Todo mundo fala cara a cara. Estranho quando vou a uma cidade grande e vejo pessoas na fila do supermercado ou no restaurante sem interagir com quem está ao seu lado".
Holstine, com certeza, estranharia a cena relatada no início desta reportagem. Mas, como defende Sherry Turkle, o mundo digital é uma realidade muito nova, e, assim, os efeitos negativos que anda gerando ainda podem ser superados. Diferentemente das estirpes mencionadas no final de Cem Anos de Solidão, o impecável romance do colombiano Gabriel Garcia Márquez (1927-2014), os cibersolitários têm, sim, uma segunda chance sobre a terra.
Recentemente, um restaurante de Nova York, que preferiu permanecer anônimo e definir-se apenas como "famoso e renomado", divulgou o resultado de um levantamento que comparou imagens de vídeo de seus clientes em 2004 e em 2014. A análise começou a ser feita quando o estabelecimento passou a receber reclamações de que seu serviço estava muito lento. As queixas continuaram mesmo após a contratação de mais funcionários e a redução de itens no menu. Pois bem: descobriu-se que a demora era culpa dos clientes que insistiam em se manter conectados. Enquanto as refeições duravam, em média, uma hora e cinco minutos no período pré-smartphone, elas se estenderam por uma hora e 55 minutos em 2014. Em 2004, nenhum cliente fotografou o próprio prato. Já em 2014, mais da metade registrou o que estava comendo, levando cerca de três minutos para concluir o processo. Não houve pedidos de clientes ao garçom para tirar uma foto da mesa em 2004. Dez anos depois, 27 a cada 45 clientes o fizeram, sendo que catorze pediram para refazer a foto.
"É inegável que as pessoas estão deixando as relações reais de lado", diz Christian Gebara, vice-presidente executivo de marketing e vendas da Telefônica Vivo. Em discussões dentro da própria empresa, Gebara e sua equipe comentavam sobre o desconforto ao ver alguém dirigindo e teclando ao mesmo tempo ou andando pela rua sem desgrudar o olhar da tela. Foi assim que surgiu a campanha #UsarBemPegaBem, que sugere, por exemplo, que os casais desconectem os aparelhos nos momentos a dois e que o celular não seja usado no trânsito, pois aumenta em 400% o risco de acidentes. "Não se trata de um debate contra a conexão, mas sobre seu uso consciente", argumenta Gebara.
Para o sociólogo e advogado Stefan Larsson, diretor do Instituto da Internet na Universidade de Lund, na Suécia, é normal que a sociedade leve tempo para se adaptar e definir bem as regras que vão orientar o novo comportamento tecnológico-conectivo. "A maneira como nos socializamos e nos comunicamos muda; no entanto, o que ocorre agora é mais uma alteração de formato, da voz para o texto", diz Larsson. "Tendemos a acreditar que a voz seja algo mais natural porque estamos acostumados a esse tipo de comunicação. Nosso desafio é encontrar um balanço entre a conexão das telas e o ambiente externo", complementa.
Há estudiosos menos otimistas, que creem que as sociedades conectadas estão gradualmente migrando do que chamam de relações verticais para relações horizontais. No modelo horizontal, os vínculos expandem-se vultosamente, porém são mais superficiais e não demandam o tempo, a dedicação, a atenção e o comprometimento das relações verticais, que progridem e exigem "sacrifícios" para ser cultivadas. As conversas virtuais são, em geral, breves e facilmente transmitidas. Raramente sustentam discussões complexas ou sentimentos mais profundos.
Segundo o psicanalista Renato Mezan, o comportamento cibersolitário é provocado pela ânsia de estabelecer contatos. "É uma espécie de voracidade pela comunicação, que é difícil de suportar por causa de nossas limitações. Não podemos fazer tudo ao mesmo tempo", raciocina ele. Essa "voracidade pela comunicação" espelha, sem dúvida, a própria natureza humana. "As leis da comunicação são as leis da cultura", atestou Umberto Eco. Se a cultura é nosso traço distintivo - e ela é -, a condição humana se estabelece na relação com o outro. Não por acaso, na obra do psicanalista francês jacques Lacan (1901-1981), a alteridade ocupa uma posição-chave, pois, para ele, não há sujeito sem o outro.
Se não há sujeito sem o outro, solidarizar-se com o próximo deveria ser algo incontornável para o homem. Preocupado com o fato de os moradores das metrópoles se mostrarem menos dispostos a ajudar o semelhante do que os de pequenas cidades do interior, o psicólogo americano Stanley Milgram desenvolveu, em 1970, a tese de que a sobrecarga urbana estaria na raiz desse problema. Sua conclusão pode ajudar a compreender a cibersolidão. Para Milgram, a população urbana está constantemente sendo exposta a uma quantidade enorme de estímulos. E eles são tantos que é impossível ao ser humano processá-los de uma vez - como destacou Mezan. Com isso, experimentamos a sobrecarga, e nos adaptamos a ela escolhendo a qual estímulo atender. Passamos a ignorar as pessoas ao redor simplesmente pela impossibilidade de dar atenção a todas elas. Exatamente como agimos no mundo conectado.
A desconexão total e completa - algo considerado um verdadeiro pesadelo para muita gente, apesar do que se disse até aqui - é a realidade cotidiana de 150 pessoas do povoado de Green Bank, no Estado de Virginia Ocidental, nos Estados Unidos. Lá, não pegam celular, wi-fi, rádio, microondas nem babás eletrônicas. Não, não se trata de uma revolta camponesa contra a Era Digital. Isso ocorre na cidadezinha americana porque ela faz parte da chamada Zona do Silêncio, uma área de 34 000 quilômetros quadrados em que qualquer dispositivo elétrico pode interferir no funcionamento do Green Bank Telescope (GBT), o maior radiotelescópio orientável do mundo. Com 148 metros de altura, o GBT foi desenvolvido para detectar ondas de rádio naturalmente emitidas por organismos e corpos que circulam pelo universo. Sua sensibilidade, portanto, é gigantesca: por essa razão, ele precisa de um ambiente sem grandes perturbações para operar. Diz Michael Holstine, gerente do National Radio Astronomy Observatory, onde fica o telescópio: "Nunca tivemos wi-fi. Não podemos sentir falta de uma situação que nunca provamos. Viver aqui é uma experiência tremendamente social. Todo mundo fala cara a cara. Estranho quando vou a uma cidade grande e vejo pessoas na fila do supermercado ou no restaurante sem interagir com quem está ao seu lado".
Holstine, com certeza, estranharia a cena relatada no início desta reportagem. Mas, como defende Sherry Turkle, o mundo digital é uma realidade muito nova, e, assim, os efeitos negativos que anda gerando ainda podem ser superados. Diferentemente das estirpes mencionadas no final de Cem Anos de Solidão, o impecável romance do colombiano Gabriel Garcia Márquez (1927-2014), os cibersolitários têm, sim, uma segunda chance sobre a terra.
(texto publicado na revista Veja edição 2442 - ano 48 - nº 36 - 9 de setembro de 2015)
sábado, 26 de dezembro de 2015
Estes 15 provérbios celtas irão te ajudar a passar por qualquer coisa (O Segredo)
1. “Quanto maior o seu destino, maior o preço”
Às vezes pensamos que porque a estrada é difícil, o resultado final não vai valer a pena. Nós consideramos a possibilidade de desistirmos e sucumbirmos ao caminho mais fácil. Mas como este provérbio nos lembra, nada que valha a pena foi alcançado através da facilidade.
2. “Cuidado com o que você deseja, pois os deuses podem conceder a você”
Este diz muito. Nossos pensamentos e desejos são mais poderosos do que a maioria das pessoas imaginam. Nossos desejos e anseios são capazes de se manifestarem, especialmente se colocamos muita energia para eles. Pense no que vai dizer antes de dizer, porque pode acabar obtendo.
3. “A resposta branda desvia a raiva”
No calor de uma discussão, ou quando as duras palavras são faladas, uma voz suave pode acalmar a tempestade. Em vez de combater fogo com fogo, use as águas suaves de sua serenidade interior para falar suavemente. O resultado é sempre melhor.
4. “Seus pés vão levá-lo para onde está seu coração”
Tudo em que você colocar energia, os desejos que tem, e as verdadeiras paixões que possui – vão se tornar disponíveis para você em seu caminho. As coisas que realmente desejamos serão encontradas em nossas vidas e junto com elas seremos um.
5. “Um olho amigo é um bom espelho”
Nossos amigos são as nossos linhas de vida de muitas maneiras. Especialmente quando se trata de ver uma outra perspectiva quando precisamos.
6. “O que enche o olho, enche o coração”
As coisas sobre as quais nos focamos e deixamos entrar em nossas vidas, sem dúvida, estarão mais presente em nossas vidas. Se nos concentrarmos sobre a beleza que nos rodeia e como a natureza é maravilhosa, então começaremos a ver mais e mais coisas em nossas vidas como bonitas. Elas se tornam parte do que nós amamos mais e mais.
7. “É melhor uma coisa boa que é, do que duas coisas que eram“
Muitas vezes nos esquecemos de nos concentrar no que já temos, ao invés do que “poderíamos ter ‘ou’ deveríamos ter ‘. Nós estamos vivos, neste momento temos tudo que precisamos. Na verdade, é melhor ver que o que temos é bom, grande, e perfeito para onde estamos agora, do que insistir em coisas que não podem ser alteradas.
8. “A verdadeira grandeza conhece a gentileza”
Ser grande significa muitas coisas diferentes para povos diferentes. Eu acho que a grandeza significa “ser puro e amoroso em tudo que você faz”. Há grandes líderes, grandes oradores, grandes ativistas, e os verdadeiramente grandes sabem que ser uma alva gentil irá ajudá-lo mais do que força bruta e palavras duras.
9. “Cegos devem ser os olhos na casa de outra pessoa”
Você sabe que algumas pessoas vão para a casa de seu amigo, ou para a casa de alguém e seguram o julgamento pelo o que veem. É melhor não fazer tais coisas. O que as pessoas fazem em suas próprias casas e como vivem é problema delas, de ninguém mais. Nós não usamos os seus sapatos e não dormimos em suas camas. As paredes da casa de outro guardam muitos segredos que não conhecemos.
10.”O caráter é melhor do que a riqueza”
O dinheiro pode comprar muitas coisas, mas não pode comprar-lhe paciência, um bom coração, ou o conhecimento do certo e errado. Apenas o caráter pode fazer essas coisas. E caráter será sempre mais valioso do que dinheiro.
11. “Não há alegria sem aflição”
Nunca podemos saber o quão bom é algo sem antes experimentar algo que era ruim. Temos de sentir dor para entendermos o quão maravilhoso é o prazer. Temos que passar por momentos desagradáveis para recebermos os benefícios da alegria. É lei universal.
12. “Sem o conhecimento do passado perderemos o futuro”
Todos nós cometemos erros. É um fato. O que não é um fato é que todos aprendem com seus erros. No entanto, devemos. A fim de facilitar um futuro próspero, devemos manter os nossos erros na parte de trás de nossa mente para nos lembrar que é hora de tentar um caminho diferente.
13. “Se você não semear na primavera, não vai colher no outono”
Como alguém pode esperar para obter algo que quer, quando não trabalha para isso? Devemos nos esforçar e plantar as sementes de nossos desejos. Se você quer ser saudável, deve decidir comer alimentos saudáveis e mudar seus padrões. Se você quer aprender mais sobre a história antiga, você deve ler livros e continuar a ensinar-se coisas novas. Nossos objetivos devem ser alcançados por nós mesmos.
14. “Um homem pode viver depois de perder a vida, mas não depois de perder sua honra”
Uma pessoa que mente, quebra promessas intencionalmente ou trai a confiança de outros, pratica ações de desonra. Quando essa pessoa morrer, não vai mais viver neste mundo e as suas histórias não serão compartilhadas. O seu nome não será falado com amor e memória. Uma pessoa que vive uma vida de bondade e verdade genuína estará sempre no coração dos outros-, mesmo depois que morrer.
15. “Quando surgem palavras iradas, uma boca fechada é calmante”
Palavras de raiva são faladas e muitas vezes retrucadas. Uma opção melhor é não dizer nada. O silêncio é fundamental em muitas situações. Ao manter a boca fechada e morder a língua, você é capaz de deixar a outra pessoa desabafar e não é responsável por qualquer coisa que alguém diz. Melhor permanecer silencioso do que pedir desculpas por ter deixado sua raiva tirar o melhor de você.
Aproveite o resto do seu dia e lembre-se de que somos todos humanos- cheios de erros e experiências de aprendizagem. Basta tentar ser uma pessoa melhor hoje do que ontem e as coisas vão inevitavelmente entrar em ressonância com uma frequência maior.
3 sinais que sua alma reencarnou nesta vida (O Segredo)
A reencarnação está se tornando um tema comum. Enquanto pesquisas descobriram que a crença americana em Deus diminuiu, a crença na reencarnação permanece estável em cerca de 25%.
Reencarnação é a crença de que você não nasce, vive, e morre para sempre. É a ideia de que nós nascemos, morremos, e, em seguida, nascemos de novo.
Alguns pensam que a reencarnação tem o propósito de ensinar nossas almas alguma grande lição, o que lhes permite serem purificadas e chegar aos céus. Outros acreditam que é um processo contínuo e não há como pará-lo.
Com cada vez mais e mais pessoas assumindo a ideia da reencarnação, confira a seguir os sinais de que este não é o primeiro rodeio da sua alma:
1. Você tem o melhor detector de coisas ruins
É aparentemente curiosa a forma como você pode sentir coisas estranhas no ar. Você é inexperiente, mas tem a incrível sensação de que já fez tudo isso antes. Você não tem tempo para isso. Isso porque você já passou pela vida algumas vezes e está familiarizado com coisas estranhas. Estime isso. Nem todo mundo possui esse “dom”.
2. Você não se sente em casa em lugar nenhum
É uma sensação muito estranha não saber exatamente onde sua casa é. Nenhum lugar na Terra realmente te atrai, permitindo-lhe o repouso dos olhos cansados. É como se você estivesse com saudades de sua casa de infância, como se você ainda estivesse lá.
Sua alma pode ter saudade do que alguns chamam de “Paraíso” ou “O Mundo Espiritual”. Talvez o lugar para onde vamos ”entre vidas” seja impressionante… ou talvez seja apenas bonito, maravilhoso e pacífico. Talvez encontremos nossos velhos amigos e parentes lá. É difícil saber quanto tempo podemos passar lá durante o nosso ”intervalo de vidas”.
3. Você está especialmente interessado em lições de vida
Por todos os lados, você parece estar aprendendo alguma grande lição. Você está passando por coisas emocionalmente e sente como se nesta vida estivesse evoluindo muito. Isso pode significar que a sua alma está amadurecendo, que está pronta para embarcar em sua próxima aventura não-terrestre.
Pensa-se que as almas podem crescer ao longo do tempo e vidas e que as dificuldades que experimentamos também. Se você sente que está aprendendo muitas lições na vida, sua alma está provavelmente crescendo.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
A que ponto chegamos? - Mara Andrich
No Brasil, considerado um dos países mais ricos quando o assunto é água, a escassez deste líquido tão precioso já é realidade. Em alguns países, em um futuro muito próximo, o problema pode acarretar até mesmo em guerras
No mês de fevereiro de 2015, a Organização das Nações Unidas(ONU) divulgou um alerta mundial: em breve, muitos países poderão enfrentar conflitos por causa da falta de água. Segundo a ONU, daqui a apenas dez anos, 48 países não terão água suficiente para as suas populações, o que equivale a cerca de três bilhões de pessoas. E até 2030, a demanda por água doce do planeta deverá ser 40% maior do que a oferta.
Parece impossível, ou até mesmo desesperador, mas é algo que já era previsto, situação que já vinha se configurando há anos, pois há muito se fala em "economizar água", "sustentabilidade" etc. Mas, ao que parece, governos e sociedade não levaram isso muito a sério. Basta ver o cenário atual: muitas cidades, como a grande São Paulo, já enfrentam crise hídrica. Entidades internacionais, como a Conectas e a Aliança pela Água, das quais o Greenpeace faz parte, levantaram essa preocupação, em março deste ano, em São Paulo, durante a 28ª Sessão de Direitos Humanos da ONU.
Mas a quem pode ser atribuída a culpa pela falta de água? Será que realmente existem culpados que devam ser responsabilizados? Como o Administrador poderia auxiliar em uma gestão pública, por exemplo, no caso de crises como esta?
Somos responsáveis
Rodrigo Berté, autor do livro A Logística Reversa e as Questões Ambientais no Brasil, professor do mestrado Profissional Governança e Sustentabilidade do ISAE/FGV, PhD na área de Educação e Ciências Ambientais na UNED Madri - Universidade Nacional de Ensino à Distância e diretor de escola do Centro Universitário Internacional Uninter, acredita que a ausência de um processo de gestão compartilhada e de profissionalização da gestão pública seja uma das causas de todo o problema da crise hídrica.
Para ele, a falta de profissionais bem preparados na administração pública dificulta a discussão de temas que envolvem uma palavra-chave quando o assunto é falta de água: "planejamento". "Temos que entender que a prefeitura é a maior empresa da cidade, portanto, deve atender bem seus munícipes, em especial discutir e debater os problemas locais e regionais, o que não vem acontecendo", avalia.
No mês de fevereiro deste ano, a relatora especial da ONU para o Direito à Água e a Saneamento, Catarina Albuquerque, atribuiu ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a responsabilidade pela falta de água no estado. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Catarina disparou seus argumentos sobre prevenção: "deveria haver um aumento exponencial do preço em relação ao consumo para garantir que quem consome mais pague muitíssimo mais", reclamou. Ela citou, inclusive, que em outros países, como os Estados Unidos e Japão, algumas medidas semelhantes a esta já são tomadas há muito tempo, além de sistemas de reaproveitamento da água serem adotados.
Durante este mesmo evento, Catarina ironizou a situação, de maneira preocupante, quando afirmou que as pessoas sempre atribuem este problema "a São Pedro". "O racionamento de água precisa ser previsto", alertou ela.
Questão lógica
Existem algumas questões lógicas que precisam ser analisadas quando o assunto é escassez de água. Se uma cidade cresce consideravelmente, consequentemente terá uma demanda crescente por água também (e por energia e outros). A engenheira civil e doutora em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Jussara Cabral Cruz, explica que se a análise for feita pela oferta, há as causas naturais (efeitos do clima, como chuvas), a ocupação de territórios (o que reduz o estoque de águas subterrâneas e de lençóis freáticos, já que ambos dependem de uma boa capacidade de infiltração de águas), as indústrias, a produção agropecuária, a mineração, e por aí vai. "Tudo isso pode alterar significativamente o processo, com a criação de grandes áreas impermeabilizadas que impedem a boa infiltração das águas durante os períodos chuvosos", explica.
Somados a isso, ainda há outros agravantes, como a falta de saneamento (recentemente, o Unicef divulgou um relatório explicando que aproximadamente duas mil crianças com menos de 5 anos de idade morrem diariamente no mundo vítimas de doenças diarreicas, sendo que 1.800 dessas mortes estão ligadas à falta de saneamento, água contaminada e falta de higiene em geral) e a infraestrutura deficiente - a falta de reservatórios de água, que são enchidos quando há períodos com maior oferta de chuva. Assim, entende-se que quando há grande demanda e baixa oferta, a conta não fechará, obviamente.
Jussara, assim como Rodrigo Berté, também defende o planejamento e reitera que ele não foi feito como deveria. "É necessário estabelecer estratégias de gerenciamento para uso sustentável e isso significa planejamento. Só que os planos devem conter ações voltadas para a garantia de oferta hídrica, bem como ter estratégias para reduzir o consumo, a redução de perdas e evitar o uso perdulário, a redução de desperdício", alerta. Além disso, Jussara completa dizendo que os planos prevem estoques. No entanto, ela observa que é muito difícil estabelecer planos de enfrentamento de crise no momento da crise, e que por isso é importante o planejamento.
Para uma das líderes mundiais pelo direito à água, autora do livro Água, Futuro Azul - Como Proteger a Água Potável para o Futuro das Pessoas e do Planeta para Sempre (do título original Blue Future, Protecting Water for People and the Planet Forever), Maude Barlow, a crise da água é uma das maiores ameaças à segurança de um país. Ela critica o enfrentamento atual,afirmando que os líderes e instituições mundiais estão lidando muito mal com a crise, sem planejamentos, pois esetão diagnosticando o problema erroneamente. "Frequentemente, a crise é vista como um sintoma das mudanças climáticas, mas na verdade é causada pelas emissões de gases de estufas e pelas massivas inundações provocadas pelas irrigações e pela exploração das águas subterrâneas", alerta.
Maude completa lembrando que entre as causas principais para a crise hídrica estão ainda a destruição das florestas no Brasil, o que consequentemente diminui a umidade e as chuvas, além das atividades agrícolas e pecuárias, principalmente aquelas ligadas à criação de gado, ao cultivo de feijão e cana de açúcar. Em março deste ano, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou que os satélites identificaram indícios de desmatamento em uma área de 4.200 hectares, número 282% maior que o registrado em fevereiro de 2014.
Comida e energia comprometidas
Quando se pensa em falta de água, algumas ações básicas dos er humano vêm à mente, como tomar banho, preparar refeições, entre outras. No entanto, não é comum que as pessoas lembrem, de imediato, que a falta de água está ligada também à produção de energia, à indústria e, consequentemente, até mesmo á falta de comida. Tanto que a ONU já vem recomendando que a agricultura, por exemplo, estude novas técnicas para usar menos água e que a geração de energia também busque alternativas para a preservação maior da água e do meio ambiente em geral.
A engenheira civil e doutora em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Jussara Cabral Cruz, vai além para aumentar o uso de biocombustível é necessário aumentar a produção agrícola e, consequentemente, a demanda de água. Ela também comenta da energia, que está cada vez mais cara, o que está diretamente ligado à crise hídrica.
Maude Barlow lembra que, há cinco anos, a Assembléia Geral dos Estados Unidos adotou algumas medidas para evitar a crise da água. Entre as medidas estão a conservação, a criação de planos de retenção, modelos de produção de comida e energia que não dependam tanto da água, comitês fortes, tanto nacionais quanto internacionais, que coloquem a água como central nas leis e até mesmo na segurança pública.
Compartilhando da opinião da relatora especial da ONU para o Direito à Água e a Saneamento, Catarina Albuquerque, o especialista Rodrigo Berté defende as medidas punitivas para se amenizar a situação caótica que já está instalada. E também critica o posicionamento do administrador público. "Além das punições, o gestor público deverá promover uma fiscalização para quem não promove o consumo consciente ou não faz o reuso de água no seu processo, seja na indústria ou no comércio", opina. Ele defende que os responsáveis pela escassez não são apenas os gestores públicos, mas também a sociedade, que não tomou as devidas precauções de consumo consciente.
Para ele, a falta de profissionais bem preparados na administração pública dificulta a discussão de temas que envolvem uma palavra-chave quando o assunto é falta de água: "planejamento". "Temos que entender que a prefeitura é a maior empresa da cidade, portanto, deve atender bem seus munícipes, em especial discutir e debater os problemas locais e regionais, o que não vem acontecendo", avalia.
No mês de fevereiro deste ano, a relatora especial da ONU para o Direito à Água e a Saneamento, Catarina Albuquerque, atribuiu ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a responsabilidade pela falta de água no estado. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Catarina disparou seus argumentos sobre prevenção: "deveria haver um aumento exponencial do preço em relação ao consumo para garantir que quem consome mais pague muitíssimo mais", reclamou. Ela citou, inclusive, que em outros países, como os Estados Unidos e Japão, algumas medidas semelhantes a esta já são tomadas há muito tempo, além de sistemas de reaproveitamento da água serem adotados.
Durante este mesmo evento, Catarina ironizou a situação, de maneira preocupante, quando afirmou que as pessoas sempre atribuem este problema "a São Pedro". "O racionamento de água precisa ser previsto", alertou ela.
Questão lógica
Existem algumas questões lógicas que precisam ser analisadas quando o assunto é escassez de água. Se uma cidade cresce consideravelmente, consequentemente terá uma demanda crescente por água também (e por energia e outros). A engenheira civil e doutora em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Jussara Cabral Cruz, explica que se a análise for feita pela oferta, há as causas naturais (efeitos do clima, como chuvas), a ocupação de territórios (o que reduz o estoque de águas subterrâneas e de lençóis freáticos, já que ambos dependem de uma boa capacidade de infiltração de águas), as indústrias, a produção agropecuária, a mineração, e por aí vai. "Tudo isso pode alterar significativamente o processo, com a criação de grandes áreas impermeabilizadas que impedem a boa infiltração das águas durante os períodos chuvosos", explica.
Somados a isso, ainda há outros agravantes, como a falta de saneamento (recentemente, o Unicef divulgou um relatório explicando que aproximadamente duas mil crianças com menos de 5 anos de idade morrem diariamente no mundo vítimas de doenças diarreicas, sendo que 1.800 dessas mortes estão ligadas à falta de saneamento, água contaminada e falta de higiene em geral) e a infraestrutura deficiente - a falta de reservatórios de água, que são enchidos quando há períodos com maior oferta de chuva. Assim, entende-se que quando há grande demanda e baixa oferta, a conta não fechará, obviamente.
Jussara, assim como Rodrigo Berté, também defende o planejamento e reitera que ele não foi feito como deveria. "É necessário estabelecer estratégias de gerenciamento para uso sustentável e isso significa planejamento. Só que os planos devem conter ações voltadas para a garantia de oferta hídrica, bem como ter estratégias para reduzir o consumo, a redução de perdas e evitar o uso perdulário, a redução de desperdício", alerta. Além disso, Jussara completa dizendo que os planos prevem estoques. No entanto, ela observa que é muito difícil estabelecer planos de enfrentamento de crise no momento da crise, e que por isso é importante o planejamento.
Para uma das líderes mundiais pelo direito à água, autora do livro Água, Futuro Azul - Como Proteger a Água Potável para o Futuro das Pessoas e do Planeta para Sempre (do título original Blue Future, Protecting Water for People and the Planet Forever), Maude Barlow, a crise da água é uma das maiores ameaças à segurança de um país. Ela critica o enfrentamento atual,afirmando que os líderes e instituições mundiais estão lidando muito mal com a crise, sem planejamentos, pois esetão diagnosticando o problema erroneamente. "Frequentemente, a crise é vista como um sintoma das mudanças climáticas, mas na verdade é causada pelas emissões de gases de estufas e pelas massivas inundações provocadas pelas irrigações e pela exploração das águas subterrâneas", alerta.
Maude completa lembrando que entre as causas principais para a crise hídrica estão ainda a destruição das florestas no Brasil, o que consequentemente diminui a umidade e as chuvas, além das atividades agrícolas e pecuárias, principalmente aquelas ligadas à criação de gado, ao cultivo de feijão e cana de açúcar. Em março deste ano, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou que os satélites identificaram indícios de desmatamento em uma área de 4.200 hectares, número 282% maior que o registrado em fevereiro de 2014.
Comida e energia comprometidas
Quando se pensa em falta de água, algumas ações básicas dos er humano vêm à mente, como tomar banho, preparar refeições, entre outras. No entanto, não é comum que as pessoas lembrem, de imediato, que a falta de água está ligada também à produção de energia, à indústria e, consequentemente, até mesmo á falta de comida. Tanto que a ONU já vem recomendando que a agricultura, por exemplo, estude novas técnicas para usar menos água e que a geração de energia também busque alternativas para a preservação maior da água e do meio ambiente em geral.
A engenheira civil e doutora em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Jussara Cabral Cruz, vai além para aumentar o uso de biocombustível é necessário aumentar a produção agrícola e, consequentemente, a demanda de água. Ela também comenta da energia, que está cada vez mais cara, o que está diretamente ligado à crise hídrica.
Maude Barlow lembra que, há cinco anos, a Assembléia Geral dos Estados Unidos adotou algumas medidas para evitar a crise da água. Entre as medidas estão a conservação, a criação de planos de retenção, modelos de produção de comida e energia que não dependam tanto da água, comitês fortes, tanto nacionais quanto internacionais, que coloquem a água como central nas leis e até mesmo na segurança pública.
Compartilhando da opinião da relatora especial da ONU para o Direito à Água e a Saneamento, Catarina Albuquerque, o especialista Rodrigo Berté defende as medidas punitivas para se amenizar a situação caótica que já está instalada. E também critica o posicionamento do administrador público. "Além das punições, o gestor público deverá promover uma fiscalização para quem não promove o consumo consciente ou não faz o reuso de água no seu processo, seja na indústria ou no comércio", opina. Ele defende que os responsáveis pela escassez não são apenas os gestores públicos, mas também a sociedade, que não tomou as devidas precauções de consumo consciente.
(texto publicado na Revista Brasileira de Administração (RBA) ano XXIV - nº 105 - março/abril de 2015)
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Dores nas articulações às vezes são uma indicação da artrite psoriásica - Dr. Cristiano B. Campanholo
O 29 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Psoríase, uma doença crônica de pele, felizmente não contagiosa, que atinge 3% dos brasileiros. Ela se manifesta de diferentes maneiras e, neste artigo, o alerta é para a artrite psoriásica, que, além de lesões e descamações no maior órgão humano visível, provoca a inflamação nas articulações, nos tendões ou na coluna vertebral.
A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que acomete qualquer região do corpo. Ela causa lesões (manchas) avermelhadas com descamações esbranquiçadas de formas e tamanhos variados, sendo mais frequente em regiões onde existe maior atrito, como cotovelos e joelhos. Apesar de não ser contagiosa, causa grande constrangimento e danos emocionais aos pacientes. Atinge igualmente homens e mulheres em especial na vida adulta.
Cerca de 30% dos pacientes apresentam também inflamação nas articulações, tendões ou coluna vertebral, o que caracteriza a artrite psoriásica. Os portadores podem apresentar ainda inflamação intestinal e ocular. Por muito tempo se acreditou que a ocorrência da artrite em pacientes com psoríase era apenas coincidência. Só em 1964, a artrite psoriásica foi reconhecida como doença específica pela Academia Americana de Reumatologia.
Em 75% dos casos, a doença se manifesta inicialmente na pele e demora, me média, dez anos para afetar as articulações. Já em 15% dos pacientes ocorre simultaneamente na pele e nas articulações; e somente em 10% deles surge primeiro nas articulações.
Ela é considerada uma doença multifatorial com forte suscetibilidade genética - 40% dos pacientes com psoríase ou artrite psoriásica têm ou já tiveram familiares de primeiro grau com o problema -, associada a fatores ambientais e comportamentais como tabagismo, obesidade e infecções bacterianas e virais.
Os principais sintomas da artrite psoriásica são dores e inchaço nas articulações, sobretudo das mãos e dos pés, mas também pode atingir os joelhos, quadris, cotovelos e punhos,causando rigidez nas articulações, o que dificulta os movimentos. Tendões e dedos das mãos e dos pés também podem ficar inchados. Em alguns casos, acomete a coluna vertebral em toda a sua extensão, causando dor à noite, quando a pessoa está de repouso, ou rigidez para movimentar-se pela manhã.
O diagnóstico é clínico, complementado por raios X das articulações acometidas e exame de sangue, que indica a natureza inflamatória da doença. A ultrassonografia e a ressonância magnética permitem a melhor compreensão do local da inflamação articular e a distinção de outros tipos de artrite, como a reumatoide.
O tratamento objetiva o controle da inflamação, o alívio das dores e a preservação da função articular, garantindo uma vida normal aos pacientes. É individualizado e, dependendo das manifestações apresentadas pelo paciente, empregam-se anti-inflamatórios e fármacos utilizados para tratar outras artrites, como metorexato, sulfassalazina, ciclosporina e leflunomida. Há também remédios que bloqueiam a proteína fator de necrose tumoral, que se acredita seja uma proteína-chave para o processo inflamatório da psoríase e da artrite psoriásica. Em alguns casos, a doença pode resultar em dano ou destruição articular e precisar de correções cirúrgicas ou até da substituição completa de articulações.
Infelizmente, ainda não há como evitar a doença e, apesar de ser comum, muitas vezes é negligenciada por pacientes e médicos, sobretudo quando se apresenta de forma leve. Por isso, é importante estar alerta aos sinais e consultar um reumatologista.
(texto publicado na revista Caras edição 1147 - ano 22 - nº 44 - 30 de outubro de 2015)
Farsa racial - Walcyr Carrasco
Estou em um bom restaurante. Todas as mesas estão ocupadas por brancos. Negros, mulatos ou, como se diz na linguagem do politicamente correto, afrodescendentes estão presentes, claro. Servindo. Garçons, porteiros, manobristas. Raramente, quando saio, vejo um negro na mesa, como cliente. Outro dia estive numa loja de grife, num bom shopping. Era o único cliente. Dois vendedores me atendiam. Entrou um negro, perguntou o preço de um tênis.
- Espere um pouco, vou chamar alguém para te atender - avisou o vendedor.
E continuou falando comigo. O rapaz esperou um pouco e anunciou que ia a outra loja. Saiu, sem resposta. Claro, não era um jogador de futebol, ou uma atriz ou ator famosos. Simplesmente um negro tentando comprar um tênis.
E ainda dizem que neste país não há preconceito racial.
Não somente existe preconceito, como a sociedade se recusa ao debate. Afirmam que não, não há. Na educação, muitas universidades adotam o sistema de cotas. As notícias a respeito sempre são negativas. A pessoa é considerada afrodescendente se assim se declara. O motivo da chacota são os "espertinhos" obviamente caucasianos que burlam o sistema para conseguir uma vaga mais fácil. Fui contra o sistema de cotas, inicialmente, porque achei que estimulava o preconceito. Hoje não vejo alternativa. Como as pessoas de origem negra encontrarão bons empregos, sem estudo adequado? Quando, enfim, serão os clientes dos bons restaurantes? Quando fui escrever a novela Xica da Silva, na antiga TV Manchete, houve um grande debate interno sobre o risco de botar uma negra no papel principal. Parte da direção acreditava que o público não aceitaria. Queriam uma branca de pele amorenada, bem bronzeada. Talvez pintada de marrom com uma tinta bem forte. Mas branca, em seus traços e genética. Eu e o grande diretor Walter Avancini, já falecido, nos negamos, seria ridículo. Xica da Silva é um símbolo de negritude. Jamais poderia ser interpretada por uma branca. Teimamos. Descobrimos Taís Araújo, com 18 anos, que fez uma linda interpretação. Taís está aí até hoje. Protagonizou também novelas na Globo, sempre com sucesso absoluto.
Existe, na minha opinião, uma deformação do outro lado. Quando escrevi A padroeira, sobre Nossa Senhora Aparecida, na Rede Globo, quis mostrar o sofrimento dos escravos. Quando apareceu o primeiro, chicoteado, entidades negras se manifestaram. Segundo disseram, era uma humilhação. Um representante me perguntou por que não mostrávamos os que se destacaram na época, e não os escravos? Protestei. A escravidão foi o Holocausto dos negros. Os judeus, que sofrem também um Holocausto, fazem questão de lembrar. Há sempre novos filmes em Hollywood e em todo o mundo, monumentos aos mortos em campos de concentração, museus.
- É preciso lembrar o horror para que não se repita - comentou um judeu, meu amigo.
Quando digo Holocausto, não estou sendo leviano. Sabe-se muito menos do que se deve sobre a escravidão no Brasil. Não é novidade para os historiadores que senhoras de engenho atiravam recém-nascidos aos cães. Ou arrancavam os dentes das escravas para colocar nas falhas de suas próprias bocas. Pior: muitos eram "descascados". Ou seja, passavam pelo suplício de ter a pele completamente arrancada. Deu enjoo no estômago? Pois é só o começo.
Esquecer disso por quê? Não temos a obrigação, como sociedade democrática, de lembrar que aqui e em toda a América Latina também houve um Holocausto? Os afrodescendentes deveriam ser os primeiros a erguer a bandeira e exigir reparação. Criar um feriado é pouco. Cotas, vagas, estágios, empregos, isso sim. Não só iniciativas do governo, mas também das empresas. O Bradesco, por exemplo, tem um convênio com a Universidade Zumbi dos Palmares, para absorver parte dos formandos. Na televisão, ao contrário do que pensam, estamos sempre à procura de atores negros. Quando surgem algum bom, imediatamente tem sua oportunidade. Em minha próxima novela, Verdades secretas, procuramos muito uma modelo negra e boa atriz. Felizmente, encontramos, e já vai gravar.
Quando fui à África do Sul, também fiquei chocado com a mesma situação. Os brancos nas mesas e os negros sempre em trabalhos subalternos.
- O apartheid não terminou - conclui. Aqui também é assim, ou talvez pior. Lá, ou em países como os Estados Unidos, há uma luta clara de defesa dos direitos. Aqui fingimos que nada existe. E um apartheid velado continua, década após década.
E ainda dizem que neste país não há preconceito racial.
Não somente existe preconceito, como a sociedade se recusa ao debate. Afirmam que não, não há. Na educação, muitas universidades adotam o sistema de cotas. As notícias a respeito sempre são negativas. A pessoa é considerada afrodescendente se assim se declara. O motivo da chacota são os "espertinhos" obviamente caucasianos que burlam o sistema para conseguir uma vaga mais fácil. Fui contra o sistema de cotas, inicialmente, porque achei que estimulava o preconceito. Hoje não vejo alternativa. Como as pessoas de origem negra encontrarão bons empregos, sem estudo adequado? Quando, enfim, serão os clientes dos bons restaurantes? Quando fui escrever a novela Xica da Silva, na antiga TV Manchete, houve um grande debate interno sobre o risco de botar uma negra no papel principal. Parte da direção acreditava que o público não aceitaria. Queriam uma branca de pele amorenada, bem bronzeada. Talvez pintada de marrom com uma tinta bem forte. Mas branca, em seus traços e genética. Eu e o grande diretor Walter Avancini, já falecido, nos negamos, seria ridículo. Xica da Silva é um símbolo de negritude. Jamais poderia ser interpretada por uma branca. Teimamos. Descobrimos Taís Araújo, com 18 anos, que fez uma linda interpretação. Taís está aí até hoje. Protagonizou também novelas na Globo, sempre com sucesso absoluto.
Existe, na minha opinião, uma deformação do outro lado. Quando escrevi A padroeira, sobre Nossa Senhora Aparecida, na Rede Globo, quis mostrar o sofrimento dos escravos. Quando apareceu o primeiro, chicoteado, entidades negras se manifestaram. Segundo disseram, era uma humilhação. Um representante me perguntou por que não mostrávamos os que se destacaram na época, e não os escravos? Protestei. A escravidão foi o Holocausto dos negros. Os judeus, que sofrem também um Holocausto, fazem questão de lembrar. Há sempre novos filmes em Hollywood e em todo o mundo, monumentos aos mortos em campos de concentração, museus.
- É preciso lembrar o horror para que não se repita - comentou um judeu, meu amigo.
Quando digo Holocausto, não estou sendo leviano. Sabe-se muito menos do que se deve sobre a escravidão no Brasil. Não é novidade para os historiadores que senhoras de engenho atiravam recém-nascidos aos cães. Ou arrancavam os dentes das escravas para colocar nas falhas de suas próprias bocas. Pior: muitos eram "descascados". Ou seja, passavam pelo suplício de ter a pele completamente arrancada. Deu enjoo no estômago? Pois é só o começo.
Esquecer disso por quê? Não temos a obrigação, como sociedade democrática, de lembrar que aqui e em toda a América Latina também houve um Holocausto? Os afrodescendentes deveriam ser os primeiros a erguer a bandeira e exigir reparação. Criar um feriado é pouco. Cotas, vagas, estágios, empregos, isso sim. Não só iniciativas do governo, mas também das empresas. O Bradesco, por exemplo, tem um convênio com a Universidade Zumbi dos Palmares, para absorver parte dos formandos. Na televisão, ao contrário do que pensam, estamos sempre à procura de atores negros. Quando surgem algum bom, imediatamente tem sua oportunidade. Em minha próxima novela, Verdades secretas, procuramos muito uma modelo negra e boa atriz. Felizmente, encontramos, e já vai gravar.
Quando fui à África do Sul, também fiquei chocado com a mesma situação. Os brancos nas mesas e os negros sempre em trabalhos subalternos.
- O apartheid não terminou - conclui. Aqui também é assim, ou talvez pior. Lá, ou em países como os Estados Unidos, há uma luta clara de defesa dos direitos. Aqui fingimos que nada existe. E um apartheid velado continua, década após década.
(texto publicado na revista Época nº 873 - 2 de março de 2015)
domingo, 20 de dezembro de 2015
5 coisas que os cães conseguem pressentir antes que aconteçam (Tudo sobre cachorros)
Os cães são incrivelmente intuitivos e perceptivos em relação ao mundo ao seu redor. Eles conseguem sentir quando estamos tristes e podem sentir quando a família está nervosa e estressada. Algumas pessoas acreditam que cães podem prever quando alguém vai morrer ou que eles podem ver espíritos. Abaixo estão algumas coisas que os cachorros podem pressentir, seja por um motivo ou por outro.
1. Terremotos
Tanto a China quanto a Grécia antiga tem histórias de cães que mostraram sinais de estresse e inquietação antes de um terremoto. Embora os cães reparem muito no mundo ao seu redor, alguns cientistas argumentam que os cães tem a audição tão poderosa que eles podem ouvir as pedras se mexendo abaixo da superfície da Terra. Alguns sismólogos acham que os cães sentem atividade sísmica através de suas patas. De qualquer forma, se um cachorro em uma área de terremoto começar a ficar estranho, talvez seja hora de pegar o carro e ir pra longe.
2. Tempestades
Assim como os terremotos, os cães podem sentir também se tem uma tempestade à caminho. Tempestades criam uma força eletromagnética que os cachorros conseguem sentir antes que a elas realmente aconteçam. Os cães também usam sua ótima audição e conseguem ouvir os trovões muito mais que nós. O olfato dos cães também é muito poderoso e pode sentir a corrente elétrica no ar.
3. Doenças (inclusive câncer)
Quando uma pessoa está com câncer ou diabetes, elas liberam um certo odor que apenas os cães, com seu olfato poderoso, conseguem sentir. Se seu cão começar a cheirar você em uma determinada região constantemente, talvez seja uma boa ideia ir ao médico.
4. Convulsões
Alguns cães são treinados especificamente para dar alerta em caso de convulsão. Esses cães são ensinados a alertar os donos antes da convulsão acontecer, deitar em cima do dono caso a convulsão aconteça e chamar por ajuda quando conseguirem. Nem todos os cães são treinados pra reconhecer os sinais e impedir a convulsão. Eles instintivamente sabem que vai acontecer, mas ninguém sabe como ele consegue prever isso.
5. Parto
Existem relatórios documentados de cães prevendo o parto de uma mulher grávida, assim como histórias de cachorros virando verdadeiras sombras de suas donas grávidas no dia anterior ou no mesmo dia do nascimento do bebê. Parece que quando a mulher está para parir, ela libera um cheiro que os cães conseguem sentir.
Por que na missa não se diz “amém” no final do Pai-Nosso? (Aleteia)
Se o correto é terminar as orações com o "amém", por que no Pai-Nosso da missa isso não acontece?
A palavra “amém”, um dos vocábulos mais utilizados pelos cristãos, é dificilmente traduzível em seu sentido mais profundo (por isso é mantida em hebraico, o idioma original), e utilizada sempre em relação a Deus.
Pronunciar esta palavra é proclamar que se tem por verdadeiro o que se acaba de dizer, com o objetivo de ratificar uma proposição, unir-se a ela ou a uma oração.
Por isso, expressar em forma grupal no âmbito do serviço divino ou ofício religioso também significa “estar de acordo” com o que foi dito.
A palavra “amém” é utilizada para concluir as orações. No entanto, a oração por excelência, o Pai-Nosso, quando rezado dentro da missa, não é acompanhado pelo “amém” no final. Fora da missa, o “amém” é dito normalmente.
Cabe ressaltar que o Pai-Nosso é a única oração da Igreja que está integrada na liturgia da missa.
Mas qual é a explicação para a ausência do “amém” no Pai-Nosso da missa? É simples: não se diz “amém” porque a oração ainda não terminou.
Depois de todos rezarem o Pai-Nosso até o “… mas livrai-nos do mal”, ao invés de dizer “amém”, o sacerdote continua a oração sozinho. A liturgia chama isso de “embolismo”, ou seja, essa oração que o padre reza sozinho é uma oração que recolhe e desenvolve a oração precedente.
O sacerdote desenvolve a última petição do Pai-Nosso (“livrai-nos do mal”) dizendo:
“Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo salvador.”
E o povo responde com uma aclamação muito antiga, cuja origem se perde nos primeiros séculos da história da Igreja:
“Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre!”
Assim, o Pai-Nosso fica totalmente integrado à liturgia eucarística, não como um acréscimo, mas como parte fundamental dela.
Embora seja grave, diabetes ainda é uma doença negligenciada no País - Dr. Fadlo Fraige Filho
Comemorou-se no dia 11 de novembro, o Dia Mundial do Diabetes. É uma data importante para alertar sobre os perigos dessa doença silenciosa que, se não tratada corretamente, pode levar a complicações sérias e até à morte. Um exemplo da gravidade: 29% das cirurgias de coração realizadas no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, são em pacientes diabéticos.
Um em cada grupo de quatro indivíduos acima de 65 anos tem diabetes. O assunto é tão sério que a Organização das Nações Unidas (ONU) chama a atenção de todos os países para que tenham programas públicos de assistência, prevenção e diagnóstico precoce. No Brasil, 40% das pessoas com problemas cardíacos e 62% daquelas que fazem hemodiálise são diabéticas.
Essa doença pode levar a graves complicações cardiovasculares e microvasculares, como nefropatia (nos rins), neuropatia (nos nervos periféricos) e retinopatia (na retina, até com perda da visão). Outro problema é o chamado pé diabético, sendo necessária, em muitos casos, a amputação de dedos ou de todo o membro por falta de circulação adequada.
Isso ocorre, claro, quando o diagnóstico é tardio e/ou o tratamento não é feito de maneira adequada. Infelizmente, situações frequentes. Portanto, a prevenção é fundamental e o alerta aqui vai sobretudo para os homens, que costumam fazer menos check-ups do que as mulheres. Pessoas do grupo de risco, ou seja, que têm casos na família, hipertensas, obesas, com colesterol e triglicérides aumentados e acima de 65 anos, precisam fazer exame de sangue pelo menos uma vez ao ano para o controle da glicemia.
Em jejum de dez a 12 horas, o nível normal de glicose deve ser inferior a 100 mg/dl. Se está em 100 mg/dl a 125 mg/dl, é alto o risco de desenvolvimento do diabetes e acima de 126 já está instalada a doença. Em casos avançados, alguns sintomas aparecem, como vontade excessiva de beber água e urinar e emagrecimento sem que se perca o apetite.
A glicose é o combustível mais importante de nossas células. Mas, para que essa 'gasolina do organismo' entre nas células, é necessária a ação do hormônio insulina. Em algumas pessoas, a insulina age de modo ineficiente ou o pâncreas para de produzi-la totalmente. Ambos os casos levam ao aumento da glicose no sangue e ao surgimento do diabetes.
Há vários tipos da doença. O mellitus ou tipo 2, mais frequente - 90% dos casos -, é hereditário, em geral se manifesta a partir dos 40 anos e costuma ser assintomático por muito tempo. O tipo 1 ocorre em cerca de 5% dos diabéticos e em crianças e adolescentes, sobretudo dos 10 aos 18 anos, devido a um defeito do sistema imunológico. O organismo cria anticorpos que passam a destruir as células do pâncreas que fabricam a insulina. A criança ou o jovem apresenta sintomas logo no início, que são: sede e urina excessivas e perda de peso. Outro tipo menos frequente é o diabetes gestacional, que ocorre na gravidez em mulheres com predisposição genética. Na maioria dos casos, some após o bebê nascer.
Diabéticos do tipo 2 em geral apresentam vários fatores relacionados à doença, como herança genética, excesso de peso e sedentarismo. O tratamento é com remédios. Mas a dieta alimentar e as atividades físicas são fundamentais, como também exames trimestrais de controle de glicose e hemoglobina glicada (HbA 1c), este último mais preciso porque estabelece a média das glicemias nos últimos três meses. Já crianças e jovens com diabetes tipo 1 fazem uso contínuo de insulina.
Vale relembrar que a doença só compromete ou mata quem não segue a orientação médica. Fica, como bom exemplo, a frase de um paciente de 88 anos com diabetes há 40 anos: "Vou morrer com diabetes, mas não do diabetes".
(texto publicado na revista Caras edição 1150 - ano 22 - nº 47 - 20 de novembro de 2015)
Assinar:
Postagens (Atom)