domingo, 31 de dezembro de 2017

Olhar pra dentro - Pe. Fábio de Melo


Alimentando a nossa fé - Pe. Fábio de Melo


Vênus e Cupido (Afrodite e Eros)


Esses dois deuses romanos, mãe e filho, chamados de Afrodite e Eros pelos gregos, promoveram a devastação desde o começo. Para simplificar, nos referiremos a eles como Vênus e Cupido, mesmo apesar de muitas das histórias que os envolvem terem originado na Grécia, antes de serem adotados pela mitologia romana. Em ambas as culturas, as flechas do Cupido poderiam atingir qualquer criatura e despertar nele ou nela a reação que chamamos de amor. Com apenas um tiro, Plutão, o rei do submundo, se apaixonou. Cupido até fez com que Apolo, o deus da razão, se apaixonasse.

Vênus é a deusa do prazer sexual, rejeitada como sendo inerentemente pecadora, em especial após os textos de Agostinho, no século IV. Mas vamos aqui considerar Vênus e Cupido como as personificações dos aspectos positivos de pessoas comuns.

O amor não é algo que possamos definir. Como posso compreender o significado da palavra se eu declaro amar minha esposa, meus filhos, meu cachorro e meu carro? As únicas coisas que eles têm em comum são que todos  custam dinheiro e precisam ser lavados, mas isso não pode ser usado como analogia aceitável para o amor.

Não podemos separar o amor romântico de Vênus e sua personificação de desejo sexual. Mas, para preservar a ignorância das crianças, costumamos representar o amor como um pequeno e fofo querubim, o Cupido, e o celebramos no Dia dos Namorados, sempre tomando muito cuidado para não mencionar sua mãe.

Imaginar o Cupido como um deus gordinho, brincalhão e infantilizado é uma alusão à sua personificação romana. Por outro lado, para os gregos, ele era um homem voluptuoso e detentor de uma intimidante força primordial - o mais belo de todos os deuses. Só a  visão dele poderia fazer os humanos perderem o chão, e além do mais tinha o poder de controlar nossa mente. Eros (o Cupido) era uma força primitiva e incontrolável que muitas vezes fazia com que pessoas que não tinham nada a ver umas com as outras se apaixonassem - um exemplo do poder do amor sobre a racionalidade. Esse tema foi recorrente ao longo da história e atingiu seu auge cômico em Sonho de uma noite de verão, a famosa peça de Shakespeare. Um tratamento moderno desse cenário é encontrado no conto de Isaac Asimov, The Up-to-Date Sorcerer. Nessa história, pessoas sob a influência de uma poção do amor se apaixonam perdidamente somente para serem curadas pela realidade do casamento.

Também Cupido se apaixonou. Nesse mito, Vênus sentiu-se ameaçada pela beleza de uma mortal, Psique, e enviou Cupido para fazer com que a donzela se apaixonasse por um monstro. Mas, quando Cupido viu Psique, ficou extasiado e a desposou. Como vingança, Vênus matou Psique, mas Cupido ressuscitou sua noiva, que se tornou uma deusa, bem como o filho deles. Mais uma história de morte, ressurreição e elevação ao status de divindade. O amor faz dessas coisas.

O poder de Cupido é fonte de ansiedade para aqueles que desejam uma vida organizada e harmoniosa. Uma pessoa pode estar vivendo uma existência despreocupada quando o romance floresce e de repente se vê escravo do amor.

Enquanto as setas de Cupido estiverem voando, qualquer um pode ser atingido sem aviso, às vezes repetidamente. A natureza aleatória desses eventos faz com que a vida seja imprevisível. Entretanto, a passagem do tempo pode reduzir nossa volúpia e controlar o Cupido. Como um filósofo muito sabiamente observou, a idade pode cortar suas asas, esfriar nossas paixões e permitir que nosso intelecto finalmente funcione sem barreiras. Mas justamente quando achamos que estamos seguros, eis que surge o Viagra.


(texto publicado no livro As pessoas mais importante do mundo que nunca viveram de Allan Lazar, Dan Karnan, Jeremy Salter)

Promessas de Ano Novo x Realidade - Seiiti Arata


O erótico e o contemporâneo - Viviane Mosé (Cabaret Valentino)


Pensem em um projeto de vida para 2018 - Leandro Karnal


sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Luke Skywalker (o herói de todos os heróis)


O herói de Guerra nas estrelas, filme de ação e aventura intergalática, Luke, é um garoto comum da área rural que, por acaso, intercepta um pedido de ajuda de uma bela princesa. Logo, Luke sai em uma jornada para resgatar a garota, gerando três dos filmes mais populares jamais produzidos. Guerra nas estrelas (1977) tinha os mais incríveis efeitos visuais da época e fez de George Lucas um gigante de Hollywood. A trilogia de Guerra nas estrelas alimentou a imaginação de duas gerações. No mundo do entretenimento, Guerra nas estrelas consiste na trilogia e nos três episódios anteriores, mais dezenas de romances derivados e milhares de brinquedos, álbuns de figurinhas, paródias e lancheiras. A fábula dominou de tal forma o panorama cultural que seu vocabulário e imaginário invadiram até a política internacional.

Vivenciamos tanto a aventura do herói quando a expectativa do final da história, enquanto acompanhamos o jovem Luke (interpretado por Mark Hamill) em sua busca pela aprovação do pai. A essência do enredo é que Luke é ajudado por um velho sábio a resgatar a princesa e salvar a galáxia do Império do mal e de seu principal servidor - o pai de Luke, o perigoso Darth Vader. Luke tem de escolher entre lutar contra seu pai ou se unir a ele. O tema psicológico da história é o conflito essencial entre pai e filho, descrito por Freud. "Todo garoto deve entrar em confronto com algum tipo de figura paterna se quiser realmente atingir a maturidade." Mas a história não trata de uma simples sessão de psicodrama. Inspirada pelo trabalho do renomado estudioso de mitologia Joseph Campbell, a história segue o caminho clássico comum a contos populares de todo o mundo. Luke não é simplesmente um personagem substituível, ele é todos os heróis.

A fórmula é universal: Primeiro, alguma coisa motiva a aventura - uma razão para deixar o mundo com o qual o herói está acostumado. Depois, há a ajuda sobrenatural. Então, várias provações e novos amigos pelo caminho. Finalmente, um confronto face a face com o inimigo... e a vitória. O herói volta para casa triunfante, trazendo algum tipo de recompensa - comida, riquezas, mágica, um presente de casamento ou uma princesa.

Os filmes ainda têm um segundo tema: a viagem espiritual de Skywalker. Em termos religiosos, a jornada do herói é deixar o mundo cotidiano, entrar no domínio dos deuses e retornar com um poder mágico. Luke aprende a usar a "Força", uma energia criada por seres vivos e um aliado poderoso. Revelada por Obi-Wan Kenobi, um mestre das artes místicas, ela conduzirá Luke com segurança pelos perigos, permitirá que ele fale com os mortos e o guiará nos combates.

Na cena apoteótica do primeiro filme, Guerra nas estrelas, o computador de Luke era o alvo mais crucial. Luke não pode mais contar com o computador e deve usar sua intuição - a Força - para dar o tiro que leva à vitória.

Mas o inimigo é persistente e, no segundo filme, O império contra-ataca, Luke é treinado por um Mestre ainda mais velho, Yoda, para dominar completamente a Força e suas outras utilidades: levitar objetos, voar e telepatia.

No último filme da trilogia, O retorno de Jedi, Luke confronta o chefe de seu pai, o imperador do mal. O Lorde Vader precisa se sacrificar para salvar seu filho e Luke emerge como um adulto formado, em harmonia com o mundo espiritual e seguro de seu próprio destino.

No mundo real da década de 1980, o presidente Ronald Reagan referiu-se à União Soviética como o "Império do Mal" e gastou bilhões de dólares em um sofisticado sistema defensivo chamado "Guerra nas Estrelas", que pode pelo menos levar os créditos pelo fim da Guerra Fria. Guerra nas estrelas, por meio dos programas militares que inspirou, derrotou a União Soviética, não pelo combate, mas empurrando-a para a falência.

Intuição, no sentido de Guerra nas estrelas, pode ser a faceta mais importante e, ao mesmo tempo, mais ignorada de nosso mundo orientado para máquinas. Quando é que você tem tempo de olhar além do racional, do dia-a-dia, para ver o que realmente o cerca? Confie em seus sentimentos, em seus "instintos". Mesmo no âmbito da ciência, você precisa saber quando seu equipamento não está funcionando direito. Somos obcecados pela alta tecnologia, mas alguns poucos sensores disfuncionais podem causar o derretimento de um gerador nuclear, e um pedaço de material isolante pode destruir um ônibus espacial de bilhões de dólares e seus tripulantes.

Skywalker, com o poder da Força, sabia quando podia usar seu computador e quando deveria ignorá-lo. E nós, sabemos disso?

Talvez você não saiba...

Em pesquisa em três livrarias de Nova Jersey em 2005, um dos autores descobriu que os livros de Guerra nas Estrelas ganhavam mais espaço nas prateleiras do que escritores de ficção científica já famosos, mais espaço até que os livros de Asimov, Bradbury e Heinlein juntos.

Para saber mais, leia:

O herói de mil faces, de Joseph Campbell
Manual de intuição prática, de Laura Day.
As máscaras de Deus: mitologia ocidental, de Joseph Campbell.
Star Wars: The Magic of Myth, de Mary Henderson.
A trilogia da Fundação, de Isaac Asimov.



(texto publicado no livro As pessoas mais importantes do mundo que nunca viveram de Allan Lazar, Dan Karlan, Jeremy Salter)

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Cinderela (ou como superar velhas crenças)


A história de Cinderela, essa inocente vítima da opressão, tem sido, com pequenas variações, parte de toda e qualquer cultura. Ela pode ter surgido no passado distante entre os chineses, cujos aristocratas apreciavam pés pequenos. A versão popular hoje em dia foi transcrita da tradição oral nos anos 1600 por um francês, Charles Perrault, e transformada em filme por Walt Disney, em 1950.

A influência prejudicial de Cinderela lançou uma sombra sobre nós. Ela personaliza uma distorção da realidade, a realidade na qual se espera que nossas recompensas sejam merecidas.

Uma das características sinistras da história é a ideia de que as madrastas são más. Na verdade, não podemos nem pensar na palavra "madrasta" sem mentalmente acrescentar o adjetivo "má" a ela. Além disso, Cinderela reforça a mentalidade passiva daqueles que aceitam sua carga de opressão na vida enquanto esperam que forças místicas venham a seu auxílio.

No final, Cinderela se torna uma princesa e perdoa sua madrasta e as irmãs adotivas opressoras, apesar de sabermos que elas deveriam ser processadas por abuso infantil.

Cinderela é patética, mas nos apaixonamos pela ideia de que a tonta vencerá no final. Para esse fim, uma fada madrinha lhe dá roupas elegantes para que ela consiga atrair os olhares do príncipe que, por acaso, está justamente procurando uma mulher para se casar. Enfeitada com suas roupas espalhafatosas e jóias vistosas, Cinderela chama sua atenção em um baile onde não é nada além de um cabide de roupas. Ela não fez nada para merecer as atenções. Ela não merece nada, exceto, talvez, o salário mínimo em casa. E, mesmo assim, consegue fazer com o príncipe se case com ela. Não é essa a lição que deveríamos ensinar às nossas crianças. Há valores mais importantes do que boa aparência, roupas finas e enfeites caros - inteligência, independência, auto-estima, responsabilidade e automotivação - e nenhum deles caracteriza Cinderela.

Vamos deixar a mentalidade da Cinderela de lado e apresentar às crianças os valores genuínos na vida, isto é, que elas precisam merecer suas recompensas. E, enquanto fazemos isso, vamos nos livrar da atitude de que somos malvados se gritarmos para nossos filhos: "Arrume o seu quarto!".

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É uma velha história:

A fábula originou-se na China mais ou menos no ano 960, em The Miscellaneous Record of Yu Tang (O variado registro de Yu Tang), por Tuan Ch'eng-Shih.



(texto publicado no livro escrito por Dan Karlan, Jeremy Salter e Allan Lazar As pessoas mais importantes do mundo que nunca viveram com tradução de Cristina Yamagami)

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Star Wars: a amizade de Joseph Campbell e George Lucas


É difícil falar sobre Star Wars de forma objetiva, mas é um fato que George Lucas em seu inicio fez algo extraordinário e é importante lembrar uma de suas maiores influencias ao criar este universo que nos remonta a emoção do natal quando crianças. A relação de George Lucas com o renomado mitólogo e escritor Joseph Campbell é de conhecimento público. Autor de vários livros e vasto conhecimento étnico e cultural, Joseph Campbell desenvolve o conceito “Monomito”.

O Monomito pode ser definido como a repetição de temas mitológicos a través do tempo se utilizando dos mesmos “elementos narrativos” e como o próprio Campbell nos diz “esses mitos têm sido a viva inspiração de todos os demais produtos possíveis das atividades do corpo de da mente humanos”.

Um bom amigo não teve contato com a trilogia original me disse pouco depois de ver o Episódio IV: Uma nova esperança; “Parece um conto de fada” observação que me pareceu interessante, pois os mitos e os contos de fada a pesar de suas diferenças bebem da mesma fonte sendo esta a psique, porém existe uma diferença entre ambos como nos diz Von Franz:

“Nos mitos, lendas ou qualquer outro material mitológico mais elaborado, atingimos as estruturas básicas da psique humana através de uma exposição do material cultural. Mas nos contos de fada existe um material cultural consciente muito menos específico e, consequentemente, eles espelham mais claramente as estruturas básicas da psique” (Franz, 1990).

Isto pode ser observado com facilidade no primeiro filme (Episódio IV) que já que nos apresenta alusões históricas, sociais e visuais difíceis de serem ignoradas. Tais alusões nos mantêm ancorados a um “passado distante e ao mesmo tempo não tão distante” que conseguimos identificar, enquanto a fantasia nos transporta a um “Há muito tempo em uma galáxia muito distante…”. A pesar que esta frase inicial nos remeta a um conto de fadas.

O relacionamento entre Joseph Campbell e George Lucas foi posterior a elaboração da trilogia original, sendo que o primeiro jamais havia visto a saga até que George Lucas insistiu.

“Alguns anos depois de seu primeiro encontro, o tempo finalmentete chegou para que Lucas mostrasse a Campbell seu trabalho. Lucas conta aos biógrafos de Campbell: “[…] Em algum momento falei sobre Star Wars, e ele ouvira falar sobre Star Wars”. Disse-lhe “Você tem algum interesse em assisti-las?” Nesse tempo já tinha concluído os três filmes. Ele disse “Assistirei as três”. Eu disse “Você gostaria de assistir uma por dia?” porque ele ficaria uma semana mais ou menos. “Não, não, quero assistir todas de uma vez”” (O.Seastrom, 2015).

O contato inicial de Lucas com Campbell foi a través de seu livro mais famoso “O Herói das mil Faces” o qual foi produto de seus estudos sobre antropologia na universidade. Assim temos a aventura do Herói da qual Campbell escreveu de forma extensa retratada com clareza na trilogia original.

Se Campbell tinha razão sobre a maneira como os mitos nos falam de forma tão intima podemos ver na explosão que surge de Star Wars trás sua estreia em 1977, tendo uma legião de fãs fiéis e entusiastas casuais.

A estreia do novo filme (Star Wars Episódio VII) percebe-se o renascimento deste fenômeno assim como também uma atualização do mito se adequando ao momento específico no qual vivemos, mas também observamos que os escritores, seja por respeito ao espírito da historia ou por medo, repetem vários elementos notáveis do Episódio IV.

Isto é algo que já foi observado nos filmes anteriores (Episódio I, II, III) se referenciando a trilogia original de forma notável na direção e argumentação, situação da qual Lucas fala abertamente, se referindo à Saga como música e posteriormente como poesia por seu ritmo e variações (Klimo, 2014).

Campbell nos deu um modelo com vários elementos importantes que compõem a narrativa do mito do Herói e considerando Star Wars um mito criado de forma “consciente” nos permite ver o Episódio VII com olhos mais contemporâneos além de apresentar o Universo para uma geração que precisa de tal contextualização para compreender a historia que vem sendo contada.

Além disto, Star Wars propõe que o espaço é o cenário perfeito para que novos mitos e historias se desenvolvam. Sendo o espaço o novo “Grande Desconhecido” de nosso século. Entendendo o caráter mítico em Star Wars podemos nos distanciar das tecnicidades cientificas e abraçar a linguagem Simbólica coisa que também parecia estar claro para Campbell:

“Contemplar o céu estrelado é se contemplar a nível mítico. Enquanto o avance continuo da ciência redefine nosso entendimento do cosmos certamente nossa perspectiva mítica também deve mudar” (Campbell, Joseph apud O.Seastrom, 2015)

A amizade entre George Lucas e Joseph Campbell me parece de respeito mutuo. Posteriormente sabemos que Lucas apoiou financeiramente os documentários “O Poder do Mito”, além de ceder o Rancho Skywalker para a filmagem. Vemos cenas e comentários de Campbell sobre Star Wars em alguns momentos do documentário como exemplo mais claro deste relacionamento.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

As quatro pontes para se libertar do medo - Roberto Shinyashiki


Para que você se veja livre da espada que paira sobre sua cabeça e viva de maneira mais leve e criativa, observe, confie, tenha alto astral e deixe a vida fluir.

Dando prosseguimento à matéria sobre o medo que tomou conta de Dâmocles (e toma conta de muitos de nós) diante das responsabilidades que nos levam à preocupação e à infelicidade por falta de fé, vamos construir as quatro pontes que aumentam a confiança e nos fazem perder o medo de sofrer.

Primeira ponte: observação

Antes de reagir ao medo que está sentindo, você deve observar: o que está acontecendo? Existe uma ameaça?

Não aja precipitadamente, pois pessoas com medo machucam quem está por perto, fogem ou atacam, e seus surtos de irritação quase sempre decorrem da insegurança.

A consciência é a melhor forma de sair do círculo vicioso medo-ataque-medo.

Portanto, não procure relaxar a respiração, pois isso aumentará a tensão. A palavra "angústia" vem do termo "contração". Simplesmente observe e fique em contato consigo mesmo por alguns minutos.

A seguir, comece a verificar seus pensamentos: o que está acontecendo em sua mente? Nossas reações nascem de nossos pensamentos; se eles forem negativos, produzirão ações que, depois, provocarão arrependimento.

Seus pensamentos irão se realizar. Portanto, esteja atento a eles: se neles existirem desgraças, elas acontecerão; se neles existir felicidade, é a felicidade que brotará.

Observe suas ações. A maioria das pessoas age sem consciência e somente tem noção dos seus atos depois que não restou outra saída senão o arrependimento. Arrepender-se e desculpar-se são atitudes generosas, mas o melhor é evitar que sua impulsividade provoque estragos.

Segunda ponte: confiança e fé. Acredite!

Quando você deixar que a vida tome conta, começará a perceber o quanto tem sido abençoado. Libertar-se do medo é como pular de um trampolim. Quando você se entrega, salta em direção à vida. Esse é o salto da fé.

Viver a ilusão de ter uma espada sobre a cabeça é como estar à beira do trampolim, mas não ter coragem de mergulhar. Adquirir essa coragem significa encarar a vida com todos os seus riscos, desfazer a assustadora visão de perigo por todos os lados.

A fé é a mais intensa ligação entre o plano espiritual e o material. Ela fornece uma força maior, capaz de nos levar à realização, à criação e à superação de nós mesmos.

Fé é diferente de esperança. A segunda convida a uma passividade que nos mantém presos a uma sensação de sermos vítimas do destino. A fé nos confere energia para agir, e é a certeza de que a vitória virá que nos dá força para batalharmos todos os dias.

Perceba que Deus o protege em todos os setores da sua vida. Quando ocorre a integração com o divino, você relaxa as tensões, se descontrai e aproveita melhor os momentos da vida.

Concentre-se inteiramente no que você faz, pois viver sem dúvida é a melhor de todas as metas, é abandonar o medo.

Não procure o sofrimento, mas, se ele fizer parte da conquista, enfrente-o e supere-o.

Terceira ponte: alto astral

Alto astral é energia positiva. É a capacidade de transcender aos acontecimentos dolorosos da vida.

Quem tem uma postura muito séria e carrancuda não deixa fluir a criatividade. A atitude positiva consegue transformar o pântano em jardim.

O pessimista acredita que eventos negativos têm origem em condições definitivas. Se perde a hora do voo é porque sempre dá azar com avião. Se o chefe elogiou, é porque queria que fizesse hora extra. Esse pessimista permite que uma decepção em determinada área de sua vida invada o restante dela.

O otimista, ao contrário, atribui uma falha a um motivo circunstancial. Para ele, as situações favoráveis são causadas por fatos permanentes: "Meu marido trouxe flores para mim porque me ama". Eles não permitem que um problema específico contamine as demais áreas de sua vida.

Comece a cultivar dentro de você o alto astral, o comportamento positivo; brinque com os reveses da vida, enfrente com bom humor até as situações mais complicadas.

O alto astral é uma forma de ver a vida. Portanto, é diferente do prazer. Quando falamos de prazer, inevitavelmente pensamos em sexo, comida, lazer. O alto astral é bem mais que isso. É um gesto de generosidade para com a vida, com os erros, com as dificuldades.

A seriedade leva ao julgamento; o alto astral à compreensão. Quando alguém está feliz, não perde tempo nem energia julgando os outros.

Quarta ponte: fluidez

Fluidez é uma característica relacionada à sua capacidade de ser espontâneo e levar a vida com facilidade, deixando tudo transcorrer naturalmente, como a água cristalina de um riacho.

Fluir é atravessar espaços vazios para realizar encontros. Muita gente quer ser dona da vida alheia e acaba provocando tensão ao seu redor.

Não existe uma verdade única, mas muitos caminhos, diversos pontos de vista para a mesma questão.

Quando os Dâmocles fluem, percebem, por exemplo, que a pessoa amada não os está rejeitando, que o distanciamento é apenas aparente. Notam então que é timidez, dificuldade de expor sentimentos. Cabe a eles brincar com o mal-entendido, fluir ao encontro do outro.

No sexo, o outro é a porta da vida. Flua através dele.

Você precisa aprender a terça a força da água, que, como não é dura como a pedra, sempre chega aonde quer pelos caminhos alternativos que encontra, amoldando-se às situações sem perder sua natureza e suas características.

O medo é uma cortina que impede a pessoa de enxergar o arco-íris da vida! Rasgue essa cortina e veja quantas maravilhas existem ao seu redor. Observe quantas pessoas o admiram e quantas são mais felizes porque você as ajudou.

Lembre-se: você é sensacional e eu sou seu fã!



(texto publicado na revista Sempre Jovem nº 16 - Ano V - 2015)

Síndrome da Cinderela moderna (Super Dicas Femininas)


O direito a mentir e a felicidade - Samuel Sabino


Todo mundo mente. Algumas pessoas chegam a achar que a mentira é necessária e sustenta grande parte do convívio social. Normalmente apenas se diria que a mentira é má ou errada, mas o problema é que ela existe em situações ambíguas; onde há benefícios e malefícios, seja para o indivíduo mentiroso ou para o grupo enganado. A felicidade pode advir de uma mentira. Nada é preto no branco e é aí que entra a discussão ética, pois todos também querem ser felizes.

Não é esse o film último da humanidade, buscar a felicidade? Isso levanta dúvidas difíceis de responder como: mentir é certo ou errado? Quando nos voltamos aos líderes, sejam eles de governos, de empresas, de grupos sociais, ela toma proporções ainda mais complexas, podendo constituir crime ou mesmo sustentar as crenças de muitos.

Em alguns casos específicos a mentira pode até mesmo ser aceita pela perspectiva ética. Obviamente quando existir com a finalidade de manter a dignidade, não ferindo a lei ou visando proteger a vida, por exemplo. Se uma pessoa chega à minha casa, fugindo de um criminoso que quer lhe fazer mal e eu a escondo, quando questionado pelo criminoso se ela estaria lá, especificamente nesse caso eu mentiria. A maioria das pessoas mentiria.

Não e´que haja mentiras boas ou mentiras más, exatamente. Existem consequências da mentira, e elas são boas ou más para um determinado número de pessoas e valores. Nesse caso, o valor é a vida, como valor máximo, e a consequência é o bem-estar e a dignidade da pessoa escondida, aquilo que realmente se espera da vida. Percebe-se que em casos específicos, em prol da dignidade, a mentira é necessária.

Quando jogamos a mentira para a análise do olhar ético, ela assume essa dualidade. Se  ela tem como fim último apenas vantagens pessoais ou imediatas e ainda fera a lei, aí sim, podemos julgá-la como antiética, potencialmente ilegal e consequentemente uma ação negativa, ou propriamente ruim.

A mentira nesses termos pode levar a muitas consequências negativas para a sociedade, já que geralmente ela não envolve apenas uma ou duas pessoas. Ela é uma das posturas antiéticas mais comuns. Ela vem do desejo de ter vantagem sobre o outro - a tal da ética menos nobre ou que pensa apenas em si mesmo ou no menor grupo de pessoas.

Vivemos em uma sociedade onde a mentira se torna cada vez mais inaceitável, considerando, sobretudo, líderes que são responsáveis por guiar o povo ao engano. Isso se aplica muito a condição atual da política e sociedade brasileira, que enfrenta escândalo após escândalo, investigação após investigação. Além de ilegal, a mentira do líder tem consequências catastróficas se  tornada impune. Uma sociedade em que não se pode confiar está fadada ao colapso e isso começa por quem comanda.

Já na antiguidade, os filósofos gregos tinham como princípio que o ser humano era constituído de vícios e virtudes. Os vícios já nasciam com eles, enquanto que as virtudes eram ensinadas. Como seres viciosos, o erro, a mentira, a conduta inapropriada era algo natural, nos fazendo assim seres humanos incompletos; humanos para uma humanidade a se desenvolver.

Era através do esclarecimento que se aprendia e cultivava a virtude - extirpando so vícios quando identificados. Era através da virtude que se preservava a dignidade, pessoal e do próximo. Para Kant, filósofo da era moderna, isso era resultado de estarmos, como humanos, em uma menoridade moral. A maioridade viria com a prática ética. A saída de um estado para outro se dava exatamente no sentido de esclarecimento, verdadeira passagem para a maioridade.

Enquanto humanos, nossas condutas geralmente se baseiam em dois princípios fundamentais de motivação para a conduta: ou agimos por empatia ou por respeito ao mero princípio ético.

Quando agimos por  empatia, geralmente algum tipo de amor está envolvido e o fazemos por inclinação ao bem-estar do próximo. Quando fazemos por ética pura, o que está enredado é o pensamento racional por onde é possível aplicar a moral pelo respeito ao princípio, mesmo que não se ame os envolvidos.

É a moral quem verdadeiramente sustenta a sociedade. A guia da conduta, mesmo quando se faz necessária a mentira, é a moral interiorizada. A barbárie se esgueira quando a ética falha ao não ser convidada ao protagonismo.

É dever de todos acreditarem sobre suas mentiras, sobretudo, os líderes que carregam vidas de muitos em sua responsabilidade. Para eles, é de suma importância interiorizar a boa conduta, e do povo não tornar aceitável que se minta impunemente. A sociedade depende do peso e análise da ética, ou o futuro será a ruína.



(texto publicado no jornal Jornalzen nº 153 - ano 13 - novembro de 2017)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Il saluto di Napoli a Pino Daniele


Pino Daniele ospite a Pinocchio per promuovere il minitour "Nero a Metá"


Entrevista com Pino Daniele (Medley)


Volte a gostar de si mesmo - Pe. Fábio de Melo


L'eterno Pino Daniele: Alleria e Dubbi non ho



Alleria (Allegria)



Dubbi non ho (Official Video)




Intervista con i ragazzi de Il Volo quando presentano il loro disco d'esordio (2010)


Il Volo 2016: 7 anni di 'O sole mio



Intervista con Giuseppe Maggio, attore protagonista del film "Un amore così grande"


Intervista con Giuseppe Maggio


Intervista con Giuseppe Maggio al Festival di Venezia)


Trailer del film "Un amore così grande" (partecipazione de Il Volo) - lancio il 14 febbraio 2018 (San Valentino)




Un amore così grande - Andrea Bocelli e Il Volo



Andrea Bocelli


Il Volo (Primo Concerto em Italia - Teatro Greco di Taormina - 2014)



Un amore così grande (trailer ufficiale) 




Dois exemplos de superação: Ed Sheeran e Andrea Bocelli


Ambos são exemplos de superação em relação à visão. Ed Sheeran sofreu bullying na escola por causa dos óculos e de uma operação mal sucedida em um dos olhos. Andrea Bocelli, por sua vez, nasceu com glaucoma congênito e perdeu totalmente a visão após um golpe na cabeça durante uma partida de futebol aos 12 anos. 


Perfect Symphony (Ed Sheeran e Andrea Bocelli)


Perfect (Official Video)


Il mare calmo della sera - Vincitore nella categoria Nuove Proposte al Festival di Sanremo 1994








domingo, 10 de dezembro de 2017

Os astros e o poder


A astrologia deveu sua prosperidade no período renascentista pelo menos em parte à Igreja e ao estímulo positivo que recebeu de diversos papas. Disse-se que uma das razões de Lutero para se opor tanto à astrologia foi o fato de ela se encontrar tão em moda no Vaticano.

Os primeiros papas a se dedicarem ativamente à astrologia foram Sisto IX e Júlio II. O sucesso de Júlio, Leão X, levou um grupo de astrólogos para a corte papal, a fim de aconselhá-lo durante o seu reinado. Paulo III (1438-1549), o primeiro papa da Contra-Reforma, usava astrólogos para determinar as horas para o seu consistório. Mesmo Urbano VIII (1568-1644), que emitiu uma bula contra alguns aspectos da astrologia, continuou como patrono de astrólogos isolados, que o auxiliavam nas suas intrigas políticas particulares.

O exemplo dado pelo papado foi seguido nas principais cortes da Europa. Na Inglaterra a Rainha Elizabeth I aconselhava-se diariamente com o extraordinário Dr. Dee, e Cristiano IV da Dinamarca, Sigismundo III da Suécia e Frederico da Boêmia também utilizavam astrólogos de corte.

Um médico francês, Nostradamus, tornou-se o profeta de sua era após predizer a morte, num torneio, do rei francês Henrique II, quatro anos antes de acontecer. A viúva do rei, Catarina de Médicis, levou-o para o seu círculo cortesão. Nostradamus, porém, era mais necromante do que astrólogo, e consta que conduziu uma sessão espírita com a rainha que durou o tempo de 45 noites consecutivas. Conseguiu finalmente conjurar um espírito que mostrou a ela o seu futuro. A rainha viu cada um de seus três filhos passar rapidamente por um espelho, uma vez para cada ano que reinariam. Depois seu enteado, o protestante Henrique de Navarra (futuro Henrique IV), passou ante seus olhos 23 vezes, muito chocada. Catarina imediatamente suspendeu a perturbadora experiência, não desejando mais repeti-la.



(texto publicado no livro O grande livro da astrologia - Derek e Julia Parker)

sábado, 9 de dezembro de 2017

Diário de Roma - Roberto Pompeu de Toledo


Dias em que o princípio de outono se contamina de um rabicho de verão. Céu de um azul absoluto, noites frescas. Como o colunista também é filho de Deus, coube-lhe, ainda por cima, chegar em dia de lua cheia. O motorista do táxi, ao dar com ela numa curva, confessa-se um enamorado de la luna. Já a fotografou em diversas fases. Conta que uma vez a surpreendeu, em seu esplendor, sobre o Coliseu, e lamenta que naquela época ainda não andasse com o celular a postos para tais emergências. A lua e o Coliseu conhecem-se há 2000 anos, prepararam para o motorista aquele encontro glorioso e ganharam a recompensa de ter o momento gravado em sua memória.

A exemplo do Rio de Janeiro em seus momentos mais críticos, Roma tem militares nas ruas. Dobram com os carabinieri o cuidado de dar proteção às levas de turistas. No Pantheon uma bonita soldada, junto a um carro de combate, mantém o dedo no gatilho da submetralhadora. Os soldados têm sempre o dedo no gatilho. Os carros de combate fazem posto, no centro histórico, como se fossem táxis. Os turistas estão em toda parte. No imenso monumento a Vittorio Emanuele II, com seus muitos e altos patamares, no modelo do bolo de noiva, as multidões que vêm e voltam, avançam e recuam, sobem e descem pelas muitas escadas, corredores e terraços repetem, vistas de longe, o formigueiro humano de Serra Pelada.

Na feira da praça de San Cosimato, bairro do Trastevere, a vendedora de frutas e uma cliente conversam sobre o papa Francisco. "Ele é humano, um homem disponível", diz a vendedora. Faltou dizer que Francisco é também divertido. Com base numa expressão popular argentina, ele enriqueceu a língua italiana com o neologismo balconare la vita. O significado é passar a vida num balcão, só a observar do alto e criticar os outros, sem se envolver. Francisco usou a expressão já duas vezes, em dias recentes, para criticar os que "balconam a vida". Trata-se, segundo o escritor Paolo Di Paolo, em artigo no jornal La Repubblica, de uma expressão feliz, das que "não se limitam a descrever as coisas, mas as tocam e as fazem existir de modo diverso, deslocando a perspectiva de quem escuta".

O Catar, não contente em comprar Neymar, comprou também o Estado Maior da Defesa Italiana. A oportunidade para a segunda aquisição surgiu quando o Estado-Maior da Defesa mudou de seu antigo endereço para um novo complexo do Exército. Com isso ficou vago o histórico Palácio Caprara, com mais de 100 cômodos, e o Catar apressou-se em comprá-lo, para ali instalar sua embaiada. Antes, a embaixada dos Emirados Árabes Unidos também se mudara para um prestigioso edifício, agora exibido com exuberância de luzes na praça da Croce Rossa, e assim os novos potentados do Golfo avançam sobre os signos da riqueza dos velhos donos da Cidade Eterna. Não chegam a se igualar à França, cuja embaixada ocupa o Palácio Farnese, a mais bela das casas da nobreza papal; não chegam nem mesmo a se igualar ao Brasil, cuja bandeira enfeita a fachada do Palácio Pamphili, na Praça Navona, mas descobriram a importância dos palácios romanos como instrumentos de poder, ao lado dos times e jogadores de futebol.

No Campo dei Fiori a estátua do pobre Giordano Bruno é sitiada por todos os lados pelos toldos das barracas do mercado permanente que existe no local. Só se vê a cabeça, coberta pelo capuz do monge dominicano que um dia ele foi. Hoje o Campo dei Fiori, uma ampla e animada praça no centro de Roma, celebra a vida, com sua constante oferta de queijos, salames, frutas, temperos. Já foi celebração da morte, ao tempo em que ali se queimavam criminosos e hereges, entre os quais o mais célebre foi Bruno, filósofo que ousou transgredir os dogmas católicos e, não bastasse, defendeu, com seus prestígio de astrônomo, a tese de que no espaço coexistiam diversos mundos. O Campo dei Fiori ilustra as , digamos, errâncias do erro. Em 1600, quando foi morto, o erro era de Bruno, ao pensar fora dos trilhos da Contrarreforma, em 1889, quando se levantou uma estátua em sua memória, o erro passou a ser de seus algozes.

Em contraste com o motorista atento à lua sobre o Coliseu, incluem-se entre os romanos massas incontáveis de distraídos. O ônibus que os traz do trabalho passa pela Coluna de Trajano e nenhum passageiro dá um grito de espanto. Contorna as Termas de Caracalla e não há quem emita um mísero "oi". Encosta rente à Domus Aurea, passa ao largo das ruínas dos foros imperiais, dá de frente com os arcos do Teatro de Marcello, e ninguém desmaia de emoção, ninguém se estrebucha, ninguém sequer morre! Entre nós brasileiros uma padaria que se alardeie "desde 1960" é uma relíquia histórica. Contada aos milênios, a história nos assombra e nos esmaga.


(texto publicado na revista Veja edição 2552 - ano 50 - nº 42 - 18 de outubro de 2017)

domingo, 26 de novembro de 2017

Uma velhice arrebatadora - Walcyr Carrasco


Envelhecer é um fato e o sinal dos tempos em nosso corpo nos faz ver isso. Mas e a alma? Envelhece também ? Cheguei à conclusão que não. Depende de quanto queremos ainda viver, de quantos sonhos ainda temos, enfim, de quanto nos amamos e nos damos valor. 

Como nada em nossa vida acontece por acaso, enquanto esperava a sessão de quiropraxia, comecei a ler uma edição da Época. O primeiro texto que procuro toda vez que abro um exemplar dessa revista é a coluna do Walcyr Carrasco. E foi com prazer que o tema era justamente a velhice, mas uma muito bem vivida pela consagrada atriz Fernanda Montenegro.

Uma velhice arrebatadora

Fernanda Montenegro tem uma beleza especial que transcende a velhice, a passagem dos anos

Já admirava Fernanda Montenegro havia muitos anos. Era jovem quando assisti a sua magnífica interpretação em As lágrimas amargas de Petra Von Kant. Saí impactado. Fernanda pertence a uma geração de atores formada nos palcos. Nunca fez questão de ser a mais bonita, a exuberante. Ao lado do marido, Fernando Torres, já falecido, investiu sempre na carreira teatral. Surgiram a televisão, o cinema. Foi finalista do Oscar por Central do Brasil. Feio fez a Academia, ao não lhe dar o prêmio. Há pouco tempo, ganhou o Emmy por uma série da TV Globo.

Ainda vive em mim algo do menino de interior de São Paulo que fui um dia. Fico tímido diante de quem admiro. Em um evento da Globo, há dois anos, ela me abordou. Para minha surpresa, disse que gostaria de trabalhar comigo. Quase me ajoelhei. Explicou que já tinha mais de 80. Seria bom não demorar muito tempo, avisou. Óbvio, criei um papel para ela na minha novela atual, O outro lado do paraíso. Um personagem especial, inspirado em uma vidente que conheci no interior do Tocantins. Dia desses, fui visitar as gravações. No camarim, Fernanda, orgulhosa, se contemplou no espelho.

– Estou sem maquiagem.

Aviso. Ouvir isso de uma atriz, ainda mais de uma estrela como é Fernanda, é raríssimo. Não só de atrizes. Eu mesmo gostaria, quando dou entrevistas, de passar pelas mãos mágicas de um maquiador. Uma boa maquiagem elimina sinais de idade. Diante da iluminação, torna os rostos muito mais atraentes. Para uma atriz, abrir mão da maquiagem é o mesmo que expor todos os sinais do tempo, as marcas da vida. Fernanda, como a vidente Mercedes, não usa nenhum artifício. Também a observei nas entrevistas. Lúcida, com um raciocínio exato e conciso, ao fazer declarações sobre os recentes ataques a exposições de arte. Surpresa! Justamente no dia da minha visita, era seu aniversário. Haveria um bolo em sua homenagem. Coisa simples, apenas com o pessoal que estava no cenário, não mais de seis ou sete pessoas.

Cantamos “Parabéns”. Cortamos o bolo. Oferecemos um buquê de flores. Alguém comentou sobre o fato de estar trabalhando justo no dia do aniversário. Ela disse:

– Só tenho a agradecer por estar com 88 anos, aqui, gravando. Ser atriz é o que quis fazer toda a vida. Possuir condições físicas para trabalhar é uma dádiva. A oportunidade de ter um papel, de viver meu personagem, é a melhor comemoração que posso ter. Existe felicidade maior?

Cortou o bolo, ofereceu. Depois se retirou emocionada e majestosa. Porque uma grande atriz, mesmo nas roupas simples da vidente Mercedes, continua a possuir uma aura. Uma beleza especial que transcende a velhice, a passagem dos anos.

Sempre fui pessimista em relação à velhice. Meu olhar sempre se voltou para os problemas, as doenças. No entanto, diante de Fernanda Montenegro, descobri que a velhice pode ser uma fase intensa, cheia de vida, de emoções. No dia da estreia da novela, chovia. Também teve tiroteio no Rio de Janeiro, o que se tornou, lamento, habitual. Houve uma festa, perto dos Estúdios Globo, para atores e equipe assistirem ao primeiro capítulo juntos. Eu demorei uma hora e meia para chegar. Fui avisado. Fernanda não viria. Havia gravado o dia inteiro e voltado para casa. Precisava descansar.

Sentei-me, à espera da novela. Quase no momento de começar, veio novo aviso. Fernanda chegara. Fui até sua mesa. Peguei sua mão. Tremia. Emocionada, como uma principiante. As lágrimas caíam. Explicou. Estava em casa, havia trânsito e tiroteio no caminho. Mas não conseguiu ficar solitária no apartamento. Era uma estreia! Seu coração falou mais alto. Apesar de tantos trabalhos, prêmios, sua emoção era idêntica a minha, do diretor Maurinho, de todos os atores. A mesma emoção que senti quando meu primeiro livro foi editado, peguei impresso nas mãos. Cada estreia de uma peça, de uma novela, quase tenho um enfarte de tão rápido que bate o coração. É o sentimento de todo artista. Do pintor na última pincelada. Do escritor no ponto final. Talvez sejam essas emoções tão intensas que dão forças para um artista enfrentar o mundo. Arte proporciona um contato com algo que está além de mim, de nós. É uma conexão com o impossível.

Fernanda me tocou, me toca. Onde estarei aos 88 anos, pensei. Então entendi. Ela nunca terá os 80 cronológicos. Continua intensa a cada papel. É seu segredo para uma vida luminosa. Tornar a velhice tão arrebatadora e criativa como a juventude.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A longevidade de Star Wars: um mito moderno? - Christiane Tavares Ferreira da Silva


Em maio de 1977, estreava nos cinemas estadunidenses Star Wars, ou Guerra nas Estrelas, como foi chamado no Brasil. Ele não era a aposta principal daquela temporada de cinema, e seu criador, George Lucas, lançou o filme sem a certeza de que conseguiria financiar continuações onde pudesse contar a história principal da saga: a jornada do icônico Darth Vader. Esse primeiro filme tem inclusive um fechamento claro, que se dá com o fim da mortífera arma do Império denominada Estrela da Morte e a consagração de Luke Skywalker e seus companheiros como heróis.

Apesar das baixas expectativas, filas enormes de adultos e crianças se formaram em frente aos cinemas, criando fãs de uma saga que continuou nos bem-sucedidos O Império contra-Ataca (1980) e O Retorno de Jedi (1983). Os efeitos especiais inovadores da trilogia mudaram a história do cinema, deixando o público espantado com as possibilidades visuais e sonoras apresentadas.

Era razoável se e sperar que os filmes se tornassem clássicos, mas Star Wars fez mais do que isso, e continuou a repercutir por através das décadas. Hoje podemos observar ao menos três gerações que levaram seus familiares não apenas para assistir aos filmes da nova trilogia (1999-2005) ou ao recente O Despertar da Força, mas sim que os apresentaram para a chamada trilogia clássica. O que torna esses filmes ainda tão relevantes?

George Lucas sempre deixou claro que seus filmes eram permeados de simbolismo e que bebeu de diversas mitologias. O herói Luke Skywalker passa por um episódio de tentação nas mãos de Darth Vader, análogo às tentações de Cristo e Buda. A filosofia dos cavaleiros que lutam em nome da justiça na galáxia, os Jedi, tem características claras do budismo. A Força, energia mística utilizada por esses cavaleiros, pode ser entendida como equivalente ao conceito de energia cósmica denominado prana pelos hindus.

Sua história é centrada em valores como amizade, lealdade e fé, e Darth Vader só pôde ser redimido pela fé de seu filho no bem que existia nele; ao longo dos seis primeiros filmes acompanhamos a origem, tentação, queda e redenção desse personagem. Para Lucas, é isso que possibilita o mundo de continuar em equilíbrio: não necessariamente a fé em um sistema religioso, mas sim em algo maior do que nós.

Há quem considere a saga como uma mitologia moderna. Lucas discorda, acreditando que ele adotou o papel de recontar os mitos antigos de uma forma nova. Joseph Campbell, conhecido por seus trabalhos no campo da mitologia comparada exposto em livros como O Herói das Mil Faces, atuou como mentor de Lucas, que observou fielmente a "jornada do herói" descrita pelo autor ao escrever os roteiros dos filmes.

Desde tempo imemoriais, se narra a jornada de um herói que sai em uma aventura e se torna a peça decisiva da vitória em uma crise. Luke Skywalker, um rapaz com uma vida ordinária, é "chamado para a aventura" quando dois simpáticos androides trazem um pedido de ajuda de uma princesa. O herói é relutante e tem medo, mas seu mentor, dotado de poderes mágicos, aqui expressos pela Força, o auxilia a seguir em frente. Ele deve então deixar tudo o que tinha para trás e partir com o novo amigo Han Solo para o resgate da princesa Leia.

O grupo passa por várias provações, e Darth Vader finalmente encontra Luke Skywalker, e o tenta para que esse use seus poderes para o mal, abandonando a jornada, mas Luke se recusa. Depois de um ano de treinamento, o herói pode finalmente enfrentar novamente o vilão que agora sabe que é seu pai, tendo a fé e a crença na piedade deste. Seu pai é subordinado à verdadeira figura do mal, o Imperador. Juntos, eliminam essa figura sombria, e Luke se torna um verdadeiro Jedi - o último - e o fundador do Império e seu representante está destruído e seu pai foi redimido das trevas. A jornada se encerra.

Tanto Lucas quanto Campbell acreditam que o mito é um parâmetro para a vida, algo que mostra nosso lugar no mundo. A mitologia comparada mostra que os povos, em lugares e tempos diversos, contam sempre as mesmas histórias. Assim, uma narrativa concebida nessa estrutura pode ser compreendida por todos, pois elas são imediatamente humanas. Essa é a verdadeira razão da permanência de Star Wars durante 40 anos e, aparentemente, muitos mais em nossa cultura. A mitologia pode sempre ser recontada, e Star Wars o faz brilhantemente.


(texto publicado no Jornalzen - nº 152 - ano 13 - outubro/2017)

sábado, 18 de novembro de 2017

Sabe porque ela é tão bonita? Porque ela já passou pelo inferno e sobreviveu! - Wandy Luz


Sabe porque ela é tão bonita?

Porque ela já passou pelo inferno e sobreviveu.

Porque ela já chorou até pegar no sono, e pela manhã, levantou e continuou, e mesmo com o sorriso meio xoxo, ela não desistiu.

Porque ela já sentiu tanta dor, mas tanta dor que o seu coração quase parou, e mesmo quando a dor castigava e abraçava sua alma, ela não desanimou.

Porque a beleza dela vinha de sua essência, e o sorriso dela iluminava mais que o sol.

Porque a força dela, impressiona até os mais valentes, e apesar de ser delicada, defende seus ideais com unhas e dentes.

A beleza dela é de dentro para fora.

A vida às vezes a castiga, mas ela caminha em um propósito, confia e entrega seu destino nas mãos do criador e do Universo.

Sabe porque ela é tão bonita?

Porque no meio da escuridão ela sempre foi luz, nos momentos de solidão ela foi sua melhor companhia.

Porque a pureza do seu coração a fazia enxergar as maravilhas da vida, o segredo dela era sua fé e muita, mas muita gratidão.

domingo, 12 de novembro de 2017

Por que algumas pessoas tem o hábito de morder os lábios? - Fernanda (Escolha Inteligente)


Morder os lábios ou a mucosa da bochecha é um hábito mais comum do que muitos imaginam, embora esse assunto não seja tão conhecido e comentado quanto roer as unhas, por exemplo. Eu percebi ao longo da minha vida que tinha este péssimo hábito, então resolvi pesquisar mais a fundo as origens e também o que pode ser feito para resolver este problema.

Enquanto pesquisava, pude constatar que inúmeras pessoas fizeram deste hábito um comportamento compulsivo, mordendo os lábios até se machucarem de fato. Isso é realmente preocupante porque muitos não buscam o tratamento adequado e passam a vida toda se mutilando sem saber qual a razão deste comportamento – e o pior – sem buscar ajuda.

Mas afinal, por que as pessoas têm estas “manias”? Bem, o motivo normalmente se resume em duas palavras: estresse e ansiedade. Enquanto estas duas situações não forem investigadas e tratadas da maneira adequada, é bem possível que os comportamentos compulsivos não tenham uma melhora eficaz.

Quem tem o costume de morder os lábios pode ter também outro hábito conhecido como bruxismo – um apertar ou ranger os dentes enquanto dorme – que com o tempo pode acarretar tanto o desgaste dos dentes quanto dores nos maxilares e na cabeça.

Se você tem esse costume e se sente incomodado com isso, aqui vão algumas dicas:

- procure inicialmente um dentista e peça a ele que faça uma avaliação para que possa constatar o problema e indicar o uso de placas ou aparelhos para minimizar os prejuízos causados por estes comportamentos.

- como solução paliativa, eu recomendo escovar os dentes várias vezes por dia e ter sempre à mão um emoliente para os lábios, como manteiga de cacau por exemplo, que dá uma sensação de conforto maior e desvia o foco de morder os lábios. Pelo menos para mim funciona muito bem.

- procure também analisar o que está causando estresse ou ansiedade em sua vida e se ocupe buscando soluções para estas situações, pois se a causa não for tratada, estes comportamentos só tendem a piorar cada vez mais. Não tenha vergonha de procurar ajuda de um psicólogo se não está conseguindo lidar com algumas questões, ele certamente poderá te ajudar.

- ocupe sua mente com aquilo que te faz feliz. Se está insatisfeito com seu trabalho, considere mudar de emprego. Se isso não for possível, faça alguma atividade prazerosa em seus momentos de folga, procure algo que te traga alegria e motivação.

É importante compreender que todos passamos por situações de estresse e ansiedade na vida e dificilmente conseguiremos passar por estes momentos sem sentir os efeitos no nosso organismo. Porém, devemos nos preocupar em buscar soluções para os problemas e não somente ficar pensando neles o tempo todo. Não é tarefa fácil, mas devemos nos esforçar para manter o controle.

É importante também fortalecer o espírito, seja com leitura, meditação ou oração. Como seres humanos, nós precisamos ter um contato com o divino, seja qual for sua crença ou religião. Isso é essencial para se manter o equilíbrio diante das dificuldades da vida.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Não sofra calado: exponha seus sentimentos (Seakalm)


Os malefícios de guardar o mundo dentro do peito.

Em praticamente todos os momentos da vida é natural sentirmos emoções negativas e positivas. Sentimentos fazem parte de quem somos. Mas será que expressar o que se passa dentro da gente é bom ou ruim para a boa convivência em casa, no trabalho e com as pessoas no geral?

Uma das maiores dificuldades que o ser humano tem é a de demonstrar quem ele realmente é e de se expressar. O medo de ser mal interpretado e do julgamento das pessoas nos impede de assumirmos o que sentimos para o mundo. Talvez isso nos acompanhe desde a nossa infância. Geralmente não somos muito incentivados a nos mostrar vulneráveis, nem podemos demonstrar sentimentos como a raiva, ciúme, inveja, vergonha, tristeza. Aprendemos que não devemos demonstrar nossas fraquezas e aos poucos passamos a reprimir o que sentimos.

Expôr as emoções nos ajuda a compreender as situações que estamos passando, podendo trazer soluções que pareciam não existir e oferecendo motivação para mudar ou fazer algo. Guardá-las pode levar a explosões ou um alto nível de ansiedade e estresse. Isso prejudica tanto o bem-estar pessoal quanto nossos relacionamentos.

Nos aprisionamos dentro de nossos sentimentos e achamos que, quando não somos aceitos ou nos sentimos abandonados, o problema é só nosso. Esquecemos das pessoas que ficam ao nosso lado e que se preocupam com a gente e podem nos apoiar.

Não sofrer calado ajuda a dissolver as fraquezas e dores, dando lugar às possibilidades. Também é muito bom reconhecer as pessoas e saborear aquilo que nos fez bem. Tão importante quanto é falar sobre o outro lado, o que nos desagrada e nos deixa desconfortável. Sem isso, não seria possível que as pessoas possam nos conhecer e respeitar. Se fizer isso antes de explodir, vai manter as portas abertas para a comunicação. Mas se perceber que não conseguirá manter o controle, melhor se abrir com quem você confia e também é um ótimo ouvinte.

A expressão “engolir sapo” não devia fazer parte do dicionário de ninguém. Se os sentimentos ruins te pegarem, lembre-se: Não se irrite.

sábado, 4 de novembro de 2017

Felicidade começa com confiança e amor próprio - Pe. Fábio de Melo


Nasci para ser livre, sonhar, conquistar e viver - Pe. Chrystian Shankar


13 hábitos comuns de pessoas com espiritualidade elevada - Diego Marques (O Segredo)


É preciso muita coragem para ser você mesmo num mundo rodeado de pessoas que estão constantemente tentando fazer você ser outra pessoa.

Nessa zona da coragem é reconfortante saber que existem milhares de pessoas altamente espiritualizadas com hábitos similares ao seu.

Não tenha medo de quebrar paradigmas e padrões conservadores, pois são estas mesmas mudanças que trarão as respostas que tanto procura, para que um dia enfim, seja um espírito livre. Quando isso acontecer, você servirá de inspiração para que outros consigam também se libertar. Você é luz.

Com uma mentalidade mais evoluída, tendemos a fazer as coisas de forma diferente do mundo conservador.

As atitudes acabam refletindo desse novo nível de consciência, e pessoas com mesmo pensamento adotando hábitos e comportamentos comuns. Veja quais são eles.

1. Praticam meditação ou yoga

Um dos aspectos mais importantes para o caminho espiritual é ter uma profunda ligação com o universo. O uso da meditação ou yoga reforça o sentimento de unidade com o universo, consequentemente abre os chacras para receber energia do próprio ambiente. Alguns usam simplesmente para separar seus pensamentos e emoções.

Não é raro vê-los sentados em situações de solitude meditando ou trabalhando o corpo e a mente com yoga. Pessoas conservadoras julgarão ser estranho, por ser algo que elas desconhecem e que vai além dos seus hábitos cotidianos. Além disso, não possuem uma expansão completa da sua consciência, ainda. Cada um tem seu próprio tempo. Abaixo vemos um exemplo acroyoga, que é praticada em união com outra pessoa, onde ambas trabalham em cooperação para buscar o equilíbrio.

2. Fazem dietas orgânicas, livres de glúten ou vegetarianas

O corpo físico é o instrumento de trabalho para o Espírito. É natural que no crescimento espiritual, tenhamos uma consciência maior daquilo que colocamos para dentro dele, sabendo identificar o que nos faz bem e o que nos faz mal. O autoconhecimento nos leva automaticamente a esse aprendizado.

3. Reduzem, reutilizam e reciclam

Outro hábito de pessoas espiritualmente conscientes é que elas gostam de utilizar ou reutilizar materiais não poluentes, preservando o planeta Terra. Comprar é uma palavra pouco utilizada para eles. Usam menos sacolas plásticas, reciclam com mais freqüência, usam produtos de limpeza naturais. “Biodegradável” é um termo que eles estão mais propensos e familiarizados. A tendência mundial será conscientizar absolutamente todos na Terra para essa direção. O nosso mundo não mais suportará o nível de consumo atual.

4. Praticam gratidão

Praticar gratidão frequentemente é algo que decorre de uma conexão aberta com o Universo. Ser grato para a vida em uma base diária é algo que nunca desliza da mente de quem está centrado espiritualmente. Agradecendo a lua, o sol, a comida que você está prestes a comer. As coisas mais simples. Acordar de manhã e dar um longo abraço em alguém ou simplesmente agradecer por esta pessoa existir. Atos de gratidão ampliam a conectividade com o mundo.

5. Possuem cristais e pedras preciosas

Não é incomum que as pessoas espiritualmente orientadas possam ser vistas com pedras preciosas, como o quartzo claro, cristais ou ametista. Os cristais são profundamente energéticos com uma influência de limpeza na aura. A energia de um cristal contém o poder natural de cura.

6. Mantém atitude positiva

Assim como todo humano, estes indivíduos têm seus dias ruins, mas de um modo geral, eles são muito mais propensos a espalhar o amor, e não o medo. Eles não ignoram o negativo, eles apenas optam por não mais morar lá. Eles tendem a evitar o drama e luta, tanto quanto possível. É por isso que quando as pessoas começam a despertar, percebem que não têm mais nada em comum com alguns amigos, que ainda não se desenvolveram. Cada um tem seu tempo.

7. Estão menos propensas a assistir televisão

As pessoas espiritualmente conscientes sentem que assistir à televisão é um grande desperdício de tempo. O tempo é precioso e elas preferem passar a vida em contato com o universo. Preferem viver de verdade do que assistir. Entre outras atividades estão: ler, viajar para novos lugares, conhecer novas pessoas que estejam no mesmo nível espiritual, pesquisar conteúdos, construir, criar, entre outros. As pessoas que estão acordadas percebem que a mídia nada mais é do que uma máquina de controle populacional, onde ditam comportamento, medo, regras, pensamento e consumismo.

8. Eles preferem cooperação sobre a competição

O modelo de mundo corporativo atual é altamente individualizado e competitivo. Todos trabalham para si e competem entre si. Quando o ego é menos prioritário, competir uns com os outros realmente não parece fazer muito sentido.

As pessoas com nível de espiritualidade elevado buscam transformar o mundo ao seu redor para que possam vivenciar a cooperação e coletivismo. Mesmo dentro dessas empresas conservadoras, buscam proximidade com pessoas que detém o mesmo pensamento, para que possam harmonizar energeticamente o ambiente de trabalho.

9. Evitam boates e bares

Enquanto algumas pessoas passam toda a semana ansiosos para sexta e sábado à noite para ficarem bêbados em festas ou bares, outras tendem a buscar outros caminhos. Isso não quer dizer que elas não frequentem esses lugares, apenas mostra que não é uma rotina.

10. Usam substâncias psicoativas ocasionalmente para expansão da consciência

Ayahuasca, cannabis, cogumelos, substâncias sintéticas entre outras plantas medicinais, ocasionalmente são utilizadas com total segurança, com a finalidade de expandir as consciência. É muito diferente do uso de drogas, onde você ao invés de perceber seus sentidos expandidos, inconscientemente perde o controle do seu corpo e mente, que estão dopados. É importante ressaltar que nem todos sabem seu limite e nem tem o controle do que estão fazendo. Portanto, aqueles que ainda não se conhecem, não podem e nem devem utilizar.

11. Incentivam outras pessoas

Enquanto muitos inconscientemente criticam sonhos e planos compartilhados, dentre elas parentes e amigos, outras pessoas com a consciência elevada tendem a incentivar ao máximo aqueles que tem novas ideias. Pessoas assim são raras de encontrar. Saiba que quando você incentiva alguém, a sua própria estrela brilha mais e mais.

12. São influenciadoras de pessoas e ambientes

Essas pessoas sabem elevar a energia de ambientes e pessoas como ninguém. Dificilmente perdem o controle de situações, mas não quer dizer que não aconteça. São simples as atitudes como saber ouvir, elogiar, se desculpar ou até mesmo mudar uma situação com um sorriso.

13. Valorizam a simplicidade

Perceberam que a riqueza da vida encontra-se nas coisas mais simples, como por exemplo: o som da chuva caindo, o cheiro da grama molhada, o vento e a mudança de temperatura após a entrada de uma frente fria, o sabor de uma comida energizada, um abraço, a energia do sol, o canto dos pássaros, o silêncio…

E você, se identificou com algum desses hábitos? Esses dez itens mostram que talvez você não esteja sozinho em sua jornada. Enquanto algumas pessoas que cresceram com você te chamam de estranho, outras milhares de pessoas que você ainda não conhece, compartilham experiências similares. Você faz parte de uma comunidade enorme, mas talvez ainda não tenha encontrado o seu lugar. Tudo tem seu tempo.

Alguns destes hábitos podem ser motivo de ridicularização pela população em geral, mas não seja alvo da opinião de ninguém. Deixe o seu espírito guiá-lo sem qualquer interferência externa, apenas sorria e deixe todos esses pensamentos que depositaram em você irem embora. Saiba que ninguém, absolutamente ninguém vive a sua vida, apenas você, que é seu próprio guia. Só você habita aí dentro. Busque sua essência, sua comunidade, encontre-se. Você não está sozinho.