quarta-feira, 5 de março de 2014

Vegetarianismo em defesa da vida - Angélica Pedroso e André Gabriel


A dieta vegetariana vem ganhando cada vez mais adeptos. Antes tida apenas como prática de algumas culturas, como a indiana, por exemplo, ou de pessoas que se preocupavam em manter uma dieta saudável, agora parece que a bandeira levantada é bem mais engajada. A ideia é defender a vida!

O que mais preocupa as pessoas que vêm se tornando vegetarianas é não maltratar os animais, não imaginar que eles são criados para servir de refeição a outra pessoa. Junto deste pensamento existe a defesa da produção sustentável de alimentos, a luta contra os produtos industrializados e a escolha por um modo de vida mais saudável.

Dentro do cardápio dos que escolhem viver sem comer carne, existem algumas variações. Vegetariano é quem não come carne de qualquer animal, mas pode ingerir alimentos produzidos por eles, como ovos ou derivados do leite. Já o vegano não se alimenta de nada que venha do mundo animal. Existem ainda outros mais radicais, que só comem alimentos crus ou apenas comem frutas que caíram no chão, mas vamos tratar só dos vegetarianos e veganos.

A artista plástica Angélica Pedroso é vegetariana há 30 anos e vegana há nove. Segundo ela, desde então, nunca mais ficou doente. Ela vive em uma casa afastada nas proximidades de Vargem Grande Paulista que reúne arte, culinária numa espécie de Casa-atelier, onde costuma receber amigos para conhecer suas pinturas e experimentar seus dotes culinários. Ela também recebe várias visitas agendadas de grupos de pessoas que desejam conhecer o espaço e experimentar a refeição vegana preparada por suas mãos.

Os produtos colocados à mesa são, em sua maioria, orgânicos comprados de produtores locais. No dia da entrevista foi oferecido um café orgânico moído por ela e um doce deslumbrante feito com banana, melado, canela e leite de amêndoa, a caçarolinha de banana. Para ela tudo tem uma serventia, até a água do arroz é usada como um hidratante de rosto.

Claro que com a opção de morar em uma área mais isolada, unindo vida e arte em um mesmo lugar, o tempo é mais tranquilo, permitindo que se cuide de cada passo da alimentação, fabricando o próprio alimento que será consumido.

Mas nem todo o vegetariano tem este tempo a seu favor. O químico e terapeuta floral, André Gabriel, vive na cidade de São Paulo e procura se alimentar de forma adequada mesmo no meio da correria do dia a dia. Vegetariano há cinco anos, ele explica que foi influenciado pela amiga Angélica. Também pesou em sua decisão o respeito à vida. Olhar os seres vivos nesta grande evolução ajudou na sua decisão. Mas André não é vegano, pois come ovos e derivados de leite.

Desde que escolheu a dieta vegetariana, sentiu uma melhora nítida na qualidade de vida. Seu sono, seu hálito, o controle de peso e sua disposição se tornaram muito melhor. Até os aspectos da agressividade são melhor trabalhados por ele depois da mudança de vida.

Outra questão importante na dieta vegetariana, assim como em qualquer dieta, é o acompanhamento nutricional. É necessário o acompanhamento de um profissional e exames periódicos.

Na hora de balancear os alimentos que ingere, Angélica utiliza sua arte, preocupando-se em combinar as cores na hora de compor o prato. Já o químico André usa o método de pensar nas propriedades dos alimentos na hora de escolher o que come. As duas maneiras são válidas, aliás, o método das cores é sempre indicado por nutricionistas, independentemente de qualquer tipo de dieta. 



(texto publicado na revista Tudo nº 37



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