Não faz 3 séculos, olhar pela janela só fazia sentido se ela estivesse aberta. Os vidros, tão comuns hoje, eram raríssimos, inclusive em casas abastadas. Era tão caro que não adornava nem a casa dos vidraceiros. Na Inglaterra do século 18, existia até um artifício: no lugar de aberturas para janelas, pintava-se uma para que parecesse de verdade. De acordo com o jornalista Bill Bryson, no livro Em casa, as pessoas consideravam os pesados impostos sobre os vidros "um ônus sobre o ar e a luz" - e eram condenadas a viver em lugares escuros e mal ventilados.
O vidro foi descoberto na Antiguidade, possivelmente pelos egípcios. Mas sua técnica de fabricação era complicada. No mínimo, eram necessários dez dias para que resfriasse e exigia um imenso trabalho de moldagem e polimento. Para grandes construções, havia duas saídas: mosaicos de vidro colorido (tal como se vê, por exemplo, em Notre Dame, em Paris) ou um mineral, a calcita (um carbonato de cálcio), que dá origem ao alabastro - material translúcido, branco leitoso, usado na arquitetura românica e comum em igrejas medievais italianas e espanholas.
O vidro tornou-se um elemento popular na arquitetura apenas a partir de 1838, graças a um sistema mecânico de esfriamento que tornou sua fabricação mais barata. A construção do Crystal Palace, em Londres, com suas 300 mil vidraças, só foi possível depois que o preço caiu - e os impostos britãnicos também. O palácio de cristal, inaugurado em 1851 para abrigar a Exposição Mundial, foi destruído por um incêndio em 1936.
(texto publicado na revista Aventuras na História)
Adoro vir aqui absorver conhecimento!
ResponderExcluirSeu blog é bom demais Neide!
Beijos
Cinthia
Oi, Cinthia.Que bom saber que vc curte o meu blog. Coloco nele um pouco do que sou e do que penso a respeito da vida. Bjs
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