domingo, 22 de abril de 2012

Como fazíamos sem ... janelas de vidro

Quando o vidro custava os olhos da cara, as janelas eram pintadas nas casas

Não faz 3 séculos, olhar pela janela só fazia sentido se ela estivesse aberta. Os vidros, tão comuns hoje, eram raríssimos, inclusive em casas abastadas. Era tão caro que não adornava nem a casa dos vidraceiros. Na Inglaterra do século 18, existia até um artifício: no lugar de aberturas para janelas, pintava-se uma para que parecesse de verdade. De acordo com o jornalista Bill Bryson, no livro Em casa, as pessoas consideravam os pesados impostos sobre os vidros "um ônus sobre o ar e a luz" - e eram condenadas a viver em lugares escuros e mal ventilados.

O vidro foi descoberto na Antiguidade, possivelmente pelos egípcios. Mas sua técnica de fabricação era complicada. No mínimo, eram necessários dez dias para que resfriasse e exigia um imenso trabalho de moldagem e polimento. Para grandes construções, havia duas saídas: mosaicos de vidro colorido (tal como se vê, por exemplo, em Notre Dame, em Paris) ou um mineral, a calcita (um carbonato de cálcio), que dá origem ao alabastro - material translúcido, branco leitoso, usado na arquitetura românica e comum em igrejas medievais italianas e espanholas.

O vidro tornou-se um elemento popular na arquitetura apenas a partir de 1838, graças a um sistema mecânico de esfriamento que tornou sua fabricação mais barata. A construção do Crystal Palace, em Londres, com suas 300 mil vidraças, só foi possível depois que o preço caiu  - e os impostos britãnicos também. O palácio de cristal, inaugurado em 1851 para abrigar a Exposição Mundial, foi destruído por um incêndio em 1936.


(texto publicado na revista Aventuras na História)


2 comentários:

  1. Adoro vir aqui absorver conhecimento!
    Seu blog é bom demais Neide!
    Beijos
    Cinthia

    ResponderExcluir
  2. Oi, Cinthia.Que bom saber que vc curte o meu blog. Coloco nele um pouco do que sou e do que penso a respeito da vida. Bjs

    ResponderExcluir