segunda-feira, 23 de abril de 2012

Terapia do prazer - Mila Pereira

Exercícios de contração muscular para a região pélvica ajudam a combater a flacidez e combatem a impotência sexual em mulheres.

A disfunção sexual feminina, chamada oficialmente de Desejo Sexual Hipoativo (DSH), é um problema que afeta cerca de 30% das brasileiras. Embora a dificuldade de sentir prazer durante o sexo - e até a inexistência de orgasmo - esteja bastante ligada a fatores psicológicos e sociais (repressão, depressão, traumas), há uma boa parcela de mulheres que sofrem por causas orgânicas. A boa notícia é que, para essas situações, há uma nova modalidade de fisioterapia capaz de ajudar, e muito, no tratamento da impotência sexual. Confira!

Ginástica localizada

O prazer da mulher na relação sexual depende do contato da vagina com o pênis. Se essa região feminina apresenta flacidez, a sensação de orgasmo fica comprometida. Para reverter esses casos, a fisioterapia é uma aliada e tanto. "A fisioterapia pélvica, ou uroginecológica, é eficaz e indolor, e vem ganhando cada vez mais adeptas", diz a fisioterapeuta Mônica Lopes, especialista em uroginecologia. O método consiste em trabalhar a musculatura do assoalho pélvico, também chamada de perineal (região entre a vagina e o ânus), por meio de exercícios que ajudam a coordenar e fortalecer a região íntima. A técnica tem semelhanças com o pompoarismo, no qual bolinhas são usadas para trabalhar os músculos da vagina, podendo ser comparada à musculação. A fisioterapia pélvica também pode ser associada a outros tratamentos, como a terapia psicológica individual ou de casal.

Períneo fortalecido

A Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP), ou perineal, é uma espécie de cama elástica formada por 13 músculos, localizada na cavidade pélvica, onde ficam útero, ovários e bexiga. Sua função é contrair e sustentar a uretra, o reto e a vagina, auxiliando na continência de urina, de fezes e no ato sexual. Nenhuma mulher está livre do enfraquecimento desses músculos, por isso, prevenir é a melhor opção.

Público-alvo

A flacidez na região do períneo afeta, principalmente, grávidas, obesas e mulheres que entraram na menopausa ou na terceira idade. Algumas doenças ginecológicas e a redução de taxas hormonais também podem desencadear o problema. Além disso, a situação pode ser agravada quando a mulher carrega peso, pratica exercícios físicos de alto impacto, realiza esforço para evacuar e tosse constantemente. A ginástica íntima só não é indicada para quem já possui uma musculatura forte na região, pois, em excesso, pode provocar prisão de ventre, retenção de urina e dor durante o ato sexual.

Resultado positivo

Em poucos meses é possível notar uma melhora no prazer sexual e também no bem-estar de vida a dois. "O tratamento proporciona uma intensificação do prazer, facilitando a obtenção do orgasmo e a satisfação do parceiro", justifica Mônica. Embora seja uma questão psicológica, os benefícios também interferem na libido, no sentido de elevar a autoestima e a confiança da mulher, de modo que ela se sinta confortável e segura nas relações sexuais.

Instrumentos poderosos

Alguns equipamentos auxiliam o tratamento fisioterápico:

- Eletroestimulação vaginal: aparelho que emite estímulos elétricos por meio de sonda.
- Biofeedback: instrumento que monitora a contração muscular.
- Cones vaginais: dispositivos com pesos diversos que são introduzidos na vagina para fortalecimento muscular.


(texto publicado na revista Você saudável)

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