Estamos mais uma vez em dezembro e com ele chega o tão esperado 13º salário. Um dinheiro extra que é bem-vindo num mês tão especial: Natal, Réveillon, férias, final de ano. É o mês das festas, das viagens, das trocas de presentes, dos "amigos secretos", confraternizações de todos os tipos... são muitas as ocasiões de gastos. E aí, o que fazer? Gastar todo o 13º nas festas? Quitar dívidas? Aplicar?
O 13º salário surgiu a partir da ideia de algumas empresas de pagar, em dezembro, uma gratificação de Natal para ajudar os funcionários nos festejos de fim de ano. Passou a ser obrigatório em 13 de julho de 1962, através da Lei 4.090, regulamentada pelo Decreto 57.155, de 3/11/1965. Apesar de, na sua origem, ser destinado para as compras do período natalino, isso não implica em dizer que deva ser usado somente para esse fim. É claro que dar presentes, viajar, festejar, é muito bom, desde que seja feito com responsabilidade financeira. De que adianta curtir alguns dias e padecer um ano inteiro?
Quando se tem dívidas a pagar não se pode desprezar esse dinheiro extra. É muito mai sensato reservá-lo para quitar as dívidas do que gastar com presentes, festas e viagens. Isso não quer dizer que não se deva comemorar datas tão significativas. Pode-se usar a criatividade e procurar meios econômicos para gastar menos, como promover uma ceia de Natal compartilhada com a família e os amigos, troca de cartões ao invés de presentes no amigo oculto, viagens para lugares próximos, hospedagem em pousadas em vez de hotéis... São muitas as possibilidades de festejar e gastar menos. O que não dá é empurrar a ciranda do endividamento para mais um ano.
Para quem está com a vida financeira equilibrada existe a possibilidade de uma pequena extravagância, pontual, nesse período. Não significa torrar tudo com futilidades, deve-se aproveitar o momento e reservar uma parte para ser aplicada: poupança, aplicações de curto prazo, Títulos da Dívida Pública, ações... não importa, o importante é aplicar de acordo com o seu perfil investidor e manter a saúde financeira.
Mesmo podendo ir às compras não se deve deixar de pesquisar preços, procurar bens que respeitem o meio-ambiente e, antes de comprar, fazer as três famosas perguntas que os especialistas recomendam. Eu preciso? Eu posso? Tem que ser agora? Quando possível, uma boa alternativa é deixar para comprar nas liquidações de janeiro, com preços mais baixos.
Mas, muito além de gastar, quitar dívidas ou aplicar, o que realmente importa neste período tão significativo? Será que não seria oportuno gastar o nosso tempo em atos de amor ao próximo, quitar dívidas de perdão a quem nos magoou e aplicar a caridade em todas as ocasiões do nosso dia a dia? Agindo assim certamente o Natal será mais Natal e as festas de final de ano ganharão um sentido novo.
(texto publicado na revista Cidade Nova edição 584 - ano LVI - nº 12 - dezembro de 2014)
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