sábado, 24 de outubro de 2015

Para quebrar a rotina, área rural oferece passeio com gostinho de fazenda - Graciela Zabotto


Com comida no fogão a lenha, passeio em trilhas e ordenha de vaca, parque fazenda em Caucaia do Alto ensina adultos e crianças a terem respeito pelo meio ambiente

Quem procura fugir da rotina de cidades movimentadas e busca atrações rurais, não precisa ir muito longe para encontrar um estilo de vida totalmente diferente. Na altura do quilômetro 39 da rodovia Raposo Tavares, à esquerda, na Estrada de Caucaia do Alto, altura do km 7, em Cotia, uma família resolveu transformar um sítio em um verdadeiro turismo rural.

Com uma área total de 120 mil metros quadrados, situado junto à Reserva Florestal em Caucaia do Alto, o parque fazenda Bichomania tem opções de lazer para adultos e crianças. Muito mais do que estar em meio ao verde e ter contatos com os animais, a proposta é ensinar as pessoas a respeitarem os bichos e o meio ambiente, cada vez mais 'engolidos' pela ânsia humana.

São 45 mil metros quadrados de área preservada e cerca de 60 animais divididos em 25 espécies. Todos autorizados pelo IBAMA. "Nós temos a licença ambiental para cuidarmos dos animais. Podemos ter macacos, corujas, araras e tucanos, dentre outros. Temos a licença mantenedora da fauna para preservação e animais que o próprio IBAMA apreendeu e foram levados para o parque fazenda para voltarem ao seu habitat, obedecendo a diversas normas exigidas pela instituição", contou Gustavo Pires, responsável pelo empreendimento. Para trabalhar com a educação ambiental, o parque fazenda mostra para adultos e crianças como é o dia a dia de quem mora no sítio e apresenta a beleza da vida em meio à natureza. Para muitas crianças que cresceram na geração internet, o passeio é quase como apresentar um outro mundo que vai muito além de senhas de acessos, redes sociais e Google.

"Aqui nós mostramos como tirar leite de vaca, como cuidar dos bezerros, cavalos, porcos, lhama, coelhos e a galinha chocando os ovos. Temos até casos dos próprios pais que nunca viram vários tipos de galinhas e nem sabem como ordenhar uma vaca", falou Pires, completando ainda que o dia no campo tem também passeios de charrete, para que as crianças saibam como era a locomoção antigamente, e a explicação de como funciona um engenho, para aprenderem como os escravos moíam a cana para produzir o açúcar. 

Os passeios são sempre monitorados. Os funcionários explicam detalhadamente os cuidados com cada animal e ensinam como cada um deve ser alimentado com ração e água, espécies de capim. Para que a experiência seja ainda mais completa, as crianças podem tocar em alguns animais.

"As próprias crianças fazem esse contato com os animais domésticos, inclusive com os filhotes, que eles podem acariciar e pegar no colo. Elas também podem passear em um pônei". Para Pires, essa é uma forma de influenciar as pessoas a terem respeito pelos bichos. "Percebemos que esses momentos de proximidade com os animais podem marcar bastante a vida dessas crianças e, inclusive, a dos pais. Eles passarão a ter outra visão sobre os animais". Já os animais silvestres podem ser apenas observados. Eles ficam no Mini Zoo e suas alimentações são regulamentadas com dietas e devem seguir as instruções rigorosas passadas pelo IBAMA. Dentre as belezas da fauna os visitantes têm a oportunidade de conhecerem araras, papagaios, quatis, macacos, jabutis, corujas, tucanos, veado e avestruz. Aos finais de semana o empreendimento recebe famílias. Já durante a semana o local fica aberto para escolas, com trabalhos voltados principalmente para o ensino fundamental. Por ano, em média de 35 mil crianças visitam o parque fazenda.

As escolas buscam o espaço rural para que os alunos possam fazer diversas atividades, dentre elas ações voltadas para a sustentabilidade, preservação do meio ambiente e trabalhos de campo, com pesquisa de espécie de árvores e plantas.

"As visitas escolares são agendadas com um projeto pedagógico. Os monitores explicam as características de cada animal para as crianças. Na fazenda, elas podem tocar e alimentar os animais. Os silvestres são para visitação com as explicações dos monitores sobre cada um. Temos tirolesa, arborismo, trilha na mata, parquinho, berçário de animais, labirinto, oca do índio Guarany e casinha caipira de sapê", completou o empreendedor.



(texto publicado na revista Viver grande oeste São Paulo nº 33 - outubro/novembro de 2015)

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