terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Resoluções - Marcos Sá


A vida anda dura! Está difícil viver por aqui. As pessoas estão desanimadas, irritadas e sem paciência. E vamos combinar que não dá para esperar nada de bom dos nossos governantes. Só se ouvem notícias ruins. Ou são dados negativos da economia ou decretos que visam a preservar os benesses dos congressistas. O povo? Que se lixe! Para eles, estamos aqui par continuar sustentando as suas (deles) mamatas. A política econômica do governo Dilma? Manter-se no governo. A política fiscal? Evitar o impeachment. Plano de metas? Não cair. Objetivo do orçamento? Comprar os congressistas para se manter no governo. Socorro! Estamos sem presidente, sem ministros e com a oposição paralisada. Enquanto isso, o país afunda. Grandes empresas fecham suas portas ou reduzem suas atividades. Walmart, Magazine Luiza, Casas Bahia e outras mais cortam na carne e despedem trabalhadores. As pequenas e médias empresas, coração da economia brasileira, seguram investimentos, executam cortes e sofrem na crise. Já somos mais de 10 milhões de desempregados. A violência corre solta nas ruas, o Congresso só olha para o próprio umbigo, localizado na sua barriga gorda. O Judiciário se bolivarianizou. Os protestos espontâneos, ordeiros e civilizados contra o governo, com centenas de milhares de pessoas, são minimizados da sua importância e engolidos por diários miniprotestos com meia dúzia de gatunos pingados, que usam e abusam da violência, destroem o patrimônio público e paralisam a cidade. São militantes que protestam em causa própria, buscando preservar suas boquinhas e desviar a atenção do grande público para os verdadeiros problemas do país. E são tratados com euforia pela mídia, que desqualifica a legítima ação da polícia e amplifica as dores dos provocadores a serviços sabe-se lá de quem. A vitimização de bandidos e a vilanização da polícia é outra grande bandeira de alguns veículos de comunicação. Confundem a opinião pública, que cada vez se desinforma mais. E assim caminham os brasileiros. A passos de formiga e sem vontade. O que fazer? Penso que nós, cidadãos que trabalham, pagam impostos e lutam por um futuro melhor para os filhos e para o país, não devemos jogar a toalha e nos desiludir. Essa atitude não contribui em nada para eventuais mudanças. No fundo, é exatamente o que quer quem está no poder: a apatia e a desmobilização da sociedade. Atitudes positivas que individual e coletivamente podem contribuir para mudanças não estão tão distantes do nosso alcance. Basta querermos: 1) Vote conscientemente e procure se informar sobre quem pode nos tirar da encrenca em que estamos metidos. 2) Participe dos protestos organizados espontaneamente em favor da sua causa. 3) Entre nas discussões nas redes sociais e defenda com convicção sua opinião. 4) Não se esqueça do senador/deputado/vereador em que você votou. Faça-o se lembrar das promessas feitas durante a campanha. 5) Esqueça as musiquinhas, filminhos e conversa fiada dos candidatos. Concentre-se no currículo, na capacidade e na ficha limpa. 6) Escolha um partido com o mínimo de investigados/condenados possível. 7) Não acredite em todas as informações que recebe pela internet. Pesquise, procure ler um jornal confiável, e forme uma opinião a respeito do tema. 8) Leia e se interesse por política. Aquela conversa "detesto política" é tudo o que quem não quer as mudanças necessárias quer ouvir. 9) Deixe um pçouco de lado os programas desinformativos, como BBB, novelas e outros, e veja mais debates sobre o nosso momento atual. 10) Procure conhecer o que deu certo e funciona bem em países mais desenvolvidos que o nosso. A roda já foi inventada. Às vezes, basta adaptá-la à nossa cultura.

E, por fim, já que estamos falando de civilização, só jogue lixo no lixo. Nossas praias choraram de vergonha neste fim de ano. Seja educado no trânsito. Respeite o próximo. Seja você ciclista, motociclista ou motorista.

Não use as vagas de deficientes/idosos. Não ocupe assentos destinados a grávidas/idosos. Ouça sua música sem desrespeitar o ouvido alheio. A nação, comovida, agradece.



(texto publicado na revista Circuito nº 194 - ano 15 - fevereiro de 2016)

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