Você já parou para pensar quantos sapos tem encalacrados na garganta? Quantas vezes passamos por cima do que sentimos sem externalizar nossas aflições e frustrações? É comum engolirmos desaforos, mágoas e reclamações por não termos a coragem de ser sinceras. Falar o que sentimos com doçura e, ao mesmo tempo, firmeza é ser verdadeira - com os outros e com você também. Por isso, defendo que as pessoas sejam mais assertivas, que digam o que pensam, sem agressividade, mas com clareza. Adotar meias palavras por medo da verdade pode facilitar o momento imediato, mas trará consequências negativas em um futuro não muito longínquo. Já expressar-se adequadamente evita que um dia percamos a paciência e soltemos de maneira incoerente nossa raiva e nossos ressentimentos. Compare-se a um balão de festa de criança: vai enchendo, enchendo, enchendo... até que um dia estoura. Se vivermos por muito tempo armazenando coisas que queremos dizer, tenho certeza de que nosso organismo será diretamente afetado.
- O estômago é atingido quando não conseguimos digerir os acontecimentos.
- A ansiedade pode se acumular em forma de gordura no corpo - aproveite para perguntar a si mesma: tenho fome de quê?
- A dor de cabeça aparece quando temos dúvidas ou recebemos muitas críticas.
- A voz falha quando o não dito fica preso.
- Problemas de coluna surgem quando carregamos o mundo nas costas - que pretensão é essa de resolver tudo?
- O coração se entristece quando perdemos o sentido da vida e o enfarte é ocasionado pelo acúmulo de stress.
- A pressão sobe quando temos medo, mesmo que ele seja irracional.
- Quantas neuroses nos paralisam quando não damos atenção à nossa criança interior, que precisa ser acalentada, amada e protegida?
- A febre sobe quando achamos que não temos força para enfrentar os desafios.
Além de parar de engolir os sapos da vida, uma solução para esses problemas é a meditação diária. Com esse hábito, você foca no presente, prestando mais atenção no que pensa e sente. Aos poucos, vai transferir seu ponto de referência de fora para dentro, onde você tudo pode.
Para praticar, sente-se confortavelmente, com a coluna ereta e os olhos fechados. Sinta um ganchinho que puxa sua coluna para o infinito, elevando os ombros para cima, para trás e, então, para baixo. O pescoço deve ficar ligeiramente para trás, nivelando a cabeça com a coluna vertebral e o queixo com o chão. Essa é a chamada postura de rainha! Esqueça seus problemas e permaneça na descontração mais plena de que for capaz. Sinta o corpo relaxando e a mente se aquietando aos poucos. Sem esforço , comece suavemente a observar sua respiração. Preste atenção no ar que entra e no que sai em um fluxo natural e espontâneo.
Alguns minutos diários desse exercício farão a diferença em todo o seu dia. Acredite! Aos poucos, sua vida se tornará mais leve, mais solta e também mais saudável. Estabeleça esse compromisso com você mesma, aqui e agora, sempre se lembrando de que devemos ser impecáveis com nossas palavras. Engolir sapo? Nunca mais!
(texto publicado na revista Claudia nº 9 - ano 55 - setembro de 2016)
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