E a sincronicidade se faz presente mais uma vez. Ontem fiquei conversando em italiano com meu amigo Giorgio por quase duas horas e contamos um ao outro as novidades dos quase 3 anos em que não nos encontrávamos pessoalmente.
Uma das coisas que comentei com ele foi o fato que antes, após uma explicação, eu perguntava: "ragazzi, avete capito?" (moçada, entenderam?) E agora prefiro a pergunta: "ragazzi, mi sono spiegata?" (moçada, me expliquei?)
Ao perguntar aos alunos se eles entenderam, o professor se coloca em uma posição superior, mas se ele quer saber se conseguiu se explicar, a responsabilidade fica por conta do docente e não do discente simplesmente. A "técnica" que uso é a seguinte: eu explico uma única vez, mas se algum aluno quer que eu repita, pergunto se alguém entendeu. Tem sempre um aluno que levanta a mão, então peço a ele que explique em português se quiser. Acabo matando dois coelhos. Isso porque mesmo que eu explique uma segunda vez, pode ser que o aluno não entenda o meu modo de expor (mesmo que eu use uma outra abordagem). E isso tem funcionado desde que comecei a ensinar.
A sincronicidade de hoje foi que um ex-aluno, o Dudu, professor doutor de Economia da FEA, me mandou um torpedo com uma frase contida na obra "O Leopardo" de Giuseppe Tomasi di Lampedusa que fala justamente dessas duas perguntas.
Lentamente Don Calogero capiva che una conversazione non è una lite fra cani... Che dar la precedenza a una donna è segno di forza e non di debolezza, e da un interlocutore si può ottenere di più se gli si dice "non mi sono spiegato bene" anziché "non hai capito un corno".
(Aos poucos Don Calogero entendeu que uma conversa não é uma briga entre cães... Que dar a precedência a uma mulher é sinal de força e não de fraqueza e conseguimos mais do interlocutor quando dizemos "não me expliquei bem" ao invés de "você não entendeu nada")
Nenhum comentário:
Postar um comentário