quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Em busca do silêncio


O dia a dia das grandes cidades não perdoa! Um corre-corre danado, compromissos, trânsito, buzinas, aviões, helicópteros. Para piorar, a moda de televisões ligadas em bares e restaurantes parece que veio para ficar! Mas chega uma hora em que tudo o que procuramos é o silêncio, fundamental para recarregar as energias.

O silêncio é o oposto do som, a ausência da vibração. Quando o corpo sonoro não está em vibração, não produz som. Mas como tudo está perenemente em movimento, vibrando, a sua falta significa morte. Então, silêncio é morte e se opõe ao som, que é vida.

Essa é uma possibilidade de interpretação do silêncio. Na vida acelerada que vivemos, há excesso de informação sonora. Um ruído constante cansa, produz estresse e traz a necessidade de repouso do sistema auditivo e da mente. Nesse caso, o silêncio atua como um repositor de energias e, portanto, de vida.

Mas nem todos sentem paz com o silêncio e se incomodam com o barulho; algumas pessoas sentem-se adaptadas ao ruído ambiental e não o percebem como um peso. Ao serem expostas ao silêncio, podem sentir desconforto. Por que isso acontece? O silêncio nos expõe a nós mesmos, experiência que, às vezes, assusta. Mas, se conseguirmos enfrentar o desconforto inicial, logo nos daremos conta de que a experiência do silêncio é positiva; livra a mente de excessos, ajuda a trazer equilíbrio, paz, organização. Fazer orações, meditar, relaxar, preparar-se para dormir, são atividades mais bem realizadas em silêncio.

Exercício - Busque locais silenciosos. Procure perceber as sensações que esse lugar lhe provoca. Fique quieto por alguns momentos. Anote mentalmente que sensações o silêncio traz a você.

Organize sozinho ou com amigos um passeio sonoro. Escolha um lugar silencioso. Durante o passeio, não conversem e tentem não produzir sons ao andar. Se houver mais pessoas, procurem manter uma distância razoável entre si, de modo a não ouvir passos ou ruídos de outras pessoas do grupo. Prestem atenção no que escutam no ambiente. Ao voltar, troquem impressões e informações.


Fonte: Capítulo "O mundo soa, vamos ouvir" de Marisa Fonterrada e Moacir Carnelós, do livro Sustentar a vida de Renato Ribeiro




(texto publicado na revista Tudo nº 34)






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