sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Diário de vida - Responsabilidade (Chris Allmeida)

Para fechar a semana com chave de ouro não poderia deixar de comentar o assunto do podcast de hoje: responsabilidade. É fácil nos isentarmos da responsabilidade colocando a culpa no outro porque é muito cômodo acharmos que o problema está fora e não dentro de nós. Acho que o meu processo para reverter essa situação se iniciou quando perdoei meus pais por todas as crenças, conceitos e qualquer tipo de coisa que estava atrapalhando ou me atormentando. Eu os perdoei de coração porque na verdade percebi que não se tratava mais dos pais físicos, mas dos pais que estavam dentro de mim. E não adiantava culpá-los porque eles fizeram o seu melhor, uma vez que eles me passaram o que tinham aprendido com os pais deles. Perdoar foi uma verdadeira libertação!!!

 




Mas percebi que estava vivendo a responsabilidade de um outro modo que também não é a correta. Pela educação que recebi, sempre achei que deveria cuidar dos pais quando ficassem velhos. Fiz isso com meu pai (que já faleceu) e passei a fazer isso com a minha mãe também. O fato ficou muito evidente quando ela teve que fazer uma cirurgia cardíaca de alto risco (pela idade e pelo fato dela ser diabética), mas graças ao processo de autoconhecimento que comecei há 8 meses percebi que não podemos responder por outra pessoa, por mais que eu ame alguém, a vida não é minha, a vida é dela, se o coração chegou a esse estado é porque ela não cuidou de sua alimentação. E a decisão de fazer a cirurgia foi dela que assinou os papéis de autorização. Sou do tipo que “esquenta muito a cabeça”, ou seja, me acho responsável por tudo e acabo caindo na situação oposta à pessoa que culpa os outros por tudo que lhe acontece. Por isso acho muito interessante o significado da palavra “rispondere” em italiano, que significa responder como em português, mas se coloco o verbo em uma frase do tipo “chi è che risponde della pulizia ?” (quem é o responsável pela limpeza ?) tudo fica mais claro. É ainda muito difícil, mas estou redimensionando o que é responsabilidade minha e o que não é. Ajudar sim, mas não deixar de viver a minha vida para viver a de outra pessoa, por mais que eu a ame.

E para finalizar gostaria de agradecer publicamente às minhas duas “doutoras da alegria”, Cristal e Ana Maria (que fazem parte do projeto também) que ficaram comigo o dia inteiro no dia da cirurgia de minha mãe. Elas me ajudaram muito em um dos momentos mais difíceis de minha vida.

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