Tão antiga quanto a humanidade, a prática busca a paz interior
A meditação é muito antiga, mas não envelhece. Nos dias atuais, com tantas informações, meditar chega a ser uma condição para uma vida saudável. Esse excesso de informações nos causa a impressão de que o mundo gira mais rápido, uma vez que o cérebro precisa ser mais ágil para dar conta de todas elas. Para o terapeuta Maurício Bastos, esta é a "Síndrome de Informação Crônica", na qual o cérebro processa muito mais "inputs" do que antigamente, causando a impressão psicológica de que o mundo gira mais rápido.
E essa sobrecarga de pensamentos alivia com a prática da meditação. Através dela as pessoas conseguem se livrar de qualquer tipo de pensamento por alguns segundos. Estes pequenos momentos sem pensar em absolutamente nada já são suficientes para - a longo prazo - aliviar a mente, dando fim a tensões, dores, cansaço, dificuldade de concentração. Meditar melhora as desordens relacionadas ao stress, como insônia, depressão, fadiga, ansiedade, baixa imunidade, pânico, além de desenvolver o autoconhecimento, a criatividade e o prazer de viver.
E ao falar de meditação, Bastos explica que existem dois tipos de mente: a reativa e a criativa. Mais comum entre as pessoas, a reativa está presa no passado ou projetando o futuro, o que provoca o medo e o desejo. O medo da insegurança, da impermanência, da dor, de morrer, de perder as posses; o desejo de status, de poder, de fama, de prazer, de reconhecimento. Já a mente criativa é a da atenção relaxada e da consciência, aquela que sabe viver o aqui e agora.
"Quando você desliga de tudo que está em volta, desliga dos apegos. A meditação nada mais é do que conseguir alguns segundos livres de qualquer tipo de pensamento...", explica a terapeuta de Reiki e cura prânica, Maria Sylvia Machado. Zy, como é conhecida, pratica a meditação há mais de 20 anos e explica que no início, só conseguia meditar por segundos, mas agora consegue ficar alguns minutos sem pensar em nada. Para meditar, ela precisa de uma diretriz, como um mantra ou uma música de fundo.
Existe uma infinidade de tipos de práticas meditativas, sendo que muitas delas utilizam a respiração como guia, como âncora para o "presente". É a respiração que faz a ponte entre o externo e o interno, o denso e o sutil, entre a matéria e o espírito. À medida que criamos um ritmo consciente e ampliado em nossa respiração, a mente naturalmente se harmoniza e se aquieta lentamente.
Os "pranayamas", práticas de exercícios respiratórios com base na Yoga são também ferramentas que ajudam bastante neste processo.
Para as pessoas que têm dificuldade em relaxar, Maurício Bastos explica que a prisão está na mente e a mente "mente". A causa principal do sofrimento humano é a mente ordinária que está sempre focada no "medo", no "desejo" e não consegue ir além. As atividades físicas que mexem no metabolismo, circulação, respiração contribuem para a soltura de tensões.
Quanto mais trouxermos a consciência do "Agora" para nossa existência, perceberemos que a cada segundo ocorre a diminuição da corrida contra o tempo, e o "viver" começa a ficar mais saudável e harmônico.
(texto publicado na revista Tudo nº 39 - abril de 2014)
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