domingo, 30 de novembro de 2014

Toxoplasmose - Dayse Zulian


A toxoplasmose é uma enfermidade multissistêmica causada pela ingestão de oocistos infectantes de coccídeos Toxoplasma gondii (contido nas fezes de hospedeiros definitivos - felinos) ou seus cistos em tecidos de hospedeiros intermediários (carne crua, por exemplo). O Toxoplasma gondii pode infectar a maioria dos animais de sangue quente, porém os gatos e felídeos selvagens são os únicos hospedeiros nos quais o ciclo biológico pode ser completado. Assim a forma clínica da doença só se desenvolve quando há imunossupressão, principalmente em gatos. Em humanos imunossuprimidos a doença poderá ser grave.

Em alguns gatos a doença pode ser fatal, porém, a grande maioria se recupera e desenvolve imunidade. A eliminação de oocistos se dá apenas de 1 a 2 semanas e este episódio ocorre na maioria das vezes uma vez durante toda a vida do animal. Mesmo se ocorrer recidiva da eliminação de oocistos, o número de micro organismos eliminados será quase sempre insignificante. A eliminação de oocistos é mais maciça em gatinhos com 6 a 14 semanas de idade.

Os sintomas clínicos mais comuns de toxoplasmose são:

Apatia
Anorexia
Perda de peso
Febre
Mialgia
Dor muscular
Vômitos
Diarreia
Alterações oftálmicas
Sinais respiratórios
Desordens neurológicas

Diversos especialistas afirmam que os órgãos mais frequentemente acometidos são o pulmão, olhos e fígado.

O diagnóstico é feito através da história clínica do animal e através de exames laboratoriais como hemograma, bioquímica sérica, urinálise, exame fecal (coproparasitológico), exames radiográficos e sorologia. A sorologia é o exame de eleição onde temos a titulação de IgM, IgG e antígenos do plasma (sendo que aqui a maioria das informações obtidas determinam o tipo de infecção ativa, recente ou crônica).

O tratamento será necessário e deve ser feito rápido, para obter resposta clínica satisfatória. Considerando que a toxoplasmose é doença potencialmente zoonótica, todos os envolvidos no esquema terapêutico devem ter cautela ao manipular líquidos e secreções corporais do gato acometido. O prognóstico em geral é bom, se o veterinário fizer o diagnóstico e se o tratamento tiver início precocemente.

Prevenção da transmissão

Evitar a ingestão de carne crua
Lavar as mãos e superfícies de corte (tábua de corte)
Ferver a água de beber (se a origem não for confiável)
Usar luvas quando trabalhar em jardins
Lavar os vegetais antes do consumo
Esvaziar as caixas de fezes e urina dos gatos diariamente e desinfetá-las com água fervente
Alimentar os gatos somente com ração felina comercial ou com alimento que tenha sido submetido a cozimento ou congelamento



(texto publicado na revista Leve & Leia nº 120 - ano 8 - novembro de 2014)




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