sábado, 7 de novembro de 2015

Arte à beira da estrada - Pedro Teixeira


Os pescadores ficam impressionados com a semelhança, diz o inglês Ptolemy Elrington ao celebrar o final de mais uma de suas peças em formato de peixe feitas com calotas de carros.

Assim tem sido sua vida ao longo dos últimos 12 anos: de onde a maioria das pessoas enxerga as desprezíveis calotas plásticas dos veículos perdidas à beira de uma rodovia, Elrington vê múltiplas possibilidades: dragões, cachorros, golfinhos e o que mais sua imaginação lhe propuser.

O tamanho de cada peça pode variar - de um a maias de 10 metros de comprimento. Tudo depende do desafio que sua mente impõe no dia-a-dia, ou, das encomendas.

Uma peça pode levar até três meses para ficar pronta.

Tudo começou quando Elrington, ao planejar seu primeiro trabalho de calotas como armadura, teve a inspiração de fazer algo em formato de peixe. Logo depois de ter presenteado amigos e parentes com os trabalhos, os pedidos não pararam de chegar. O artista agora se dedica integralmente ao trabalho, dirigindo sua arte especialmente para empresas e instituições. No estoque, cerca de 500 calotas, que logo irão se transformar em algo surpreendente. Cada modelo pode utilizar entre 10 e 200 tampas de roda. Para garantir a autenticidade do material, o artista preserva o logotipo da marca. Sua criação mais cara foi a de um dragão, no qual utilizou 200 calotas e levou mais de um mês para construir. Foi vendida por 3.000 libras.

A criatividade é grande: lagartos, moscas, tucanos. Elrington continua a fisgar atenção de todos pela arte de reciclar. 


(texto publicado na revista Premium edição 103 - outubro de 2015)














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