quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Família Clima - Chico Felitti


Família do Homem do Tempo chega à terceira geração trabalhando com previsão

O sobrenome é Vernizzi, mas se chamar de "do Tempo" eles atendem. Há 54 anos, membros da família se dedicam ao ofício de descobrir e transmitir se fará sol ou se o domingo será de chuva. E em breve chega ao mercado a terceira geração da marca Homem do Tempo.

A tradição nasceu em 1948, quando Narciso Vernizzi entrou para o rádio. Fazia boletins esportivos, mas ganhou destaque na década de 1960, ao ser o pioneiro da previsão do tempo por ondas sonoras. Não tinha formação na área quando começou, mas chegou a fazer cursos na Nasa e a dominar quatro línguas para se comunicar com centrais climatológicas pelo mundo, conta a família.

Narciso foi o primeiro meteorologista da TV, na Record, onde por 20 anos informou sobre o tempo - sem assistentes vistosas ou "cromaqui".

O Homem do Tempo morreu aos 86 anos, em 2005, no sítio onde montara a central de aparelhos para monitorar o clima. A família seguiu com a labuta. O filho Sérgio dispensou a alcunha Homem do Tempo, mas por quatro décadas fez meteorologia em TV e rádio.

"Quando meu avô morreu, em 2005, meu pai, Sérgio, abandonou o rádio e nos mudamos para Uberaba. Foi um trauma grande", conta o neto Erik Narciso Vernizzi, 28. Sérgio morreu em 2011. Dois anos depois, os filhos voltaram a São Paulo. Enquanto Rodrigo Vernizzi, 26, é baterista da banda Pier13, Erik trabalha como técnico na rádio Band.

Mas o ofício familiar está voltando: "Quero fazer faculdade de meteorologia na USP a partir do ano que vem e ir para o rádio e para a TV. Se eu tiver 10% do público do meu avô, já me dou por contente", diz Erik, dono de uma voz de trovão.

A audiência não está garantida, mas o título, sim: a marca Homem do Tempo é patenteada pela família.

Celso Vernizzi, outro filho de Narciso, mantém o site de previsões ohomemdotempo.com.br e é colaborador da Sabesp (a companhia hídrica estadual tem publicidade no site, mas afirma não pagar um centavo por isso).




(texto publicado na revista São Paulo da Folha de São Paulo - 2 a 8 de novembro de 2014)




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