Mais frequente em homens brancos, essa doença se caracteriza pela inflamação da coluna vertebral e da articulação sacroilíaca, na bacia. Em geral surge no final da adolescência, mas por desconhecimento só é descoberta aos 25 anos. O sintoma inicial costuma ser dor na região lombar, com rigidez de manhã. O ideal, claro, é ficar atento e consultar logo um reumatologista.
A espondilite anquilosante, doença reumatológica grave, se caracteriza pela inflamação da coluna vertebral e da articulação sacroilíaca, local de união do osso sacro aos ossos ilíacos, na bacia. Pode causar desconforto e dor crônica. Nos casos mais avançados, pode levar a nova formação óssea na coluna e seus ligamentos, causando a fusão dessas estruturas e tornando-as pouco ou nada móveis, ou seja, anquilosadas.
Não há estatísticas sobre a doença no Brasil, porém se estima que na Europa e nos Estados Unidos atinja 0,5% a 1% da população. É mais frequente nos homens brancos e é comum a ocorrência de mais de um caso em indivíduos da mesma família. Em geral surge no final da adolescência, mas, por dificuldades de diagnóstico, normalmente é reconhecida apenas por volta dos 25 anos.
A causa da espondilite anquilosante ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que há um componente genético associado. A maioria dos pacientes tem um gene produtor de um "marcador genético", a proteína HLA-B27. Encontra-se o marcador na maioria dos pacientes brancos com a doença. Mas não é obrigatório ser HLA-B27 positivo para ter espondilite e nem todos os que são HLA-B27 positivos a desenvolverão. Suspeita-se que outros genes, associados a um gatilho ambiental deflagrado por infecções por bactérias, são necessários para a formação da doença em indivíduos geneticamente predispostos. O HLA-B27 talvez seja responsável por 40% do risco, mas outros cinco ou seis genes estão envolvidos.
Espôndilo, vale destacar, é vértebra; já espondilite é inflamação das vértebras. Essa resposta inflamatória persistente e direcionada às ênteses, que são os locais de inserção de tendões, ligamentos e cápsula articular em estruturas ósseas. É nessas ênteses que a doença se inicia. A longo prazo, o portador pode ficar com a coluna com um aspecto de "bambu".
O sintoma inicial é dor na região lombar. A doença causa rigidez de manhã e, quando o paciente se movimenta, recupera a mobilidade. À noite, ele costuma ser acordado pela dor. Levanta, anda, a dor diminui e dorme de novo. Também ao tomar anti-inflamatório a dor diminui.
A espondilite pode se formar em outras áreas da coluna vertebral, como a cervical e a torácica, e nas articulações dos membros inferiores, como joelhos e tornozelos. Característica peculiar aos portadores brasileiros é que em até 30% dos casos ela se forma também em membros superiores, como mãos, punhos, cotovelos, ombros.
Pode haver ainda alterações nos olhos, nos intestinos e na pele em 40% dos portadores. Conjuntivite ou uveíte são as mais comuns. A mucosa dos intestinos pode ser igualmente acometida, resultando em alterações parecidas com as que se vê nos portadores da doença de Crohn e de retocolite ulcerativa. E pode haver lesões do tipo da psoríase na pele.
Quando não é bem tratada, a espondilite anquilosante tende á ossificação das estruturas músculo-esqueléticas atingidas pela inflamação, resultando em perda de movimentos. As manifestações extra-articulares, de outro lado, podem causar prejuízo funcional para os órgãos acometidos. Por isso é fundamental, ao primeiro sintoma, consultar um reumatologista e se tratar.
(texto publicado na revista Caras edição 1080 - ano 21 - nº 29 - 18 de julho de 2014)
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