terça-feira, 26 de abril de 2016

Música para curar corpo e alma


"A música acompanha o ser humano desde antes do nascimento até sua morte."

Todo mundo precisa da música para viver, comunicar, se sentir bem. Indicada para crianças, jovens, adultos, idosos e gestantes, a música pode auxiliar em vários níveis. Aplicada a serviço da saúde pode ser usada como calmante, estimulante, tranquilizante, ajudar no aprendizado e na comunicação.

Ela pode ser aplicada de forma passiva, apenas por meio da escuta ou de forma ativa, através da manipulação e toque de instrumentos. Em ambos os casos, os efeitos podem ser demonstradas tecnicamente, por exames físicos, como, por exemplo, da pressão arterial e batimentos cardíacos.

Musicoterapia é o estudo do efeito da música em várias áreas, atuando tanto de forma física como psicológica. O musicoterapeuta é um profissional da saúde, graduado e capacitado para contribuir na recuperação e reabilitação da saúde e na prevenção de doenças.

O uso terapêutico da música já vem sendo estudado a algum tempo e tem trazido bons resultados ao longo dos anos. A musicoterapeuta chegou à Argentina e ao Brasil através do musicólogo e terapeuta Rolando Benenzon. Hoje seu nome está ligado a centros de musicoterapia espalhados pela Itália, Portugal, Chipre, Espanha, Uruguai e Brasil.

Segundo a educadora musical argentina, Violeta Hemsy de Gainza, uma das personalidades ativas na implantação do curso de musicoterapia na Argentina na década de 60 - na época em que vivemos - pensamos mais na música como aplicação do que na música por si mesma.

A primeira cidade brasileira a implantar o curso durante a década de 70 foi o Rio de Janeiro, iniciativa da musicista e educadora Cecilia Conde no Conservatório Brasileiro de Música. Atualmente o Conservatório oferece cursos de graduação e pós-graduação no assunto. Para frequentar, o aluno pode ser formado em outra área, como saúde, mas é necessário ter conhecimento musical.

A Diretora Técnico-Cultural do Conservatório Brasileiro de Música, Adriana Rodrigues Didier, nos conta de um trabalho realizado em pacientes terminais no Hospital Santa Isabel. "Profissionais chegam e tocam a música que o paciente quer ouvir, seja ela qual for. Neste caso, a música é usada para confortar as pessoas", explica.

Mas não existe uma música que sirva como um remédio específico para todo mundo. Segundo as experiências do Dr. Benenzon, é necessário encontrar a identidade sonora do paciente (ISO), ou seja, a frequência da vibração da pessoa, para iniciar o tratamento.  "Se uma pessoa está nervosa, é ideal botar uma música que esteja na sua frequência e, aos poucos, ir substituindo por uma música mais calma", exemplifica Violeta Gainza. E para saber exatamente a identidade sonora do paciente é necessário consultar a musicoterapeuta, só ele tem o conhecimento necessário para entender o nível sonoro da pessoa tratada.

Existem sons que provocam conforto em alguns e desespero em outros. Adriana conta que certa vez em uma sessão de acupuntura, ao tentar criar um ambiente tranquilo, a acupunturista colocou o som do Kenny G, provocando nela um terrível desconforto.

Ao ser questionada se existe um compositor que possa ser encontrado na farmácia, Violeta brinca "Mozart não tem contra-indicação. Por causa de seu efeito harmonizante, a indústria aproveitou lançando uma série de CDs e DVDs, Mozart for babies", finaliza.



(texto publicado na revista Tudo edição 35 - ano 3 - dezembro de 2013)

Nenhum comentário:

Postar um comentário