É necessário que o profissional faça a remoção da placa bacteriana exposta na superfície dentária
Uma das doenças bucais mais comuns que afetam a população atualmente, ocasionada pela má higienização dos dentes, que gradativamente tende a estimular a proliferação das bactérias nesta região, é a gengivite. Os primeiros sinais que podem indicá-la são: sangramento da gengiva durante a escovação, na utilização do fio dental ou até mesmo espontaneamente, deixando a gengiva inchada e com uma vermelhidão ao redor do contorno dos dentes.
Inicialmente a gengivite não é considerada uma doença tão grave, porém, se não for tratada corretamente, pode levar a sérias complicações, evoluindo para algo mais sério, como a periodontite.
De acordo com o dentista Rodrigo Martins, a gengivite é uma doença periodontal em seu estágio inicial, quando há apenas o envolvimento da gengiva, sem comprometimento da região óssea. "Ela tem como principal fator causador a presença da placa bacteriana (película viscosa e incolor, composta de restos alimentares e principalmente bactérias) sobre os dentes e próxima da gengiva, que libera ácidos que, por sua vez, irritam a mucosa gengival causando sua inflamação", esclarece o profissional.
A gengivite causa desconforto e, quando detectada, é necessário recorrer a um especialista que indicará os remédios que auxiliarão no tratamento, que pode variar de acordo com o estágio da doença. Os primeiros passos para o tratamento é a escovação e o uso correto do fio dental. Em seu estágio mais avançado, a bactéria se transforma em um tártaro que só pode ser retirado por um dentista. Se após a realização do tratamento, as recomendações sugeridas pelo profissional não forem seguidas, as placas bacterianas tornarão a se formar novamente e o paciente voltará a ter os mesmos sintomas de antes.
De acordo com o clínico geral da Inpao Dental, José Henrique de Oliveira, se a gengivite não for tratada corretamente poderá evoluir para uma periodontite, que é o estado mais grave da doença que compromete todos os tecidos de sustentação dos dentes. "No quadro de periodontite ocorrem reabsorção óssea, retração da gengiva, mobilidade, culminando com a perda de dentes", diz Oliveira.
É importante endossar que é preciso adotar cuidado higiênicos bucais redobrados a partir do estágio da gengivite (nível I); a sua continuidade desregular tende a gerar a periodontite (nível II); esta, por sua vez, danifica ossos e fibras de sustentação dentária: em sua evolução depara-se com a periodontite avançada (nível III), quadro irreversível que irá romper fibras e ossos de sustentação dos dentes, resultando na queda destes.
O tratamento é baseado na remoção mecânica da placa bacteriana e do tártaro, os principais causadores da gengivite. Para isso, são realizadas sessões de raspagem, polimento radicular e coronário. Também devem ser seguidas as orientações de uma higienização oral adequada para prevenir as diversas doenças bucais.
"Quando a periodontite está instalada, esses sintomas se intensificam, o mau hálito se torna persistente, o paladar fica alterado e seus dentes parecem mais longos por causa da reabsorção óssea e da retração gengival. Dor é um queixa nem sempre presente nesses pacientes", ressalta a cirurgiã-dentista Adriana Rodrigues.
Ela alerta que o surgimento da gengivite é decorrência de higienização bucal incorreta - isto auxilia o desenvolvimento de bactérias - e uma escovação deve durar, no mínimo dois minutos. "A maioria das pessoas não chega nem perto desse tempo. Deve-se escovar os dentes com movimentos suaves e curtos, nunca esquecer da margem gengival, os dentes posteriores - que são os mais difíceis de alcançar - e as áreas situadas ao redor de restaurações e coroas. Concentrar-se na limpeza de cada setor da boca, inclusive a língua e bochechas, é fundamental", explica a profissional.
Recomenda-se a escovação dentária após as refeições, o uso do fio dental e, prioritariamente, consultas regulares ao dentista que inviabilização o surgimento da gengivite. Vale ressaltar que, se o estágio da doença estiver em um nível avançado, será necessário buscar o auxílio de um tratamento com especialista.
(texto publicado na revista Medicina Social nº 225 - ano XXXI - abr/maio/jun de 2014)
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