O primeiro beijo que recebemos foi o sutil Sopro Vital do Criador, que com Amor, através da Respiração Divina, nos deu o Sublime Beijo criando nossas almas e nossas vidas.
Na Suméria, as pessoas, olhando para o alto, enviavam beijos alados, soprando-os para os deuses no céu.
Portanto, desde a Antiguidade, o beijo maternal, da mãe no filho, atingiu os homens e as mulheres. Entre os gregos e os romanos, esse beijo era comum entre familiares, pais, filhos, irmãos e até entre amigos muito íntimos ou entre o guerreiro que voltava da guerra e o seu preferido, apresentando, às vezes, uma conotação erótica.
Entre os persas, o beijo na boca era de saudação e os beijos eram trocados entre pessoas da mesma classe social.
Na Idade Média, século XII e XIII, a saudação entre os religiosos cristãos tornou-se o beijo da paz, que simbolizava a caridade e unia os cristãos durante a missa. O beijo de paz também era utilizado pela Igreja nas cerimônias de ordenação, na recepção de noviços, na missa, etc.
Entre o senhor feudal e seu vassalo, o beijo na boca foi adorado pela nobreza, pois representava o contrato ou o pacto vassálico, que selava a nova união, a constituição de uma nova comunidade familiar.
Em geral, o beijo em público constituía como que um monopólio do sexo masculino, e se restringia à intimidade, ao beijo de amor dos que se amavam.
No século XIV, o uso do beijo nas comemorações públicas e religiosas diminuia, passando a ser proibido e até condenado ou tido como suspeição de infâmia. Assim os fiéis passaram a beijar o osculatório e somente os clérigos da Igreja mantiveram o costume do beijo nos lábios para as cerimônias.
Entre os burgueses, o beijo de saudação passou a ser dado na face. Entre os nobres, o beijo ainda continuou na forma que hoje conhecemos, isto é, diretamente nos lábios.
No século XVII, os homens abandonaram o uso do beijo, passando para a prática do abraço cerimonial. E os religiosos também adotaram o beijo nos pés, o beijo nas mãos, até chegarem ao aperto de mão e ao abraço de paz. Com isso, o beijo foi ficando restrito ao seu espaço real, ou seja, à intimidade do casal.
Até que, no século XIX, surge o Romantismo, um movimento de escritores que abandonam o estilo dos autores clássicos e adotam o individualismo, o lirismo, a sensibilidade, a imaginação, as fantasias, os sonhos, com o predomínio da poesia sobre a razão.
Surgem então os romances de amor, com a mulher ocupando o papel de donzela, virgem, pura e imaculada, entregando-se à dominação masculina nos braços fortes do homem, machão, varão, viril, que dela se apodera e a beija.
Mais tarde, com o aparecimento do feminismo, a mulher assume um papel cada vez mais importante, mostrando sua capacidade e seu real valor.
Os romances inspirados por essa literatura foram muito bem aproveitados, principalmente pelo cinema americano, que exerceu influência marcante em todo o mundo, não só nos países do Ocidente, mas em povos nos quais o beijo como o conhecemos não fazia parte dos costumes locais, tais como os negros, os amarelos, os povos árabes e os indianos. Atualmente, a telinha também exerce importante papel na divulgação desse lindo, delicioso e prazeroso fruto do relacionamento humano.
(texto extraído do livro "A terapia do beijo" do Dr. Eduardo Lambert)
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