sábado, 3 de dezembro de 2016

Conhecimento: o melhor investimento - Magnus de Carvalho


O que podemos ter que não envelhece, não enferruja, não pode ser roubado e pode - aliás, deve - ser compartilhado? Conhecimento. Na era da informação em que vivemos, conhecer é fundamental. Para as finanças pessoais, o conhecimento é imprescindível, é o melhor investimento. Mas conhecer o quê?

Primeiro, conhecer detalhadamente a própria situação financeira; saber como realmente se encontram as nossas finanças: com reservas monetárias, sem dívidas ou com pendências. Se você possuir reservas, será que elas estão sendo investidas corretamente? Será que estão rendendo mais que a inflação? Não teria ao seu lado alguma oportunidade a ser aproveitada? Se não tem dívidas, mas também não tem reservas, por que não consegue guardar recursos e poupar? Não é arriscado viver sem nada a mais para uma emergência?

Se estiver endividado, a primeira pergunta a fazer é o porquê das dívidas. Foi a crise que o levou a um cenário de endividamento ou faz parte do seu dia a dia gastar mais do que ganha? Não adianta se enganar com a velha história de que "ganho pouco, por isso vivo sempre endividado". Quem não consegue administrar o pouco, como saberá gerir as finanças na fartura?

Outro conhecimento importante se refere ao campo de atuação na sociedade. No âmbito daquilo que fazemos, podemos sempre fazer melhor, mas é preciso estar disposto a aprender sempre, todos os dias. Seja com livros, cursos, vivências, experiências, importa ser eternamente curioso, em busca do novo - eis um importante fator que destaca um profissional em meio a tantos outros. Pode-se dizer que o mais importante é ter talento, algo natural que uns têm e outros não. Mas se o nosso Neymar - considerado atualmente o melhor jogador brasileiro - não "transpirasse" para que todos vissem seu talento, será que estaria hoje jogando no Barcelona, faturando em euros?

Não importa em que regime econômico você se encontra, o mercado sempre lhe retribui´ra pela sua individualidade, aquilo que nós temos e que outros não possuem, lembrando que talento escondido não se multiplica. Todos temos nossa parcela de talento para alguma coisa, basta descobrir.

Como não vivemos numa ilha deserta e sim numa aldeia global, outro tópico importante é procurar entender um pouco como gira a economia à nossa volta: se nos interessa o Tratado Transatlântico de Livre Comércio, firmado entre os Estados Unidos, a Europa e parte da Ásia; se vai haver ou não impeachment da presidente da república; se a Selic (a taxa básica de juros) vai subir ou não; se o Congresso Nacional vai ou não aprovar os vetos da presidente... para ficar com alguns exemplos.

Não é necessário que todos corram a frequentar um curso de economia, mas um conhecimento mínimo é necessário para não sermos apanhados de surpresa. Um exemplo é a crise que se instalou neste ano, prevista por muitos desde o ano passado, enquanto para tantos outros foi uma supresa. Qual dos dois grupos está melhor?

Conhecimento é tudo na sociedade da informação. Até no campo da fé: como poderemos amar a Deus sem conhecê-lo? Estudar sobre finanças pessoais - como funciona a economia - possibilita-nos conhecer a viver melhor nossa relação com o dinheiro, construir a sociedade do "ser". Compartilhar o conhecimento também é a melhor forma de enriquecer, experimente.



(texto publicado na revista Cidade Nova exemplar 595 - Ano LVII - Nº 11 - novembro de 2015)

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