A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central diante da eminência de uma situação de perigo.
A ansiedade é um parente próximo do medo, mas a diferença é que o sentimento de medo é desencadeado por um fator real e palpável enquanto que a ansiedade é caracterizada por fatores mais subjetivos.
O sentimento de ansiedade mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que apresenta claros sintomas físicos como taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular, aumento das secreções (urinárias e fecais) aumento da motilidade intestinal e cefaléia (dor de cabeça), entre outros.
O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma situação de tranquilidade e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem estar, ou seja, buscamos sempre ficar na chamada zona de conforto.
No tempo do homem das cavernas, em que os perigos e a luta pela sobrevivência eram uma constante, o estado de alerta e portanto de ansiedade diante de um perigo eminente foram fundamentais.
Nos dias atuais a sensação de perigo transcende o fator biológico. Por exemplo, a perda do emprego que acarreta problemas econômicos, problemas familiares como uma separação, insatisfação com a carreira, com os estudos, são fatores que podem provocar o estado ansioso que nos prepara para a luta ou então para a fuga.
A nossa mente então passa a elaborar uma solução que nos livre do perigo como acontecia com o homem das cavernas diante de um animal feroz. Mas ao contrário de nosso antepassado, muitas vezes o perigo na verdade não existe, nós é que nos antecipamos, nos preo-cupamos, ou seja, sofremos por antecipação.
Mas é importante saber distinguir um fator real de perigo de algo que talvez aconteça. Logicamente que se formos fazer compras em uma rua movimentada como a 25 de março, é melhor tomar cuidado com a bolsa. Ao voltarmos sozinhos para casa depois de um certo horário é bom ficar alerta, mas não deixar que isso nos domine.
Um exemplo de ansiedade típico na carreira de professor é quando o aluno quer continuar a estudar com ele, porque tem medo de não gostar ou se dar bem com um outro. É a procura da famosa zona de conforto. "Eu já conheço esse professor, ele ensina bem e é melhor não arriscar."
A ansiedade está intimamente ligada com o medo do novo, o medo de arriscar. E ficamos nos fazendo um monte de perguntas:
E se...
... eu sair desse emprego que não me traz satisfações, será que consigo arrumar um melhor ?
... eu me separar vou conseguir sustentar a mim e a meus filhos ?
... eu desmanchar com o meu namorado/noivo vou encontrar alguém de novo ?
... eu disser o que penso, as pessoas vão pensar que enlouqueci ?
... o rapaz com o qual sai uma vez e pelo qual estou interessada não me procurar mais ?
... não me chamarem para aquele emprego que eu quero tanto ?
... o rapaz com o qual sai uma vez e pelo qual estou interessada não me procurar mais ?
... não me chamarem para aquele emprego que eu quero tanto ?
E assim por diante.
Pessoalmente ainda estou longe de ser uma pessoa zen, ainda tenho os meus "ataques" de ansiedade, mas sinto que melhorei muito e percebi isso no episódio do destelhamento de minha casa. Após alguns minutos de espanto, comecei a minha lista de "ainda bem que" e superei a situação sem grandes problemas.
Gostaria de terminar com o exemplo de meu aluno ciclista que foi atropelado hoje por uma kombi. Como era dia da prova final ele me ligou avisando do atropelamento e me perguntou se poderia fazer a prova na segunda-feira (dia da prova substitutiva). Expliquei que poderia pedir isenção da taxa mediante um atestado, mas ele decidiu vir fazer a prova assim mesmo. O que foi fantástico é que apesar de ter se machucado nas pernas e no braço ele "perdoou" o motorista do veículo, deixou a bicicleta em um local ali perto e veio de ônibus para a escola. Tenho que esclarecer que ele também está em um processo de autoconhecimento e pratica a meditação. Com certeza ele fez a diferença ao participar desse grupo do curso intensivo de italiano.
Abraços!!!!
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