Estudo realizado no Laboratório de Investigação Médica da Faculdade de Medicina (FM) mostrou que a falta de vitamina D pode prejudicar o funcionamento adequado dos rins, além de comprometer a recuperação de lesões no órgão.
De acordo com Rildo Aparecido Volpini, coordenador do estudo, a pesquisa desenvolveu em ratos dois modelos de isquemia (fluxo arterial insuficiente) e o retorno do fluxo sanguíneo após um período de interrupção (reperfusão).
Nos dois modelos experimentais, os animais foram divididos em quatro grupos: o primeiro, considerado grupo de controle, recebeu ração normal e não passou pelo processo de indução (isquemia e reperfusão); o segundo não passou por nenhum processo induzido e recebeu ração sem vitamina D; o terceiro recebeu ração com vitamina e passou pelo processo de indução; o quarto recebeu a ração sem vitamina e passou pela indução.
O estudo mostrou que a falta de vitamina D isoladamente prejudica a função renal, provavelmente por causa de alterações no sistema renina-angiotensina-aldosterona - SRAA, envolvido no controle de pressão arterial. Outra análise foi realizada nos eletrólitos no plasma e urina dos animais para verificar se havia presença de proteínas na urina (proteinúria).
Os estudos demonstraram que níveis baixos de vitamina D podem desencadear proteinúria, por induzir a perda de células do epitélio renal e desenvolver glomeruloesclerose que prejudica a integridade da membrana de filtração glomerular, permitindo a passagem de macrocélulas no espaço urinário.
O experimento indicou que a deficiência do nutriente diminui a função renal, modifica a expressão local de proteínas e aumenta a formação de fibrose após lesão induzida. Para o pesquisador, os resultados mostram a importância de acompanhar com mais cautela os níveis de vitamina D no organismo e oferecer suplementação para portadores de lesões renais crônicas e agudas.
(texto publicado na revista Espaço Aberto nº 160 - maio de 2014)
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