Desde a infância, o designer Caio Lima vê sua mãe, Edna, envolver-se com associações de proteção aos animais. "Ela sempre colaborou com vários abrigos, mas de maneira bem informal", relembra. A morte do pai, em 2005, aumentou a dedicação da família pela causa. O que começou como uma ajuda esporádica tornou-se uma missão em tempo integral. Há dois anos, ele recolhe dinheiro para apoiar entidades que cuidam de cães e gatos abandonados. Batizou a iniciativa de Hopet - união das palavras em inglês "hope" (esperança) e "pet" (animal de estimação). O objetivo é levantar fundos com a realização de eventos e campanhas e por meio de doações espontâneas. A instituição conta ainda com uma linha de produtos que inclui canecas, almofadas e bonés. A mascote do projeto, que tem o rosto impresso nos itens disponíveis, é a cadela Hara, de raça pitbull, resgatada da rua pelo próprio Lima em novembro de 2010. Hoje, ela vive ao lado dos outros sete cães do designer.
Cinco entidades na capital, cada uma delas com cerca de 100 cachorros, fazem parte da relação de beneficiárias da Hopet. Para se precaver contra o mau uso das doações, a ONG não distribui valores em dinheiro. A verba arrecadada com a venda de produtos é revertida em ração e vacinas ou usada em cirurgias de castração. Quase diariamente, a instituição realiza uma prestação de contas em postagens na sua página oficial no Facebook. Por lá, os colaboradores podem conferir não só a situação do orçamento da ONG como também ver fotos e vídeos feitos durante as entregas. "Já repassamos mais de 15 toneladas de ração desde 2013", calcula o fundador. Apenas no Rolê das Patas, um encontro para donos de pets promovido em Pinheiros há dois meses em parceria com outras duas entidades, ele obteve a coaboração de 500 pessoas. Com isso, foi possível adquirir 250 quilos de alimentos, além de garantir cobertores e roupinhas para a bicharada. "É uma realização pessoal poder cuidar desses animais maltratados", diz.
(texto publicado na revista Veja São Paulo de 17 de junho de 2015)
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