segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Bem-Estar: A magia das vitaminas - Darlene Ponciano Bomfim


Elas previnem resfriados, reforçam a imunidade, causam bem-estar, geram forças, garantem longevidade. Esses são só alguns dos "poderes" das vitaminas, dos sais minerais, dos suplementos em geral. O próprio nome vitamina é sinônimo de força, de potência. Quem nunca ouviu a mãe perguntar: "Está cansado? Quer que eu faça uma vitamina?".

Atualmente artistas famosos, jovens e saudáveis, emprestam sua imagem para apresentar a todos nós pílulas mágicas. E esse fenômeno não acontece só no Brasil. É algo que persegue gregos e troianos, americanos e europeus, numa saga poderosa principalmente a partir da década de 1990.

O mercado mundial de vitaminas movimenta US$ 68 bilhões anuais. Os Estados Unidos ficam com cerca de US$ 20 bilhões, os japoneses com US$ 15 bilhões. E nós, no Brasil, corremos atrás para ter números grandes e parecidos.

O que são vitaminas? Para que servem? Como agem? São elementos indispensáveis para o bom funcionamento do organismo, substâncias que ele mesmo não produz! O interessante é que elas são necessárias em doses muito baixas, algumas delas medidas em microgramas.

As vitaminas agem como biocatalisadores nas reações químicas que ocorrem no organismo. Elas ativam a oxidação dos alimentos, as reações metabólicas e facilitam a liberação e utilização da energia. Em outros casos funcionam como enzimas ou coenzimas, ou seja, desencadeiam e/ou facilitam o processo químico. Portanto, sem elas muitas reações simplesmente não ocorreriam, o corpo sofreria com isso, tornando-se inclusive mais vulnerável a doenças. Vitaminas não são estrelas, são "servas" essenciais: discretas, delicadas, mas essenciais!

A deficiência de vitamina A, por exemplo, pode desencadear a cegueira noturna, além de lesões graves de pele. A carência da vitamina D pode causar o raquitismo.

As vitaminas são classificadas em lipossolúveis (A,D, E, K) - associadas às gorduras - e hidrossolúveis (C, Complexo B, Ácido fólico). A maioria destas encontra-se nos vegetais e frutas, sendo que a vitamina B12 é praticamente exclusiva dos animais. O excesso das  vitaminas hidrossolúveis é eliminado na urina, por isso devem ser ingeridas regularmente. As lipossolúveis ficam mais tempo armazenadas no tecido adiposo, não sendo necessário o consumo diário.

Onde está a fonte desta riqueza? Muito simples: nos alimentos! Portanto a febre de supervitaminas, de suplementos é, no mínimo, questionável. A crença de que a vitamina é essencial parece estar relacionada ao sonho do ser humano em ter uma vida saudável, sem esforços e com garantias. Alguns até defendem que se a ingestão de vitaminas não ajuda, mal não faz. Vitaminas são úteis, sim. Sua síntese pela indústria farmacêutica é louvável e salva vidas. São necessárias para crianças pequenas, pessoas idosas, com dificuldades de mastigação ou com outras limitações alimentares, para gestantes, convalescentes ou pacientes com doenças específicas para os quais a suplementação é indicada.

Mas quem não se encontra em nenhuma dessas situações não precisa jogar dinheiro fora. Basta alimentar-se de forma adequada e conscientizar-se: o "elixir da juventude", a mágica do bem-estar, a força, a energia, a beleza, a coragem, não se encontram em cápsulas.



(texto publicado na revista Cidade Nova Exemplar 576 - Ano LVI - Nº 4 - abril de 2014)

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