sexta-feira, 12 de junho de 2015

A Eucaristia é escola de amor e solidariedade - Padre Cido Pereira


Diferentemente do Brasil, na Itália a festa de Corpus Christi é celebrada no domingo após a festa da Santíssima Trindade. Assim, o Papa Francisco se referiu a esta festa na meditação costumeira mensagem antes oração do Ângelus, no domingo, 7.

Francisco lembrou a instituição da Eucaristia na última ceia. Na véspera de se entregar à morte na cruz, "Jesus realizou o que tinha predito". Afirmou o Papa: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar é minha carne para a salvação do mundo... quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6, 51-56). Dizendo "Tomai, isto é o meu corpo" (Mc 14,22), Jesus "atribuiu ao pão uma função que não a de simples alimento físico, mas torna a sua Pessoa presente em meio à comunidade dos fiéis".

A Última Ceia representa o cume da vida de Cristo", continuou Francisco. Mais do que a "antecipação do seu sacrifício", ela é a "síntese de uma existência ofertada pela salvação da humanidade". Então, não basta afirmar que Jesus está na Eucaristia. É preciso ver nela "a presença de uma vida doada, e participar dela".

E o Papa insiste: "Quando pegamos e comemos aquele Pão, nós nos associamos à vida de Jesus, entramos em comunhão com Ele, nos comprometemos a realizar a comunhão entre nós, a transformar a nossa vida em dom, especialmente aos mais pobres".

A festa de Corpus Christi, portanto, "evoca esta mensagem de solidariedade e nos encoraja a acolher o convite à conversão e ao serviço, ao amor e ao perdão. Encoraja-nos a imitarmos, com a vida, aquilo que celebramos na liturgia".

O mesmo Cristo que recebemos na Eucaristia, continua a mensagem, é o mesmo que vem ao nosso encontro no pobre, no sofredor, no que precisa de nós e conta com nosso acolhimento, e na criança que desconhece Jesus. Cristo está "em todo ser humano, inclusive no menor e indefeso".

Fonte de amor para a vida da Igreja, a Eucaristia é "escola de caridade e de solidariedade" e quem come do Pão que é Jesus não pode ser indiferente com os que não têm pão, "um problema crescente, hoje. Portanto, "que a festa de Corpus Christi inspire e alimente sempre mais, em cada um de nós, o desejo e o compromisso por uma sociedade acolhedora.

Após a oração do Ângelus, o Papa se referiu à sua viagem apostólica a Saravejo, onde ele foi como "um peregrino da paz e da esperança". Ele agradeceu a acolhida do povo e das autoridades. "Saravejo é uma cidade-símbolo. Durante séculos, foi local de convivência entre povos e religiões, ao ponto de ser chamada "Jerusalém do Ocidente". Depois, se tornou símbolo da destruição e da guerra. Atualmente, está acontecendo um belo processo de reconciliação e principalmente por isso eu fui lá: para encorajar este caminho de convivência pacífica entre os diferentes povos; um caminho árduo, difícil, mas possível! E eles estão fazendo isso bem".

Lembrou, também, que na sexta-feira, 12, se celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. "Pensemos no amor do Coração de Jesus, em quanto nos amou". Também na sexta-feira se celebra o Dia Mundial de Luta contra o Trabalho Infantil. "Muitas crianças no mundo não têm a liberdade para jogar, para ir à escola, e acabam sendo exploradas como mão de obra barata. Espero o compromisso solícito e constante da comunidade internacional para promover o reconhecimento dos direitos das crianças".



(texto publicado no jornal O São Paulo edição 3055 - ano 60 - 10 a 16 de junho de 2015)



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