domingo, 6 de setembro de 2015

A absurda falta de higiene da Idade Média vai fazer você querer tomar banho agora mesmo! - Karlla Patrícia (Diário de Biologia)


Quando se fala em Idade Média, o que vem à mente são nobres endinheirados e belas damas maquiadas, penteadas e cheias de joias, vestindo lindas túnicas. Mas tudo isso não passa de uma imagem “Hollywoodiana”. Na verdade, entre a queda do Império Romano até a descoberta da América a higiene pessoal não era considerada uma prioridade e estava longe de ser o que é hoje.

Como eram os banhos

Na Idade Média, os médicos acreditavam que a água, principalmente quente, enfraquecia os órgãos, permitindo que o corpo ficasse exposto a doenças que penetravam através dos poros. Por causa disso, era recomendado que as pessoas mantivessem uma camada de sujeira no corpo, pois ela protegia contra as doenças. Então, a higiene pessoal era realizada “a seco”, só com uma toalha limpa para esfregar as partes expostas do corpo. Partes íntimas? Nem pensar!

Os médicos aconselhavam que as crianças limpassem o rosto e os olhos com um pano branco para limpar a gordura do suor, mas não muito para não retirar a cor “natural” (encardida) da pele. Na verdade, naquela época as pessoas entendiam que a água era prejudicial aos olhos, que podia provocar dor de dentes e catarros, deixava o rosto pálido e expunha o corpo ao frio no inverno e a pele ressecada no verão. Ainda por cima, a Igreja censurava o banho por considerá-lo um luxo desnecessário e impuro.

Surpreendentemente a falta de higiene não era um costume de pobres, a rejeição pela água chegava aos estratos mais altos da sociedade. As mulheres que achavam o banho bom, quando muito, o faziam duas vezes ao ano, e o próprio rei só o fazia por prescrição médica e com as devidas precauções.

Quando os banhos aconteciam, era usada um tina enorme cheia de água quente. O pai da família era o primeiro em tomá-lo, logo os outros homens da casa por ordem de idade e depois as mulheres, também por ordem de idade. Enfim chegava a vez das crianças e bebês que podiam se perder dentro daquela água suja.

E o banheiro?

Nos palácios e casas de família não existia banheiro, nem mesmo uma “casinha”. Quando chegava a hora de fazer as necessidades, iam ali mesmo no fundo do quintal ou uma moita. Não era incomum também ver alguém fazendo cocô nas ruas.

Alguns palácios mais chiques, tinham fossas para acumular as fezes. Haviam servos especialmente designados a recolher o cocô das fossas e vendê-los como esterco. A urina era acumulada em tinas que depois eram usadas para lavar peles e branquear telas. As pessoas jogavam seu lixo e dejetos em baldes pelas portas de suas casas ou dos castelos. Imagine a cena: o sujeito acordava pela manhã, pegava o pinico e jogava ali na sua própria janela.

Cuidados com o rei

O Rei Henrique VIII, famoso por romper com a Igreja Romana e por ter se casado seis vezes, tinha mais de 200 empregados que lhe serviam como cozinheiros, carregadores, abanadores, etc. Mas os serventes com a pior das sortes eram aqueles que deviam cuidar das “necessidades” do rei: tinham que despiolhá-lo uma vez ao dia (tirar os piolhos), limpar sua bunda depois que fizesse suas necessidades e lavar suas partes íntimas enquanto o rei permanecia sentado e inclusive, quando a rainha estava grávida e o monarca sentia certas necessidades, um dos serviçais (homem ou mulher) devia masturba-lo. Isto, por suposto, era feito na frente de várias pessoas, que depois do “ato” trocavam suas roupas.

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